O câncer é um conjunto de mais de cem doenças ocasionadas pelo crescimento desordenado de certas células, que invadem e prejudicam outros tecidos e órgãos. Tais células podem se multiplicar e se espalhar para outras regiões do corpo, causando a chamada metástase. Alguns hábitos ajudam a prevenir o problema, como não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas. Outro fator importante nessa proteção é estar atento à balança e colocar o corpo em movimento.
A prática de atividades físicas é comprovadamente uma das atitudes a serem adotadas para diminuir o risco de câncer. Entretanto, na contramão dessa informação, o que vemos é o mundo enfrentar uma verdadeira epidemia de obesidade e sedentarismo. Esse fenômeno, aliás, já começa a afetar crianças e adolescentes, o que gera consequências de longo prazo, entre elas o aumento no número de casos de tumores.
Só no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), serão cerca de 600 mil novos casos em 2018.
A cada dia que passa, a ciência conquista novos avanços no tratamento dos diferentes tipos da doença. Ainda assim, com a saúde continua valendo a máxima “é melhor prevenir do que remediar”. Daí a importância de aderir, desde cedo, a um estilo de vida mais favorável à prevenção do câncer. As mudanças nos hábitos ainda na infância podem evitar o surgimento de diversas doenças na vida adulta. Saiba, porém, que nunca é tarde para começar a cuidar do corpo.
Não podemos ser defensores da magreza nem da gordura. O equilíbrio é um fator inquestionável para uma vida saudável. Sabemos que o tecido gorduroso participa ativamente do nosso metabolismo e exerce uma grande interferência nos níveis dos hormônios circulantes, o que torna a obesidade um potencial fator de risco para o desenvolvimento de 13 tipos de câncer:
De esôfago
De estômago
De fígado
De mama
De rim
De tireoide
De útero
De cólon (intestino)
De ovário
Mieloma Múltiplo
Meningioma
De pâncreas
De vesícula biliar
Ao observarmos essa questão sob outra ótica, também está documentado que o exercício físico contribui para a redução do risco de 13 tipos de câncer. Alguns deles são comuns àqueles estimulados pela obesidade, embora os mecanismos de proteção não se restrinjam à diminuição do peso e à mudança corporal. Falamos do seguinte grupo de tumores:
De esôfago
De estômago
De fígado
De mama
De rim
De bexiga
De útero
De cólon
De reto
Mieloma Múltiplo
Leucemia Mieloide
De pulmão
De cabeça e pescoço
Entre os mecanismos atribuídos ao papel protetor da atividade física nesse contexto estão a redução da gordura e da disponibilidade de alguns hormônios, a inibição dos processos celulares que induzem o aparecimento do tumor, a melhora da imunidade e também o equilíbrio do trânsito intestinal, o que diminui a exposição dessa região a agentes carcinógenos.
Além disso, os exercícios são frequentemente receitados como auxiliares na recuperação e na reabilitação dos pacientes em tratamento de câncer. E aqui falamos de inúmeros efeitos vantajosos, como alívio da fadiga, redução de dor crônica, melhora do humor e do sono, ganhos em funcionalidade e na participação social. Enfim, tudo que concorre a favor da qualidade de vida.
Um dos benefícios mais notáveis é justamente o combate à chamada fadiga oncológica, a sensação persistente de cansaço e exaustão em decorrência da doença e dos procedimentos terapêuticos necessários. O exercício físico regular é hoje um dos grandes pilares do seu tratamento.
Os estudos recomendam uma média de 150 minutos de exercícios de intensidade moderada distribuídos na maior parte dos dias da semana. O ideal é manter uma rotina ativa, algo que pode ser alcançado com mudanças simples, como a inclusão de caminhadas ou mesmo com o ato de subir e descer escadas. Nos exercícios programados, a orientação é combinar treino aeróbio (caminhada, corrida…) e anaeróbio (musculação, pilates…), sem deixar de fora o aquecimento antes e os alongamentos depois — lembrando que estes não entram na conta dos 150 minutos.
Não vale a pena suar a camisa?
Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/por-que-suar-a-camisa-e-uma-arma-contra-o-cancer/ - Por Dra. Christina May Moran de Brito, fisiatra - Ilustração: Bia Melo/SAÚDE é Vital