Alterações no batimento do coração podem indicar doenças e exigir tratamento médico
Em 12 de novembro, ao se celebrar o Dia Nacional de
Prevenção das Arritmias Cardíacas e da Morte Súbita, o alerta sobre a
importância dos cuidados com o coração ganha destaque. Esse órgão, que trabalha
de forma constante para manter o corpo em funcionamento, pode apresentar
alterações elétricas que comprometem sua cadência natural — as chamadas
arritmias cardíacas.
Em um organismo saudável, o coração costuma bater
entre 60 e 100 vezes por minuto, em um ritmo regular e quase
imperceptível. Quando esse compasso falha, o que era rotina pode se transformar
em risco. As arritmias cardíacas, causadas por distúrbios elétricos que alteram
o batimento do coração, vão desde palpitações leves até situações graves de
parada cardíaca.
De acordo com dados do National Center for
Biotechnology Information (NCBI), as arritmias estão associadas a 15% a 20% de
todas as mortes no mundo, sendo responsáveis por cerca de 5 milhões de casos de
morte súbita por ano. Nos Estados Unidos, por exemplo, o número estimado varia
entre 180 mil e 250 mil mortes anuais relacionadas a esse tipo de evento.
Informação pode salvar vidas
A professora de cardiologia da Afya Brasília,
Rosangeles Konrad, explica que a arritmia ainda é um tema cercado de
desconhecimento. "A maioria das pessoas associa o problema apenas à
sensação de coração acelerado, mas nem sempre há sintomas perceptíveis, e é aí
que mora o perigo", alerta.
Segundo a médica, a informação pode salvar vidas.
"Conhecer os sinais e os fatores de risco é tão importante quanto ter um
desfibrilador por perto. Quando o coração perde sua cadência normal, a
sobrevivência depende de minutos", alerta.
Para auxiliar no entendimento da doença, a
especialista lista 5 informações essenciais sobre arritmia cardíaca e morte
súbita que todos deveriam saber, fundamentais para identificar sinais de
alerta, buscar ajuda médica a tempo e entender como prevenir esse tipo de
emergência. Confira!
1. Nem toda arritmia é perigosa, mas todas merecem
atenção
Um coração saudável bate em um ritmo firme e
constante, como um relógio. Quando esse ritmo se altera, acelerando,
desacelerando ou ficando irregular, chama-se de arritmia. Algumas são
passageiras e podem estar ligadas ao estresse, ao excesso de café ou à falta de
sono.
Outras, porém, podem indicar doenças cardíacas mais
graves e exigir tratamento. O importante é não ignorar sintomas como
palpitações, tonturas ou desmaios, pois eles podem ser sinais de que algo não
vai bem e precisam ser investigados por um médico.
2. A morte súbita nem sempre dá sinais prévios
A morte súbita cardíaca costuma acontecer de forma
inesperada, inclusive em pessoas aparentemente saudáveis. No entanto, há
fatores de risco bem conhecidos, como histórico familiar, doenças cardíacas
pré-existentes, prática esportiva intensa sem acompanhamento médico e uso de
drogas ou anabolizantes.
Realizar check-ups regulares e exames cardiológicos
simples, como eletrocardiograma, ecocardiograma e teste ergométrico, pode
identificar precocemente quem tem maior risco e, assim, literalmente salvar
vidas.
3. Sintomas leves podem esconder algo sério
Cansaço fora do comum, falta de ar, palpitações ou a
sensação de que o coração "bate forte" ou "falha" podem
parecer algo simples, mas não devem ser ignorados. Muitas arritmias começam de
forma discreta e, se não tratadas, podem se agravar com o tempo, aumentando o
risco de problemas sérios, como acidente vascular cerebral (AVC) ou
insuficiência cardíaca.
Hoje, exames e tecnologias acessíveis, como o Holter,
monitores portáteis e até relógios inteligentes que registram o ritmo do
coração, ajudam a identificar essas alterações cedo, quando o tratamento é mais
simples e eficaz. Quanto antes o diagnóstico é feito, maiores são as chances de
manter o coração saudável.
4. Há tratamento e tecnologias a favor do coração
O tratamento das arritmias depende do tipo e da
gravidade do quadro, podendo envolver o uso de medicamentos específicos,
ablação por cateter, procedimento que elimina o foco elétrico anormal, além de
dispositivos como marcapassos e desfibriladores implantáveis, que ajudam a
controlar o ritmo cardíaco e prevenir complicações graves.
Essas tecnologias têm salvado muitas vidas e permitem
que os pacientes mantenham uma rotina normal. O acompanhamento regular com um
cardiologista especializado é essencial para ajustar o tratamento e garantir
que o coração siga no ritmo certo.
5. Prevenção é o melhor remédio e começa com o estilo
de vida
Cuidar do coração é cuidar do que mantém a vida
pulsando. Controlar a pressão arterial, o colesterol e o açúcar no sangue,
evitar o cigarro, manter uma alimentação equilibrada e praticar atividade
física com orientação são atitudes simples que fazem uma enorme diferença.
Esses hábitos reduzem o risco de arritmia, infarto e morte súbita, e mostram
que, no fim das contas, a prevenção ainda é o melhor tratamento.
Fonte: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/5-informacoes-essenciais-sobre-arritmia-cardiaca-e-morte-subita,081db89cb5b98c18851dc4f5999c3462jtsdntkd.html?utm_source=clipboard
- Por Beatriz Felicio - Foto: freshcare | Shutterstock / Portal EdiCase




