Mostrando postagens com marcador Taxa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Taxa. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 7 de março de 2022

10 mitos e verdades sobre o colesterol


Tire as principais dúvidas sobre o colesterol, saiba como ele influencia sua saúde e veja como manter bons índices


Quatro em cada dez brasileiros têm as taxas de colesterol acima do indicado, segundo dados do Ministério da Saúde. Falta acesso à informação? Há negligência nos cuidados necessários após o diagnóstico? Seja qual for a razão, é fundamental a compreensão de que o colesterol elevado no sangue é um dos fatores de risco que mais interferem na incidência de doenças e eventos que atingem o sistema cardiovascular, como o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC).

 

O que você sabe sobre colesterol? Mesmo sendo um assunto muito falado, o tema ainda é rodeado de dúvidas e informações equivocadas. Por isso, vamos começar esclarecendo: trata-se de um tipo de gordura presente no organismo, não encontrada apenas no sangue, mas em qualquer tecido do corpo. É produzida naturalmente por nós e adquirida também dos alimentos. O colesterol é um composto lipossolúvel, ou seja, não se dissolve em água.

 

1. O colesterol é um vilão para a saúde.

Mito. O colesterol é fundamental para as funções e o bom funcionamento do organismo. O perigo está no excesso da substância, em especial em um de seus tipos. O corpo precisa de colesterol para realizar trabalhos importantes, como a construção e manutenção das membranas que envolvem nossas células.

Também é essencial na produção de hormônios: é utilizado como precursor (substância-base para a síntese de outra). O colesterol está ainda envolvido no metabolismo das vitaminas lipossolúveis, como as A, D, E e K, além de participar da fabricação dos ácidos biliares que atuam na digestão.

 

2. Os alimentos são a principal fonte de colesterol.

Mito. Apesar dos hábitos alimentares terem influência direta nos níveis de colesterol, apenas 30% é proveniente dos alimentos. Os outros 70% são produzidos pelo próprio corpo, mais especificamente pelo fígado.

Aqui, vale destacar que a capacidade do organismo em absorver colesterol é limitada a 300 miligramas por dia (em adultos). Depois de passar pela circulação sanguínea e cumprir suas funções, quando em condições normais, tem seu excesso eliminado. Sendo assim, os níveis de colesterol no sangue dependem, principalmente, da capacidade do fígado em removê-lo, o que varia de pessoa para pessoa.

 

3. Não há só um tipo de colesterol no nosso organismo.

Verdade. Primeiro, vale uma breve explicação sobre como ele circula no corpo. Para que o colesterol seja transportado pelo sangue até os tecidos, é fundamental que esteja dissolvido. Como é insolúvel em água, segue na forma de lipoproteína, isto é, associa-se a um fosfolipídio e a uma proteína. Por esse motivo, durante a produção do colesterol no fígado, ele adere a variadas combinações de fosfolipídios e proteínas, o que faz surgir diferentes tipos de colesterol.

Dois tipos de lipoproteínas transportam o colesterol por todo o corpo: -O LDL (ou lipoproteína de baixa densidade), chamado de colesterol "ruim": proteína que se une ao colesterol para levá-lo às células. Compõe a maior parte do colesterol do corpo. Quanto maior a taxa de LDL, maior o risco de aparecimento e agravamento de doenças cardiovasculares.;2. O HDL (ou lipoproteína de alta densidade), o colesterol "bom": é dele a responsabilidade de remover o excesso de colesterol dos tecidos e artérias e quem leva a substância de volta ao fígado - para depois ser eliminado, impedindo assim seu acúmulo. Em outras palavras, o HDL ajuda a limpar o excedente de gordura dos vasos sanguíneos. Quando essa proteína está em níveis baixos, as chances de problemas cardiovasculares são maiores.

 

4. O colesterol tem relação direta com a saúde cardiovascular.

Verdade. Quando o colesterol ruim gera acumulação de placa de gordura nas artérias é que é considerado um fator de risco importante para ataques cardíacos, doenças que atingem o coração e acidentes vasculares cerebrais. Portanto, é o excesso de LDL que está associado aos problemas no sistema cardiovascular.

Caso seus níveis estejam altos, a gordura pode se acumular e ficar depositada na parede das artérias (aterosclerose), o que, gradualmente, evolui e forma uma placa que chamamos de ateroma. Esses ateromas obstruem os vasos dificultando ou bloqueando a passagem do sangue. Com o tempo, isso pode resultar em falta de ar e dor no peito (angina), na doença arterial coronária (DAC), em um infarto ou AVC. Leva anos para uma placa de ateroma se desenvolver, no entanto, quanto mais avançada a idade, maior o risco.

 

5. Pessoas magras também podem ter taxas de colesterol elevadas.

Verdade. Pessoas com qualquer tipo corporal podem ter o colesterol alto. Estar acima do peso ou ser obeso aumentam as chances, mas ser magro não exclui o risco de apresentar descontrole nos níveis de gordura no sangue.

Primeiro, porque alguns indivíduos exageram exageram em alimentos gordurosos, industrializados e ultraprocessados apesar de estarem no peso considerado ideal. Depois, por um componente genético que interfere na capacidade de remoção de colesterol pelo fígado. Histórico familiar de algumas doenças, como diabetes, hipotireoidismo e síndrome de Cushing, também aumentam a probabilidade de níveis elevados de colesterol no organismo, independente de ter o corpo magro ou gordo.

 

6. Problema com os níveis de colesterol podem ser hereditários.

Verdade. Colesterol alto também tem o fator genético como causa. Um parente de primeiro grau com a condição torna maiores as chances de ter o colesterol elevado, independente de outros fatores. E isso tem nome: hipercolesterolemia familiar (HF), problema que impede a remoção dos excessos de colesterol do corpo. Como consequência, o risco de desenvolver complicações cardiovasculares não só aumenta como elas aparecem ainda mais cedo. Seus portadores têm níveis até quatro vezes maiores de LDL do que o apresentado por pessoas sem a disfunção genética.

Grande parte dos portadores de HF não sabe que tem a condição, o que acaba retardando o início dos cuidados e tratamento. A disfunção que origina a HF é de transmissão autossômica dominante, o que significa que a metade dos descendentes em primeiro grau de um indivíduo afetado vão ser portadores do problema e irão apresentar níveis elevados de LDL desde o nascimento.

 

7. Apenas adultos têm colesterol.

Mito. Crianças têm níveis elevados de colesterol, assim como os adultos. Como vimos o problema pode ser genético. Assim, aqueles que herdam níveis altos de colesterol de um ou ambos os pais, correm mais risco de ataque cardíaco prematuro ou derrame.

Portanto, é importante que todos por volta dos 10 anos façam a dosagem do colesterol e suas frações, mesmo sem nenhum indício ou histórico familiar, repetindo os testes entre 17 e 21 anos. Nos indivíduos que têm pais ou parentes próximos com colesterol elevado e que tiveram doenças cardiovasculares jovens, a recomendação é que a dosagem seja feita a partir do segundo ano de vida.

Vale destacar ainda que as crianças hoje tendem ao ganho de peso e à obesidade, questão no qual o colesterol está presente. Dados do Ministério da Saúde apontam que 20% dos adolescentes, de 12 a 17 anos, têm índices altos de colesterol ruim.

 

8. Ovo é o maior inimigo do colesterol.

Mito. Tido como o grande vilão do colesterol no passado, o ovo não deve ser deixado de fora do cardápio, uma vez que é uma das fontes de proteína mais completas e contém diversas vitaminas e nutrientes. As recomendações atuais, porém, indicam a ingestão de um ovo ao dia - se outros alimentos ricos em colesterol forem limitados na dieta.

Quando o assunto é alimentação, em resumo, a ideia é ter atenção ao consumo de gorduras saturadas e trans presentes em alimentos de origem animal, como carnes vermelhas e derivados do leite, além de frituras, produtos industrializados e ultraprocessados. Ao invés disso, procure incluir nas refeições, por exemplo, muita fibra, castanhas, nozes, amêndoas, azeite de oliva, abacate, carnes brancas, queijos magros, frutas e vegetais.

 

9. Quando meu colesterol está alto, os sintomas são evidentes.

Mito. O colesterol alto, no geral, não apresenta sinais ou sintomas, o que pode revelar um inimigo silencioso. O fato é que a situação piora lentamente. Quando o corpo dá algum sinal, provavelmente, já é reflexo de um evento grave: está prestes ou efetivamente no meio de um infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral.

Um dado interessante para entender a gravidade da questão é que somente uma em cada três pessoas com colesterol LDL alto tem a condição sob controle. É por isso que é tão importante verificar os níveis de colesterol rotineiramente? a partir dos 20 anos deve ser feito pelo menos a cada 5 anos ou de acordo com a orientação do seu médico. Isso nos dá a chance de intervir mais cedo se os números começarem a subir.

 

10. O colesterol não tem cura.

Verdade. Muitos acreditam que ao fazerem mudanças nos hábitos e, especialmente, ao tomarem o medicamento indicado, os níveis de colesterol baixam e o problema desaparece. Estão enganados! O colesterol não tem cura e precisa de atenção e cuidados por toda a vida.

O que é preciso ficar claro é que não se busca a cura e sim um controle. O tratamento envolve a prática de exercícios físicos, ajustes e cuidados com a alimentação, controle do peso e de outros fatores de risco para o coração (como diabetes e pressão arterial), além da adoção de um estilo de vida saudável, a exemplo de não fumar e abusar do consumo de álcool.

Quando necessário, também pode ser indicado o uso de medicamentos. Porém, não adianta tratar por um período e depois abandonar. Se parar, o colesterol sobe de novo. E quanto mais alto o colesterol, mais indispensável é o tratamento.

 

Entenda a sua taxa de colesterol

Por meio de um exame de sangue é possível verificar níveis totais de colesterol, bem como do HDL e do LDL. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a recomendação é manter os níveis de colesterol total, HDL e LDL da seguinte forma:

- Colesterol total (medida sem distinção entre HDL e LDL): em adultos, abaixo de 200 mg de colesterol por decilitro de sangue (200 mg/dl) e, em crianças, abaixo de 170 mg/dl;

- HDL: acima de 35 mg por decilitro (35 mg/dl);

- LDL: abaixo de 130 mg por decilitro (130 mg/dl).

 

Entretanto, os limites são mais restritos para quem já apresenta fatores de risco para doenças cardiovasculares. Em pessoas com risco intermediário, o objetivo é ter menos de 100 miligramas por decilitro (mg/dl) de sangue de LDL. Para quem têm um risco alto, os valores ideais do LDL são de 70 mg/dl; e para aqueles com um risco muito alto, é de 50 mg/dl. Por fim, é importante reforçar um aspecto quanto a taxa de colesterol total: se ela estiver abaixo do esperado, em torno de 30mg/dl a 40mg/dl, as chances de lesão nas membranas celulares aumentam, uma vez que elas necessitam do colesterol.

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/materias/38452-10-mitos-e-verdades-sobre-o-colesterol?utm_source=news_mv&utm_medium=MS&utm_campaign=9586858 - Escrito por Paulo Chaccur - Cardiologia - CRM 22868/SP


Dá vigor ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.

Isaías 40:29


sábado, 12 de setembro de 2020

Triglicérides alto pode provocar pancreatite?


É preciso fazer exames de sangue regulares para verificar a taxa de triglicerídeos no organismo

 

Não é apenas com o colesterol que devemos nos preocupar: os triglicérides, quando em níveis elevados, também podem provocar problemas à saúde, como uma inflamação grave no pâncreas conhecida por pancreatite. Ela acontece, sendo uma das explicações, porque o excesso de triglicérides se acumula nos vasos sanguíneos deste órgão, o que causa uma obstrução e impede que o sangue circule adequadamente. Com isso, há morte e destruição das células pancreáticas1. Portanto, é preciso cuidar dos níveis de triglicérides no sangue, fazendo exames laboratoriais regularmente.

 

E você sabia que a pancreatite por excesso de triglicérides pode ser causada por uma doença genética rara chamada Síndrome da Quilomicronemia Familiar (SQF)? Para entender melhor, a SQF é uma doença que atinge o metabolismo de gorduras do corpo, atrapalhando a metabolização dos triglicérides. Em média, a doença atinge entre uma e duas pessoas em cada 1 milhão1,2.

 

De acordo com Raul Santos, cardiologista diretor da Unidade Clínica de Lípides do Instituto do Coração (InCor-HCFMUSP), professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e presidente da Sociedade Internacional de Aterosclerose (IAS), geralmente há suspeita da doença quando os níveis de triglicérides estão acima de 880mg/dL de sangue, e é justamente por volta desta faixa que o risco de pancreatite aumenta consideravelmente1.

 

Triglicérides altos? Sinal de alerta!

Como uma das razões para os triglicérides estarem muito altos é a presença dessa alteração genética que provoca a Síndrome da Quilomicronemia Familiar (SQF), é sempre preciso investigar se não é o caso de a doença estar presente1. Santos explica que, em uma boa parte das vezes, a doença é diagnosticada depois que a pessoa precisou ir ao pronto-socorro com uma pancreatite em curso.

 

Ele explica que é importante fazer exames de rotina, já que muitas pessoas só chegam ao consultório médico depois de ter essa complicação grave. As dores abdominais fortes que irradiam para as costas, os vômitos, o mal estar, as náuseas e a sudorese são sintomas de pancreatite1.

 

Dieta restrita em gorduras: a chave para evitar pancreatite

Para quem tem SQF, a dieta restrita em gorduras é fundamental para ajudar no controle da doença e evitar a sua complicação mais grave: a pancreatite. O motivo é que quem tem essa alteração genética não consegue quebrar os triglicérides da dieta, com raras exceções3,4,5.

 

"A exceção são os triglicérides de cadeia média5, mas a maioria dos triglicérides que estão na natureza, que são os óleos, carnes, queijos que nós comemos, são os de cadeia longa. Por isso, eles dependem dos quilomícrons para serem transportados e, na SQF, eles não são quebrados porque as enzimas que quebram os quilomícrons não estão funcionando", esclarece o cardiologista.

 

É por isso que as pessoas com SQF precisam restringir as gorduras da dieta, pois elas naturalmente não têm a capacidade orgânica específica para quebrar os triglicérides, fazendo com que eles se acumulem no sangue, o que aumenta o risco de pancreatite4.

 

A nutricionista Ana Maria Pita Lottenberg, pesquisadora do Laboratório de Lípides da Disciplina de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e coordenadora do Curso de Especialização em Nutrição nas Doenças Crônicas do Hospital Albert Einstein explica que é importante que quem tem SQF siga à risca a recomendação médica e nutricional a fim de evitar os episódios de pancreatite.

 

Na dieta, entram os vegetais, legumes, frutas com moderação (por causa do açúcar presente nelas), grãos integrais e leites ou derivados, desde que desnatados e sem açúcares adicionados. Bebidas alcoólicas são proibidas, já que se transformam em triglicérides no organismo4.

 

No entanto, é importante sempre ter essa orientação médica antes de fazer essa dieta, afinal, lembra a especialista, a quantidade diária permitida de gorduras deve ser calculada de acordo com a necessidade calórica de cada um, sendo que as gorduras presentes variam de 10% a 15% do valor calórico diário, ou o equivalente entre 10g e 20g, dependendo da pessoa6,7.

 

Vale também lembrar que a dieta de quem tem SQF deve ser monitorada por um médico e nutricionista, afinal, é importante garantir a presença de ácidos graxos essenciais nos alimentos do dia a dia (ômega-3 e ômega-6), além das vitaminas lipossolúveis (A, E, D e K)4,7.

 

Com esses cuidados e constante acompanhamento médico, diminui-se as chances de pancreatites recorrentes em decorrência do excesso de triglicérides, preservando a saúde de quem tem SQF.

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/materias/36584-triglicerides-alto-pode-provocar-pancreatite?utm_source=news_mv&utm_medium=B&utm_campaign=8667581 - Escrito por Informe Publicitário - Redação Minha Vida