Alimentos ultraprocessados não são exatamente
conhecidos por seus benefícios para a saúde, mas agora um novo estudo apresenta
um dado alarmante sobre este tipo de comida: pesquisadores descobriram que as
pessoas que comem mais alimentos ultraprocessados correm maior risco de câncer.
A maioria dos alimentos é processada até certo
ponto, mas os alimentos ultraprocessados contêm muito mais calorias, sódio e
açúcar. Pesquisas já mostraram que as pessoas que comem alimentos
ultraprocessados tendem a ser mais obesas ou ter excesso de peso, além de ser
mais propensos a ter problemas de coração e circulação ou diabetes. Comer muita
carne processada, como salsichas, também já foi associado a um risco aumentado
de câncer colorretal.
Na nova pesquisa, especialistas analisaram registros
dietéticos de 24 horas de quase 105 mil adultos na França. Os indivíduos
registraram o que comeram em uma lista de 3.300 itens alimentares categorizados
pela forma como eles são processados, usando um sistema chamado NOVA.
Os cientistas descobriram que um aumento de 10% na
proporção de alimentos ultraprocessados na dieta está associado a um aumento
significativo de mais de 10% nos riscos de câncer em geral.
É bom salientar que o estudo estava procurando apenas
uma correlação, não uma causalidade. Os pesquisadores não descobriram que
certos alimentos causam câncer, necessariamente.
“Gorduras e molhos, produtos açucarados e bebidas
ultra-processados foram associados com um risco aumentado de câncer em geral”,
diz o estudo. As pessoas que costumam comer mais alimentos ultraprocessados
também tendiam a fumar mais e se exercitar menos, mas os autores controlaram
essas questões e ainda assim encontraram o elevado risco de câncer.
“A força dos resultados foi bastante surpreendente.
Eles estavam fortemente associados, e fizemos muitas análises sensíveis e
ajustamos as descobertas para muitos co-fatores, e ainda assim, os resultados
aqui foram bastante preocupantes”, diz a co-autora Mathilde Touvier em uma
matéria da rede americana CNN.
Cautela
Alguns especialistas afirmam que os resultados
precisam ser levados em conta, mas também ser aprofundados para serem usados na
prática.
“O que as pessoas comem é uma expressão de seu
estilo de vida em geral e pode não estar causalmente ligado ao risco de
câncer”, diz na matéria Tom Sanders, diretor científico da British Nutrition
Foundation e professor emérito no King’s College de Londres. Sanders, que não
estava envolvido no estudo, adverte que a abordagem de categorizar os padrões
alimentares que dependem de alimentos processados industrialmente em relação
ao risco de doença é nova, mas provavelmente precisa de refinamento antes que
possa ser traduzida em conselhos práticos de dieta”.
Marji McCullough, diretor estratégico de
epidemiologia nutricional da American Cancer Society, sugere cautela sobre a
interpretação do que é responsável pelo risco de câncer associado a alimentos
ultraprocessados. “Este estudo não significa que as pessoas devem pensar ‘se eu
comer este biscoito, eu vou ter câncer’. A mensagem primordial deste estudo foi
na verdade observar um padrão de dieta geral, em vez de um ingrediente
específico, e ele suporta muito do que já sabemos”.
Por exemplo, ela disse que as pessoas que comem
alimentos mais altamente processados provavelmente estão comendo menos
alimentos saudáveis, que podem ajudar a prevenir o câncer. Nutricionistas
recomendam uma dieta rica em grãos integrais, frutas e legumes inteiros em vez
de alimentos com pouco valor nutricional.
Touvier também observou que é um estudo
observacional, o que significa que os cientistas não sabem o que exatamente
está causando o aumento do risco de câncer, mas seu grupo no Sorbonne Paris
Cité Epidemiology and Statistics Research Center planeja observar melhor essa
conexão. “O desafio agora é separar os diferentes alimentos e entender esse relacionamento
para ver o que especificamente tem esse efeito”.
Estudos em animais mostraram que alguns aditivos
colocados nestes alimentos são os candidatos mais fortes por serem
cancerígenos, diz Touvier, “mas precisaria ser visto se eles também são
cancerígenos na população humana”, completa. Touvier adverte que as pessoas não
sejam “muito alarmistas” sobre essa pesquisa. Uma dieta equilibrada e
diversificada deve ser considerada uma das prioridades de saúde pública mais
importantes, recomendam os autores. “Coma comida real e tente limitar itens
ultra processados”, diz Touvier. “Pelo menos até que saibamos mais”. [CNN]
Fonte: https://hypescience.com/alimentos-ultraprocessados-cancer/
- Por Jéssica Maes
Quem fez a pesquisa? Quem pagou por ela? Qual o grupo de amostragem? Onde ela foi publicada? Quem são os cientistas?
ResponderExcluirTudo muito vago... tanto, que chega a ser duvidoso!
Como diziam Adriana Calcanhoto e Erasmo Carlos "tudo o que é bom é ilegal, imoral, ou engorda".