Não é mais necessário ligar na pizzaria para pedir
uma redonda, certo? Ou ir até o supermercado fazer as compras da semana. Hoje,
atividades tão rotineiras como essas podem ser feitas pelo celular. E acredite:
o mesmo vale para alguns daqueles exames de saúde que todo ano seu médico pede.
Imagine realizar pelo celular ou smartwatch
procedimentos como eletrocardiograma e ultrassom. Ou poder conferir a glicemia
de uma forma tão simples quanto o número de passos que você deu em um dia. Isso
já é realidade.
É claro: não significa que qualquer um poderá fazer
papel de médico. Mas esses avanços prometem tornar muito mais práticos e
acessíveis os cuidados com a saúde. Saiba mais sobre eles:
1. Eletrocardiograma
Em setembro de 2018, a Apple anunciou que a quarta
geração do Apple Watch, lançada em 21 de novembro, traria uma funcionalidade
bem importante para quem precisa ficar de olho na saúde cardiovascular: agora o
relógio inteligente também é capaz de fazer uma espécie de eletrocardiograma,
exame que mede a atividade elétrica do coração e indica se há arritmia ou algum
outro problema com os batimentos cardíacos.
Além de medir a frequência durante e logo após o
exercício, o app do smartwatch também consegue aferir a pulsação quando você
está em repouso – justamente como faz o eletro. O relógio conta com uma
tecnologia que realiza a chamada fotopletismografia, que dispara luz
infravermelha e/ou luz de LED verde para detectar a quantidade de sangue que
está circulando. O líquido que corre em nossas veias e artérias é avermelhado
porque reflete a luz infravermelha e absorve todas as outras.
Quando o ritmo cardíaco acelera, o fluxo sanguíneo
aumenta e, portanto, uma quantidade maior de luz verde é absorvida. Os
dispositivos luminosos atuam junto com condutores que convertem luz em corrente
elétrica e monitoram, constantemente, quanto sangue está passando pelo pulso. A
variação da frequência que os sensores do relógio são capazes de medir é de 30
a 210 batimentos por minuto.
O novo Apple Watch também traz eletrodos na parte
traseira e na coroa (aquela rodinha na lateral), que identificam sinais
elétricos do coração e calculam a pulsação. Basta abrir o app que mede os
batimentos cardíacos e colocar o dedo por alguns segundos na coroa.
A má notícia é que, por questões regulatórias, essa
função só está disponível nos Estados Unidos, por enquanto – ainda que o Apple
Watch Série 4 já esteja à venda no Brasil. Também vale destacar que ele não
substitui o exame feito por um médico. O grau de precisão das medidas feitas
pelo relógio pode variar de pessoa para pessoa, e fatores como tatuagens e
temperatura do corpo e do ambiente podem interferir na leitura dos batimentos.
2. Ultrassom
Um aparelho de ultrassom que se conecta com o
celular, investiga com precisão várias partes do corpo e ainda permite que
médicos em localidades diferentes analisem, pela internet, as imagens
registradas. Ficção científica? Que nada!
Estamos falando do Butterfly IQ, criado pelo
cientista e empresário americano Jonathan Rothberg, fundador da empresa de
tecnologia Butterfly Network. O aparelho, disponível apenas para iPhone,
funciona de uma forma bem simples: um pequeno transdutor se conecta com o
smartphone por um fio e, via aplicativo, permite fazer 13 tipos diferentes de
exames de ultrassom. Na lista estão procedimentos ginecológicos,
musculoesqueléticos, de órgãos pequenos, como a tireoide, e até obstétricos.
O Butterlfy também conta com a Buttlerfly Cloud, um
sistema que permite aos médicos – os únicos que podem adquirir o aparelho –
cadastrar na nuvem as imagens que registram, além de compartilharem estudos
científicos, de modo que todos os usuários do app tenham acesso a esse grande
banco de dados online. Os uploads são ilimitados e podem ser compartilhados de
forma anônima.
Por enquanto, o Buttfly IQ está disponível apenas no
mercado americano, mas é possível fazer uma reserva pelo site porque, em breve,
ele estará disponível em outros países.
3. Medição de glicose
Num futuro próximo, os diabéticos não vão mais
precisar fazer picadas no próprio dedo para saber como está a glicemia ou andar
para cima e para baixo com o aparelho medidor de glicose. Novos recursos estão
sendo desenvolvidos para que esses pacientes possam monitorar o diabetes de uma
forma muito mais precisa e prática – inclusive pelo smartphone.
Um exemplo são os aparelhos desenvolvidos pela
Dexcom, empresa americana especializada em tecnologias para diabetes. Tanto o
Dexcom G5 Mobile CGM System quanto a nova geração, o Dexcom G6 CGM, contam com
um pequeno sensor que analisa os níveis de glicose pela superfície da pele e um
transmissor que se acopla ao sensor e envia as informações via bluetooth para
um aparelhinho da própria Dexcom ou para um celular ou smartwatch compatível
(há opções tanto no sistema Android quanto no iOS).
A empresa foi pioneira em conseguir a aprovação da
FDA (Food & Drug Administration, agência do governo americano que regula
alimentos e bebidas) para um monitor contínuo de glicose que não exige picadas
nos dedos. O sensor – que pode ser colocado na barriga ou na lombar – dura dez
dias, é resistente à água e à movimentação intensa (dá para se exercitar
tranquilamente, segundo o fabricante).
Ao contrário de um medidor comum de glicose, que faz
a dosagem apenas quando utilizado, esse novo sistema monitora o açúcar no
sangue a cada cinco minutos durante todo o período de uso. Para ter ideia, o
número de aferições pode chegar a 288 em 24 horas. O sistema também permite
criar alarmes para quando a glicose atinge níveis muito altos ou baixos. E o melhor
de tudo: no mesmo aparelho que você usa para realizar todas as outras
atividades do dia a dia.
Além dos Estados Unidos, os produtos da Dexcom estão
disponíveis em diversos países da Europa e da Ásia. Não há previsão de chegada
ao Brasil.
Fonte: https://super.abril.com.br/saude/saude-high-tech-exames-que-podem-ser-feitos-pelo-celular-ou-smartwatch/
- Por Luiza Monteiro