Especialista destaca os elementos que são a base de
uma alimentação saudável
Muitas pessoas acreditam que, para ter uma vida
saudável, devem se alimentar principalmente de carboidratos em um tempo máximo
de 3 em 3 horas. Porém, muitos estudos têm comprovado que essa teoria está
ultrapassada.
Um estudo publicado no Instituto Nacional de Saúde
em 1997, nos Estados Unidos, chegou à conclusão que comer frequentemente não
favorece o metabolismo e muito menos o emagrecimento. Rodrigo Polesso, criador
do programa Código Emagrecer de Vez, reforça essa ideia. Segundo ele as pessoas
não precisam se forçar a se alimentar periodicamente quando não têm fome. “O
ganho de peso é um desequilíbrio hormonal e não calórico, portanto a qualidade
do que se come é mais importante do que a quantidade”, ressalta o especialista.
Polesso indica os 4 elementos fundamentais que
constituem a base de uma alimentação forte, contribuindo para uma vida longa,
saudável e em forma:
1. Escolha
seus alimentos de forma inteligente
Rodrigo sugere que as pessoas pensem no alimento como
informação que o organismo absorve. Como ingredientes que são colocados no
corpo, como os tijolos de uma construção. “Se você tiver isso como mentalidade,
conseguirá tranquilamente seguir esse passo”, revela. Polesso explica que as
pessoas devem priorizar os alimentos que têm maior densidade de nutrientes em
sua composição. “Escolha alimentos que irão te proporcionar a maior quantidade
de nutrientes, dessa forma, teremos uma maior saciedade automaticamente com uma
menor quantidade de alimentos ingerida.”, aconselha.
Mas o especialista lembra que as pessoas também
podem se permitir alguns prazeres de baixa densidade nutricional, desde que
eles não substituam alimentos nutricionalmente mais densos. Exemplos de
alimentos de alta densidade nutricional são carnes no geral, peixes, laticínios
integrais de qualidade, oleaginosas (amêndoas, castanhas, nozes,), legumes,
ovos, folhas, sementes. Em resumo, priorizar alimentos de verdade.
2. Minimize
o impacto glicêmico: reduza os carboidratos refinados e processados!
Os carboidratos são os alimentos mais
insulinogênicos. Farinhas (mesmo integrais), pão, açúcares de qualquer tipo e
sobremesas, jogam um monte de glicose no sangue. Isso estimula rapidamente a
insulina. “Você tem um pico de insulina no sangue e a repetição disso ao longo
do tempo pode levar a uma resistência à insulina, o que é basicamente diabetes
tipo 2 em seu estado mais grave.”, ressalta.
Ele destaca que as pessoas não devem odiar a
insulina. Afinal é um hormônio fundamental para o corpo no armazenamento de
energia. “Alimentos de verdade estimulam corretamente a insulina e permitem com
que ela faça seu trabalho normalmente. Isso só não acontece com alimentos super
processados e refinados, os quais, super estimulam este hormônio a ponto de
danos ao organismo.”, ressalta.
3. Mantenha
a insulina pulsátil: aposte no jejum
Para que o corpo não crie condições de engordar, ele
precisa ficar, por algum período sem o estímulo constante à produção de
insulina. “Quando comemos, nosso corpo é estimulado a produzir insulina, mas
ela precisa ser pulsátil. Ou seja, ter um período equivalente sem a ingestão de
alimentos para que se mantenha a sensibilidade ideal a este hormônio no corpo”,
explica. Uma forma de se fazer isso é com a prática correta do jejum
intermitente. Ela consiste simplesmente em ficar períodos de tempo sem nos
alimentarmos, conforme sempre fizemos naturalmente até poucas décadas atrás.
“Com o jejum intermitente também tendemos a voltar ao estado natural de manter
a insulina como uma ação pulsátil no sangue”, revela Polesso.
O especialista explica que existem alguns protocolos
de jejum intermitente. Por exemplo o 16/8, durante o qual deve-se limitar as
refeições do dia em uma janela de 8 horas. “São nos períodos em que não nos
alimentamos que o corpo aciona seus processos de reciclagem e otimização. Por
exemplo, a própria autofagia, fenômeno que inclusive foi tema do prêmio Nobel
de medicina de 2016.”, orienta. Ele explica que quando não existe esse tempo de
jejum do organismo, as pessoas começarão a incentivar o corpo a permanecer em
um estado de armazenamento de gordura frequente.
4. Faça
exercícios de alta intensidade (mas não necessariamente no início)
Rodrigo ecoa o que o respeitado médico canadense Dr.
Jason Fung diz: 90% do emagrecimento vem da alimentação e somente 10% dos
exercícios. Logo, o foco principal de quem quer emagrecer precisa ser na
correção dos hábitos alimentares. Ao se regularizar a alimentação, muitos
começam a ter uma disposição e energia extra, sentindo vontade de se exercitar.
Nestes casos o especialista conta que a ciência mostra diversas vantagens que
os exercícios de alta intensidade têm em comparação com os exercícios
aeróbicos. “Outro lado positivo é que eles levam muito menos tempo para serem
feitos. E na minha opinião eles são mais divertidos”, declara. “Além disso,
muitos acreditam que as pessoas devem fazer um exercício aeróbico crônico 5
vezes por semana, pelo menos 1 hora por dia, para perder peso, quando na
verdade existem exercícios de curta duração que são menos chatos e ocupam menos
tempo”, ressalta Polesso.