Jornada de oração e jejum soma-se a mensagem para
todos os católicos
O Papa escreveu uma mensagem aos católicos de todo o
mundo, com indicações para a Quaresma que se inicia esta quarta-feira, na qual
propõe práticas ligadas à oração, jejum e esmola, com atenção aos mais
necessitados.
“A prática da esmola liberta-nos da ganância e
ajuda-nos a descobrir que o outro é nosso irmão: aquilo que possuo, nunca é só
meu. Como gostaria que a esmola se tornasse um verdadeiro estilo de vida para
todos”, escreve Francisco.
A Quaresma, que começa com a celebração de Cinzas, é
um período marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de
preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.
O Papa parte destas práticas tradicionalmente
associadas ao tempo quaresmal para apelar à solidariedade, recordando que
muitos organismos recolhem, nesta ocasião, donativos “em favor das Igrejas e
populações em dificuldade”.
A mensagem apresenta o jejum como “ocasião de crescimento”,
colocando-se no lugar de quem não tem “sequer o mínimo necessário”, afetado
pela fome.
A Quarta-feira de Cinzas é, juntamente com a
Sexta-feira Santa, um dos únicos dias de jejum e abstinência obrigatórios para
os católicos.
Francisco deixa votos de que estes apelos
ultrapassassem as fronteiras da Igreja Católica, dirigindo-se a todos os que se
preocupam com a “iniquidade no mundo” e o “gelo que paralisa os corações”, com
a perda do sentido da humanidade comum.
“Uni-vos a nós para invocar juntos a Deus, jejuar
juntos e, juntamente connosco, dar o que puderdes para ajudar os irmãos”,
apela.
O mesmo apelo inter-religioso estende-se à jornada
mundial de oração e jejum pela paz, convocada para 23 de fevereiro, evocando em
particular as vítimas dos conflitos na R. D. Congo e Sudão do Sul.
“Perante o trágico arrastamento de situações de
conflito em diversas partes do mundo, convido todos os fiéis para uma jornada
especial de oração e jejum pela paz, a 23 de fevereiro, sexta-feira da primeira
semana da Quaresma”, anunciou o Papa.
Francisco alerta, na sua mensagem para a Quaresma
2018, para os “falsos profetas” do dinheiro e do lucro, que considera
responsáveis pela violência e o descarte dos mais fracos.
“O que apaga o amor é, antes de mais nada, a
ganância do dinheiro, raiz de todos os males; depois dela, vem a recusa de
Deus”, adverte.
No que diz respeito à oração e ao recolhimento na
preparação para a Páscoa, o Papa dá ele próprio o exemplo, dedicando seis dias
aos exercícios espirituais de Quaresma, fora do Vaticano, este ano com
orientação do padre e poeta português Tolentino Mendonça, de 18 a 23 de
fevereiro.
“O elogio da sede” é o tema do retiro do Papa
Francisco e da Cúria Romana, na Casa do Divino Mestre, dos religiosos
paulistas, em Ariccia, arredores de Roma.
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