No duelo entre as atividades indoor e outdoor,
mapeamos o que você precisa saber para descobrir qual se encaixa mais em seu
perfil
Os dois ambientes apresentam vantagens - e você
pode, inclusive, aliar práticas indoor às outdoor!
Sim, fazer exercício físico dentro ou fora de uma
academia é também uma questão de gosto. Mas não para por aí. Da queima de
calorias ao alívio do estresse, há benefícios a considerar quando você for
escolher em que ambiente vai suar a camisa. A seguir, listamos as principais:
Queima de calorias
Indoor (dentro): se você curte correr na esteira,
mas sempre ouve que as passadas na rua gastam mais energia, saiba que o esforço
ao ar livre pode ser compensado indoor. A sacada vem de uma pesquisa da
Universidade de Exeter, na Inglaterra. “Basta colocar a esteira numa inclinação
de 1% para obter um gasto de energia equivalente”, revela o professor Andrew
Jones.
Outdoor (fora): na rua ou no parque, a principal
razão para o maior consumo de calorias é a resistência do vento. Aliado a um
solo menos homogêneo, ele faz com que a gente se esforce mais e torre energia
extra – tudo, claro, vai depender também do seu ritmo. O senão é que você tende
a parar mais vezes por causa da circulação de pessoas e carros.
Corpo forte
Indoor: A academia não tem popularidade à toa. Ao
reunir diversos aparelhos, halteres e acessórios, facilita um treino apto a
trabalhar vários grupos musculares. Saiba, aliás, que a massa óssea também tira
proveito das sessões. “Exercícios de força ajudam o cálcio a ser absorvido e
mantido pelos ossos”, explica o ortopedista Michal Kossobudzki, do Hospital de
Brasília.
Outdoor: Grama, areia ou asfalto. A variedade dos
ambientes abertos estimula a prática de esportes (inclusive coletivos) e pode
ativar um número maior de músculos, assim como fortalecer os ligamentos. “Essas
mudanças de terreno também melhoram o equilíbrio e a consciência corporal”,
nota o ortopedista André Pedrinelli, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Risco de lesões
Indoor: o bom senso vale tanto para exercícios
dentro como para aqueles fora da academia. Na musculação, o exagero nos pesos é
um dos grandes gatilhos de lesão. A regra é respeitar os limites e maneirar na
empolgação – no supino, no leg press… “As cargas devem ser ajustadas
individualmente e aumentadas gradualmente”, orienta Pedrinelli.
Outdoor: fique esperto porque, apesar de suas
vantagens, a diversidade de terrenos ao ar livre está por trás de distensões ou
torções. “Correr na rua pode levar a locais acidentados, o que aumenta o
impacto sobre as articulações“, avisa Kossobudzki. “Pessoas que já têm problema
no joelho ou quadril devem evitar esse tipo de treino”, completa.
Exposição ao sol
Indoor: aqui, esses treinos perdem de lavada. E não
só em termos de vitamina D. “Ambientes fechados, com baixo teto, são um dos
motivos para o abandono dos exercícios”, observa o educador físico Bruno Gion,
do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista. Em compensação, dá
pra malhar a qualquer hora sem se preocupar com a temperatura.
Outdoor: o bacana do exercício aberto é que os raios
solares induzem a produção da aclamada vitamina D, bem-vinda aos ossos e à
imunidade. No entanto, vale evitar horários entre 10 e 15h devido à alta
radiação. “Também é importante usar chapéu, óculos escuros e filtro solar“,
lembra o médico Pedro Dantas, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Apoio do professor
Indoor: a presença de uma equipe de profissionais em
academias costuma ser um trunfo das modalidades indoor. “Nesses ambientes, você
tem mais recursos para prescrever e acompanhar o treino do indivíduo de modo a
garantir eficiência e segurança”, avalia o educador físico Eduardo Netto, do
Conselho Federal de Educação Física.
Outdoor: ninguém está sozinho nas ruas. Hoje existem
assessorias esportivas que auxiliam quem gosta de treinar ao ar livre ou
participar de grupos de corrida e caminhada. “O problema é quando a pessoa se
exercita por conta, seguindo só os treinos de internet ou de conhecidos”,
contraindica Netto. Não raro, esse hábito acaba em lesão.
Alívio do estresse
Indoor: se a ideia é contrapor a tensão diária, a
vantagem dos ambientes fechados é não ter de se preocupar com as mudanças
climáticas, fezes de cachorros ou automóveis. Nas grandes cidades, o medo de
roubos e assaltos também pesa nessa escolha. Só não dá para ficar na academia
se o ambiente em si vira motivo de estresse para você.
Outdoor: em compensação, um estudo de diversas
instituições britânicas aponta que exercícios ao ar livre estão relacionados a
uma queda nos níveis de ansiedade. Assim, caminhar, correr ou andar de
bicicleta por aí melhora o bem-estar emocional. Uma das explicações estaria no
contato com a natureza, que estimula inclusive a adesão ao treino.
Busca de prazer
Indoor: a questão é de foro individual, claro. Tem
gente que prefere as salas de ginástica justamente para socializar e fazer
novos amigos. A turma do crossfit, por exemplo, encontra motivação a cada novo
WOD, o treino do dia, por mais difícil que pareça cumpri-lo. Ver os resultados
da dedicação à malhação também vira fonte de prazer.
Outdoor: mas há pessoas que se sentem peixe fora
d’água nas academias e boxes de crossfit e priorizam a liberdade e a
individualidade do ar livre. “Na hora de escolher onde e como malhar, as
preferências pessoais contam muito. Quando você faz algo de que gosta, há mais
chances de manter o exercício ao longo do tempo”, resume o professor Jones.
Resumo da ópera
Faça exercício indoor se…
Gosta de socializar entre um exercício e outro
Quer fugir do frio, do calor ou da chuva
Busca zelar pela segurança própria e teme a
violência urbana
Consegue manter o foco e a adesão quando estabelece
um lugar fixo para malhar
Faça exercício outdoor se…
A grana está curta e precisa economizar
Adora o contato com a natureza
Não curte rotina e quer variar o cenário da malhação
Deseja pegar um bronzeado e recarregar os níveis de
vitamina D
Uma última sugestão: exercícios indoor e outdoor não
precisam brigar. Você também pode alterná-los no dia a dia.
Fonte: https://saude.abril.com.br/fitness/dentro-ou-fora-onde-e-melhor-fazer-exercicio-fisico/
- Por Fernando Barros - Foto: Omar Paixão/SAÚDE é Vital