domingo, 22 de setembro de 2013

Mãe, a sua missão na terra foi cumprida

Em 11 de abril de 1930, nascia no povoado Flechas de Itabaiana uma criança que recebera o nome de Maria da Graça Santiago, filha de José Felipe Santiago e Maria Francisca Santiago, família pobre e de agricultores. Foi batizada na Igreja católica. Tinha dois irmãos, José Felipe Santiago Filho, mais conhecido como Zequinha, era o mais velho, in memorian, e Alaíde Maria Santiago, a mais nova, viva entre nós. 

 Ainda criança, seus pais compraram um sítio no povoado Batula e eles se mudaram para lá a fim de plantar e criar algumas cabeças de gado, ao mesmo tempo morava em uma casa na Rua da Vitória, atualmente Rua General Siqueira.  Aos Domingos, ia à Igreja de Santo Antônio para assistir à missa, e foi numa dessas, que conheceu Josias Costa, pintor renomado na cidade.  Namorou, noivou e casou em 20 de Julho de 1956, aos 26 anos, na Paróquia Santo Antônio e Almas de Itabaiana.

O casal foi morar na Rua 7 de Setembro onde ela teve seu primeiro filho, José Antônio Costa que morreu prematuramente. Posteriormente Josias Costa comprou uma casa na Praça João Pessoa onde nasceram os outros 6 filhos: Antônio Costa, Maria Aparecida Costa, José Costa, Maria Bernadete Costa, Maria de Lourdes Costa e Maria Luzia Costa que morreu com menos de 1 ano de vida.

Em 22 de outubro de 1972, meu pai morreu e minha mãe ficou encarregada de criar os filhos que tinham idades entre 6 e 14 anos. Na época, mãe estava com 42 anos, bonita e jovem, mas não quis casar novamente e assumiu o papel de pai e mãe preferindo nos criar sozinha educando através do seu exemplo, oferecendo os estudos e nos guiando com os ensinamentos de Deus. Mãe viveu e dedicou sua vida aos filhos, foi por causa dela que estudamos, nos formamos e construímos nossas famílias através do seu exemplo de mulher, esposa, mãe e avó. Apesar do pouco estudo, pois ela estudou até a 4ª série do ensino primário, ela fez questão que estudássemos para que um dia fossêmos alguém na vida. Eu e minhas irmãs fomos formados como professores pela UFS e meu irmão como técnico de eletrotécnica na Escola Técnica Federal de Sergipe.

Em 1973, mãe fez uma troca de casa com o Sr. Américo, situada na Rua General José Calazans. Com o restante do dinheiro comprou uma casa do outro lado da Praça João Pessoa onde passamos a morar. Os filhos foram se casando um a um, saindo de casa e construindo suas famílias, até a última a casar, a caçula Lourdes, que ficou morando com ela. A casa da Rua General Calazans foi alugada por alguns anos. Com o casamento de Tonho, mãe desalugou a casa para ele morar até ser transferido para Salvador. Posteriormente eu casei e fui morar na casa até 1990. Com a reforma da casa da Praça João Pessoa, Lourdes fez a mudança para a outra casa e após a sua saída mãe continuou morando nela, principalmente para dormir à noite. Foi Lourdes que morou e cuidou de mãe após os casamentos de todos da família, até o último dia de vida dela.

Com a morte de minha avó em 1976, mãe levou o meu avô para morar conosco, mas infelizmente em 1977, Deus também o chamou para o céu. Em 5 anos, morreram meus avós maternos e meu pai, e com uma força inabalável, mãe superou os acontecimentos e continuou nos criando com a pensão deixada por meu pai e seu trabalho de costureira. Apesar das dificuldades pelas quais passamos nossa mãe sempre se mostrou forte e determinada a nos criar com muito amor, orientando-nos para o caminho do bem e nos apoiando nas decisões que tomávamos.

Após o meu casamento, todos os Domingos eu, minha esposa e meus filhos almoçávamos com minha irmã Lourdes e mãe na casa dela. Há uns 5 anos mãe parou de cozinhar aos Domingos e ia almoçar com a minha irmã e sua família em restaurante. Mas eu não deixei de visitá-la aos Domingos, todas as tardes ia buscá-la para passear, principalmente na casa de minha irmã Cida para bater um papo e tomar um cafezinho.

Mãe foi e sempre será importante, um exemplo, o porto seguro na vida de todos os seus filhos, e principalmente na minha, com lembranças que nunca esquecerei como: Foi ela quem me levou no 1º dia à escola, e como eu não queria separar dela, corri pela Praça João Pessoa até ser pego por meu irmão, tomei umas chineladas, a única vez que mãe me bateu, e me levou até o Grupo Escolar Guilhermino Bezerra, bem próximo a nossa casa; em 1985, ela esteve presente na minha formatura no curso de licenciatura em educação física da UFS, em Aracaju; ficou ao meu lado na igreja no dia do meu casamento a espera da minha esposa; ela me acompanhou no dia da minha operação das amídalas no Hospital São José mesmo eu já casado; ao construir minha casa durante 16 meses, na falta do dinheiro quase todos os meses, ela me emprestava para que a construção não parasse e eu pudesse ter meu lar; ela dava uns trocadinhos aos netos e quando eles pediam sua benção um beijo era dado nas suas cabeças; até hoje não conheci uma pessoa que tivesse a tamanha vontade de viver, tomava seus remédios diários sem reclamar, consultava-se periodicamente com os médicos e fazia fisioterapia constantemente; gostava de passear como nenhuma outra pessoa, apesar dos problemas de saúde com a coluna, perna e ombro e em todos os lugares onde chegava, fazia amizades com facilidade, pois seu jeito meigo de ser cativava as pessoas; nunca a vi irritada, impaciente ou tratando alguém com ignorância, sempre era calma, paciente, bondosa, um amor de pessoa.

Em 16 de setembro de 2013, ao entardecer, Dona Graça, minha mãe, foi chamada por Deus e nos deixou para morar com Ele na eternidade. A saudade é grande, principalmente pelo que ela representou na vida de seus filhos, um exemplo de mulher, esposa, avó e MÃE. Deus está feliz com o seu retorno a casa do PAI, o céu está em festa com a sua presença. No tempo de Deus, logo, logo todos nós estaremos juntos mais uma vez para desfrutarmos da vida eterna.

Maria da Graça Costa, mãe, a sua missão na terra foi cumprida, pois viveu para criar e educar 5 filhos com dignidade sem a presença de um pai. MÃE, a senhora foi um presente de Deus aos seus filhos, obrigado por tudo. Para sempre te amaremos, como é grande o nosso amor por você!

José Costa e irmãos

4 comentários:

  1. Compartilho com você desta dor. Abraços dos parceiros que formam o Esporte e Cidadania.

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  2. Faz parte amigo, a vida é assim. O que fica é o amor, a história e a vida segue... O restante é por conta do Criador!
    Abraço e parabéns pela bela história contada!

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  3. Essa história, acima de tudo, um exemplo de vida! Acredito que a dona Maria da Graça está bem, em um bom lugar...

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