No Novembro Azul, entenda como uma mente sóbria pode
ser um elemento decisivo no combate a esse quadro
Todo dia é dia de cuidar da saúde. Mas o mês de
novembro vem se tornando uma ocasião especial para focar na prevenção de
algumas doenças. Como está se tornando tradicional nos últimos anos, a campanha
Novembro Azul visa chamar a atenção do público masculino com relação ao
diagnóstico precoce do câncer de próstata.
Tendo em vista que boa parte dos homens não realiza
os exames para detecção de alterações nessa glândula, o câncer acaba se
tornando mais difícil de ser descoberto na fase inicial, diminuindo sua chance
de cura.
Fazer o exame de toque permanece sendo um tabu entre
os homens, e se torna um assunto de ainda maior complexidade quando uma doença
crônica como essa é descoberta. O medo e a ansiedade com relação a tal
diagnóstico podem, inclusive, influenciar ainda mais o imaginário masculino,
trazendo condições sérias, como a depressão.
O temor não é instaurado nesses indivíduos apenas
pela possibilidade da morte, mas, sim, pelas limitações físicas que os
tratamentos, por vezes, acarretam, como a diminuição da capacidade de ereção,
cansaço e até mesmo a retirada dos testículos.
Por esse motivo, a mente precisa estar sã para que o
tratamento seja o menos doloroso possível, além de o apoio de familiar e
profissional ser essencial no enfrentamento dessa batalha.
Esquema de como é feito o exame de próstata Câncer
de próstata - 2
Esquema de como é realizado o exame de próstata. Na
imagem são destacadas as áreas envolvidas no exame: o reto (rectum), local onde
é introduzido o dedo do médico para a averiguação da próstata; a bexiga
(bladder), órgão superior a próstata; e a próstata propriamente dita
(prostate), glândula que será tocada pelo especialista (Foto: Wikimédia Commons/Imagem editada)
“Hoje em dia, o homem está mais receptivo para
aceitar tratamentos, exames e falar mais abertamente sobre a sexualidade. Mas
ainda não é tarefa fácil para os analistas conseguirem manter a saúde mental do
paciente em perfeito estado e entenderem a doença. Isso pode ser atribuído à
cultura em que vivemos sobre o papel do homem na sociedade”, afirma a
psicanalista e coordenadora da Escola de Psicanálise Débora Damasceno.
Durante o tratamento, é importante que o
profissional e o paciente discutam sobre questões relativas a virilidade e a
masculinidade, para que os pensamentos possam ir além da concepção familiar e
social, além de permitir que o indivíduo se redescubra nesse novo contexto.
Mente e corpo contra o câncer de próstata
Em vista dos avanços tecnológicos e novas
descobertas aplicadas aos tratamentos, a chance de cura sobre o câncer de próstata tem se tornado cada vez maior.
Assim, o que antes era uma ‘sentença de morte’, hoje pode ser encarado como um
duro enfrentamento para a recuperação da saúde, porém passível de grande chance
de vitória.
Entretanto, mesmo após a notícia da cura, é
imprescindível que o acompanhamento com um especialista continue, pois a pessoa
precisa compreender sua realidade atual e até mesmo como conviver com possíveis
sequelas do quadro.
“Depois do tratamento vem a vida e suas angústias. É
um mecanismo natural da nossa mente construir como medos futuros situações
dolorosas do passado. O papel da psicanálise nesse momento é restabelecer a
percepção temporal junto ao reconhecimento da própria capacidade de suporte e
superação, tanto da doença quanto de condições insatisfatórias da vida
cotidiana”, conclui Débora Damasceno.
Fonte: https://sportlife.com.br/cancer-de-prostata-novembro-azul/
- Leonardo Guerino - Foto: Pixabay
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