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sábado, 9 de dezembro de 2023

Lembranças das festas de Natal em Itabaiana


     A época natalina me traz boas lembranças das festas de natal e ano novo que fizeram parte da minha infância e juventude, e provavelmente da maioria dos itabaianenses e circunvizinhos que nasceram há 30, 40, 50 anos. As festas eram realizadas na Praça João Pessoa, antiga Santa Cruz, a partir da década de 60 e na Praça Etelvino Mendonça, a partir da década de 70.

 

     As melhores lembranças das festas e que não saem da minha memória são das diversões, comidas, jogos, músicas e das apresentações da Chegança Santa Cruz de Zé de Binel. Pelo lado religioso, a principal comemoração do nascimento do Menino Jesus era a Missa do Galo na Igreja Matriz de Santo Antônio e Almas na véspera do Natal. As festas começavam à tarde e se estendiam até a madrugada.


      As diversões eram simples, mas divertiam as pessoas como as barcas, especialmente as de meu pai, Josias Costa, Tio Joãozinho e Pedro funileiro; os carrinhos para as crianças menores de Pedro Guerra; o trivoli de Zé de Cuta; os balanços de Otávio e Samuel e principalmente a onda, que pertenceu a Zé Costa, Pelé e Zé de Bernardo, ponto de paquera entre os jovens. Em 1977, meu primo Zé Costa (in memoriam) comprou e armou uma roda gigante na praça, no ano seguinte ele adquiriu outras diversões e formou o Parque São José, o primeiro de Itabaiana, atualmente Parque Nossa Senhora Aparecida.

 

     Para animar as festas, existia um serviço de som que tocava as músicas de sucesso da época oferecidas às pessoas presentes e também servia para mandar recadinhos de paqueras ou fazer brincadeiras com os amigos. O serviço de som foi realizado ao longo dos anos por João de Deus, Bicudinho, Zé de Álvaro e Xavier, todos bastante conhecidos pelos itabaianenses. Também teve outro locutor que fez sucesso com os recadinhos de amor: Miro Mix, que trabalhou no Bingo Peixoto de 1977 a 1985 e no Parque São José de 1986 até 2008.

 

     Nas festas, existiam comidas para todos os gostos. Geralmente, os adultos e jovens dirigiam-se para os bares armados ao longo da praça e ingeriam bebidas alcoólicas e refrigerantes, arroz com galinha, além de comer caranguejos e outros petiscos. As crianças se deliciavam com algodão doce no palito, pipoca, rolete de cana na taboca, pirulito no tabuleiro, arroz doce, sorvete de ki-suco feito na hora, espetinho de carne com salada, pastel e coscorrão com o acompanhamento do gostoso ki-suco na garrafa de refrigerante, servido à temperatura ambiente.

 

     Muitas pessoas só iam para a festa com o objetivo de jogar, principalmente os homens, pois enquanto as mulheres colocavam os filhos para se divertirem nos brinquedos, eles tentavam ganhar dinheiro ou brindes nos jogos, entre eles: as rifas de goiabada, cigarro ou sardinha; lançar argolas para acertar nas notas de dinheiro colocadas em tábuas pequenas ou caixas de fósforos; roleta de números para tentar ganhar dinheiro; tabuleiro colorido onde a pessoa que acertasse a bola de igual cor ganharia um brinde; jogo do coelho; pescaria de brindes e o bingo Peixoto, que originou o parque do mesmo nome.

 

     A tradição de ganhar presentes não era como nos dias atuais, ganhar um sapato novo e roupas novas era o maior desejo das crianças e adolescentes, e saiba que a maioria das roupas não era feitas em fábrica e sim por costureiras, como minha mãe, Dona Graça (in memoriam), uma das melhores de Itabaiana. A praça se tornava uma passarela para o desfile de figurinos, principalmente pelas mulheres, mas logo uma nuvem de poeira, que era feita pelo caminhar das pessoas encobria todas, e quando voltavam para suas casas as roupas já não mais pareciam novas.

 

      A ornamentação da praça era simples, geralmente com uma enorme árvore de natal colocada no centro. Cada dono dos brinquedos ornamentava com lâmpadas coloridas ao redor deles, dando um belo visual à festa.

 


     Em meados da década de 90, com a construção do espaço para eventos na Praça Etelvino Mendonça, as diversões mais antigas, principalmente as barcas, foram montadas na lateral do Estádio Presidente Médici e o parque ocupou a parte central. A partir desta data, as minhas lembranças já são como pai, pois levava meus filhos às festas sem a presença de alguns brinquedos antigos. Nos últimos anos, tenho levado minha neta para se divertir nos brinquedos do parque e também nas barcas que foram de meu pai.

 

     Nos dias atuais, as festas de Natal e fim de ano são realizadas em casa com a reunião de familiares e amigos para a ceia, troca de presentes e comemoração da entrada do ano novo. Um número bem menor de famílias leva seus filhos para se divertirem no parque, mas, infelizmente, não com as diversões, simplicidade e as comidas das festas de Natal dos tempos passados.

 

Por Professor José Costa

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Lembranças das festas de Natal em Itabaiana


     A época natalina me traz boas lembranças das festas de natal e ano novo que fizeram parte da minha infância e juventude, e provavelmente da maioria dos itabaianenses e circunvizinhos que nasceram há 30, 40, 50 anos. As festas eram realizadas na Praça João Pessoa, antiga Santa Cruz, a partir da década de 60 e na Praça Etelvino Mendonça, a partir da década de 70.

 

     As melhores lembranças das festas e que não saem da minha memória são das diversões, comidas, jogos, músicas e das apresentações da Chegança Santa Cruz de Zé de Binel. Pelo lado religioso, a principal comemoração do nascimento do Menino Jesus era a Missa do Galo na Igreja Matriz de Santo Antônio e Almas na véspera do Natal. As festas começavam à tarde e se estendiam até a madrugada.

 

     As diversões eram simples, mas divertiam as pessoas como as barcas, especialmente as de meu pai, Josias Costa, Tio Joãozinho e Pedro funileiro; os carrinhos para as crianças menores de Pedro Guerra; o trivoli de Zé de Cuta; os balanços de Otávio e Samuel e principalmente a onda, que pertenceu a Zé Costa, Pelé e Zé de Bernardo, ponto de paquera entre os jovens. Em 1977, meu primo Zé Costa (in memoriam) comprou e armou uma roda gigante na praça, no ano seguinte ele adquiriu outras diversões e formou o parque São José, o primeiro de Itabaiana, atualmente Parque Nossa Senhora Aparecida.

 

     Para animar as festas, existia um serviço de som que tocava as músicas de sucesso da época oferecidas às pessoas presentes e também servia para mandar recadinhos de paqueras ou fazer brincadeiras com os amigos. O serviço de som foi realizado ao longo dos anos por João de Deus, Bicudinho, Zé de Álvaro e Xavier, todos bastante conhecidos pelos itabaianenses.

 

     Nas festas, existiam comidas para todos os gostos. Geralmente, os adultos e jovens dirigiam-se para os bares armados ao longo da praça e ingeriam bebidas alcoólicas e refrigerantes, arroz com galinha, além de comer caranguejos e outros petiscos. As crianças se deliciavam com algodão doce no palito, pipoca, rolete de cana na taboca, pirulito no tabuleiro, arroz doce, sorvete de ki-suco feito na hora, espetinho de carne com salada, pastel e coscorrão com o acompanhamento do gostoso ki-suco na garrafa de refrigerante, servido à temperatura ambiente.

 

     Muitas pessoas só iam para a festa com o objetivo de jogar, principalmente os homens, pois enquanto as mulheres colocavam os filhos para se divertirem nos brinquedos, eles tentavam ganhar dinheiro ou brindes nos jogos, entre eles: as rifas de goiabada, cigarro ou sardinha; lançar argolas para acertar nas notas de dinheiro colocadas em tábuas pequenas ou caixas de fósforos; roleta de números para tentar ganhar dinheiro; tabuleiro colorido onde a pessoa que acertasse a bola de igual cor ganharia um brinde; jogo do coelho; pescaria de brindes e o bingo Peixoto, que originou o parque do mesmo nome.

 

     A tradição de ganhar presentes não era como nos dias atuais, ganhar um sapato novo e roupas novas era o maior desejo das crianças e adolescentes, e saiba que a maioria das roupas não era feitas em fábrica e sim por costureiras, como minha mãe, Dona Graça (in memoriam), uma das melhores de Itabaiana. A praça se tornava uma passarela para o desfile de figurinos, principalmente pelas mulheres, mas logo uma nuvem de poeira, que era feita pelo caminhar das pessoas encobria todas, e quando voltavam para suas casas as roupas já não mais pareciam novas.

 

      A ornamentação da praça era simples, geralmente com uma enorme árvore de natal colocada no centro. Cada dono dos brinquedos ornamentava com lâmpadas coloridas ao redor deles, dando um belo visual à festa.

 

     Em meados da década de 90, com a construção do espaço para eventos na Praça Etelvino Mendonça, as diversões mais antigas, principalmente as barcas, foram montadas na lateral do Estádio Presidente Médici e o parque ocupou a parte central. A partir desta data, as minhas lembranças já são como pai, pois levava meus filhos às festas sem a presença de alguns brinquedos antigos. Nos últimos anos, tenho levado minha neta para se divertir nos brinquedos do parque e também nas barcas que foram de meu pai.

 

     Nos dias atuais, as festas de Natal e fim de ano são realizadas em casa com a reunião de familiares e amigos para a ceia, troca de presentes e comemoração da entrada do ano novo. Um número bem menor de famílias leva seus filhos para se divertirem no parque, mas, infelizmente, não com as diversões, simplicidade e as comidas das festas de Natal dos tempos passados.

 

Por Professor José Costa


Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém! Romanos 11:36


segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Lembranças das festas de Natal em Itabaiana


     A época natalina me traz boas lembranças das festas de natal e ano novo que fizeram parte da minha infância e juventude, e provavelmente da maioria dos itabaianenses e circunvizinhos que nasceram há 30, 40, 50 anos. As festas eram realizadas na Praça João Pessoa, antiga Santa Cruz, a partir da década de 60 e na Praça Etelvino Mendonça, a partir da década de 70.

 

     As melhores lembranças das festas e que não saem da minha memória são das diversões, comidas, jogos, músicas e das apresentações da Chegança Santa Cruz de Zé de Binel. Pelo lado religioso, a principal comemoração do nascimento do Menino Jesus era a Missa do Galo na Igreja Matriz de Santo Antônio e Almas na véspera do Natal. As festas começavam à tarde e se estendiam até a madrugada.

     


As diversões eram simples, mas divertiam as pessoas como as barcas, especialmente as de meu pai, Josias Costa, Tio Joãozinho e Pedro funileiro; os carrinhos para as crianças menores de Pedro Guerra; o trivoli de Zé de Cuta; os balanços de Otávio e Samuel e principalmente a onda, que pertenceu a Zé Costa, Pelé e Zé de Bernardo, ponto de paquera entre os jovens. Em 1977, meu primo Zé Costa (in memoriam) comprou e armou uma roda gigante na praça, no ano seguinte ele adquiriu outras diversões e formou o parque São José, o primeiro de Itabaiana, atualmente Miami Park Center.

 

     Para animar as festas, existia um serviço de som que tocava as músicas de sucesso da época oferecidas às pessoas presentes e também servia para mandar recadinhos de paqueras ou fazer brincadeiras com os amigos. O serviço de som foi realizado ao longo dos anos por João de Deus, Bicudinho, Zé de Álvaro e Xavier, todos bastante conhecidos pelos itabaianenses.

 

     Nas festas, existiam comidas para todos os gostos. Geralmente, os adultos e jovens dirigiam-se para os bares armados ao longo da praça e ingeriam bebidas alcoólicas e refrigerantes, arroz com galinha, além de comer caranguejos e outros petiscos. As crianças se deliciavam com algodão doce no palito, pipoca, rolete de cana na taboca, pirulito no tabuleiro, arroz doce, sorvete de ki-suco feito na hora, espetinho de carne com salada, pastel e coscorrão com o acompanhamento do gostoso ki-suco na garrafa de refrigerante, servido à temperatura ambiente.

 

     Muitas pessoas só iam para a festa com o objetivo de jogar, principalmente os homens, pois enquanto as mulheres colocavam os filhos para se divertirem nos brinquedos, eles tentavam ganhar dinheiro ou brindes nos jogos, entre eles: as rifas de goiabada, cigarro ou sardinha; lançar argolas para acertar nas notas de dinheiro colocadas em tábuas pequenas ou caixas de fósforos; roleta de números para tentar ganhar dinheiro; tabuleiro colorido onde a pessoa que acertasse a bola de igual cor ganharia um brinde; jogo do coelho; pescaria de brindes e o bingo Peixoto, que originou o parque do mesmo nome.

 

     A tradição de ganhar presentes não era como nos dias atuais, ganhar um sapato novo e roupas novas era o maior desejo das crianças e adolescentes, e saiba que a maioria das roupas não era feitas em fábrica e sim por costureiras, como minha mãe, Dona Graça (in memoriam), uma das melhores de Itabaiana. A praça se tornava uma passarela para o desfile de figurinos, principalmente pelas mulheres, mas logo uma nuvem de poeira, que era feita pelo caminhar das pessoas encobria todas, e quando voltavam para suas casas as roupas já não mais pareciam novas.

 

      A ornamentação da praça era simples, geralmente com uma enorme árvore de natal colocada no centro. Cada dono dos brinquedos ornamentava com lâmpadas coloridas ao redor deles, dando um belo visual à festa.

 

     Em meados da década de 90, com a construção do espaço para eventos na Praça Etelvino Mendonça, as diversões mais antigas, principalmente as barcas, foram montadas na lateral do Estádio Presidente Médici e o parque ocupou a parte central. A partir desta data, as minhas lembranças já são como pai, pois levava meus filhos às festas sem a presença de alguns brinquedos antigos.

 

     Nos últimos anos, as festas de Natal e fim de ano são realizadas em casa com a reunião de familiares e amigos para a ceia, troca de presentes e comemoração da entrada do ano novo. Um número bem menor de famílias leva seus filhos para se divertirem no parque, mas, infelizmente, não com as diversões, simplicidade e as comidas das festas de Natal dos tempos passados.

 

     Este ano, especialmente, por causa da pandemia, as comemorações terão que ser realizadas com os familiares em casa para evitar a propagação da Covid-19, e ao mesmo tempo, agradecer a Deus por mais um ano de vida, principalmente, com saúde.

 

Por Professor José Costa

sábado, 27 de julho de 2019

Lembranças de quando estudei no Grupo Escolar Guilhermino Bezerra

Tive a satisfação de estudar no período de 1969 a 1972, da 1ª a 4ª série do ensino primário, no Grupo Escolar Guilhermino Bezerra, atualmente, Escola Estadual Guilhermino Bezerra, situada na Praça João Pessoa. A estrutura física da escola, que foi inaugurada em 1936, é quase a mesma comparando aos dias atuais mesmo tendo recebido algumas reformas. Além disso, é a escola mais antiga de Itabaiana.

Na época em que eu era criança, os estudos começavam aos 7 anos na 1ª série do ensino primário, o que equivale hoje ao 2º ano do ensino fundamental. Comecei a estudar lá com 7 anos e meio. Sempre estudei a tarde.

Tive o privilégio de ter excelentes e dedicadas professoras nos 4 anos que estudei no Guilhermino Bezerra, foram elas: Estelita Maria Andrade Santana, Ascendina Souza, Maria Euza dos Santos e Suzaneide Noronha Moura. Infelizmente nesta época não tive professor de educação física.

No primeiro dia de aula, minha mãe me levou para a escola, que ficava cerca de 50 metros da minha casa, também situada na Praça João Pessoa. Fui chorando, pois não queria ir, para não me separar dela, e ao chegar à porta fomos recebidos pela graciosa Professora Estelita, que me acolheu com carinho e levou-me para sentar. Naquele tempo, os alunos sentavam em carteiras de dupla, não me lembro com quem sentei. Eu era muito tímido, e, aos poucos, com a atenção da professora, comecei a gostar de estudar e de ir à escola.

Na 2ª série, a Professora foi Ascendina, já senhora e muito carinhosa, tinha uma filha que a substituía quando ia ao médico ou faltava por algum motivo importante.

Na 3ª série, Maria Euza foi a Professora mais “exigente” que tive ao estudar o primário. Lembro-me de que ela tomava a tabuada quase todos os dias no final da aula. Os alunos que acertavam saiam no horário, ou às vezes, um pouco antes do término, mas os que erravam ficavam na sala com ela até concluir seu trabalho. Eu estudava bastante a tabuada para acertar e sair correndo para brincar a tempo no parque infantil, que ficava em frente à escola, pois ele fechava ao final da tarde. Também brincava de pelada com os colegas na Praça João Pessoa, entre o parque e a caixa d’água, que ainda existe, quase de frente ao Banese.

Na 4ª série, estudei com a professora Suzaneide, um amor de pessoa e bastante educada, que nos preparou muito bem para a prova de admissão do Colégio Estadual Murilo Braga. Dessa época, lembro-me dos colegas Zé Carlos, que conserta fogão, Vânia que trabalhou no Ipes de Itabaiana, Antônio Carlos, Tonho Crispim, Bernadete do Banese, Aimoré e Gilmar Carvalho.

A escola tinha poucos funcionários e, talvez por isso, lembro-me de todos. Seu Gentil Santana era o porteiro, uma pessoa simpática e divertida, Dona Iracema Andrade, uma das melhores amigas de minha mãe e minhas primas Nezilda Oliveira e Zefinha Oliveira, esta a merendeira da escola. Dona Zefinha, além de servir a merenda, também vendia picolé de João Babal do Bar Simpatia na hora do recreio. Às vezes, quando o funcionário do bar demorava a trazer os picolés, ela pedia a professora para deixar-me ir buscá-los e quando eu chegava ganhava um lanche extra. Naquela época, o lanche era um copo de leite ninho com chocolate quente, sonho, mingau de aveia e coscorão.

Apesar deste lanche gostoso no recreio, quando meus pais me davam algum dinheiro, eu passava na Bodega de Tonho Cacetinho e comprava bolachão, cocada e balas para merendar na escola, ou levava goiaba da minha casa quando era a época.

O recreio era realizado no pátio, uma parte era coberta e cimentada e a outra descoberta e de areia. Geralmente os meninos brincavam de bola e pega-pega, e foi nesta brincadeira que um dia eu sofri um corte profundo no pé por um caco de vidro e fui levado para casa por Seu Gentil. Imediatamente, minha mãe me levou ao hospital onde peguei alguns pontos e fiquei vários dias sem brincar no recreio.

O Guilhermino Bezerra foi a primeira escola de Itabaiana a receber o Gabinete móvel dentário do SESP onde todos os alunos da escola eram atendidos pelo dentista Dalton knust e pela auxiliar de higienização bucal, Cleide Costa, que faziam o tratamento dentário, higienização e aplicação do flúor.

Em algumas datas importantes, participei do hasteamento da Bandeira Nacional, onde os alunos ficavam enfileirados na rua em frente à escola que a separava da Praça João Pessoa. Na reforma da Praça em 1990, o trecho da rua que ficava entre o Grupo e a mesma foi transformada em um espaço de passeio com canteiros e bancos.

Recentemente, fiquei muito feliz e orgulhoso em saber que a escola onde estudei quando criança, obteve a maior nota do IDEB, (5,9) da rede estadual de ensino de Itabaiana. Uma vitória dos 133 alunos matriculados e dos 21 funcionários que se revezam em 2 turnos de trabalho para oferecer um ensino de qualidade às crianças itabaianenses.

Professor José Costa - Imagem de Shirley Lucena

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Lembranças dos cinemas em Itabaiana


Uma das melhores lembranças que tenho da minha infância e da juventude era de assistir a filmes, principalmente no Cine Santo Antônio, e provavelmente da maioria dos itabaianenses que nasceram algumas décadas atrás. Os meus filmes preferidos eram os de cowboy com Django, Sartana e Ringo eternizados por suas músicas orquestradas, Mazzaropi, Tarzan e os chineses de lutas e espada.

     Para os que não conheceram ou frequentaram o Cine Santo Antônio, também conhecido como cinema do padre, ele ficava no Edifício Pio XII na Praça João Pessoa que também teve o estúdio da Rádio Princesa da Serra AM a partir de 1978, onde hoje é o Supermercado Nunes Peixoto. O Cine Santo Antônio era enorme com cadeiras de madeira e acolchoadas. Nas laterais ficavam algumas portas grandes e largas, em cada lado existia um corredor onde as pessoas ficavam se refrescando nos dias de calor enquanto aguardavam o início do filme ou batendo papo com os amigos.

     O Cine Santo Antônio foi marco cultural de Itabaiana, porque além de exibir filmes também cedia seu espaço para eventos tais como: shows com cantores nacionais, de calouros e político, a exemplo do lançamento da candidatura de Djalma Lobo para deputado estadual.

     Os filmes eram exibidos à noite e na matinê aos domingos. Quando o público era insuficiente, o dinheiro do ingresso era devolvido, isso aconteceu algumas vezes na sessão do domingo à tarde. Na frente do cinema eram colocados cartazes do filme em exibição e lançamentos. Quando a pessoa passava pela portaria adentrava a um salão onde ficavam expostos cartazes de filmes e do lado direito tinha uma bomboniere que vendia balas, chicletes, drops, pipocas, pirulitos e guloseimas em geral. Um funcionário, Queixinho, era quem colocava os cartazes dos filmes, inclusive em alguns pontos do centro da cidade, a exemplo do Bar Simpatia. 

     Enquanto o público aguardava o início da película, ouvia músicas orquestradas transmitidas nas caixas de som do cinema. Na matinê, as portas laterais eram fechadas para que o ambiente ficasse escuro e a noite as portas ficavam abertas, e quando as luzes eram apagadas, as pessoas gritavam de euforia pelo início do filme. No início, passava um documentário do Canal 100, principalmente sobre o futebol, depois passava os trailers de filmes que entrariam em cartaz e finalmente iniciava o filme. Era comum ao término do filme, as pessoas ficarem olhando o cartaz e as fotos na frente do cinema para relembrar das cenas.

     De tanto frequentar o Cine Santo Antônio ainda tenho lembranças dos funcionários que trabalharam no período a exemplo do gerente João Carteiro, que morava próximo a minha casa, Antônio Santana do Dnocs e seu filho Dode, ambos trabalharam na bilheteria e portaria, Oseas e Mané Roló como porteiros e Roberto, mais conhecido como filho de Deus, operador de máquina, o que passava o filme e Queixinho.

     Comecei assistir a filmes no cine Santo Antônio no final da década de 60 até o início dos anos 90 quando o mesmo parou de exibir as produções cinematográficas. A partir desta data, Itabaiana ficou sem um cinema por causa da febre das locadoras de filmes e dos videocassetes e posteriormente dos DVDs, já que quase todo mundo possuía um em sua casa.

     Tenho lembranças de algumas situações que ocorriam durante as exibições de filmes como: quando a fita do filme quebrava, o operador acendia as luzes enquanto a consertava, e as pessoas impacientes pela demora ficavam batendo as cadeiras de madeira até o reinício da exibição; igualmente ocorria quando faltava energia durante a apresentação, e que às vezes a energia não retornava e as pessoas recebiam o ingresso para voltar outro dia; quando o filme era ruim as pessoas se levantam e iam embora antes do término, geralmente o filme ficava um dia em cartaz, mas quando era bom, ficava a semana toda em exibição; em algumas datas especiais, a exemplo da Sexta-feira Santa, o filme passava em duas sessões seguidas com um ingresso apenas para quem quisesse assistir.

     Teve uma época que bastava mudar o cartaz e eu ia para o cinema, para isso, ganhava alguns trocados pegando carrego com a carroça de mão para Tonho cacetinho, que tinha uma bodega na esquina do Grupo Escolar Guilhermino Bezerra, e ao fazer compras no mercadinho me chamava para ir buscá-las. Também ajudei no bar de Gleide de Dedé de Tutu nos finais de semana para ganhar algum dinheiro e poder ir ao cinema. Meu pai, Josias Costa, morreu quando eu tinha 10 anos e minha mãe recebia a pensão e também trabalhava de costureira, e o dinheiro era pouco.  Certa vez, pedi dinheiro a ela para assisti o filme de Mazzaropi, mas como não tinha, disse que se recebesse o dinheiro de uma costura até à noite me daria, mas com uma condição, eu tinha que varrer o quintal.  Assim o fiz, e depois do café, naquela época não falava jantar, a freguesa pagou-lhe e assim que ela me deu o dinheiro, saí correndo para o cinema, pois sabia que seria casa lotada. Comprei o ingresso, entrei e sentei em uma cadeira de madeira próxima ao corredor do lado direito e ao lado de uma cadeira vazia, foi quando chegou um casal e propôs comprar o meu lugar com o dinheiro correspondente a do ingresso, aceitei e assisti ao filme sentado no batente de uma das portas. Enquanto assistia ao filme, fiquei pensando no que fiz, pois deixei de sentar em um lugar confortável, e que, talvez, mãe tivesse feito um sacrifício em me dá o dinheiro. Ao chegar em casa, mãe estava costurando, coloquei a mão no bolso da bermuda e entreguei o dinheiro a ela que perguntou se eu não tinha ido ao cinema, e respondi que sim. Contando o que tinha acontecido, ela me entregou o dinheiro e disse que era meu e gastasse como quisesse.

     No palco do cine Santo Antônio, apresentavam-se vários cantores de renome nacional da época e eu assisti a alguns shows, entre eles, o de Ronnie Von, Marcio Greyck, Perla paraguaia, Waldick Soriano que geralmente eram acompanhados por seus violinistas e pelas bandas sergipanas Brasa 10 e Los Guaranis. Uma lembrança que tenho de um show foi quando eu ia para o cine Santo Antônio e ao passar no bar de João Marcelo, na Praça João Pessoa, vi Waldick Soriano tomando algumas doses de cachaça. Ele deve ter gostado bastante, pois comprou algumas garrafas e ao passo que caminhava, ia cumprimentando as pessoas que cruzavam com ele pela praça. Vizinha ao cinema, ficava a casa de Zeca Titia onde o cantor pediu para que guardassem as garrafas dele até o término do show. Durante um desses shows, o cantor oportunizou a Queixinho que cantasse para o público com o seu violão, já que o mesmo gostava muito de cantar, mas infelizmente o itabaianense não alcançou a profissão.

Também assisti filmes no Cine Arrojado, que ficava na Rua Barão do Rio Branco, atualmente Lucy Decorações, e sem pagar, já que Arrojado era amigo do meu pai e também me conhecia, pois eu vendia a serviço dele, os escapulários de Nossa Senhora do Carmo, na Praça Fausto Cardoso, na comemoração do dia da santa. O cinema era muito simples com um espaço dividido para exibição de filmes e venda de frutas. O cinema tinha alguns bancos de madeira, as pessoas que chegavam atrasadas assistiam ao filme sentadas no chão ou de pé.

No cine Popular, situado na Rua 13 de maio, onde atualmente é a Rádio Princesa da Serra AM, assisti a poucos filmes, mas o que mais me marcou foi O exorcista, filme de terror, e apesar de não ter a idade exigida pela censura que era de 14 anos, o porteiro me conhecia e permitiu a minha entrada. O Cine Popular era pequeno e tinha dois pavimentos para o público, o maior, que ficava no térreo e o menor, na parte superior. Os cinemas Santo Antônio e Popular eram do empresário José Queiroz da Costa, que também tinha alguns cinemas em Aracaju.

     Atualmente, Itabaiana possui salas de cinema no shopping Peixoto, mas eu não fui ainda assisti um filme, talvez pela facilidade de ver filmes em casa pela netflix, youtube, sky, dvd, computador ou tv, eu sei que não é a mesma coisa, mas nada comparado a simplicidade e o glamour de frequentar o Cine Santo Antônio algumas décadas atrás. Que saudades dos tempos que não voltam mais…

Por Professor José Costa

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Lembranças das festas de Natal em Itabaiana


     A época natalina me traz boas lembranças das festas de natal e ano novo que fizeram parte da minha infância e juventude, e provavelmente da maioria dos itabaianenses e circunvizinhos que nasceram há 30, 40, 50 anos. As festas eram realizadas na Praça João Pessoa, antiga Santa Cruz, a partir da década de 60 e na Praça Etelvino Mendonça, a partir da década de 70.

     As melhores lembranças das festas e que não saem da minha memória são das diversões, comidas, jogos, músicas e das apresentações da Chegança Santa Cruz de Zé de Binel. Pelo lado religioso, a principal comemoração do nascimento do Menino Jesus era a Missa do Galo na Igreja Matriz de Santo Antônio e Almas na véspera do Natal. As festas começavam à tarde e se estendiam até a madrugada.

As diversões eram simples, mas divertiam as pessoas como as barcas, especialmente as de meu pai, Josias Costa, Tio Joãozinho e Pedro funileiro; os carrinhos para as crianças menores de Pedro Guerra; o trivoli de Zé de Cuta; os balanços de Otávio e Samuel e principalmente a onda, que pertenceu a Zé Costa, Pelé e Zé de Bernardo, ponto de paquera entre os jovens. Em 1977, meu primo Zé Costa (in memoriam) comprou e armou uma roda gigante na praça, no ano seguinte ele adquiriu outras diversões e formou o parque São José, o primeiro de Itabaiana, atualmente Miami Park Center.

     Para animar as festas, existia um serviço de som que tocava as músicas de sucesso da época oferecidas às pessoas presentes e também servia para mandar recadinhos de paqueras ou fazer brincadeiras com os amigos. O serviço de som foi realizado ao longo dos anos por João de Deus, Bicudinho, Zé de Álvaro e Xavier, todos bastante conhecidos pelos itabaianenses.

     Nas festas, existiam comidas para todos os gostos. Geralmente, os adultos e jovens dirigiam-se para os bares armados ao longo da praça e ingeriam bebidas alcoólicas e refrigerantes, arroz com galinha, além de comer caranguejos e outros petiscos. As crianças se deliciavam com algodão doce no palito, pipoca, rolete de cana na taboca, pirulito no tabuleiro, arroz doce, sorvete de ki-suco feito na hora, espetinho de carne com salada, pastel e coscorrão com o acompanhamento do gostoso ki-suco na garrafa de refrigerante, servido à temperatura ambiente.

     Muitas pessoas só iam para a festa com o objetivo de jogar, principalmente os homens, pois enquanto as mulheres colocavam os filhos para se divertirem nos brinquedos, eles tentavam ganhar dinheiro ou brindes nos jogos, entre eles: as rifas de goiabada, cigarro ou sardinha; lançar argolas para acertar nas notas de dinheiro colocadas em tábuas pequenas ou caixas de fósforos; roleta de números para tentar ganhar dinheiro; tabuleiro colorido onde a pessoa que acertasse a bola de igual cor ganharia um brinde; jogo do coelho; pescaria de brindes e o bingo Peixoto, que originou o parque do mesmo nome.

     A tradição de ganhar presentes não era como nos dias atuais, ganhar um sapato novo e roupas novas era o maior desejo das crianças e adolescentes, e saiba que a maioria das roupas não era feitas em fábrica e sim por costureiras, como minha mãe, Dona Graça (in memoriam), uma das melhores de Itabaiana. A praça se tornava uma passarela para o desfile de figurinos, principalmente pelas mulheres, mas logo uma nuvem de poeira, que era feita pelo caminhar das pessoas encobria todas, e quando voltavam para suas casas as roupas já não mais pareciam novas.

      A ornamentação da praça era simples, geralmente com uma enorme árvore de natal colocada no centro. Cada dono dos brinquedos ornamentava com lâmpadas coloridas ao redor deles, dando um belo visual à festa.

     Em meados da década de 90, com a construção do espaço para eventos na Praça Etelvino Mendonça, as diversões mais antigas, principalmente as barcas, foram montadas na lateral do Estádio Presidente Médici e o parque ocupou a parte central. A partir desta data, as minhas lembranças já são como pai, pois levava meus filhos às festas sem a presença de alguns brinquedos antigos.

     Nos dias atuais, as festas de Natal e fim de ano são realizadas em casa com a reunião de familiares e amigos para a ceia, troca de presentes e comemoração da entrada do ano novo. Um número bem menor de famílias levaa seus filhos para se divertirem no parque, mas, infelizmente, não com as diversões, simplicidade e as comidas das festas de Natal dos tempos passados.

Por Professor José Costa

domingo, 18 de dezembro de 2016

Lembranças das festas de Natal em Itabaiana

A época natalina me traz boas lembranças das festas de natal e ano novo que fizeram parte da minha infância e juventude, e provavelmente da maioria dos  itabaianenses e circunvizinhos que nasceram há 30, 40, 50 anos. As festas eram realizadas na Praça João Pessoa, antiga Santa Cruz, a partir da década de 60 e na Praça Etelvino Mendonça, a partir da década de 70.

     As melhores lembranças das festas e que não saem da minha memória são das diversões, comidas, jogos, músicas e das apresentações da Chegança Santa Cruz de Zé de Binel. Pelo lado religioso, a principal comemoração do nascimento do Menino Jesus era a Missa do Galo na Igreja Matriz de Santo Antônio e Almas na véspera do Natal. As festas começavam a tarde e se estendiam até a madrugada.

As diversões eram simples, mas divertiam as pessoas como as barcas, especialmente as de meu pai, Josias Costa (in memorian), Tio Joãozinho e Pedro funileiro; os carrinhos para as crianças menores de Pedro Guerra; o trivoli de Zé de Cuta; os balanços de Otávio e Samuel e principalmente a onda, que pertenceu a Zé Costa, Pelé e Zé de Bernardo, ponto de paquera entre os jovens. Em 1977, meu primo Zé Costa (in memorian) comprou e armou uma roda gigante na praça, no ano seguinte ele adquiriu outras diversões e formou o parque São José, o primeiro de Itabaiana, atualmente Miami Park Center.

     Para animar as festas, existia um serviço de som que tocava as músicas de sucesso da época oferecidas às pessoas presentes e também servia para mandar recadinhos de paqueras ou fazer brincadeiras com os amigos. O serviço de som foi realizado ao longo dos anos por João de Deus, Bicudinho, Zé de Álvaro e Xavier, todos bastante conhecidos pelos itabaianenses.

     Nas festas, existiam comidas para todos os gostos. Geralmente, os adultos e jovens dirigiam-se para os bares armados ao longo da praça e ingeriam bebidas alcoólicas e refrigerantes, arroz com galinha, além de comer caranguejos e outros petiscos. As crianças se deliciavam com algodão doce no palito, pipoca, rolete de cana na taboca, pirulito no tabuleiro, arroz doce, sorvete de ki-suco feito na hora, espetinho de carne com salada, pastel e coscorrão com o acompanhamento do gostoso ki-suco na garrafa de refrigerante, servido a temperatura ambiente.

     Muitas pessoas só iam para a festa com o objetivo de jogar, principalmente os homens, pois enquanto as mulheres colocavam os filhos para se divertirem nos brinquedos, eles tentavam ganhar dinheiro ou brindes nos jogos, entre eles: as rifas de goiabada, cigarro ou sardinha; lançar argolas para acertar nas notas de dinheiro colocadas em tábuas pequenas ou caixas de fósforos; roleta de números para tentar ganhar dinheiro; tabuleiro colorido onde a pessoa que acertasse a bola de igual cor ganharia um brinde; jogo do coelho; pescaria de brindes e o bingo Peixoto, que originou o parque do mesmo nome.

     A tradição de ganhar presentes não era como nos dias atuais, ganhar um sapato novo e roupas novas era o maior desejo das crianças e adolescentes, e saiba que a maioria das roupas não era feitas em fábrica e sim por costureiras, como minha mãe, Dona Graça (in memorian), uma das melhores de Itabaiana. A praça se tornava uma passarela para o desfile de figurinos, principalmente pelas mulheres, mas logo uma nuvem de poeira, que era feita pelo caminhar das pessoas encobria todas, e quando voltavam para suas casas às roupas já não mais pareciam novas.

      A ornamentação da praça era simples, geralmente com uma enorme árvore de natal colocada no centro. Cada dono dos brinquedos ornamentava com lâmpadas coloridas ao redor deles, dando um belo visual à festa.

Em meados da década de 90, com a construção do espaço para eventos na Praça Etelvino Mendonça, as diversões mais antigas, principalmente as barcas, foram montadas na lateral do Estádio Presidente Médici e o parque ocupou a parte central. A partir desta data, as minhas lembranças já são como pai, pois levava meus filhos às festas sem a presença de alguns brinquedos antigos.

     Nos dias atuais, as festas de Natal e fim de ano são realizadas em casa com a reunião de familiares e amigos para a ceia, troca de presentes e comemoração da entrada do ano novo. Um número bem menor de famílias leva seus filhos para se divertirem no parque, mas infelizmente não  com as diversões, simplicidade e as comidas das festas de Natal dos tempos passados.


Por Professor José Costa

domingo, 10 de janeiro de 2016

Lembranças do Beco Novo

Há 26 anos que moro na Rua Coronel Sebrão, mais conhecida pela maioria dos itabaianenses como Beco Novo, uma das mais antigas, histórica e tradicional de Itabaiana. Ela tem mais de 1 km de extensão, no início medindo aproximadamente 6 metros de largura e no seu final, 15 metros. A Rua tem mais de 200 imóveis entre casas residenciais e estabelecimentos comerciais, entre eles: mercearias, boutiques, lanchonetes, bares, panificação, salões de cabeleireiros, academia, escola Rotary, lava-jato, frutal, esquadria de ferro e alumínio, loja de informática, borracharia, oficina de moto, abatedouro de aves.

Ao longo dos anos, várias ruas foram dispostas transversalmente à Rua Coronel Sebrão por sua importância no crescimento e desenvolvimento de Itabaiana, que são: Marechal Deodoro da Fonseca, Monsenhor Constantino, Padre Felismino, Miguel Teixeira, Josefa Vieira Santos e Avenida Leandro Maciel.

A Rua Coronel Sebrão é uma das ruas mais movimentadas e importantes de Itabaiana, já que através dela passam milhares de pessoas todos os dias com destino aos conjuntos residenciais, Praça da Juventude, Bairro São Cristovão, Igreja Nossa Senhora do Carmo, Asilo Lar Cidade de Deus, Povoados Serra e Bom Jardim ou que passaram para ir ao Campo Etelvino Mendonça, Módulo Esportivo, Campo do Cantagalo, além da Fazenda Grande. Em breve, estudantes, professores e funcionários irão passar pela rua com destino ao Instituto Federal de Sergipe – IFS.

Tenho boas lembranças e recordações desta rua a partir do final da década de 60, quando aos Domingos, eu e minha mãe, Maria da Graça Costa, visitávamos tia Alaíde, que possui uma casa no primeiro trecho e foi justamente que por causa dele originou o nome Beco Novo.

Lembro-me também que eu e meu pai, Josias Costa, fazíamos visitas aos Domingos à casa do amigo Santinho Moura, barbeiro, e hoje a mesma pertence ao meu irmão Antonio Costa.  Eles ficavam proseando durante toda a tarde e quando tinha jogo de futebol do Itabaiana no Campo Etelvino Mendonça, que ficava a uns 50 metros da casa de Santinho Moura, eu ficava perto da bilheteria esperando Seu Floro do leite comprar o ingresso, pois ele sempre me colocava no campo para assistir ao jogo. Tive a felicidade de assistir aos jogos do time do Itabaiana e principalmente à final quando o time foi campeão em 1969.

     Em frente ao Estádio Etelvino Mendonça existia o sítio de Tancredo, pai do Professor Nivaldo, que foi vendido e há 10 anos começou a ser loteado transformando-se no Conjunto Eucaliptos com centenas de casas residenciais e alguns estabelecimentos comerciais trazendo desenvolvimento à região.

     Quando eu era criança, por várias vezes dormi na casa dos meus avós maternos, Maria Francisca e José Felipe, para logo cedo pela manhã irmos ao sítio do meu tio Zequinha, que ficava próximo à Fazenda Grande, atualmente situado o Conjunto residencial Maria do Carmo Alves.  Ao sairmos da Rua da Vitória, caminhávamos por toda a extensão do Beco Novo, iniciando no fundo da Igreja Matriz de Santo Antônio e Almas até o Cruzeiro, atualmente Bairro São Cristovão. Ao chegarmos ao sítio, tomávamos café e depois eles iam trabalhar na roça enquanto eu tomava banho no tanque ou brincava no terreiro. Ao final da tarde, voltávamos fazendo o mesmo percurso pelo Beco Novo.  

Em 1977, substituindo o Estádio Etelvino Mendonça, foi construído e inaugurado o Módulo Esportivo de Itabaiana, e no mês de maio, algumas turmas de educação física do Colégio Estadual Murilo Braga foram transferidas para lá, e entre elas, a minha do 1º ano cientifico, onde Ronaldo Lima foi o professor e ensinou voleibol. Três vezes por semana me deslocava pelo Beco Novo a pé ou de monareta para fazer as aulas. Em 1978 e 1979, pratiquei basquete com o Professor José Antônio Macedo. Até meados da década de 90, milhares de alunos do CEMB fizeram aulas no Módulo e precisavam passar pelo Beco Novo.

Na década de 80, participei de muitas festas na Sede dos Trabalhadores, o point dos jovens na época, situada na Rua Coronel Sebrão.  Atualmente chama-se de Sociedade Beneficente dos Trabalhadores de Itabaiana, onde acontecem os ensaios da Quadrilha Junina Balança Mas Não Cai, dirigida por Salomão e Nide.  De lá para cá, todos os anos é armado um arraial na rua durante os festejos juninos onde a quadrilha se apresenta para os moradores. Este evento já se tornou tradição cultural na cidade. A Sede dos Trabalhadores  também já foi palco de ensaios do Bloco Margem da Serra que desfilava nas micaretas pelas principais ruas de Itabaiana.

     Em 1980, fiz o vestibular para o curso de Educação Física e fui aprovado. Em Março do mesmo ano ingressei no serviço público e comecei a dar aulas de basquete no Módulo Esportivo e continuei a usar a Rua do Beco Novo como caminho para chegar e voltar do trabalho. Trabalhei no Módulo durante 14 anos e ao longo deste tempo  fiz muitas amizades  com os moradores da Rua, especialmente os que moravam próximo a mim, como: Seu Rufino marceneiro, Chico do DNOCS e Lerino que possuíam bares, Turinha pedreiro, Dona Miúda e outros mais.

     Em Junho de 1980, comecei o namoro com Madileide, que conheci nas aulas de educação física no Módulo, filha de Bernadete e neta de Maria de Gustavo, que moravam nas esquinas da Rua Coronel Sebrão com a Rua Padre Felismino. Foram 6 anos de namoro, e quase todas as noites me deslocava pela Rua do Beco Novo para namorar. Em 1986, casamos e fomos morar na Rua General  José Calazans.

     Em 1988, por indicação do meu primo Zé Carlos do Batula, comprei o terreno vizinho a sua casa, na esquina da Rua Coronel Sebrão com a Avenida Leandro Maciel, e construir minha casa, até que em 1º de Maio de 1990, fizemos a mudança e já são quase 26 anos morando no mesmo local. Ao longo dos anos formei minha família nesta rua e atualmente, meu filho Júnior, o mais velho, mora na casa construída por Tonho de Veríssimo próximo a minha.

     Desde o surgimento do Beco Novo até os dias atuais, já moraram ou moram centenas de famílias, algumas destas conheci e tenho amizades, outras ouvi falar e as demais tenho lembranças  que citarei: Olga, Selma, Beatriz, Djanira, Diva, Luiz de titia, Tota, Sanches, Zé Antônio funileiro, Zé Meu Mano, Maria Branquinha, Helena, Luiz soldado, Nilo base, Toinho macaco, Nancy, Floro do leite, Teteu, Euclides Barraca, Armilino carpinteiro, Peu,  Evilásio, Lulu, Euclides alfaiate, Arinda, Eulina, Esperidião, Chico marchante, Zequinha do bicho, Lourdes e Raul, Dulce de Bonito, Lia, Aurélio dos peixes, Marluce de Miguel Fagundes, Salomão, Rosilda, Laura,  Malhador da maça, Sebastião, Fina, Valdez, Augusto do bar, Durval do açúcar, Oviêdo do carvão, Zé do vinagre,  Lenaldo, Belmiro,Gilza, Manoel de Neo, Tonho de Izelt, Pirrô, Ageninho, Marcos de Fefi, Ofélia, Santo Marceneiro, Berna, Márcia e Mércia, Zé pedreiro, Bernardo, Zé  gordo, Branco da verdura e outros. Peço desculpas por não saber ou não citar o nome de todos os moradores que já residiram ou residem no Beco Novo.

     Ao longo de quase 50 anos como transeunte e morador do Beco Novo, acompanhei e sou testemunha de como  ela foi transformada e melhorada por seus habitantes e pelo poder publico com calçamento a paralelepípedo, rede de esgoto, asfalto e por construções ou reformas de casas que deram novos ares a mesma. Tenho orgulho de morar na Rua Coronel Sebrão, pois ela mora no meu coração, faz parte das minhas lembranças desde criança e onde continuo fazendo inúmeras amizades com seus moradores.

Foto principal extraída do Álbum de Fotografias de Vladimir Souza e Róberio Santos


Por Professor José Costa

domingo, 20 de dezembro de 2015

Lembranças das festas de Natal em Itabaiana

A época natalina me traz boas lembranças das festas de natal e ano novo que fizeram parte da minha infância e juventude, e provavelmente da maioria dos  itabaianenses e circunvizinhos que nasceram há 30, 40, 50 anos. As festas eram realizadas na Praça João Pessoa, antiga Santa Cruz, a partir da década de 60 e na Praça Etelvino Mendonça, atualmente de Eventos, a partir da década de 70.

     As melhores lembranças das festas e que não saem da minha memória são das diversões, comidas, jogos, músicas e das apresentações da Chegança Santa Cruz de Zé de Binel. Pelo lado religioso, a principal comemoração do nascimento do Menino Jesus era a Missa do Galo na Igreja Matriz de Santo Antônio e Almas na véspera do Natal. As festas começavam a tarde e se estendiam até a madrugada.


As diversões eram simples, mas divertiam as pessoas como as barcas, especialmente as de meu pai, Josias Costa (in memorian); os carrinhos para as crianças menores; o trivoli com os cavalos; os balanços e principalmente a onda, ponto de paquera entre os jovens. Em 1977, meu primo Zé Costa (in memorian) comprou e armou uma roda gigante na praça, no ano seguinte ele adquiriu outras diversões e formou o parque São José, o primeiro de Itabaiana.

     Para animar as festas, existia um serviço de som que tocava as músicas de sucesso da época oferecidas às pessoas presentes e também servia para mandar recadinhos de paqueras ou fazer brincadeiras com os amigos. O serviço de som foi realizado ao longo dos anos por João de Deus, Bicudinho, Zé de Álvaro e Xavier, todos bastante conhecidos pelos itabaianenses.

     Nas festas, existiam comidas para todos os gostos. Geralmente, os adultos e jovens dirigiam-se para os bares armados ao longo da praça e ingeriam bebidas alcoólicas e refrigerantes, arroz com galinha, além de comer caranguejos e outros petiscos. As crianças se deliciavam com algodão doce no palito, pipoca, rolete de cana na taboca, pirulito no tabuleiro, arroz doce, sorvete de ki-suco feito na hora, espetinho de carne com salada, pastel e coscorrão com o acompanhamento do gostoso ki-suco na garrafa de refrigerante, servido a temperatura ambiente.

     Muitas pessoas só iam para a festa com o objetivo de jogar, principalmente os homens, pois enquanto as mulheres colocavam os filhos para se divertirem nos brinquedos, eles tentavam ganhar dinheiro ou brindes nos jogos, entre eles: as rifas de goiabada, cigarro ou sardinha; lançar argolas para acertar nas notas de dinheiro colocadas em tábuas pequenas ou caixas de fósforos; roleta de números para tentar ganhar dinheiro; tabuleiro colorido onde a pessoa que acertasse a bola de igual cor ganharia um brinde; jogo do coelho; pescaria de brindes e o bingo Peixoto, que originou o parque do mesmo nome.

     A tradição de ganhar presentes não era como nos dias atuais, ganhar um sapato novo e roupas novas era o maior desejo das crianças e adolescentes, e saiba que a maioria das roupas não era feitas em fábrica e sim por costureiras, como minha mãe, Dona Graça (in memorian), uma das melhores de Itabaiana. A praça se tornava uma passarela para o desfile de figurinos, principalmente pelas mulheres, mas logo uma nuvem de poeira, que era feita pelo caminhar das pessoas encobria todas, e quando voltavam para suas casas às roupas já não mais pareciam novas.

    A ornamentação da praça era simples, geralmente com uma enorme árvore de natal colocada no centro. Cada dono dos brinquedos ornamentava com lâmpadas coloridas ao redor deles, dando um belo visual à festa.

Em meados da década de 90, com a construção do espaço para eventos na Praça Etelvino Mendonça, as diversões mais antigas, principalmente as barcas, foram montadas na lateral do Estádio Presidente Médici e o parque ocupou a parte central. A partir desta data, as minhas lembranças já são como pai, pois levava meus filhos às festas sem a presença de alguns brinquedos antigos.

   Nos dias atuais, as festas de Natal e fim de ano são realizadas em casa com a reunião de familiares e amigos para a ceia, troca de presentes e comemoração da entrada do ano novo. Um número bem menor de famílias leva seus filhos para se divertirem no parque, mas infelizmente não  com as diversões, simplicidade e as comidas das festas de Natal dos tempos passados.

Por Professor José Costa


Créditos da foto: Grupo Itabaiana Grande

domingo, 19 de julho de 2015

11 maneiras de melhorar sua memória

A memória também está relacionada à linguagem. Quando ela não está estruturada, temos dificuldades de decodificar as lembranças, motivo pelo qual não recordamos de fatos que aconteceram quando éramos bebês. Nessa fase da infância, porém, podem existir memórias vinculadas a sensações e aos sentidos. Ainda quando o assunto é a idade, engana-se quem pensa que envelhecimento é sinônimo de perda de memória. O que acontece nessa fase da vida é a diminuição da velocidade de processamento. “É como um processador de computador: um de número cinco será mais veloz que um de número dois”, compara Ivan Hideyo Okamoto, neurologista do Hospital Albert Einstein (SP).

A seguir, conheça 11 maneiras de melhorar sua memória no dia a dia!

1. Maneire no álcool
Álcool e drogas causam lesões neuronais e alterações circulatórias, o que prejudica a memória.

2. Repita uma vez, e outra vez
Memória nada mais é que traçar um caminho no cérebro. A repetição da informação facilita a criação de conexões e fica mais fácil retornar ao trajeto quando necessário.

3. Faça associações
Associar uma informação com fatos já existentes – por exemplo, vincular o nome de uma pessoa que você acabou de conhecer com a imagem de um artista que possui o mesmo nome – ajuda na hora de traçar conexões neuronais e de se lembrar. “Funciona como uma pista, que nos auxilia a encontrar o caminho novamente”, informa Okamoto.

4. Aprenda coisas novas
Vale escovar os dentes com a mão esquerda, aprender um novo idioma ou escolher novas rotas para ir ao trabalho. Tudo isso aumenta nossa reserva cognitiva. “Desafiar o que você não conhece faz aumentar o crescimento dos circuitos neuronais estruturais das memorias de longa duração”, afirma Edson Issamu Yokoo, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo (SP).

5. Leia em voz alta
Possuímos tanto a memória visual quanto a auditiva. Usar as duas melhora o resultado na hora de recordar uma informação.

6. Faça uma coisa por vez
Você prefere estudar ouvindo música?  Várias atividades ao mesmo tempo podem prejudicar a concentração, essencial para a aquisição da memória. “Faça uma coisa de cada vez, com serenidade e a maior concentração que puder”, orienta Yokoo.

7. Relaxe
Mantenha-se relaxado enquanto faz algo. Não é possível dar a atenção devida à alguma informação se estiver tenso e agitado.

8. Realize atividades físicas
A regularidade ativa múltiplos sistemas e ajuda nos processos cerebrais. “Por exemplo, na reconsolidação, nos sistemas de posicionamento corporal, entre outros”, exemplifica Yokoo.

9. Durma bem
Durante o sono, o cérebro consolida o aprendizado e se reorganiza. Uma noite mal dormida faz o cérebro diminuir a atenção e prejudica o armazenamento de informação.

10. Hidrate-se
Isso ajuda os circuitos cerebrais funcionarem. Beba cerca de dois litros de água todos os dias.

11. Abuse dos exercícios mnemônicos
Formule frases, palavras ou trace relações com as letras a ser memorizado. Para a senha FAP, pense na frase “Fui à padaria”. Se lembrar dela, lembrará da senha.

Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/bem-estar/11-maneiras-de-melhorar-sua-memoria/5172/ - Texto Leonardo Valle / Foto: Shutterstock - por Marília Alencar