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domingo, 5 de julho de 2015

Fatos que marcaram minha vida

Hoje, ao completar 54 anos de vida, tive a ideia de dividir humildemente com amigos e familiares alguns fatos marcantes da minha vida pessoal, familiar e profissional. Como é quase impossível lembrar-me de todos os acontecimentos, vou relatar os mais importantes, memoráveis e inesquecíveis de minha vida, em ordem cronológica:

     Em 05 de julho de 1961, numa quarta-feira, nasci na casa situada a Praça João Pessoa com os cuidados e trabalho de parto da Cecília parteira. Meus pais Maria da Graça Costa e Josias Costa, já tinham dois filhos, Tonho e Cida, e posteriormente, nasceram Dete e Lourdes.

     Tive uma infância brincando e jogando pelada com meus amigos e irmãos na Praça João Pessoa, e passando finais de semana ou tirando férias escolares no sítio da minha tia Alaíde no Batula ou no sítio do meu tio Zequinha na Fazenda Grande.


Aos 7 anos iniciei meus estudos na 1ª série do primário no Grupo Escolar Guilhermino Bezerra. Precisei levar umas chineladas de minha mãe por não querer ir à escola, mas é claro que fui e continuo estudando até os dias de hoje.

     Em outubro de 1972, quando eu tinha 11 anos, meu pai faleceu por motivo de doença. A partir daquele momento, mãe criou e educou os cinco filhos com amor e dedicação. No final do ano, terminei o 4º ano primário.

     Em janeiro de 1973, fiz a prova de admissão para estudar a 5ª série no Colégio Estadual Murilo Braga e fui aprovado, pois era o sonho de todos os alunos itabaianenses.

     Em 1976, comecei a praticar basquete nas aulas de educação física com o Professor Romilto Mendonça e foi onde surgiu a paixão pelo basquete que posteriormente marcou a minha vida profissional. Participei dos Jogos Estudantis em Aracaju pela a categoria A de basquete. A melhor classificação da minha participação nos jogos foi em 1979, um honroso 4º lugar, com o professor José Antônio Macêdo.

     No final do ano de 1979, concluí o 3º Ano do Segundo Grau, atualmente Ensino Médio.

     Em janeiro de 1980, fiz o vestibular para o Curso de educação física da UFS e fui aprovado, um sonho concretizado, pois desde a 8ª série já tinha decidido sobre a minha futura profissão, ser professor de educação física. Em Abril, um mês após ter iniciado os estudos na UFS, consegui o emprego de professor de educação física no Colégio Estadual Murilo Braga, já que naquela época, o universitário poderia ser contratado pelo Estado. Ainda no mesmo ano, especificamente no mês de Junho, comecei a namorar a aluna Madileide, com quem casei alguns anos depois.

     Nos Jogos da Primavera de 1981, ganhei minha primeira medalha como técnico de basquete pelo CEMB, campeão pela categoria A feminina de basquete, disputando a final contra o Colégio Castelo Branco, na quadra da Associação Atlética de Aracaju. Como técnico de basquete, ganhei mais de duzentas medalhas em competições oficiais com os colégios onde trabalhei.

     Em 1984 e até meados de 1985, fui coordenador de educação física do CEMB e ao mesmo tempo ensinei basquete. Em 1984, criei a Associação Itabaianense de Basquete para organizar, desenvolver e incentivar a prática do esporte em Itabaiana.

     Em agosto de 1985, conclui o curso de educação física da UFS e recebi o diploma no Ginásio de esportes Constâncio Vieira juntamente com os meus colegas e familiares. Mais um sonho realizado com muito esforço e dedicação, pois no período de 1980 a 1985 eu estudava e trabalhava.
  
Durante 6 anos namorei com Madileide e em julho de 1986, nos casamos na Paróquia Santo Antônio e Almas de Itabaiana com as presenças de familiares, amigos e alunos. Neste ano, através de uma ideia minha, a Prefeitura de Itabaiana implantou o Projeto Rua de lazer, nele trabalharam os professores Valtênio, Benjamim, Wilson, Jair e Josiel.

     Em março de 1987, criei o Jornal do Basquete para informar e divulgar as notícias do basquete de Itabaiana.

     Em janeiro de 1988, fui ao colega e amigo Neto, vice-diretor do Colégio Graccho e solicitei o emprego de professor de basquete, fui atendido e trabalhei nesta grande instituição de ensino por 22 anos.
  
Em agosto de 1988, nasceu meu primeiro filho, Júnior; em novembro de 1990, o segundo, Lucas e em fevereiro de 1992, Thiago, três bênçãos de Deus em minha vida.

     Em março de 1989, com a indicação do coordenador Cobrinha, Jairton Guimarães, fui contratado pelo Colégio Salesiano para ensinar basquete. Trabalhei por 21 anos e aprendi muito com os ensinamentos de Dom Bosco, grande educaçdor.

     Em 1993, recebi o convite de Irmã Auxiliadora para dar aulas de basquete no Colégio Dom Bosco, aceitei e continuo até os dias atuais.

     Em 2003, minhas equipes do Colégio Dom Bosco venceram 3 copas sergipana de voleibol em Aracaju e ganhamos o direito de representar Sergipe nos Jogos Estudantis Brasileiro, JEBs, em Brasília. Ao final do ano, a Federação Sergipana de Voleibol, FSV, me escolheu como o melhor técnico de voleibol feminino do Estado.

     Em 2006 e 2007, assisti a duas competições internacionais, o Campeonato Mundial de Basquete feminino, em São Paulo e os Jogos Panamericanos, no Rio de Janeiro, respectivamente. Em ambas, meu filho Júnior viajou comigo.

     Em outubro de 2008, fui homenageado com uma placa pela Secretaria de Estado da Educação na solenidade de abertura do Encontro Estadual de Educação Física pelos relevantes serviços prestados a educação física no Estado.

     Em 2009, criei o Blog Professor José Costa com muita satisfação e orgulho, e que em breve, chegará a marca de 3 milhões de acessos. Ao final do ano de 2009, pedi demissão dos colégios Salesiano e Graccho por motivos pessoais. Sou agradecido pela acolhida e respeito ao meu trabalho por mais de 20 anos.

     Em 2010, recebi o convite de Everton Oliveira para dar aulas de educação física no Colégio O Saber, onde continuo até hoje. Em julho de 2010, conclui a Pós-Graduação em Gestão Ambiental: Recursos naturais e estratégias de sustentabilidade pela Faculdade Educacional Araucária - FACEAR e do Instituto Superior de Educação Avançada – MASTERIDEIA.

O ano de 2013 foi o mais triste para mim e minha família, pelas mortes da avó de minha esposa, Dona Maria, da minha sogra, Dona Bernadete e principalmente de minha mãe, Maria da Graça Costa, a qual devo tudo que sou. Estas três mulheres de fibra marcaram minha vida e de todos os familiares, pois tiveram uma história de amor, dedicação e exemplo de vida as suas famílias. No mês de agosto, tive a alegria do nascimento de minha querida netinha, Laisa, a criança mais linda do mundo.


     Em setembro de 2014, o Sindicato dos Profissionais de Educação Física e o Conselho Regional de Educação Física me homenagearam com um troféu pelo trabalho dedicado à modalidade esportiva Basquetebol no Estado de Sergipe.

     Em abril de 2015, fui homenageado pela Associação Basquete Coletivo pelos 35 anos dedicados ao basquete sergipano como técnico, mestre e amigo do esporte.

     Agradeço a Deus pelos 54 anos de existência e rogo a Ele que continue abençoando e iluminando minha caminhada, concedendo-me muitos e muitos anos de vida para que eu possa  contar mais fatos marcantes de minha vida.

Por José Costa

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Como o cérebro guarda recordações


O armazém das memórias: como o cérebro guarda recordações

O que memorizamos melhor? Por que esquecemos os últimos momentos antes de um acidente? Tudo o que lembramos é real? A resposta a todas essas perguntas está no hipocampo, justo na parte do cérebro onde as vivências permanecem à espera de serem recuperadas.

Como um filme desenhado pela mente onde as coisas importantes sobrevivem ao tempo e as supérfluas se distorcem para desaparecer na exibição. Assim trabalha a memória, influenciada sempre pela emoção que um fato nos desperta e sob o olhar atento do esquecimento, que em ocasiões aparece para molestar e, em outras, para aliviar aquele que sofre. Ambos se encaixam como peças de um quebra-cabeça para configurar a identidade e a história de uma vida, que cada um recupera como quer e pode.

Os especialistas calculam que se conheça apenas 10% do cérebro, o resto praticamente se mantém oculto. Pablo Martínez-Lage, coordenador do Grupo de Estudo de Conduta e Demência da Sociedade Espanhola de Neurologia, assegura que os médicos conheceram por surpresa as partes do cérebro que participavam da memória quando, há 40 anos, operaram um menino que sofria crises graves de epilepsia. “Testaram todo tipo de medicamento e quando viram que não dava resultado, decidiram eliminar o foco epiléptico que se encontrava nos lobos temporais. O paciente H. M. foi curado de sua doença, mas a partir desse momento não conseguiu mais armazenar novas memórias nem recuperar as vivências dos últimos dois anos, embora se recordasse com perfeição do que acontecera antes.”

As melhores memórias

Bhanddanta Vivittabi Vumsa (Myanmar) Demonstrou possuir uma das melhores memórias do mundo quando, em 1974, foi capaz de recitar 16 mil páginas de textos canônicos budistas.
Gon Yangling (China) Recitou mais de 15 mil números de telefone depois de estudar técnicas mnemônicas.
Dominic O'Brien (Inglaterra) Foi oito vezes campeão mundial de memória. Pode lembrar a ordem de cartas de um baralho em 45 segundos e memoriza a ordem exata de 54 maços de cartas em 12 horas.
Akira Haraguchi (Japão) É conhecido por bater o recorde mundial de memorização de dígitos do número pi várias vezes. Sua marca pessoal está em 100 mil dígitos.
Daniel Tammet (Inglaterra) Ostenta o recorde europeu em recitar o número pi e tem uma capacidade assombrosa para o aprendizado de idiomas. Fala 11 línguas e criou uma nova, o mänti, uma mistura de finlandês e estônio.
Carlos Blanco (Espanha) Tem a memória mais prodigiosa da Espanha. Nasceu em Madri em 1986 e começou a falar aos sete meses. Agora domina 14 idiomas, entre eles o egípcio clássico e o hebreu bíblico. É licenciado em Filosofia, Ciências Químicas e Estudos Eclesiásticos.

Isso permitiu saber que a informação que é enviada ao hipocampo se mantém flutuando no circuito da memória até que o cérebro decida armazená-la. Em alguns casos, como demonstrou a história de H. M., isso pode durar até dois anos, o que explica porque ele não conseguia se lembrar de coisas que haviam acontecido nesse tempo.

O cérebro, segundo Martínez-Lage, amadurece durante os primeiros 20 - e até mesmo 30 anos de nossa vida; tudo o que se assimila antes dessa idade é feito sem esforço, nas palavras do neurologista. Mas, a partir dos 40 anos, é mais difícil para o cérebro guardar coisas na memória. A infância é o período da vida em que se retém mais facilmente. As doenças neuronais que afetam a memória por um acidente ou um problema físico muitas vezes transportam os doentes à sua infância, porque as recordações são mais sólidas. Assim, o filme fica preso numa cena que o afetado revive vez ou outra.

Charo Figueres compartilhou com sua mãe o mesmo capítulo todos os dias até o final de seu Alzheimer. Ela acreditava que ainda era criança e perguntava sem cessar por seu irmão. A mãe de Charo se olhava no espelho e falava com “uma senhora mais velha muito simpática” que aparecia no reflexo. Ela lembrava e pedia para sair e confundia sua filha mais velha com sua mãe, “a mãe mais bonita do mundo”, repetia. Suas filhas acham que sua mãe foi feliz, embora tenha vivido todos os dias a mesma história, um conto que para ela era completamente novo e que Charo relata com perfeição, nove anos depois da morte de sua progenitora.

A neuropsicóloga da Associação Nacional de Alzheimer, Virginia Silva, compara esta doença com um vírus que entra no sistema de um computador e arrasa o que encontra, deixando o disco rígido vazio. “O pior de tudo é que o doente perde o que é e o que foi; a memória é identidade e, se é apagada, desaparecemos com ela”, diz Silva.

Outras das regras básicas da Neurologia é que existe uma estreita relação entre as recordações mais permanentes e seus significados emocionais. Assim como um cineasta recorre à música e aos planos curtos para destacar as cenas dramáticas, o cérebro estimula a memória para que armazene aquilo que sentimos com mais força. Martínez-Lage afirma que esta conexão entre o circuito da memória e o emocional se explica também do ponto de vista físico, já que estão ligados anatômica e funcionalmente. “Quem não se lembra do que estava fazendo quando aconteceu o atentado nas Torres Gêmeas?”, pergunta o neurologista. Silva luta contra o esquecimento devastador que acaba pouco a pouco com a identidade de seus pacientes, mas não hesita em agradecer à existência do conhecido “despiste” por seu trabalho de descarga num cérebro “superexplorado”.

“O esquecimento em sua forma habitual é benéfico e ajuda a superar alguns traumas”, diz ele. Segundo a neuropsicóloga, o cérebro podem apagar momentos terríveis como os estupros ou agressões, difíceis de assumir para quem os sofre, de tal forma que a pessoa nunca se lembre deles. Trata-se de um recurso físico contra uma dor emocional que não se pode aceitar.

No lado oposto das recordações ligadas às emoçõe, se encontram as mais recentes, caracterizadas por serem mais efêmeras. Elas se perdem se, em meia hora, o cérebro não for capaz de armazená-los como memória a longo prazo. Os instantes anteriores a um acidente de trânsito não se fixam e em sua maioria são irrecuperáveis. Rosa de las Heras, de 70 anos, não consegue continuar um dos capítulos mais trágicos de seu filme. Ela acordou, vestiu-se e apareceu num hospital, e não se lembra de nada que acontece entre uma coisa e outra. Ela e seu marido viajavam de carro quando este saiu da estrada e bateu contra um muro. Ela ficou duas semanas em coma.

Os neurologistas determinaram em seu diagnóstico que ela padecia de uma síndrome confusional. Rosa se recuperou quase por completo, mas ainda não entende como pode falar durante horas em um italiano perfeito. Foi guia turística durante um tempo na Itália, quarenta anos antes do acidente, mas reconhece que não estava consciente de que se lembrava até que apareceu de forma espontânea. “Dizem que eu falava como um papagaio em italiano e inglês, mas nos últimos anos eu só havia praticado o inglês”, assegura. Martínez-Lage afirma que os idiomas são armazenados na parte esquerda do cérebro e não fazem parte do circuito da memória. “Este caso aconteceu porque durante uma lesão cerebral, o órgão coloca em funcionamento os mecanismos para recuperar seu funcionamento o mais rápido possível, de forma que se potencializou esta parte, trazendo à tona os idiomas aprendidos.”

Outra capacidade é a de memorizar elementos que não estão relacionados pelos fios emocionais. Foi comprovado que o primeiro elemento e o último de toda uma série são facilmente retidos, assim como aquilo que é estranho ou novidade, ou o que se repete de uma forma lógica. Os neurologistas afirmam que a memória é uma das capacidades intelectuais mais apreciadas, mas poucos dedicam tempo para utilizá-la. “Colocamos nosso corpo em forma, vamos à academia e queremos chegar à velhice em bom estado de saúde, mas nunca pensamos que a memória necessita do mesmo tempo e dedicação”, diz Silva.

Surgiram muitos cientistas especializados no estudo da memória desde que, em 1870, o psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus decidiu abrir o caminho da investigação da memória. Seus herdeiros reconhecem que existem tantas lacunas nas ciências neurológicas como as que existem na operação neurocognitiva, objeto de estudo.

Martínez-Lage define duas linhas de atuação neste momento: a ciência básica tenta conhecer as mudanças que acontecem dentro de um neurônio e entre neurônios, quando uma memória é fixada. A neurociência avança para novas técnicas, como a ressonância magnética funcional, que mede a quantidade de sangue que se desloca para determinadas áreas do cérebro num processo de fixação da memória.

Assim, os especialistas podem saber que áreas se ativam e em que momento. Martínez-Lage faz parte da Funcação Cita Alzheimer, que investiga as vantagens dessas técnicas para conhecer como as áreas cerebrais começam a se alterar quando aparecem os primeiros sintomas da doenças: “Se estudamos as pessoas dez anos antes que apareça o problema, poderemos ver os esforços do órgão para compensar as perdas de memória e assim poderemos estimular este processo de compensação.”

Os filmes que o cérebro humano cria têm omissões voluntárias e forçadas, ficam presos num ponto e às vezes voltam ao início. São fotogramas que, unidos em cadeia, dão forma a uma história inacabada que soma vivências a cada minuto, em troca de renunciar a outras. A memória é um balaio de gatos que espera um sentido que só o dono pode oferecer. Em suas emoções está o poder de decidir que recordações quer conservar à espera de que nenhum vírus entre em seu sistema e arrase com o quem você é e com quem foi.

Isso eu já vivi
Mais de 80% dos seres humanos têm um déjà vu ao longo da vida, especialmente nas idades entre os 15 e 25 anos, segundo as pesquisas sobre este fenômeno. Trata-se de uma desordem que consiste na ilusão de viver algo pela segunda vez e lembrar uma situação que na realidade é nova. As causas dessas paramnésias ainda não estão claras, mas os especialistas tentam explicá-las por diferentes pontos de vista. Para os psicanalistas, é uma filtração do inconsciente.

O déjà vu estaria relacionado com as memórias “encobridoras”, instaladas na memória de forma inconsciente e que escondem sensações negativas. Tereza Muñoz pertencem à Assocaição Nacional de Psicanálise e explica esta desordem como uma operação que escapou do inconsciente e se encontra entre este e o pré-consciente, de forma que se faz presente.

Uma hipótese deste campo de estudo assegura que quando uma pessoa sente uma déjà vu, costuma substituir com rostos e situações desejadas uma realidade que lhe causa angústia. Outra teoria mais tradicional diz que este fenômeno se deve ao fato de que as imagens que o olho envia para o cérebro se superpõem, dando lugar a uma sensação de repetição, mas esta análise foi descartada ao comprovar-se que os cegos experimentam paramnésias através do olfato e do som. Para os neurologistas, é uma falha no cérebro que armazena algo de forma repetida.

Tradução: Eloise De Vylder

Fonte: UOL –