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quarta-feira, 13 de maio de 2020

Cães amam os donos como se fossem de sua própria família?


É mais do que comum ouvir em algum dos lares brasileiros que tenham cachorros que esses bichinhos de estimação são como se fossem da família, tal como um filho. Mas será que a recíproca é verdadeira?

Será que os bichinhos também consideram seus donos como se fosse um parente da família? Estudos científicos realizados pela Emory University, nos Estados Unidos, demonstraram que além de amar seus donos, os cães os consideram SIM como se fossem da família.

A universidade norte-americana direcionou seus estudos para analisar o cérebro de alguns cães através de ressonância magnética. Essa empreitada desvendou que os bichinhos criam essa associação familiar ou de parentesco através do olfato, um dos principais sentidos dos cachorros, que foi determinante para ajudar a mensurar essa associação em seus cérebros.

Devido ao olfato apurado dos pets, eles podem reconhecer e distinguir cheiros variados, inclusive de seus donos e outros animais. Ao se deparar com o seu cheiro específico de seus donos, o cachorro de prontidão fica feliz, mesmo quando ele não está em casa e uma área do cérebro dos caninos relacionada à recompensa é "ativada". Segundo a mesma pesquisa, os cães atribuem uma maior importância ao cheiro do seu dono acima de qualquer outro.

Outra universidade conhecida como Eotvos Lorand, desta vez localiza em Budapeste, na Hungria, evidenciou como o cérebro dos caninos reage a determinados sons que são emitidos pelos humanos e animais. Essa pesquisa é importante porque até então os efeitos dessa reação eram desconhecidos, ou seja, antes da pesquisa não se sabia ao certo como esses sons realmente atingiam o cérebro dos cães. Entre as descobertas, os pesquisadores notaram que os efeitos que os humanos sentem ou ouvir sons ou vozes com alta carga emocional é similar no caso dos peludinhos.

Vozes ou sons que transbordam felicidade podem estimular a ativação de uma região conhecida como córtex, que está associada à comunicação entre os caninos e seus donos. Essa constatação pode ajudar a compreender como os bichinhos conseguem sentir as alterações de humor de seus donos, por exemplo, quando estão tristes, alegres e outros estados. Especialistas acreditam que a comunicação entre os cachorros e os humanos é semelhante à comunicação entre os bebês com sua mãe e seu pai.

Embora os donos de bichinhos já saibam há muito tempo, agora ficou ainda mais fácil afirmar que seu pet é SIM um componente da família e que a recíproca é comprovadamente verdadeira.


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

A ciência descobre o que torna os cachorros tão especiais


O que torna os cães tão especiais? A ciência tem uma ideia: o amor que sentem por seus donos.

De acordo com o psicólogo animal Clive Wynne, da Universidade Estadual do Arizona (EUA), pesquisas interdisciplinares sugerem que é a hiper sociabilidade ou a “gregariedade” (necessidade de companhia, de pertencer) dos cachorros que os diferencia.

Hormônio do amor
Wynne começou a estudar o comportamento dos cães nos anos 2000. Na época, como a maioria de seus colegas, ele era cético quanto a atribuir emoções complexas a esses animais. Isso seria o equivalente a antropomorfizá-los, ou seja, tratá-los como se fossem seres humanos.
Ao longo do tempo, no entanto, o cientista foi convencido por uma série de evidências de estudos sérios quanto a características que realmente diferenciam os cães de outros animais, incluindo sua vontade de estar perto de pessoas.
Wynne cita, por exemplo, pesquisas que analisaram o papel da ocitocina, também chamada de hormônio do amor. Essa substância química é liberada pelo cérebro para criar e reforçar laços entre pessoas. Diversos estudos, no entanto, descobriram que ela desempenha um papel nas relações entre humanos e cães também.
Por exemplo, um estudo conduzido por Takefumi Kikusui da Universidade Azabu (Japão) mostrou que níveis de ocitocina disparam quando humanos e seus cães se olham, um efeito muito semelhante ao observado entre mães e seus bebês. Incrível, não?

Genética
Outro estudo conduzido pela geneticista Bridgett vonHoldt, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA), descobriu que cães possuem uma mutação em um gene responsável pela síndrome de Williams em seres humanos.
Essa condição é representada por uma série de características, incluindo desenvolvimento motor mais lento e problemas de coordenação. O que chama mais a atenção, no entanto, é a maneira como afeta a personalidade e o comportamento: crianças portadoras desta síndrome possuem grande sociabilidade, entusiasmo e sensibilidade.
“O essencial dos cães, assim como das pessoas com síndrome de Williams, é o desejo de estabelecer conexões íntimas, de ter relacionamentos pessoais calorosos – de amar e ser amado”, argumenta Wynne.

Relações muito, muito próximas
Diversos experimentos comportamentais já confirmaram essa “necessidade” de relacionamento dos cães com seus donos. Por exemplo, em um deles, feito por Wynne e por outras equipe, um pote com comida é colocado a mesma distância de um cão que seu dono. Quando o animal é liberado, em quase todos os casos corre primeiro em direção à pessoa, e não à comida.
Para tentar entender esse impulso, os pesquisadores usaram imagens de ressonância magnética e descobriram que os cérebros dos cães respondem a elogios e exaltações de seu dono tanto quanto – ou mais – respondem à comida.

Ame seu cão
Para Wynne, esses achados têm implicações importantes na forma como educamos e lidamos com nossos cães.
Muitos treinadores famosos utilizam métodos às vezes dolorosos para ensinar comportamentos a cachorros, enquanto o cientista rejeita essas formas brutais de adestramento, como colares de choque.
Segundo ele, os cães não querem ser dominados, e sim amados. “Tudo o que seu cão quer é que você mostre o caminho a ele, por meio da liderança compassiva e reforço positivo. Isso também significa arranjar tempo para atender às suas necessidades sociais, em vez de deixá-lo isolado a maior parte do dia”, diz Wynne.
Em outras palavras: cães apenas precisam de nossa companhia, precisam estar com pessoas.

Domesticação: como o cão se tornou melhor amigo do homem
Para Wynne, o futuro da ciência, no que concerne os cães, são estudos genéticos. Estes podem nos ajudar a entender o misterioso processo de domesticação desses animais, que começou 14.000 anos atrás.
Wynne crê na teoria que dita que cães antigos se reuniam em torno de áreas de despejo humano (como “lixões” rudimentares), lentamente se juntando às pessoas até estabelecerem a parceria duradoura que conhecemos por meio de expedições conjuntas de caça.
Essa ideia é menos romântica que a noção popular de caçadores que capturaram filhotes de lobo para treiná-los – algo que Wynne considera altamente improvável, uma vez que a ferocidade natural dos lobos os levaria a se voltar contra os humanos mais tarde.
O cientista pensa que novos avanços em sequenciamento de DNA antigo irão permitir que determinemos quando certas mutações importantes ocorreram nos cães, como no gene que controla a síndrome de Williams, a fim de identificarmos quando esse processo de domesticação se tornou favorável – algo que Wynne acredita ter acontecido entre 8.000 e 10.000 anos atrás, no fim da Idade do Gelo, quando humanos começaram a caçar regularmente na companhia de cães. [Phys, Fiocruz]


domingo, 3 de novembro de 2019

Estudos mostram que cachorros podem aumentar sua expectativa de vida


Que os animais de estimação podem trazer alegrias, seus donos já sabem. Mas para quem ainda tem alguma dúvida dos benefícios que os cachorros podem trazer à vida de seus tutores, a ciência mostra algumas vantagens nas suas presenças: os animais de estimação podem contribuir para que seus tutores vivam mais tempo.

De acordo com uma revisão realizados sobre o assunto, divulgado na publicação da American Heart Association (Associação Americana do Coração), ter um cachorro tem sido associado com a diminuição de risco cardiovascular. A revisão bibliográfica abrange quase 70 anos de pesquisas, envolvendo aproximadamente 4 milhões de pessoas nos Estados Unidos, Canadá, Escandinávia, Nova Zelândia, Austrália e Reino Unido.

O que foi descoberto

Certo, se a questão vem sendo pesquisada há tanto tempo, o que essa análise traz de novo?

A publicação associa a presença desses animais na vida dos tutores com a redução de 24% no risco de todas as causas de mortalidade, quando comparado com pessoas que não tem cachorro. Seis estudos demonstram significante redução no risco de morte.

Em especial, pessoas que já tiveram problemas coronários e vivem em casa com cachorro, tiveram uma redução ainda maior na mortalidade. Quando foram analisados apenas os estudos que avaliam a mortalidade devido a problemas cardiovasculares, a redução no risco foi de 31%.

Todas essas questões podem estar associadas com o fato de que, de acordo com a sugestão de uma série de estudos, ter um cachorro está associado com níveis mais baixos de pressão arterial, um perfil lipídico melhor e menor reação ao estresse.

A pesquisa destaca a presença de resultados conflitantes entre os estudos relacionando a presença do cachorro e a redução da mortalidade. Embora essa questão seja explorada desde a década de 1980, alguns estudos associam a convivência com o cachorro a maior longevidade, enquanto outros consideram que o efeito seja neutro.

A pesquisa apresentada relaciona ter um cachorro com menor risco de morte à longo prazo o que, de acordo com os autores, pode estar ligado à redução na possibilidade de morte por problemas cardiovasculares. Esses resultados indicam a necessidade de realizar mais estudos sobre a influência do estilo de vida das pessoas pesquisadas.

Os cachorros e a recuperação de doenças
Outro estudo realizado com mais de 336 mil suecos, divulgado na mesma publicação, associa os cachorros a melhores respostas na recuperação de problemas cardiovasculares. Esses resultados ganham relevância quando pensamos que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, infartos e derrames são as principais causas de morte no mundo.

Nesses casos, a pesquisa destaca o fato de que ser tutor de um cachorro está associado a aumento da atividade física e do apoio social. Esses dois fatores podem ajudar na recuperação de pessoas que passaram por graves problemas cardiovasculares. Além disso, a presença de um cachorro pode ser especialmente importante para pessoas que moram sozinhas, pois além de oferecer companhia, serão uma motivação para a realização de atividades físicas.

Embora o estudo leve em consideração diversos fatores, além da presença do cão, há elementos não considerados, como o habito de fumar. Portanto, não é possível apresentar conclusões sobre possíveis efeitos causais.

A afetividade tem dois lados
Outros estudos mostram que os cachorros conferem companhia e afeto, que podem reduzir a ansiedade e depressão. Esses são elementos importantes para pessoas que passaram por doenças graves. Ainda há estudos que mostram que os cachorros podem reduzir o estresse e ajudar as pessoas no momento de relaxar. Assim, eles auxiliam em todas as etapas da vida, desde a infância, porque podem influenciar o desenvolvimento social, emocional e cognitivo.

Diante de todos os benefícios que os cachorros podem conferir à vida dos humanos, é importante destacar que ter um cachorro inclui responsabilidades. Assim como eles são afetivos com seus tutores, também precisam de atenção. Um cachorro vem com responsabilidades e gastos dos quais as pessoas precisam estar cientes no momento em que optam por ter um em casa.

As duas pesquisas apresentadas foram observacionais. Portanto, os pesquisadores não podem provar que a presença do cão seja a causa direta do aumento na expectativa de vida, ou da melhor recuperação de problemas de saúde. Apenas um ensaio clínico randomizado poderia responder a essas questões. [CNN, AHA Journal, AHA Journal, OMS]