Na época em que eu era criança, os estudos começavam
aos 7 anos na 1ª série do ensino primário, o que equivale hoje ao 2º ano do ensino fundamental. Comecei a estudar lá com 7 anos e meio. Sempre estudei a tarde.
Tive o privilégio de ter excelentes e dedicadas
professoras nos 4 anos que estudei no Guilhermino Bezerra, foram elas: Estelita
Maria Andrade Santana, Ascendina Souza, Maria Euza dos Santos e Suzaneide
Noronha Moura. Infelizmente nesta época não tive professor de educação física.
No primeiro dia de aula, minha mãe me levou para a
escola, que ficava cerca de 50 metros da minha casa, também situada na Praça
João Pessoa. Fui chorando, pois não queria ir, para não me separar dela, e ao
chegar à porta fomos recebidos pela graciosa Professora Estelita, que me
acolheu com carinho e levou-me para sentar. Naquele tempo, os alunos sentavam
em carteiras de dupla, não me lembro com quem sentei. Eu era muito tímido, e,
aos poucos, com a atenção da professora, comecei a gostar de estudar e de ir à
escola.
Na 2ª série, a Professora foi Ascendina, já senhora
e muito carinhosa, tinha uma filha que a substituía quando ia ao médico ou faltava
por algum motivo importante.
Na 3ª série, Maria Euza foi a Professora mais
“exigente” que tive ao estudar o primário. Lembro-me de que ela tomava a
tabuada quase todos os dias no final da aula. Os alunos que acertavam saiam no
horário, ou às vezes, um pouco antes do término, mas os que erravam ficavam na
sala com ela até concluir seu trabalho. Eu estudava bastante a tabuada para
acertar e sair correndo para brincar a tempo no parque infantil, que ficava em
frente à escola, pois ele fechava ao final da tarde. Também brincava de pelada
com os colegas na Praça João Pessoa, entre o parque e a caixa d’água, que ainda
existe, quase de frente ao Banese.
Na 4ª série, estudei com a professora Suzaneide, um
amor de pessoa e bastante educada, que nos preparou muito bem para a prova de
admissão do Colégio Estadual Murilo Braga. Dessa época, lembro-me dos colegas
Zé Carlos, que conserta fogão, Vânia que trabalhou no Ipes de Itabaiana,
Antônio Carlos, Tonho Crispim, Bernadete do Banese, Aimoré e Gilmar Carvalho.
A escola tinha poucos funcionários e, talvez por
isso, lembro-me de todos. Seu Gentil Santana era o porteiro, uma pessoa
simpática e divertida, Dona Iracema Andrade, uma das melhores amigas de minha
mãe e minhas primas Nezilda Oliveira e Zefinha Oliveira, esta a merendeira da
escola. Dona Zefinha, além de servir a merenda, também vendia picolé de João
Babal do Bar Simpatia na hora do recreio. Às vezes, quando o funcionário do bar
demorava a trazer os picolés, ela pedia a professora para deixar-me ir
buscá-los e quando eu chegava ganhava um lanche extra. Naquela época, o lanche
era um copo de leite ninho com chocolate quente, sonho, mingau de aveia e coscorão.
Apesar deste lanche gostoso no recreio, quando meus
pais me davam algum dinheiro, eu passava na Bodega de Tonho Cacetinho e
comprava bolachão, cocada e balas para merendar na escola, ou levava goiaba da
minha casa quando era a época.
O recreio era realizado no pátio, uma parte era
coberta e cimentada e a outra descoberta e de areia. Geralmente os meninos
brincavam de bola e pega-pega, e foi nesta brincadeira que um dia eu sofri um
corte profundo no pé por um caco de vidro e fui levado para casa por Seu Gentil.
Imediatamente, minha mãe me levou ao hospital onde peguei alguns pontos e fiquei
vários dias sem brincar no recreio.
O Guilhermino Bezerra foi a primeira escola de Itabaiana
a receber o Gabinete móvel dentário do SESP onde todos os alunos da escola eram
atendidos pelo dentista Dalton knust e pela auxiliar de higienização bucal, Cleide
Costa, que faziam o tratamento dentário, higienização e aplicação do flúor.
Em algumas datas importantes, participei do
hasteamento da Bandeira Nacional, onde os alunos ficavam enfileirados na rua em
frente à escola que a separava da Praça João Pessoa. Na reforma da Praça em
1990, o trecho da rua que ficava entre o Grupo e a mesma foi transformada em um
espaço de passeio com canteiros e bancos.
Recentemente, fiquei muito feliz e orgulhoso em
saber que a escola onde estudei quando criança, obteve a maior nota do IDEB,
(5,9) da rede estadual de ensino de Itabaiana. Uma vitória dos 133 alunos matriculados
e dos 21 funcionários que se revezam em 2 turnos de trabalho para oferecer um
ensino de qualidade às crianças itabaianenses.
Professor José Costa - Imagem de Shirley Lucena