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terça-feira, 1 de janeiro de 2019

2018: ano especial em minha vida!


Todos os meus 57 anos foram especiais em minha vida, mas nada comparado a 2018, com momentos inesquecíveis e importantes que vou compartilhar com os meus amigos: em janeiro, no lançamento do Guia Comercial e Cultural de Itabaiana, fui um dos homenageados com o Troféu Revista Impactos por apoiar a cultura no município serrano; em março, adquiri a concessão do INSS da minha aposentadoria após ter trabalhado como Professor de Educação Física por 30 anos nos Colégios Graccho Cardoso, Salesiano, Dom Bosco e O Saber; ainda em março, fiz uma viagem inesquecível a Curitiba para participar do Retiro nacional “Evangelizar é preciso” do Padre Reginaldo Manzotti com minha esposa Madileide, as minhas irmãs Cida e Lourdes e meus sobrinhos Matheus e Felipe; em maio, fui homenageado pela Associação Itabaianense de Basquete pela dedicação ao esporte itabaianense por 34 anos; em julho, comemorei 57 anos de vida junto aos meus familiares; em Agosto, viajei a Santa Catarina com minha esposa Madileide, meu filho Lucas e sua noiva Jacquiciene, meu irmão Tonho e sua esposa Deise, minha irmã Cida e meus sobrinhos Matheus e Felipe onde visitamos Beto Carrero, Blumenau e Florianópolis; em outubro, viajei a São Paulo com minha esposa Madileide, minhas irmãs Cida e Lourdes e meus sobrinhos Matheus e Felipe para as comemorações dos 40 anos da Restauração da imagem de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte, também visitamos a Catedral de Frei Galvão em Guaratinguetá, a Catedral de Lorena, a Canção Nova em Cachoeira Paulista e São Paulo capital; em novembro, participei do Encontro dos colegas da Turma de 1979 do Colégio Estadual Murilo Braga; em dezembro, fui um dos homenageados pela CDL de Itabaiana com a Homenagem Especial de 2018, “honraria reservada a personalidades ou entidades que prestam relevantes serviços a classe lojista”; ainda em dezembro, fui um dos professores homenageados na formatura da 3ª série do ensino médio do Colégio O Saber, com o Troféu Oscar na categoria Espirito Jovem; participei das confraternizações de fim de ano das famílias Costa e Carvalho com esposa, filhos, irmãos, sobrinhos, cunhados, noras, primas; durante o ano letivo tive o orgulho e satisfação de lecionar e conviver com centenas de alunos dos colégios Dom Bosco e O Saber; este ano passei mais tempo brincando com a minha netinha Laisa e tive o orgulho de vê-la formada em Doutora do ABC, momentos inesquecíveis. Agradeço a Deus pelos 365 dias de bênçãos divinas, paz, saúde e prosperidade em minha vida, de minha esposa Madileide e dos meus filhos Júnior, Lucas e Thiago.

Com as graças e bênçãos de Deus espero que 2019 seja um ano melhor que foi 2018 e possa concretizar mais sonhos e projetos ao lado dos meus familiares, amigos e alunos.

José Costa

sábado, 29 de dezembro de 2018

6 grandes momentos da ciência em 2018 – e um não tão bom assim


Em 2018, os cientistas descobriram formigas enfermeiras, encontraram um lago em Marte e inventaram um novo jeito de observar o céu: neutrinos.

Vamos começar a retrospectiva de 2018 com uma história um pouquinho mais antiga. Em 1919, uma comitiva de astrônomos gringos se dirigiu à cidade de Sobral, interior do Ceará, para observar o céu durante um eclipse solar. A missão deles era avaliar se a luz de estrelas distantes era distorcida pela gravidade massiva do Sol quando passava perto dele.

É que alguns anos antes, em trabalhos publicados em 1905 e 1911, um cara levemente genial chamado Albert Einstein havia previsto que sim: gravidade é um negócio que distorce o tecido da realidade; dobra o espaço e o tempo e obriga até a luz a fazer curva. No limite, permite viagens no tempo – ainda que essa seja uma possibilidade teórica, essencialmente impossível de se realizar na prática.

Lembre-se: estamos em 1919. Isso é 40 anos antes da época em que se passa a série de TV Mad Men. E em Mad Men homens ainda andavam de terno e chapéu e mulheres usavam anáguas por baixo dos vestidos. Se você, de calça jeans no século 21, apanha para entender a Teoria da Relatividade, imagine o que foi para alguém da época inventá-la.

Pois é, calhou que era verdade. A comitiva de Sobral viu a luz ser distorcida da maneira exata que Einstein havia previsto. No dia seguinte, a notícia era capa de todos os jornais do mundo. É difícil para nós, da SUPER, imaginar a alegria dos repórteres que estavam de plantão naquele dia. Não é sempre que um jornalista de ciência pode dar uma bomba dessas – afirmar, na capa, que um cara, sozinho, mudou a história da civilização.

Isso é porque gênios são raros. Descobertas, normalmente, são feitas passo a passo. E os passos são minúsculos. Eles são o resultado do esforço colaborativo de centenas de pessoas (nem todas de avental branco), que organizam experimentos longos e complicados para tirar conclusões que, muitas vezes, um leigo sequer é capaz de entender. Os jornalistas tentam extrair, dessas conclusões, as que são mais interessantes ou simples de explicar – e, assim, transmitir um pouco do fascínio que move essa Sociedade dos Poetas Mortos chamada Ciência, com “C” maiúsculo.
Em 2018, como geralmente acontece, não houve nenhum Einstein. Mas teve muita Ciência do jeito que ela é: sangue, suor e lágrimas. Relembrando:

1. Formigas enfermeiras
Em fevereiro, a equipe de Erik Frank, biólogo da Universidade de Würzburg, publicou um artigo relatando como as formigas da espécie Megaponera analis agem como enfermeiras de guerra: resgatam as colegas feridas em combates com outros insetos, limpam os ferimentos e até aplicam substâncias de função antibiótica. As veteranas voltam para a linha de frente depois da cicatrização. Relembre aqui.
 Formigas africanas resgatam os feridos em expedições de caça – limpam os ferimentos, aplicam antibiótico e os carregam para casa. quase um terço da colônia é composta de veteranos de guerra salvos.
Formigas africanas resgatam os feridos em expedições de caça – limpam os ferimentos, aplicam antibiótico e os carregam para casa. quase um terço da colônia é composta de veteranos de guerra salvos. (Estevan Silveira/Superinteressante)
Frank e seus colegas sabem disso porque, entre 2013 e 2015, eles assistiram de camarote a 420 expedições de formigas, organizadas por 52 formigueiros. Pode parecer muito trabalho para uma conclusão simples. É muito trabalho para uma conclusão simples. Mas vale a pena porque o comportamento nossas amigas analis é exemplo de algo maior: como a seleção natural pode dar origem a comportamentos altruístas em sociedades animais (como a nossa).
Na teoria, a seleção natural deveria premiar seres vivos egoístas: como eles agem de maneira a beneficiar a si próprios, eles naturalmente sobrevivem mais tempo e deixam mais prole. Já os seres vivos bobos e prestativos, que gastam energia com os outros, perdem na luta pela vida. Por causa disso, sempre foi um desafio explicar a existência da bondade – seja entre formigas, seja entre nós.
A coisa muda de figura quando percebemos que um gene que te estimula a ajudar pessoas próximas acaba, por tabela, ajudando a preservar as cópias dele que moram no corpo dos seus parentes próximos: pais, irmãos, filhos… Assim, o altruísmo ganha uma explicação matemática: um gene que colabora com seus clones em outros corpos aumenta o número de si mesmo na população. Você pode entender o fenômeno nesta matéria da SUPER de junho.
As formigas, portanto, são uma pequena colaboração à grande aventura de entender o comportamento animal. Um exemplo lindo de ciência feita em 2018.

2. Bebês editados
Às vezes, cientistas abandonam a cautela dos pequenos passos no desejo de virar notícia. E aí erram. O pesquisador chinês He Jiankui afirmou, em novembro, que havia criado um par de gêmeas humanas com o DNA editado pela técnica CRISPR-Cas9. A ideia era torná-las resistentes ao vírus causador da AIDS, o HIV. Os pais das crianças eram soropositivos.
Ninguém sabe se Jiankui realmente fez isso – não há nenhum artigo científico que descreva a peripécia, e ninguém viu as cobaias recém-nascidas. Mas isso não torna a alegação menos grave.
O primeiro problema é prático: a técnica CRISPR-Cas9 (que você pode entender melhor aqui) nunca foi submetida à bateria de testes clínicos pelos quais qualquer medicamento e terapia sérios precisam passar antes de serem aplicados em humanos. Ninguém sabe ao certo quais são os riscos e efeitos colaterais de se copiar e colar trechos de DNA como se faz com textos no computador. Há evidências, por exemplo, de que genes sem relação com o gene-alvo podem ser modificados acidentalmente pela técnica.
O segundo é ético: editar DNA para curar doenças não é diferente de customizar genes para mudar características físicas ou comportamentais de um bebê. As ferramentas para fazer isso ainda precisam ser aperfeiçoadas, mas já estão nas mãos dos cientistas.
Crianças produzidas sob encomenda, de acordo com as especificações dos pais, são uma assustadora versão século 21 da eugenia – a ideia de “melhoramento genético” da espécie humana por meio da reprodução seletiva de indivíduos mais aptos e a castração dos supostamente incapazes.

3. Lago de gelo em Marte
Em julho, dados de radar de uma sonda não-tripulada da Agência Espacial Europeia (ESA) revelaram um corpo de água salgada com 20 quilômetros de extensão oculto sob uma calota de gelo no extremo sul de Marte. Essa foi a primeira vez que um acúmulo de H2O estável e razoavelmente grande foi encontrado no Planeta Vermelho – e reacendeu as esperanças de que nosso vizinho planetário possa abrigar formas de vida simples.

4. Sons de Marte
A sonda inSight, da Nasa, chegou ao planeta vermelho em 26 de novembro com a missão de estudar os terremotos marcianos – “martemotos”, para os bem-humorados. Mas veio com um bônus: conseguiu usar seus sismógrafos para registrar o som do vento do planeta. Conclusão? Sons graves se propagam melhor na atmosfera rarefeita de gás carbônico. Os baixistas agradecem. Ouça abaixo:

5. Neutrinos antárticos
Até 2017, havia basicamente dois jeitos de se observar o Universo.

1. Um era o que você já conhece: luz. Luz, para um astrônomo, não é só a luz que os olhos podem ver diretamente – do tipo que permitiu a Galileu descobrir as luas de Júpiter com uma pequena luneta, em 1610. Outros tipos de radiação eletromagnética, como as ondas de rádio e as micro-ondas, podem ser captadas e interpretadas por equipamentos com um alcance muito maior que o do olho humano – e são uma fonte de informação valiosa para estudar objetos distantes.

2. O outro método de observação, bem mais recente, são as ondas gravitacionais: perturbações no próprio tecido do espaço-tempo, que se propagam após colisões violentas entre corpos extremamente densos, como estrelas de nêutrons e buracos negros. Elas são captadas pelo observatório LIGO. Você pode entender melhor o que o LIGO faz aqui.
Em 2018, o observatório IceCube, na Antártica, inaugurou um terceiro jeito de observar o céu. Bem diferente dos dois anteriores, ele funciona por meio da detecção de partículas subatômicas muito discretas chamadas neutrinos.
Neutrinos – ao contrário de quarks e elétrons, que compõem seu corpo, ou de fótons, que compõem a luz – são bastante discretos. Raramente interagem com as coisas. Há 65 bilhões de neutrinos atravessando cada centímetro quadrado do seu corpo neste exato momento.
Nas raras ocasiões em que interagem, porém, causam um rebuliço. Se um neutrino tromba com outra partícula dentro da água – ou do gelo, o que dá na mesma –, ele dá origem a uma porção de outras partículas. Essas partículas são jogadas longe pelo impacto, como bolas de sinuca atingidas pela bola branca. Aceleram tanto, de fato, que vão mais rápido do que a velocidade da luz na água (que é um quarto menor que a velocidade da luz no vácuo – só por isso é possível ultrapassá-la).
Da mesma maneira que um avião gera uma onda de choque quando cruza a barreira do som no ar, uma partícula emana uma luminosidade azulada muito particular quando cruza a barreira da luz na água: a radiação Cherenkov. O que o IceCube é capaz de detectar, portanto, não são os neutrinos em si, e sim a radiação Cherenkov gerada quando eles, por sorte, colidem com alguma coisa.
Com os dados dos 5160 sensores de luz que compõem o IceCube, é possível calcular com precisão de que direção do céu veio cada neutrino. E assim, estabelecer qual foi a estrela (ou até quasar) distante que os produziu. Esses sensores ficam encravados em um pedaço de gelo com um quilômetro cúbico de volume no Polo Sul. Ou seja: o IceCube é uma espécie de Facebook do céu. Envia uma notificação sempre que recebe uma mensagem de um lugar distante.

6. Exoluas?
Da série “legal, mas ainda precisa de confirmação”: em outubro, astrônomos detectaram pela primeira vez um corpo na órbita de um planeta de outra estrela. Em outras palavras, uma lua em outro Sistema Solar. A dita cuja gira em torno do planeta gigante gasoso Kepler 1625b, que é maior que Júpiter. A dupla fica a 8 mil anos-luz da Terra, na direção da constelação de Cisne.
A presença de luas nos planetas de outras estrelas não é uma surpresa: elas são extremamente comuns no Sistema Solar, e não há motivos para pensar que não apareçam em outros lugares. Mas a detecção de uma é um feito técnico notável: atestado na nossa capacidade de observar lugares tão distantes que jamais poderemos visitar.

7. O animal mais antigo
A explosão do Cambriano é o nome dado pelos geólogos ao momento em que animais grandes e complexos surgem repentinamente no registro fóssil, há 541 milhões de anos. Foi um capítulo de evolução acelerada na história natural, em que formas de vida grandes e cheias de truques — como lesmas, caramujos e insetos — pipocaram após bilhões de anos de tédio microscópico e sexo nada entusiasmado entre bactérias.
O bichinho que você na foto acima, batizado de Dickinsonia, é o fóssil animal mais antigo já encontrado: viveu há 558 milhões de anos, 17 milhões de anos antes desse marco zero. E você teve o prazer de acompanhar sua descoberta em 2018. Diga olá para seus ancestrais, humano.


quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Como fazer uma reflexão de final de ano saudável

Analisar o ano que passou e se preparar para o próximo é um hábito benéfico para a saúde emocional e física

Geralmente no final de um ano completa-se um ciclo, e naturalmente ficamos felizes por termos vencido mais uma etapa e temos "esperança" que o próximo ano nos reserve sempre dias melhores. Essa expectativa de felicidade foi construída desde o homem primitivo com a finalidade de aumentar nossas chances de sobreviver. Os rituais de final de um ciclo, ou de final de ano, são muito antigos na história humana. O nosso cérebro tem processos automáticos que rejeitam o sofrimento de dor e buscam o prazer. Nos sentirmos felizes ou termos tal expectativa faz com que depositemos esse desejo no próximo ciclo. Segundo disse o psicólogo e escritor americano Robert Wright, num artigo escrito para a revista Time: "As leis que governam a felicidade não foram desenhadas para nosso bem-estar psicológico, mas para aumentar as chances de sobrevivência dos nossos genes a longo prazo". Logo, o final de ano é um destes momentos de reforço da alegria e de reforço da esperança.

A felicidade não é, portanto, um momento mas sim a consequência de nossa forma de viver ou de enfrentar a vida
No final de um ciclo geralmente fazemos um "fechamento de contas", um "balanço", daquilo que nos havíamos proposto e não conseguimos, o que queríamos e não alcançamos, o que tínhamos e perdemos - inclusive entes queridos. Então, devido a diversos motivos, nesta época também existe uma cobrança excessiva, acompanhada de frustração e sensação de fracasso. Há muitos que se sentem solitários, angustiados, deprimidos e com uma falsa sensação de que todos demais estão felizes. Além disso, este "clima artificial" de alegria exagerada no final do ano pode ser extremamente enganoso e é em grande parte criado pela sociedade de consumo. Comemorações, festas nas empresas, festas com amigos, festa com parentes, presentes e presentes, viagens, gastos... Deixar-se levar por este clima de alegria artificial não é saudável.

Não leve um saldo negativo para o próximo ano
Recomendo a meus pacientes para não acumularem assuntos não resolvidos deixando-os para um outro momento. Temos que tentar resolver as dificuldades a cada dia, pois se não o fizermos corremos o risco de no final do ano eles pesarem muito mais na balança que os assuntos bem resolvidos.
Os planos que não deram certo devem ser revistos de maneira tranquila, com o objetivo de identificar as falhas e não de se culpar. Uma vez identificadas as falhas, busque uma solução, que pode ser inclusive um pedido de ajuda para outra pessoa ou para um grupo, ou, até mesmo, a modificação do objetivo original.

Permita-se ser feliz, independente da época do ano
É muito comum que as pessoas se façam perguntas ao refletir sobre o ano que passou. Acredito que não é possível montar um roteiro de como deve ser esse questionamento interior, pois esta é uma questão muito pessoal. Mas creio ser importante que ela pergunte para si mesma se conseguiu ser feliz.
Um caminho para uma reflexão honesta de fim de ano, assim como os planos para o próximo período, é procurar ser feliz não só nesta época de fim de ano, mas sempre. A pesquisa interior que cada indivíduo pode e deve fazer para buscar ser feliz, e para tal primeiramente consigo próprio, com os que o rodeiam, trabalhando as perdas e dificuldades e transformando-as em lições e crescimento pessoal.
Mas, atenção, é importante não ter a presunção de querer definir o que é felicidade. Gosto da ideia compartilhada por alguns pesquisadores que colocam a felicidade como a soma de três pilares: prazer, envolvimento e significado. Vamos analisar um pouco melhor estes três pontos:
Prazer: pode parecer simplista analisar o prazer, mas ele tem diversas dimensões. A primeira lembrança que normalmente se evoca em relação ao prazer se relaciona ao prazer físico, ligado à satisfação dos instintos. Algumas pessoas, inclusive, priorizam até doentiamente esta forma de prazer - que não é somente o sexual. Contudo, existem outras dimensões do prazer, pois não somos somente um "hominis natura", ou seja, não somos somente instinto. O prazer também tem outras dimensões, como a dimensão afetiva demonstrada no afeto ou no amor aos filhos, afeto ao companheiro(a), afeto aos necessitados (que é um amor altruísta) etc.
Envolvimento: esse conceito seria o equivalente a "participar intensamente de determinado objetivo". Há pessoas que apresentam uma facilidade natural em se envolverem ou "darem tudo de si" em determinada ou até mesmo em qualquer atividade. Vivem de uma maneira extremamente intensa empenhando uma energia que parece ser inesgotável. Sobre este assunto, a pesquisadora I. Pollard estudou a atividade cerebral de monges em estado de meditação através de Pet Scan e verificou que áreas cerebrais específicas se tornavam iluminadas ao Scan quando os Monges atingiam o estado de Bondade Universal ou Alegria Plena, que é o que eles estavam buscando. Neste estado eles estão tão absortos que não percebem o mundo exterior e perdem a noção de tempo. Este estado também pode ocorrer de maneira menos intensa nas situações de grande envolvimento, e mesmo em situações comuns como tocar um instrumento, pintar um quadro, realizar uma pesquisa científica e fazer uma oração.
Significado: desde os tempos antigos, o ser humano procura através da religião respostas para o significado da existência. Segundo o sociólogo e filósofo francês David E. Durkheim, no homem primitivo havia uma noção não muito precisa de que existia algo superior à individualidade. Esta coisa seria a força da sociedade anterior, que sobrevivia e à qual, sem saber, rendiam culto. Se o termo for tomado num sentido amplo, pode-se compreender que esta força era o deus adorado em cada culto totêmico. Posteriormente a noção primitiva, a concepção de divindade evolui com a própria evolução do ser humano chegando-se às Cosmovisões atuais oferecidas pelas principais religiões. Mas a religião oferece muito mais do que respostas quanto ao significado da existência. Diversas pesquisas demonstram o poder benéfico da religião na vida das pessoas, como um estudo publicado por Jeff Levin, um epidemiologista da religião, que apresentou os seguintes resultados: as pessoas que assistem regularmente a serviços religiosos têm taxas mais baixas de doenças e de mortalidade do que aquelas que não frequentam regularmente esses serviços ou que não os assistem e as pessoas que relatam uma afiliação religiosa apresentam taxas mais baixas de doenças cardíacas, câncer e hipertensão, que são as três principais causas de morte nos Estados Unidos.
O significado da vida pode também ser buscado por outros caminhos. O filósofo alemão Martin Heidegger enfatiza o processo ou mecanismo de "afastar-se de si próprio", que é feito imperceptivelmente quando somos contaminados em nossa essência por valores, verdades, desejos e necessidades que não são nossos, e em determinado momento não conseguimos mais nos reconhecer e perdemos o nosso significado. Este mecanismo, infelizmente, é muito utilizado na sociedade de consumo atual. O psiquiatra e psicanalista Carl Gustav Jung, que fundou a psicologia analítica, nos aponta outro caminho, o de nos "apoderarmos de nós mesmos", nos tornarmos pessoa. Naturalmente não utilizei os termos filosóficos em Heidegger, nem os psicoanalíticos em Jung, apenas quis transmitir a ideia de buscarmos sempre a nós mesmos, termos um encontro feliz conosco.

Tente encontrar um equilíbrio
A mensagem que deixo para o início de ano, é o desejo que alcancem o equilíbrio destes três pontos: o prazer que não escraviza, ao contrário delicia; o envolvimento que não esgota, mas energiza; e o significado da existência que nos tira das trevas, e como a luz nos ilumina o caminho.