O sedentarismo é considerado o quarto maior fator de risco de mortes no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, três em cada 100 mortes registradas estão relacionadas a doenças que podem ser influenciadas pelo sedentarismo, como diabetes, câncer de mama e de cólon, e doenças cardiovasculares.
E a melhor maneira de evitar o sedentarismo, e suas consequências,
é praticar atividade física regularmente. Além de prevenir as doenças
diretamente ligadas ao excesso de peso, praticar exercícios combate o estresse
e melhora a qualidade do sono, fatores importantes para a manutenção da saúde
mental.
Mas dados de pesquisa do Ministério de Saúde apontam
que mais de 50% dos brasileiros adultos que moram nas capitais não praticam
atividade física.
A recomendação da medicina desportiva é que se
pratique 30 minutos por dia de atividade moderada 5 vezes por semana, ou 20
minutos de atividade de alta intensidade 3 vezes por semana.
“O fato das
pessoas estarem cada vez mais diminuindo as demandas físicas, estimulada também
pela dinâmica da sociedade moderna atual, propicia mudanças que interferem
diretamente em vários sistemas metabólicos, o que causa propensão às doenças
crônicas, como hipertensão, diabetes, alguns tipo de câncer, depressão e doença
coronariana. Praticar atividade física é essencial”, alerta o ortopedista
Rogério Barros, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
na Bahia (Sbot-BA).
Sedentarismo e o câncer de mama
Especialistas garantem que, aliada a uma alimentação
saudável, a prática regular de atividade física é capaz de prevenir 30% dos
casos de câncer.
Recentemente estudos científicos comprovaram que o
sedentarismo está entre os fatores de risco modificáveis de maior impacto na
prevenção do câncer, e para aqueles que já tiveram o diagnóstico, se manterem
ativo é importante inclusive para aumentar a sobrevida no caso de câncer de
mama.
No entanto, segundo informações do Núcleo de Oncologia
da Bahia (NOB), apenas 13% das pacientes em tratamento praticam os níveis
recomendados de atividade física, e em todo o país as mulheres se exercitam
menos do que os homens, segundo dados do Ministério da Saúde.
“Cerca de duas mil mortes por ano por câncer de mama
no Brasil poderiam ser evitadas combatendo o sedentarismo. Precisamos mudar
essa estatística!”, reforça a oncologista do NOB, Renata Cangussú.
População jovem sedentária
Dados da OMS mostram que 80% da população jovem e
adolescente do mundo não pratica atividade física suficiente, nem o mínimo
recomendado pela OMS para a faixa etária de 12 a 18 anos, que é de 60 minutos
semanais.
Diante desse cenário, a OMS lançou em 2018 o “Let’s Be
Active” (Vamos Ser Ativos), um plano mundial que tem como meta reduzir o
sedentarismo entre adolescentes e adultos até 2030. O projeto destaca 20 pontos
que deverão ser seguidos pelos países a partir de ações envolvendo quatro
pilares: sociedade, ambiente, pessoas, e o sistema.
Em algumas partes do mundo o sedentarismo atinge até
70% da população e o impacto disso para a saúde é muito alto, assim como e os
custos financeiros. Segundo dados da OMS, em todo o mundo a inatividade custa
54 bilhões de dólares em assistência médica direta, com grande parte desse
montante a cargo do serviço público. E 14 bilhões de dólares em perdas
econômicas são atribuídos à queda de produtividade.
Além de provocar o aumento de peso e elevar o risco de
desenvolver doenças crônicas, o sedentarismo deixa o indivíduo menos disposto
para realizar as atividades do dia a dia.
Então se mexa e anima-se! Se não puder fazer atividade
física regularmente, veja essas dicas. Saiba que 30 minutos de atividade diária
já fazem toda a diferença!
• Troque as horas na frente da televisão por
atividades prazerosas
• Leve o cachorro para passear
• Caminhe pelo bairro
• Cuide do seu quintal e jardim
• Brinque com seus filhos e netos
• Adote a bicicleta como meio de transporte
• Se usar o transporte público, desça alguns pontos
antes ou depois e vá caminhando
• Ou deixe seu carro mais distante um pouco e vá
andando até seu destino
• Troque o elevador pelas escadas
• Uma conversa com um profissional de educação física sempre
ajuda na escolha da atividade física mais adequada para você