quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Na era digital, estudantes se apegam aos livros de papel



Eles mandam mensagens de texto para seus amigos todos os dias. À noite, pesquisam para os trabalhos de conclusão de curso em seus laptops e conversam com seus pais no Skype. Mas enquanto seguem seu caminho no Hamilton College, uma faculdade de artes exemplar e liberal nessa cidade ao norte do Estado de Nova York, os alunos ainda carregam pelo campus pesados e antigos livros didáticos – e adoram isso.
“A tela não apaga”, diz Faton Begolli, estudante do segundo ano de Boston. “Não tem vírus. Não seria o mesmo sem livros. Eles definiram a 'academia' por mil anos.”
Embora o mundo impresso esteja diminuindo diante de uma onda de livros digitais, blogs e outros sites, uma geração de estudantes universitários influenciada pela tecnologia parece continuar aderindo aos livros tradicionais. A lealdade tem um preço. Os livros são caros – para um ano inteiro, podem custar de US$ 700 a US$ 900 (R$ 1.187 a R$ 1.526) – e as frustrações dos estudantes com a despesa, assim como o surgimento de novas tecnologias, produziram uma variedade confusa de alternativas para obtê-los.
Lojas na internet como a Amazon e Textbooks.com vendem livros novos e usados. Surgiram vários outros serviços na internet que alugam livros para estudantes por semestre. Cerca de 1.500 livrarias universitárias também oferecem aluguel neste semestre, 300 a mais do que no ano passado. Em Hamilton, os alunos este ano têm uma nova forma para evitar os intermediários: um site sem fins lucrativos, criado pelo Clube de Empreendedores da faculdade, que permite que eles vendam livros usados uns para os outros.
A explosão de lojas e formatos – incluindo livros digitais, que estão rapidamente se tornando mais sofisticados – deixaram alguns estudantes confusos. Depois de passar pela difícil seleção de curso, eles são obrigados a avaliar a relação entre o custo e a conveniência, analisar seus próprios hábitos de estudo e imaginar quais textos eles desejarão ter durante anos e quais não farão falta.
“Depende da matéria”, diz Victoria Adesoba, aluna do curso preparatório para medicina na Universidade de Nova York, que estava do lado de fora da livraria da escola, com uma bolsa azul clara cheia de livros pendurada no ombro. “No último semestre, aluguei livros de psicologia, e foi barato. Mas para matérias como química orgânica, preciso ter o livro. Os livros na internet são bons, mas é tentador entrar no Facebook, e isso pode cansar a vista.”
Apesar de tudo o que é dito sobre sua geração ser a mais adepta à tecnologia da história, os livros de papel não parecem destinados ao esquecimento tão cedo.
De acordo com a Associação Nacional de Livrarias Universitárias, os livros digitais representam apenas 3% das vendas de livros didáticos, embora a associação espere que este número aumente para 10% a 15% em 2012 à medida que mais títulos se tornam disponíveis em formato digital.
Em dois estudos recentes – um feito pela associação e outro por Grupos de Pesquisas de Interesse Público Estudantil – três quartos dos alunos entrevistados disseram que ainda preferem um livro de papel à versão digital.
Muitos estudantes relutam em abrir mão da possibilidade de folhear rapidamente entre os capítulos, escrever nas margens e grifar passagens, embora novos aplicativos permitam que os alunos usem os livros digitais dessa forma.
“Os estudantes cresceram com livros impressos”, diz Nicole Allen, diretora da campanha de livros didáticos para os grupos de pesquisa, “então, à medida que passam para o ensino superior, não surpreende que levem consigo uma preferência pelo formato com o qual estão mais acostumados.”
De fato, muitos alunos de Hamilton falaram de forma apaixonada sobre os pesados tomos que ainda carregam do quarto para a sala de leituras e para a biblioteca, mesmo enquanto checam compulsivamente mensagens de texto e e-mails em seus smart phones.
“Acredito que o codex é uma das melhores invenções da humanidade”, diz Jonathan Piskor, aluno do segundo ano na Carolina do Norte, usando o termo latino para livro.
Essa paixão pode ser a razão pela qual as Livrarias Universitárias da Barnes & Noble estejam trabalhando duro para divulgar seu novo aplicativo, o NOOKstudy, que permite que os alunos naveguem em livros digitais em Macs e Pcs. A companhia, que opera 636 livrarias em campi universitários do país, incluindo uma em Hamilton, ofereceu inscrições gratuitas no verão passado na esperança de persuadir mais estudantes a comprarem seus livros eletrônicos.
“O verdadeiro obstáculo é fazer com que eles experimentem”, diz Tracey Weber, vice-presidente executiva da companhia para livros didáticos e educação digital.
A companhia está oferecendo gratuitamente “Kits de Introdução Universitários” para alunos que baixarem o NOOKstudy neste semestre, com receitas de macarrão instantâneo e uma dúzia de livros eletrônicos clássicos como “The Canterbury Tales” e “The Scarlet Letter”. O CourseSmart, um consórcio de grandes editoras de livros didáticos, permite que os estudantes experimentem qualquer livro didático eletrônico gratuitamente por duas semanas.
Mas nem todo livro didático está disponível em formato digital ou para alugar. Em Hamilton, por exemplo, cerca de apenas um quinto dos títulos são vendidos no formato eletrônico neste semestre. Uma caminhada pela loja do campus revelou a diferença de preço. Um livro sobre legislação constitucional, por exemplo, custava US$ 189,85 (R$ 321) novo, US$ 142,40 (R$ 241,51) usado, e US$ 85,45 (R$ 144,9) para alugar. (Normalmente, um livro eletrônico é mais barato do que um livro usado, embora mais caro do que um para aluguel.)
O gasto com livros didáticos universitários, que estima-se tenha aumentado quatro vezes mais que o valor da inflação nos últimos anos, tornou-se uma preocupação e uma causa para alguns políticos. No mês passado, o senador Charles E. Schumer de Nova York pediu que mais livrarias universitárias alugassem livros, depois que uma pesquisa realizada em 38 livrarias de campi da Cidade de Nova York e Long Island por seu gabinete descobriu que 16 delas não ofereciam esta opção.
Na quinta-feira, os alunos de mais de 40 faculdades de todo o país estão planejando um dia de ação em prol de livros didáticos mais acessíveis, organizado pelos Grupos de Pesquisa de Interesse Público Estudantil, para encorajar membros das faculdades a indicarem textos mais baratos, ou que sejam oferecidos gratuitamente online.
Por enquanto, comprar livros da forma antiga – novos ou usados – ainda é o mais comum. Charles Schmidt, porta-voz da Associação Nacional de Livrarias Universitárias, disse que se uma livraria de um campus vende um livro novo por US$ 100, ela normalmente compra o livro de volta por US$ 50 no final do semestre e o vende para o próximo aluno por US$ 75.
O preço que as livrarias pagam costuma cair, entretanto, se o professor retira o livro (ou a edição) do programa ou se a livraria comprou livros suficientes para atender à demanda. Quando Louis Boguchwal, um calouro de Hamilton que está se especializando em economia e matemática, tentou vender um livro de álgebra linear de US$ 100 para a livraria da faculdade, recebeu uma oferta de US$ 15.
“Foi um insulto”, disse ele. “Eles não pagam praticamente nada.”
Então Hamilton criou um site sem fins lucrativos chamado getmytexbooks.org [algo como “fique com meus livros”]. Até agora, as visitas não foram muitas: apenas 70 livros foram vendidos nesse semestre. Mas Jason Mariasis, presidente do Clube de Empreendedores, disse que espera que as vendas aumentem à medida que o site ficar mais conhecido. O site também lista centenas de outras faculdades.
Begolli, um membro do clube, vendeu recentemente três romances alemães por US$ 17 (R$ 28,8) no site. “Se eu tivesse vendido para a livraria, eu teria recebido US$ 7 ou US$ 8 (R$ 11,8 ou R$ 13,5)”, diz ele. “A livraria reina no que diz respeito às vendas de livros didáticos. Nós achamos que deveria haver uma coisa para os estudantes, feita pelos estudantes.”
Mas alguns estudantes precisam se virar. Rosemary Rocha, 26, aluna de hotelaria e turismo na NYU, somou o preço de suas leituras obrigatórias para o semestre: US$ 600 (R$ 1.017). “É pesado”, diz ela. “Estou recebendo seguro desemprego, então não é possível.”
Em vez disso, ela espera para emprestar as poucas cópias que os professores deixam reservadas na biblioteca, ou depende da gentileza de seus colegas de classe. “Meus amigos me emprestam seus livros em troca de um café ou um pedaço de pizza”, diz. “Raramente compro livros, mas sempre fico meio perdida.”

The New York Times - Lisa W. Foderaro
Tradução: Eloise De Vylder
Fonte: UOL

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Ano em que surgiram os principais clubes do Brasil


Flamengo..........................1895

Vasco.............................1898

Fluminense........................1902

Grêmio............................1903

Botafogo..........................1904

Atlético Mineiro..................1908

Internacional.....................1909

Coritiba..........................1909

Corinthians.......................1910

Santos............................1912

Palmeiras.........................1914

Cruzeiro..........................1921

Bahia.............................1931

São Paulo.........................1935

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Como se preparar para o ENEM


Veja como organizar sua rotina de estudos para se preparar para o Enem 2010

A poucos dias do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2010, os estudantes que querem se preparar melhor para o exame devem organizar um cronograma de estudos, separando os horários e os assuntos que devem ser estudados. "É importante que ele se prepare para lidar com a situação de forma eficiente", diz Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association no Brasil. A organização na preparação, segundo ela, além de ajudar nos estudos, também dá mais confiança tanto a quem vai fazer o Enem quanto a quem pretende prestar vestibular.

Um cronograma, a compreensão dos pais, metas razoáveis, alimentação saudável, atividades físicas e descanso são elementos que devem fazer parte da vida do jovem que está se preparando para o Enem. "A pessoa tem que ser flexível, se organizar e saber balancear os estudos e as horas de lazer", diz Ana Maria. "[Mas] Não tem uma receita: é uma questão de a pessoa se conhecer, observar o que é bom para ela, em quais momentos ela rende mais", diz.

Cronograma
O cronograma de estudos deve priorizar as matérias em que o estudante vá gastar mais tempo - aquelas em que ele tem mais dificuldade. Segundo o professor Joe Landsberger, que tem um site com dicas de estudos em 35 idiomas, essa é uma boa estratégia: no começo, o candidato estará mais "fresco", com mais energia para a tarefa. No entanto, o estudante ao Enem não deve deixar de estudar nenhuma disciplina, já que todas serão cobradas.
De acordo com Covey, uma maneira de definir as prioridades é dividir nossos afazeres entre urgentes e importantes. Os urgentes são aqueles que se colocam na nossa frente e para os quais não conseguimos dizer não. Já os importantes são aqueles que realmente fazem diferença.

Estudo e intervalo
Após definir os assuntos a serem estudados, deve-se alternar blocos de estudo, com duração máxima de uma hora, e pequenos intervalos - para um lanche ou um copo de água. "Só não se pode esquecer de voltar para os estudos depois. O intervalo é uma oportunidade para se alimentar, relaxar e ganhar energia para a próxima etapa de estudos", diz Landsberger.
"Quando estuda, o jovem tem que ser realista: nossa atenção não dura 6 horas, não adianta ficar na frente dos livros quando já não estamos prestando atenção. A pausa relaxa e ajuda a focalizar novamente naquilo em que temos que nos concentrar", explica Ana Maria.
Resumos e revisões semanais também são uma boa estratégia para fixar conteúdos, segundo o professor Landsberger. O estudante pode reservar um horário por semana só para isso, adaptando as atividades de acordo com as prioridades - provas, caso o jovem ainda esteja no ensino médio. Identificar fontes que possam ajudá-lo a estudar, como pesquisas na internet ou um amigo que domine mais a matéria, é outra forma de ajuda.

Preparação e trabalho
E se o estudante também trabalhar? Os especialistas ouvidos pelo UOL Vestibular recomendam que esses jovens utilizem o tempo de forma inteligente, aproveitando o período que têm livre durante o transporte, ou durante o almoço, além dos fins de semana e feriados.
"Para quem trabalha é mais difícil, mas ninguém morre de estudar", diz o professor Alberto Francisco do Nascimento, coordenador do curso Anglo. Ele ressalta que a preparação tem que começar na primeira série do ensino médio. "O problema é que a maioria não estuda para aprender, estuda apenas para passar, e todo mundo fica apavorado depois. O melhor é sentar e estudar", diz.
Ele recomenda treinar com as questões dos anos anteriores e simulados, bem como fazer anotações das aulas. "O aluno não deve só ler a matéria, deve ler, absorver e interpretar, não é só 'leitura de jornal'", afirma.

Fonte: UOL Educação

domingo, 24 de outubro de 2010

Superando desafios

A equipe de futsal categoria A masculino do Colégio O Saber, ficou em 3º lugar entre as 07 escolas participantes dos Jogos das Escolas Particulares de Itabaiana-JEPI, obtendo os seguintes resultados: 04 a 03 Colégio Monteiro Lobato; 05 a 02 Colégio Opção; 02 a 03 Colégio Magnus, na semifinal e 04 a 00 Colégio Monteiro Lobato, na disputa do 3º e 4º lugar.


Equipe 3º lugar no Futsal dos JEPI: Elenilson, Caniggia, Ycáro, Iuri, Gutierys, Fellipe, Rodrigo, Válber, Evandro, Rayan, Emerson e o Professor José Costa.

Em 30 anos de trabalho, já ganhei mais de duzentas medalhas com meus alunos dos Colégios Murilo Braga, Graccho, Salesiano e Dom Bosco. Todas tiveram um significado especial na minha carreira profissional, como a primeira medalha em cada colégio que ensinei ou em cada competição que disputei. Mas algumas marcaram mais que outras, principalmente a primeira em cada esporte que ensinei como: em 1981, a medalha de Ouro no Basquete dos Jogos da Primavera com a categoria A feminino do Colégio Estadual Murilo Braga; em 1999, a medalha de Bronze no Voleibol dos Jogos das Crianças de Sergipe com a categoria mirim feminino do Colégio Dom Bosco; em 2008, a medalha de Ouro no Handebol da Seletiva dos Jogos da Primavera-Olimpíadas Escolares, com a categoria A masculino do Colégio Dom Bosco e agora, em 2010, com a medalha de Bronze no Futsal dos Jogos das Escolas Particulares de Itabaiana, com o Colégio O Saber.

Ao longo dos anos, o que vem me motivando a continuar trabalhando como quando iniciei em 1980, é a disposição de superar desafios em cada escola que trabalho ou em cada esporte que ensino, seja no basquete, voleibol, handebol e agora com o futsal. É através do esporte, na educação física, que espero estar contribuindo na formação integral dos meus alunos, inspirado na frase de Dom Bosco de “formar bons cristãos e honestos cidadãos”.

Por Professor José Costa

sábado, 23 de outubro de 2010

Cada um dá o que tem de melhor


Um rico resolve presentear um pobre por seu aniversário e ironicamente manda preparar uma bandeja cheia de lixo e sujeiras. Na presença de todos, manda entregar o presente, que é recebido com alegria pelo aniversariante, que gentilmente agradece e pede que lhe aguarde um instante, pois gostaria de poder retribuir a gentileza. Então, aquele humilde senhor, vai até sua casa, joga fora o lixo, lava e desinfeta a bandeja, enche-a de flores, e devolve-a com um cartão, onde está escrito a seguinte a frase:

"Cada um dá o que tem de melhor..."

Por isso, não se entristeça com a "ignorância" das pessoas, não perca sua serenidade. A raiva faz mal à saúde, o rancor estraga sua alma e a mágoa envenena o coração. Domine suas reações emotivas… Principalmente as negativas, que não darão fruto algum.

Seja dono de si mesmo. Não jogue lenha no fogo de seu aborrecimento. Não perca sua calma. Pense, antes de falar, e não ceda à sua impulsividade.

"Guardar ressentimentos é como tomar veneno e esperar que outra pessoa morra"

Autor desconhecido

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Fácil e difícil


Falar é completamente fácil, quando se têm palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer...

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros...

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ela deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso...

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo lhe deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece...

Fácil é viver sem ter que se preocupar com o amanhã.
Difícil é questionar e tentar melhorar suas atitudes impulsivas e às vezes impetuosas, a cada dia que passa...

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração...

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto...
Fácil é brincar como um tolo.
Difícil é ter que ser sério...

Fácil é dizer "oi", ou "como vai ?".
Difícil é dizer "adeus"...

Fácil é abraçar, apertar a mão.
Difícil é sentir a energia que é transmitida...

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só...

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência...

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta...

Fácil é querer ser o que quiser.
Difícil é ter certeza do que realmente és...

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar (ou vice-versa)...

Fácil é beijar.
Difícil é entregar a alma...

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém...

Fácil é ferir quem nos ama.
Difícil é tentar curar esta ferida...

Fácil é ditar regras.
Difícil é segui-las...

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho...

Fácil é exibir sua vitória a todos.
Difícil é assumir a sua derrota com dignidade...

Fácil é admirar uma lua cheia.
Difícil é enxergar sua outra face...

Fácil é viver o presente.
Difícil é se desvencilhar do passado...

Fácil é saber que está rodeado pôr pessoas queridas.
Difícil é saber que está se sentindo só no meio delas...

Fácil é tropeçar em uma pedra.
Difícil é levantar de uma queda, com ferimentos...

Fácil é desfrutar a vida a cada dia.
Difícil é dar o verdadeiro valor a ela...

Fácil é rezar todas as noites.
Difícil é encontrar Deus nas pequenas coisas...

Carlos Drumond de Andrade

Jogos das Escolas Particulares de Itabaiana


Escolas particulares de Itabaiana promovem jogos estudantis

Hoje, a partir das 19h no Ginásio de Esportes do SESI, acontecerá a abertura dos Jogos Das Escolas Particulares de Itabaiana,JEPI. De iniciativa das escolas particulares de nosso município, mais de 500 alunos irão viver o esporte em quatro dias de prática desportiva.

Alunos dos Colégios Alternativo, Arco-Íris, Dom Bosco, Magnus, Monteiro Lobato, Opção e O Saber participam de dez modalidades esportivas, buscando a integração entre os mesmos e o exercício da prática desportiva que se encontra adormecida em nosso município. As modalidades escolhidas são: Vôlei, Basquete, Natação, Futsal, Handebol, Xadrez, Dama, Queimado, Judô e Karatê.

A comissão organizadora estipulou premiação de medalhas e troféus para os alunos e escolas campeãs nas modalidades, mas não haverá uma escola campeã, pois o objetivo é tão somente o exercício do desporto.

Sendo assim, convidamos todos para se fazerem presentes no Ginásio do SESI na noite de hoje, para prestigiarem a abertura desses jogos. E durante os próximos dias, até domingo, visitar as praças onde serão desenvolvidas as atividades: O próprio Ginásio do SESI, a quadra do Colégio Dom Bosco e a AAI (Associação Atlética de Itabaiana).

PROGRAMAÇÃO:

Quinta-feira, 21-10-2010
Tarde - Judô e Karatê, na Associação Atlética.
Noite: Solenidade de Abertura, no Ginásio do SESI.

Sexta-feira, 22-10-2010
Manhã - Natação, Xadrez e Dama, no Colégio Dom Bosco.
Tarde - Basquete e Voleibol, no Colégio Dom Bosco.
Tarde - Handebol e Futsal feminino, no ginásio do SESI.

Sábado, 23-10-2010
Manhã - Futsal masculino infantil, no Colégio Dom Bosco.
Manhã - Futsal masculino categoria A e B, no Ginásio do SESI.
Tarde - Futsal masculino infantil, no Colégio Dom Bosco.
Tarde - Futsal masculino categoria A e B, no Ginásio do SESI.

Domingo, 24-10-2010
Manhã - Queimado feminino e Semi-finais do Futsal categoria A masculino, no Ginásio do SESI.
Tarde - Finais do Futsal categoria A e B masculino e Solenidade de Encerramento, no Ginásio do SESI.

Comissão Organizadora

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Curiosidades dos esportes


A invenção do basquete
O basquete, um dos esportes mais populares em todo o mundo, foi criado em 1891 por James Naismith, um canadense que dava aulas de educação física em Springfield, Massachusetts (EUA). Para a primeira partida, jogada por um grupo de alunos, Naismith improvisou cestas de pêssegos penduradas em uma sacada, desafiando os garotos a acertarem uma bola de futebol dentro dela. Os aros de metal das cestas foram introduzidos em 1893 e, apenas depois disso, a bola de futebol foi aposentada e substituída por outra, específica para o esporte.

O karatê veio da Índia
Ao contrário do que indica a crença geral, o caratê não é uma arte marcial japonesa. Sua origem deu-se na Índia muitos séculos atrás. Seus ensinamentos foram aos poucos se espalhando pela Ásia e chegaram ao Japão apenas muito tempo depois.

Fraude da máfia americana fez de boxeador italiano campeão mundial invicto
O maior "conto" da história do boxe foi aplicado pela máfia americana. Graças a uma série de lutas fraudadas, sem que ele próprio soubesse, fizeram do italiano Primo Carnera campeão mundial invicto em 1933. Favorito nas apostas, Carnera foi facilmente derrotado na primeira defesa do título, menos de um ano depois, porque sequer sabia lutar. A máfia faturou lucros elevados com o blefe.

Por que chamam os buscadores de bola de gandulas
Gandulla era o nome de um argentino que fazia parte da equipe do Vasco da Gama na década de 40. Ele era tão ruim que nunca conseguia entrar nos jogos. Ficava uniformizado na beira do campo e sempre corria pra pegar a bola que saía na lateral ou na linha de fundo. A torcida passou a se familiarizar com o "Gandulla" e, a partir de então, todos que cumprem o ofício de "repositor de bolas" passaram a ser conhecidos como gandulas.

Cão torcedor
Em 1978, uma partida de futebol na Alemanha, entre o Neumkirchen (2) e o Sarrbruecken (1), foi anulada porque no segundo tempo um cão entrou no campo e mordeu o centro-avante do Sarrbruecken, tirando-o jogo. Naquele tempo jogadores não eram substituídos e ficou provado que o cão pertencia a um torcedor do Neumkirchen.

A mais longa corrida já realizada durou 79 dias
A mais longa corrida até hoje realizada no mundo foi a transcontinental, de Nova York a Los Angeles, em 1929. O finlandês Johnny Salo venceu o percurso de 5.898 quilômetros em 79 dias (525h 57min 20seg), de 31 de março a 18 de junho. Chegou com apenas 2 min 47 à frente do inglês Pietro "Peter" Gavuzzi.

O goleiro que mais marcou gols
O goleiro campeão de gols no mundo é o paraguaio José Luis Chilavert, jogador do Vélez Sarsfield, da Argentina, e da seleção do Paraguai. O jogador, campeão dos pênaltis e faltas, marcou seu 50º gol em 24 de agosto de 2000, em uma partida entre Vélez e Colón. Fora dos campos, Chilavert também é bastante famoso. O goleiro é conhecido por seus comentários e atos ofensivos, como a cusparada dada em Roberto Carlos (o jogador, não o Rei) após o jogo entre Brasil e Paraguai no dia 15 de agosto pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. A reação pouco diplomática de Chilavert lhe rendeu uma suspensão por quatro jogos.

Dois americanos dividem o recorde de mais longa carreira no boxe
Os boxeadores que mais tempo lutaram, sem interrupções, foram os norte-americanos Bob Fitzsimmons e Jack Johnson. Ambos atuaram no ringue durante longos 31 anos. A carreira de Bob Fitzsimmons desdobrou-se de 1883 a 1914. A de Johnson, de 1897 a 1928. Fitzsimmons tinha 52 anos quando parou, Johnson, 50.

Tênis de mesa ou ping-pong?
Os primeiros registros do tênis de mesa datam da segunda metade do século XIX, na Inglaterra, período em que era conhecido por diferentes nomes. Já no final do século, James Gibb, um maratonista inglês aposentado, introduziu ao jogo bolas de celulóide recém-adquiridas nos EUA. Ao ouvir as bolinhas batendo em raquetes ocas de pele de carneiro, Gibb associou o som à palavra "ping-pong", que tornou-se seu apelido mais popular até os dias de hoje. Porém em 1921-22, na tentativa de fundar uma associação de ping-pong que registrasse as regras oficiais do esporte no País de Gales, seus organizadores foram legalmente impedidos, pois "ping-pong" já era uma marca registrada. Assim, a nomenclatura "tênis de mesa" voltou a ser adotada. Poucos anos depois, as regras inglesas foram aceitas internacionalmente, caminhando à unificação do esporte. O tênis de mesa foi elevado a condição de esporte olímpico em 1988.

Corridas de pombos-correio fanatizam japoneses
Corridas de pombos-correio, apesar de relegadas a segundo plano no Brasil, ainda fanatizam os japoneses. Eles apostam grandes quantias e são capazes de pagar muito dinheiro por um bom espécime. Recentemente compraram de criadores holandeses um macho, Henk, por nada menos que 175 mil dólares.

A primeira partida de futebol no Brasil
O primeiro jogo de futebol do Brasil foi realizado na Várzea do Carmo, em São Paulo, em 14 de abril de 1895. As equipes envolvidas na disputa, São Paulo Railway e Companhia de Gás, eram formadas por ingleses radicados na capital paulista. Charles Miller, considerado o pai do futebol no Brasil, fazia parte do primeiro time, que venceu a partida por 4 x 2. Miller trouxe as duas primeiras bolas de futebol para o Brasil em 9 de junho 1894 e as deixou trancadas em um armário por 10 meses, até a primeira partida.

A história do skate
A história do skate começa ainda nos anos 30, quando crianças começaram a montar seus próprios "carrinhos" com rodas de patins colocadas sob pedaços de metal ou madeira. Os surfistas da Califórnia também adotaram o objeto no início dos anos 50, usando-o como um método de treino quando o mar não oferecia boas ondas ou em cidades sem praia. O esporte foi chamado inicialmente de sidewalk surfing (surf de calçada) ou terra surfing. O skateboard, no entanto, demorou muito para virar febre. Foi apenas em 1973 que as rodinhas de uretano foram criadas pelo americano Frank Naswortly, o que melhorou muito sua tração e possibilitou manobras mais radicais.

A origem do futebol de salão
Duas versões contam a origem do futebol de salão. Uma delas diz que o jogo foi criado por volta de 1940 na Associação Cristã de Moços em São Paulo. O esporte foi transferido para as quadras cobertas de basquete e hóquei devido à dificuldade de encontrar campos livres para a prática. Inicialmente, as equipes eram compostas por seis ou sete jogadores e as bolas eram de serragem, crina vegetal, ou de cortiça granulada. Porém, já que quicavam muito, tiveram seu tamanho reduzido e o peso aumentado, motivo pelo qual chamava-se o jogo de "esporte da bola pesada". A outra possível origem remonta a 1943, na Associação Cristã de Moços de Montevidéu, no Uruguai, onde o esporte foi chamado de indoor-foot-ball.

Os pombos atletas
Corridas de pombos são realizadas em várias partes do mundo, como na Grã-Bretanha, Holanda, França, Canadá e EUA. Elas foram criadas na Bélgica, na época em que os telégrafos começaram a substituir os pombos correio e muitos bichos ficaram "desempregados". A corrida começa no mesmo ponto de partida para todos os competidores, mas encerra em lugares diferentes para cada um deles. Isso ocorre porque os pombos são ensinados a voltar para casa. Para saber quem ganhou, mede-se o tempo que levam para retornar ao lar, dividindo a distância percorrida pelo tempo gasto, assim se obtém a velocidade média desenvolvida. Dentre todos os animais atletas (como cavalos, cachorros greyhound e camelos), o pombo é o mais rápido, podendo chegar à velocidade de 177km/h.

Exame com 15 jogadores de futebol constatou que 11 tinham cicatrizes no cérebro
Em 1997, especialistas em neurologia da Universidade de Helsinque, Finlândia, submeteram 15 jogadores de futebol a exames de ressonância magnética. Constaram que onze - mais de 73% - tinham cicatrizes no cérebro, cuja origem pode estar em cotoveladas e cabeçadas trocadas durante os jogos.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Como o cérebro guarda recordações


O armazém das memórias: como o cérebro guarda recordações

O que memorizamos melhor? Por que esquecemos os últimos momentos antes de um acidente? Tudo o que lembramos é real? A resposta a todas essas perguntas está no hipocampo, justo na parte do cérebro onde as vivências permanecem à espera de serem recuperadas.

Como um filme desenhado pela mente onde as coisas importantes sobrevivem ao tempo e as supérfluas se distorcem para desaparecer na exibição. Assim trabalha a memória, influenciada sempre pela emoção que um fato nos desperta e sob o olhar atento do esquecimento, que em ocasiões aparece para molestar e, em outras, para aliviar aquele que sofre. Ambos se encaixam como peças de um quebra-cabeça para configurar a identidade e a história de uma vida, que cada um recupera como quer e pode.

Os especialistas calculam que se conheça apenas 10% do cérebro, o resto praticamente se mantém oculto. Pablo Martínez-Lage, coordenador do Grupo de Estudo de Conduta e Demência da Sociedade Espanhola de Neurologia, assegura que os médicos conheceram por surpresa as partes do cérebro que participavam da memória quando, há 40 anos, operaram um menino que sofria crises graves de epilepsia. “Testaram todo tipo de medicamento e quando viram que não dava resultado, decidiram eliminar o foco epiléptico que se encontrava nos lobos temporais. O paciente H. M. foi curado de sua doença, mas a partir desse momento não conseguiu mais armazenar novas memórias nem recuperar as vivências dos últimos dois anos, embora se recordasse com perfeição do que acontecera antes.”

As melhores memórias

Bhanddanta Vivittabi Vumsa (Myanmar) Demonstrou possuir uma das melhores memórias do mundo quando, em 1974, foi capaz de recitar 16 mil páginas de textos canônicos budistas.
Gon Yangling (China) Recitou mais de 15 mil números de telefone depois de estudar técnicas mnemônicas.
Dominic O'Brien (Inglaterra) Foi oito vezes campeão mundial de memória. Pode lembrar a ordem de cartas de um baralho em 45 segundos e memoriza a ordem exata de 54 maços de cartas em 12 horas.
Akira Haraguchi (Japão) É conhecido por bater o recorde mundial de memorização de dígitos do número pi várias vezes. Sua marca pessoal está em 100 mil dígitos.
Daniel Tammet (Inglaterra) Ostenta o recorde europeu em recitar o número pi e tem uma capacidade assombrosa para o aprendizado de idiomas. Fala 11 línguas e criou uma nova, o mänti, uma mistura de finlandês e estônio.
Carlos Blanco (Espanha) Tem a memória mais prodigiosa da Espanha. Nasceu em Madri em 1986 e começou a falar aos sete meses. Agora domina 14 idiomas, entre eles o egípcio clássico e o hebreu bíblico. É licenciado em Filosofia, Ciências Químicas e Estudos Eclesiásticos.

Isso permitiu saber que a informação que é enviada ao hipocampo se mantém flutuando no circuito da memória até que o cérebro decida armazená-la. Em alguns casos, como demonstrou a história de H. M., isso pode durar até dois anos, o que explica porque ele não conseguia se lembrar de coisas que haviam acontecido nesse tempo.

O cérebro, segundo Martínez-Lage, amadurece durante os primeiros 20 - e até mesmo 30 anos de nossa vida; tudo o que se assimila antes dessa idade é feito sem esforço, nas palavras do neurologista. Mas, a partir dos 40 anos, é mais difícil para o cérebro guardar coisas na memória. A infância é o período da vida em que se retém mais facilmente. As doenças neuronais que afetam a memória por um acidente ou um problema físico muitas vezes transportam os doentes à sua infância, porque as recordações são mais sólidas. Assim, o filme fica preso numa cena que o afetado revive vez ou outra.

Charo Figueres compartilhou com sua mãe o mesmo capítulo todos os dias até o final de seu Alzheimer. Ela acreditava que ainda era criança e perguntava sem cessar por seu irmão. A mãe de Charo se olhava no espelho e falava com “uma senhora mais velha muito simpática” que aparecia no reflexo. Ela lembrava e pedia para sair e confundia sua filha mais velha com sua mãe, “a mãe mais bonita do mundo”, repetia. Suas filhas acham que sua mãe foi feliz, embora tenha vivido todos os dias a mesma história, um conto que para ela era completamente novo e que Charo relata com perfeição, nove anos depois da morte de sua progenitora.

A neuropsicóloga da Associação Nacional de Alzheimer, Virginia Silva, compara esta doença com um vírus que entra no sistema de um computador e arrasa o que encontra, deixando o disco rígido vazio. “O pior de tudo é que o doente perde o que é e o que foi; a memória é identidade e, se é apagada, desaparecemos com ela”, diz Silva.

Outras das regras básicas da Neurologia é que existe uma estreita relação entre as recordações mais permanentes e seus significados emocionais. Assim como um cineasta recorre à música e aos planos curtos para destacar as cenas dramáticas, o cérebro estimula a memória para que armazene aquilo que sentimos com mais força. Martínez-Lage afirma que esta conexão entre o circuito da memória e o emocional se explica também do ponto de vista físico, já que estão ligados anatômica e funcionalmente. “Quem não se lembra do que estava fazendo quando aconteceu o atentado nas Torres Gêmeas?”, pergunta o neurologista. Silva luta contra o esquecimento devastador que acaba pouco a pouco com a identidade de seus pacientes, mas não hesita em agradecer à existência do conhecido “despiste” por seu trabalho de descarga num cérebro “superexplorado”.

“O esquecimento em sua forma habitual é benéfico e ajuda a superar alguns traumas”, diz ele. Segundo a neuropsicóloga, o cérebro podem apagar momentos terríveis como os estupros ou agressões, difíceis de assumir para quem os sofre, de tal forma que a pessoa nunca se lembre deles. Trata-se de um recurso físico contra uma dor emocional que não se pode aceitar.

No lado oposto das recordações ligadas às emoçõe, se encontram as mais recentes, caracterizadas por serem mais efêmeras. Elas se perdem se, em meia hora, o cérebro não for capaz de armazená-los como memória a longo prazo. Os instantes anteriores a um acidente de trânsito não se fixam e em sua maioria são irrecuperáveis. Rosa de las Heras, de 70 anos, não consegue continuar um dos capítulos mais trágicos de seu filme. Ela acordou, vestiu-se e apareceu num hospital, e não se lembra de nada que acontece entre uma coisa e outra. Ela e seu marido viajavam de carro quando este saiu da estrada e bateu contra um muro. Ela ficou duas semanas em coma.

Os neurologistas determinaram em seu diagnóstico que ela padecia de uma síndrome confusional. Rosa se recuperou quase por completo, mas ainda não entende como pode falar durante horas em um italiano perfeito. Foi guia turística durante um tempo na Itália, quarenta anos antes do acidente, mas reconhece que não estava consciente de que se lembrava até que apareceu de forma espontânea. “Dizem que eu falava como um papagaio em italiano e inglês, mas nos últimos anos eu só havia praticado o inglês”, assegura. Martínez-Lage afirma que os idiomas são armazenados na parte esquerda do cérebro e não fazem parte do circuito da memória. “Este caso aconteceu porque durante uma lesão cerebral, o órgão coloca em funcionamento os mecanismos para recuperar seu funcionamento o mais rápido possível, de forma que se potencializou esta parte, trazendo à tona os idiomas aprendidos.”

Outra capacidade é a de memorizar elementos que não estão relacionados pelos fios emocionais. Foi comprovado que o primeiro elemento e o último de toda uma série são facilmente retidos, assim como aquilo que é estranho ou novidade, ou o que se repete de uma forma lógica. Os neurologistas afirmam que a memória é uma das capacidades intelectuais mais apreciadas, mas poucos dedicam tempo para utilizá-la. “Colocamos nosso corpo em forma, vamos à academia e queremos chegar à velhice em bom estado de saúde, mas nunca pensamos que a memória necessita do mesmo tempo e dedicação”, diz Silva.

Surgiram muitos cientistas especializados no estudo da memória desde que, em 1870, o psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus decidiu abrir o caminho da investigação da memória. Seus herdeiros reconhecem que existem tantas lacunas nas ciências neurológicas como as que existem na operação neurocognitiva, objeto de estudo.

Martínez-Lage define duas linhas de atuação neste momento: a ciência básica tenta conhecer as mudanças que acontecem dentro de um neurônio e entre neurônios, quando uma memória é fixada. A neurociência avança para novas técnicas, como a ressonância magnética funcional, que mede a quantidade de sangue que se desloca para determinadas áreas do cérebro num processo de fixação da memória.

Assim, os especialistas podem saber que áreas se ativam e em que momento. Martínez-Lage faz parte da Funcação Cita Alzheimer, que investiga as vantagens dessas técnicas para conhecer como as áreas cerebrais começam a se alterar quando aparecem os primeiros sintomas da doenças: “Se estudamos as pessoas dez anos antes que apareça o problema, poderemos ver os esforços do órgão para compensar as perdas de memória e assim poderemos estimular este processo de compensação.”

Os filmes que o cérebro humano cria têm omissões voluntárias e forçadas, ficam presos num ponto e às vezes voltam ao início. São fotogramas que, unidos em cadeia, dão forma a uma história inacabada que soma vivências a cada minuto, em troca de renunciar a outras. A memória é um balaio de gatos que espera um sentido que só o dono pode oferecer. Em suas emoções está o poder de decidir que recordações quer conservar à espera de que nenhum vírus entre em seu sistema e arrase com o quem você é e com quem foi.

Isso eu já vivi
Mais de 80% dos seres humanos têm um déjà vu ao longo da vida, especialmente nas idades entre os 15 e 25 anos, segundo as pesquisas sobre este fenômeno. Trata-se de uma desordem que consiste na ilusão de viver algo pela segunda vez e lembrar uma situação que na realidade é nova. As causas dessas paramnésias ainda não estão claras, mas os especialistas tentam explicá-las por diferentes pontos de vista. Para os psicanalistas, é uma filtração do inconsciente.

O déjà vu estaria relacionado com as memórias “encobridoras”, instaladas na memória de forma inconsciente e que escondem sensações negativas. Tereza Muñoz pertencem à Assocaição Nacional de Psicanálise e explica esta desordem como uma operação que escapou do inconsciente e se encontra entre este e o pré-consciente, de forma que se faz presente.

Uma hipótese deste campo de estudo assegura que quando uma pessoa sente uma déjà vu, costuma substituir com rostos e situações desejadas uma realidade que lhe causa angústia. Outra teoria mais tradicional diz que este fenômeno se deve ao fato de que as imagens que o olho envia para o cérebro se superpõem, dando lugar a uma sensação de repetição, mas esta análise foi descartada ao comprovar-se que os cegos experimentam paramnésias através do olfato e do som. Para os neurologistas, é uma falha no cérebro que armazena algo de forma repetida.

Tradução: Eloise De Vylder

Fonte: UOL –