Chegar cedo e sair tarde do escritório pode elevar a sua
moral com o chefe e ajudar na suas perspectivas de carreira, mas pode
prejudicá-lo de outra maneira. Pode não ser uma descoberta surpreendente, mas
uma nova pesquisa confirmou o que já sabemos na prática: existe uma ligação
entre o excesso de trabalho e a redução do bem-estar dos trabalhadores.
A pesquisa constatou que os funcionários que trabalhavam
mais de 50 horas em uma semana sofreram um declínio na saúde física e mental.
“Observamos essa associação entre o vício em trabalho e a saúde física e o
bem-estar mental”, conta a pesquisadora Sarah Asebedo, estudante de doutorado
na Kansas State University (EUA).
“Descobrimos que os
‘workaholics’ – aqueles que trabalham mais de 50 horas por semana – eram mais
propensos a ter um reduzido bem-estar físico, medido pela quantidade de
refeições puladas. Além disso, encontramos uma relação entre o vício em
trabalho e a redução do bem-estar mental, constatada por meio de uma
autoavaliação de depressão”.
O problema torna-se ainda mais complicado quando se analisa
por que os trabalhadores optam por fazer horas extras. Asebedo e sua equipe de
pesquisa de colegas doutorandos, Sonya Britt e Jamie Blue, buscaram descrever
por que os trabalhadores trabalham tanto baseando-se na Teoria da Alocação do
Tempo, proposta pelo economista estadunidense Gary Becker.
“Esta teoria sugere que, quanto mais dinheiro você ganha,
mais propenso você é a trabalhar ainda mais”, explica Asebedo. “O tempo é
interpretado como se fosse um bem de mercado e tivesse um custo. Se você não
está envolvido em atividades relacionadas com o trabalho, então há um custo que
se deve pagar por esse caminho alternativo, no qual você está gastando seu
tempo. Mesmo que você entenda as consequências negativas que o vício em
trabalho traz, você ainda pode se sentir suscetível a continuar trabalhando
porque o custo de não fazê-lo é ainda maior”, completa.
Quando os trabalhadores começam a pensar dessa forma, os
pesquisadores descobriram que eles passam a correr o risco de ser vítima dos
efeitos negativos para a saúde que as horas extras causam. Para ajudar a
minimizar esses sentimentos, os trabalhadores devem entender as limitações do
trabalho. Além disso, eles precisam compreender o papel que o trabalho
desempenha em suas vidas pessoais, dizem os pesquisadores. [Live Science]
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