A depressão é uma resposta ao empobrecimento da
forma de viver que é reduzida a parâmetros de funcionalidade e adequação.
Pessoas pouco sociáveis tendem a desenvolver a doença
Dor de barriga, nas têmporas, nas costas, esses
podem ser os primeiríssimos sinais de que alguém está prestes a mergulhar de
cabeça em um quadro depressivo. Mas esses são sintomas muito genéricos
para o início de um diagnóstico de depressão, mesmo porque há vários subtipos
da doença, e para cada um deles há diferentes indicadores físicos.
Por isso, é necessário realizar um profundo
relatório sobre a vida atual da paciente, incluindo a história, a rotina, os
hábitos e os grupos social e familiar aos quais essa mulher pertence. “Depois
disso, é feita uma análise das mudanças repentinas de comportamento, como a pessoa que tinha como hábito sair com
os amigos semanalmente e inesperadamente abre mão desse convívio”, exemplifica
Pepita Rovira Prunor, psicóloga e psicanalista, vice-presidente da Sociedade
Paulista de Psicanálise (SPP).
Os primeiros sintomas mais associados à depressão são, em geral, psíquicos como “desânimo,
desalento, falta de interesse, falta de motivação, e pode haver também sintomas
físicos como insônia, inapetência e falta de energia física”, esclarece o
professor Miguel Chalub.
Quando o problema ataca
No caso da ansiedade, um dos piores sintomas
são as crises. “Fisicamente a ansiedade também é facilmente identificável. A
paciente fala rápido, às vezes atropela as próprias palavras, pode apresentar
batedeira no peito, suor frio e pupilas dilatadas, assumindo a face da manifestação
mais dramática da ansiedade: a crise de pânico”, descreve Leonard Verea, médico
psiquiatra, especializado em Medicina Psicossomática e Hipnose Clínica (SP). Há
o aumento da adrenalina no corpo, o que deixa a paciente à flor da pele. Por
isso mesmo, queixas de memória, insônia, irritabilidade e impulsividade aumentam.
Porém, a crise em si dura pouquíssimo tempo, cerca de alguns minutos, mas é
capaz de incapacitar a pessoa durante todo esse período.
As consequências para o corpo são diversas, já que a
crise sempre desencadeia sintomas físicos. “O organismo se prepara
automaticamente para uma situação de ameaça, e uma série de mecanismos
adaptativos, entra em funcionamento: liberação de cortisol, aumento de
adrenalina na corrente sanguínea, taquicardia, aumento da frequência
respiratória, redistribuição do sangue, entre outras alterações”, relata o
psiquiatra Pérsio Ribeiro Gomes de Deus, diretor técnico de saúde do Hospital
Psiquiátrico da Água Funda (SP).
Tremores, aumento da secreção urinária, dores do
peito, boca seca, cefaleia e falta de ar são outras consequências do
evento. Isso gera uma grande debilitação: “Ocorre grande exaustão na
pessoa, pois há um gasto energético físico muito grande durante uma crise e,
principalmente, quando acontece repetidas vezes”, comenta o
neuroendocrinologista Felipe Gaia, consultor do laboratório Salomão Zoppi
Diagnósticos.
Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/descubra-os-primeiros-sinais-da-depressao/3254/
- Texto: Fernanda de Almeida e Nathalie Ayres / Foto: Helton Gomes /
Adaptação: Clara Ribeiro