Para um atleta, esse “suplemento esportivo” pode parecer bom
demais para ser verdade: aumenta a agilidade, a potência muscular, o tempo de
reação e a resistência ao diminuir a fadiga muscular, ou pelo menos a percepção
de fadiga.
Que suplemento seria esse? Hormônio do crescimento humano?
Esteróides? Não. Na verdade, bastam apenas algumas xícaras grandes de café. O
ingrediente chave é a cafeína, que tem sido estudada há tempos por causa de sua
capacidade de melhorar os aspectos físicos e mentais do desempenho atlético.
Agora, pesquisadores do Reino Unido têm acrescentado mais
uma prova de que a cafeína pode ser a chave para o melhor desempenho de um
atleta: a alta dose de cafeína produziu um aumento na força muscular em ratos
de laboratório, de acordo com um novo estudo. Também proporcionou um aumento na
resistência para o “sub-máximo esforço”, que acontece durante atividades como
corrida de longa distância, jogos de futebol ou até mesmo tênis, em que o
esforço que o atleta faz gasta energia abaixo da sua capacidade total.
Segundo os pesquisadores, uma dose muito alta de cafeína,
provavelmente em comprimidos de pó ou em líquido concentrado, é viável e poderá
revelar-se atraente para um número de atletas que desejam melhorar seu
desempenho.
Os pesquisadores descobriram que a dose de cafeína dada aos
ratos foi suficiente para elevar o nível de cafeína no sangue a cerca de 0,014 gramas por litro
de plasma. Essa quantidade fez com que os ratos tivessem um aumento de potência
de cerca de 6%. Os pesquisadores dizem que o efeito poderá ser o mesmo em
humanos.
Esse nível de cafeína é o máximo que normalmente pode ser
alcançado no plasma sanguíneo de um ser humano. No entanto, concentrações de
cerca de um terço a dois terços maiores do que essa não são incomuns em pessoas
com alta ingestão de cafeína.
O World Anti-Doping Agency (WADA), que regula o uso de
substâncias em competições desportivas internacionais, incluindo os Jogos
Olímpicos, levantou a proibição de cafeína em 2004. No entanto, a cafeína ainda
está na lista de monitoramento. Essa proibição nos faz pensar: qual a vantagem
que a cafeína dá para o corpo do atleta?
Em um estudo recente, que resumiu os resultados de pesquisas
publicadas nos últimos 15 anos, os pesquisadores concluíram que a cafeína
possibilitou uma melhoria significativa em funções cognitivas como atenção,
tempo de reação e processamento mental, bem como benefícios físicos descritos
como aumento do tempo de “exaustão” e diminuição da “percepção de fadiga” no ciclismo
e execução de testes. Tipos de exercícios que exijam resistência apresentaram
melhores resultados do que os tipos que precisam de mais energia de curto
prazo.
E como a cafeína age em nosso corpo para obter esses
resultados? Segundo os investigadores, a cafeína altera os níveis de
neurotransmissores no cérebro. Os produtos químicos em seu cérebro que faria
com que você se sentisse cansado ficam bloqueados, o que lhe dá uma sensação de
alerta permanente. Seu corpo ainda precisa dormir, a cafeína apenas atrasa a
sensação de estar cansado.
Os benefícios fisiológicos também podem provir do fato de
que a cafeína estimula a liberação de gordura na corrente sanguínea. Pode ser
que o aumento do nível de ácidos graxos no sangue permite que os músculos usem
a gordura como combustível e poupem o glicogênio (fonte de carboidrato do
organismo), o que nos permite se exercitar mais.
Outra teoria é que a cafeína estimula o sistema nervoso
central, reduzindo a nossa percepção de esforço, de maneira que sentimos que podemos
continuar em um ritmo cada vez maior por mais tempo. [LifesLittleMysteries]
Fonte:
http://hypescience.com/como-a-cafeina-ajuda-os-atletas/ - Por Natasha
Romanzoti