A maioria dos fatores de risco, como colesterol alto
e hipertensão, pode ser controlada
O AVC é
responsável pela morte de cinco milhões de pessoas no mundo a cada ano, de
acordo com a OMS. No Brasil, a doença mata mais que o infarto: são mais de 100
mil pessoas por ano, segundo o Ministério da Saúde. Outro dado alarmante é que
um em cada seis brasileiros corre risco de sofrer um derrame.
"Popularmente conhecido como derrame, o acidente vascular cerebral é uma alteração do fluxo de sangue no cérebro, que ocorre por falta ou extravasamento de sangue em alguma região do corpo", explica o neurologista André Lima, do Hospital Barra D'or, especialista em prevenção dessa doença.
Mas é possível se prevenir de um AVC, já que a maioria dos fatores de risco para o quadro clínico pode ser evitada. "Quanto mais idade a pessoa tiver, maiores são as chances de derrame e, por isso, os cuidados devem ser redobrados", alerta o neurologista Maurício Hoshino, do Hospital das Clínicas e Santa Catarina. Conheça esses fatores e saiba como combatê-los, além de ficar atento aos sintomas.
Colesterol
alto
O excesso de colesterol no sangue aumenta o
espessamento e endurecimento das artérias. "Placas de colesterol e
conteúdos gordurosos se depositam lentamente na artéria, fazendo com que ela se
feche aos poucos e impeça a passagem de fluxo sanguíneo", explica Maurício
Hoshino. Esse processo provoca arteriosclerose - endurecimento das artérias - e
prejudica a oxigenação do cérebro, aumentando o risco de AVC.
Sedentarismo
e obesidade
A prática de exercícios físicos é fundamental para
controlar praticamente todos os fatores de risco de AVC. Por outro lado, a
falta desse hábito e a obesidade só aumentam as chances. "Pressão alta,
colesterol elevado, diabetes e doenças cardíacas são complicações decorrentes
do excesso de peso e precisam ser prevenidas e controladas com bons hábitos, o
que inclui atividade física regular", alerta Maurício Hoshino.
Má
alimentação
Uma vez que diabetes, colesterol, obesidade e hipertensão
aumentam as chances de AVC, todos os cuidados para controlar essas doenças
servem de prevenção - e a alimentação ganha destaque. Fazer uma dieta
balanceada, moderar o consumo de sódio (para pressão alta), evitar alimentos
ricos em colesterol e gorduras saturadas (frituras), controlar o consumo de
açúcar (para diabetes) são alguns dos hábitos que devem fazer parte da rotina.
Pressão
alta
A pressão alta ocupa o topo do ranking de maiores
causas de acidente vascular cerebral. O neurologista André Lima explica que as
paredes internas das artérias sofrem traumas por causa do fluxo do sangue mais
forte. "Esses traumas formam pequenos ferimentos nas paredes, que podem
obstruir a passagem do sangue (AVC isquêmico) ou romper a parede da artéria
(AVC hemorrágico)", explica. É possível, entretanto, controlar a hipertensão com
medicação e hábitos saudáveis, como reduzir o consumo de sal da alimentação e
praticar exercícios.
Excesso
de açúcar no sangue
O excesso de glicose no sangue - característica do diabetes -
aumenta a coagulação do sangue e o deixa mais viscoso. "Isso diminui o
fluxo de sangue das artérias e pode levar a um AVC", conta André Lima. Além
disso, é comum que pessoas com diabetes também apresentem sobrepeso, colesterol
alto e pressão alta - todos fatores de risco de derrame cerebral. Mas vale
lembrar que esses problemas - inclusive diabetes - podem ser controlados com
tratamento médico regular e hábitos de vida saudáveis.
Tabagismo
Substâncias do cigarro fazem com que a coagulação do
sangue aumente. Com isso, o sangue fica mais grosso e fluxo nas artérias, por
sua vez, fica prejudicado, aumentando as chances de um derrame. "Pessoas
que fumam e usam contraceptivos orais têm riscos maiores ainda, pois os
hormônios dos anticoncepcionais também interferem na coagulação
sanguínea", explica André Lima.
Doenças
do coração
De acordo com o neurologista André Lima, arritmias
cardíacas podem formar pequenos coágulos dentro das artérias e veias do coração.
"Esses coágulos podem ser enviados às artérias cerebrais, provocando um
AVC isquêmico", explica.
O neurologista Maurício Hoshino, do Hospital das Clínicas, de São Paulo, também lembra que há uma série de problemas do coração que podem atrapalhar o fluxo sanguíneo e aumentar as chances de derrame. "Um deles é o Forame Oval Patente (FOP), uma má formação do coração que atinge 15% da população e faz com que coágulos que deveriam ser filtrados pelo pulmão permaneçam na circulação, aumentando o risco de AVC, inclusive, em jovens", explica.
O neurologista Maurício Hoshino, do Hospital das Clínicas, de São Paulo, também lembra que há uma série de problemas do coração que podem atrapalhar o fluxo sanguíneo e aumentar as chances de derrame. "Um deles é o Forame Oval Patente (FOP), uma má formação do coração que atinge 15% da população e faz com que coágulos que deveriam ser filtrados pelo pulmão permaneçam na circulação, aumentando o risco de AVC, inclusive, em jovens", explica.
Sintomas
do AVC
Quem sofrer um AVC do tipo isquêmico (com incidência
três vezes maior que o tipo hemorrágico) tem até quatro horas e meia para ser
socorrido e reduzir o risco de sequelas ou risco de morte, como explica o
neurologista Maurício Hoshino. "É possível perceber os sintomas através da
sigla SAMU, que significa dar um Sorriso, para verificar desvios na boca;
tentar dar um Abraço, para ver se há dificuldade de levantar os braços e tentar
cantar uma Música, para ver se há dificuldade de fala e processamento do cérebro",
conta.
Infelizmente, Hoshino conta que menos de 5% dos pacientes que frequentam o Hospital Santa Catarina e Hospital das Clínicas, onde ele trabalha, chegam antes do período de quatro horas.
Infelizmente, Hoshino conta que menos de 5% dos pacientes que frequentam o Hospital Santa Catarina e Hospital das Clínicas, onde ele trabalha, chegam antes do período de quatro horas.
Fonte: http://www.minhavida.com.br/saude/galerias/14161-saiba-como-evitar-um-avc
- POR LETÍCIA GONÇALVES
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