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domingo, 26 de maio de 2019

Milhares de casos de câncer estão ligados a este hábito fácil de controlar


Sua dieta pode ter mais impacto sobre o seu risco de câncer do que você imagina. De acordo com um novo estudo, 80.110 novos casos de câncer entre adultos nos Estados Unidos em 2015 foram atribuíveis simplesmente a má alimentação.

“Isso equivale a cerca de 5,2% de todos os casos de câncer invasivo diagnosticados entre adultos nos EUA em 2015”, disse Fang Fang Zhang, epidemiologista da Universidade Tufts, em Boston, principal autora do estudo. “Essa proporção é comparável ao fator de risco de câncer atribuível ao álcool”.

Dados
O estudo incluiu dados sobre a ingestão alimentar de adultos com 20 anos ou mais registrados entre 2013 e 2016 pela Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição dos EUA, bem como dados sobre a incidência nacional de câncer coletados em 2015 pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.
Os pesquisadores avaliaram sete fatores dietéticos: baixa ingestão de vegetais, frutas, grãos integrais e produtos lácteos, e alta ingestão de carnes processadas, carnes vermelhas e bebidas açucaradas, como o refrigerante.
 “O baixo consumo de grãos integrais foi associado à maior carga de câncer nos EUA, seguido por baixa ingestão de laticínios, alta ingestão de carne processada, baixa ingestão de vegetais e frutas, alto consumo de carne vermelha e alto consumo de bebidas açucaradas”, resumiu Zhang.

Comer alimentos orgânicos reduz seu risco de câncer?
A equipe utilizou um modelo comparativo de avaliação de risco. As estimativas foram feitas usando associações de câncer e dieta encontradas em estudos separados.
Por exemplo, estudos anteriores forneceram fortes evidências de que um alto consumo de carne processada aumenta o risco de câncer colorretal enquanto um baixo consumo de grãos integrais diminui o risco de câncer colorretal. “No entanto, nosso estudo quantificou o número e a proporção de novos casos de câncer que são atribuíveis a uma dieta ruim em nível nacional”, explicou Zhang.

Detalhes
Mais especificamente, os pesquisadores descobriram que 38,3% dos casos de câncer relacionados à dieta eram cânceres colorretais, a maior proporção vista pelo estudo.
Além disso, homens de 45 a 64 anos e minorias étnicas, incluindo negros e hispânicos, foram os mais afetados pelo diagnóstico de câncer associado à dieta, em comparação com outros grupos.
Vale notar que o estudo tem algumas limitações, incluindo o fato de que os dados não podem esclarecer como a associação entre dieta e risco de câncer pode mudar à medida que a pessoa envelhece.

Alimente-se melhor
A dieta está entre os poucos fatores de risco facilmente modificáveis ​​para a prevenção do câncer, o que ressalta a necessidade de melhorarmos a ingestão de grupos de alimentos e nutrientes essenciais.
Os alimentos ultraprocessados estão ​​ocupando uma parte crescente da dieta mundial. Um estudo de 2016 descobriu que 60% das calorias na dieta média americana vêm desse tipo de alimento, e um estudo de 2017 descobriu que elas compõem metade da dieta canadense e britânica. Além disso, mais da metade dos países em desenvolvimento está começando a comer dessa maneira também.
A comida ultraprocessada é interessante por sua conveniência – no mundo moderno, um alimento que já vem pronto e é saboroso parece uma boa escolha. No entanto, essas opções – como salgadinhos, nuggets, sucos em pó, bolachas, refeições congeladas – são pouco saudáveis.

Pesquisa descobre ligação entre alimentos ultraprocessados e câncer
Uma pesquisa publicada na revista médica JAMA Internal Medicine mostrou que as pessoas enfrentam um risco 14% maior de morte prematura a cada 10% de aumento na quantidade de alimentos ultraprocessados ​​que ingerem. Além disso, outro estudo divulgado na mesma revista concluiu que pessoas que frequentemente comem alimentos orgânicos diminuíram seu risco geral de desenvolver câncer. Ou seja, troque o fast food por uma refeição nutritiva e orgânica sempre que puder.

O novo estudo foi publicado na revista científica JNCI Cancer Spectrum. [CNN]


segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Sedentarismo é fator de risco para inúmeras doenças


Especialista explica quais cuidados devem ser tomados antes de iniciar uma atividade física

Pesquisas da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) mostram que a população atual gasta bem menos calorias por dia do que gastava há 100 anos. Cerca de 70% da população brasileira não pratica exercícios físicos regularmente. Além disso, o sedentarismo aumenta entre 20% e 30% o risco de mortalidade, em especial por doenças crônicas, como a doenças cardiovasculares e o diabetes, de acordo com estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS). Os dados são alarmantes e reforçam a importância de abandonar o sedentarismo.

O sedentarismo se caracteriza pela falta ou diminuição da atividade física, tendo relação com a quantidade de calorias gastas semanalmente, seja em atividades esportivas ou nas tarefas do dia a dia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) para ser considerada uma pessoa ativa é preciso queimar 2.200 calorias por semana, ou cerca de 300 calorias por dia.

“Existe uma relação direta entre o sedentarismo e obesidade, maior risco de se desenvolver doenças coronarianas, diabetes, osteoporose, câncer e problemas neurológicos. A atividade física regular contribui para o aumento da massa muscular e redução da gordura corporal, melhora a capacidade respiratória, a circulação sanguínea, o equilíbrio, a coordenação, ajuda no controle da glicemia e pressão arterial, dentre outros benefícios”, esclarece o educador físico, especialista em treinamento, Fernando Mazota.

Os riscos associados ao sedentarismo e os benefícios da prática regular de atividade física são excelentes motivos para começar a se exercitar. Contudo, é muito comum que a pessoa se sinta desmotivada após uma mudança brusca na rotina, principalmente quando não tem afinidade com a atividade escolhida. “Para quem deseja sair do sedentarismo e iniciar um programa de atividade física é fundamental a escolha de uma atividade que seja agradável ao praticante, visando evitar a interrupção dos exercícios pela perda do estímulo. Encontrar a atividade física ideal é fundamental para garantir a permanência e os benefícios a longo prazo”, recomenda o especialista.

A SBC recomenda que pessoas acima dos trinta anos, principalmente quando há fatores de risco como obesidade, tabagismo, hipertensão, diabetes ou histórico familiar para doenças cardiovasculares, realize uma avaliação médica antes de iniciar qualquer atividade física. “Avaliar os riscos e a condição geral do praticante é fundamental para garantir a segurança na prática”, complementa o treinador.

De acordo com o especialista, devem ser considerados os seguintes fatores de risco para a prática de atividades físicas:

- Idade: Em geral, quanto mais velho o indivíduo, maior o risco para problemas coronários. Homens com mais de 45 anos e mulheres com mais de 55 anos ou com menopausa precoce sem reposição hormonal devem ter maiores cuidados.

- Gênero: Mulheres normalmente têm menor risco de desenvolver doenças coronárias que homens.

- Histórico de saúde do paciente e da família: Se o praticante já tem histórico de doenças cardiovasculares, pulmonares e metabólicas ou se possuir pais, filhos ou irmãos que tiveram infarto com menos de 55 anos (homens) e 65 anos (mulheres), deve ter um cuidado especial ao realizar exercícios. Pressão arterial acima de 140/90 mmHg também é considerada um fator de risco.

- Sedentarismo: Se o indivíduo pratica menos de 30 minutos semanais de atividades físicas é considerado sedentário e tem maior risco cardiovascular.

- Fumo: O cigarro é causador de diversas doenças, e pessoas que fumam têm o dobro de chances de desenvolver doenças cardiovasculares que não-fumantes. O risco é maior para quem fuma ou deixou de fumar nos últimos 6 meses.

- Nutrição inadequada: Uma dieta composta por muitos açúcares e gorduras contribui para o aumento do colesterol, da pressão arterial, do diabetes e da obesidade. O colesterol deve estar abaixo de 200mg/dL, os triglicérides devem estar abaixo de 150mg/dL e os níveis de glicose sanguínea devem estar abaixo de 100mg/dL.

- Estresse: Se o indivíduo está muito estressado, há um aumento na frequência cardíaca, na pressão arterial e na ventilação pulmonar, podendo ocasionar problemas durante a prática de exercícios.

- Excesso de gordura corporal: Indivíduos com IMC superior a 30kg/m² são considerados obesos e devem ter atenção redobrada ao realizar atividades físicas. O IMC é calculado dividindo a massa (em kg) do indivíduo pelo quadrado de sua altura (em metros). (IMC=massa/altura)”.