“Conta uma
estória que um correligionário procura um amigo deputado federal para pedir um
emprego para o seu filho que tinha acabado de completar o supletivo do 1º grau.
O deputado oferece uma vaga de assessor para ganhar 10 mil reais. Ele diz ao
deputado que é muito. O deputado oferece outro cargo ganhando 5 mil reais. Ele
pergunta se não tem um empreguinho que pagasse 1 mil até 2 mil reais. O
deputado responde que tem, mas aí é só por concurso e é para quem tem curso
superior, pós-graduação ou mestrado, além do mais ele terá que comparecer ao
trabalho todos os dias.”
No Brasil
é assim, os amigos e apadrinhados dos políticos ganham cargos com altos
salários e não precisam trabalhar, enquanto os professores têm que trabalhar
bastante planejando aulas, estudando, atualizando-se, ensinando, realizando
avaliações, investindo na profissão, mas ganhando pouco e não têm direito a
fazer greve para reivindicar melhoria salarial e condições de trabalho em prol
da educação. Para os políticos e algumas pessoas da sociedade os professores
devem ser abnegados à profissão, porque já sabem de antemão que vão ganhar mal
e por isso não podem reclamar da baixa remuneração e esta cruz terá que ser
carregada pelo resto da vida.
Já virou
rotina todos os anos, alguns governadores e prefeitos não querem pagar o piso
salarial e os professores entram em greve para ter seus direitos assegurados
por lei. Os que querem pagar o piso retiram direitos adquiridos dos educadores
conquistados anos atrás e outros só querem pagar o piso aos professores de
nível médio, não valorizando os professores graduados.
Os
professores não desejam fazer greve todos os anos, apenas querem que a lei do
piso do magistério seja cumprida como determinou o STF, quando foi questionado
por alguns governadores sobre a inconstitucionalidade do piso. Quando a greve
ocorre é por necessidade de pressionar os governantes a pagar o piso, até
porque a luta dos educadores não é só por aumento salarial, mas a favor da
educação pública de qualidade.
Não tem
nada pior que um empregado mal remunerado, desiludido e desmotivado, e isto vêm
acontecendo com os professores há décadas. Com a criação e aprovação do piso
salarial do magistério pelo congresso e sancionado pelo Presidente da
República, os professores sentiram-se valorizados e ficaram entusiasmados com a
possibilidade de melhorar os salários. No entanto, alguns governadores e
prefeitos acreditam que os educadores não merecem ganhar um piso de R$ 1.917,78
pouco mais de dois salários mínimos, porque deve ser muito dinheiro para quem
tem a responsabilidade de formar integralmente crianças e jovens através da
educação.
De quatro
em quatro anos, os políticos disputam as eleições, sobem aos palanques e
prometem que em seu governo a Educação será prioridade e os professores serão
valorizados. Depois que assumem, eles esquecem as promessas e tentam iludir a
sociedade, principalmente os mais pobres, dizendo que a educação pública tem
qualidade. Então, por que eles só colocam seus filhos para estudarem nas
melhores escolas particulares? O Senador Cristovam Buarque encaminhou um
projeto ao senado obrigando os filhos de políticos a estudarem em escola
pública, eles engavetaram o projeto, por que será?
Os
políticos não valorizam os professores das escolas públicas porque a maioria
deles estudou em escolas particulares e, como alunos, eles não conheceram o
descaso dos governantes pela educação pública, pela falta de condições de
trabalho, falta de professores nas escolas, prédios deteriorados, falta de
quadras esportivas, falta de carteiras, giz e papel e a baixa remuneração dos
professores, esta sempre foi a realidade da escola pública. . É importante
lembrar que todos os profissionais aprenderam e foram formados através dos
professores, da Educação Infantil à Universidade e os políticos estão inclusos
neste contexto.
O
professor é de extrema importância para o presente e o futuro da sociedade,
pois tem a capacidade de construir um mundo melhor através da formação integral
de seus alunos. Sendo o professor um formador de opinião, é através da educação
que poderemos formar cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres para a
construção de uma sociedade mais justa, igualitária e democrática.
Professor
vença todos os percalços que surgirem na
sua profissão, defenda seus direitos, valorize-se, lute, seja um guerreiro,
porque seus alunos precisam que você seja um exemplo, um espelho para toda a
vida. Esperamos que nossos alunos atuais sejam os futuros governantes, menos
técnicos e mais humanos, e que valorizem quem os ajudam a se tornarem mulheres
e homens sábios, dignos, honestos e cristãos: os PROFESSORES.