Segundo professor da USP, 150 minutos de atividade física semanal, em casa ou na academia, já são capazes de evitar comorbidades e conferir proteção contra agentes infecciosos
Aproximadamente 150 minutos de atividade física
semanal são capazes de evitar comorbidades e conferir proteção contra os
efeitos da covid-19, independentemente do local onde é feita. O importante é se
exercitar, seja em casa, na academia ou ao ar livre, mas sempre seguindo
recomendações científicas para evitar contaminação. Por isso, é essencial se
proteger, evitando aglomerações, locais propícios para infecção e usando
máscaras.
Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição,
Bruno Gualano, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da
USP e especialista em Fisiologia do Exercício, explica que o mínimo recomendado
são 150 minutos semanais de exercício moderado vigoroso, aquele capaz de deixar
a respiração ofegante. Isso já é suficiente para proteger contra casos graves
de covid-19 em até 30%. Ser fisicamente ativo também pode reduzir a mortalidade
pela doença. “É uma proteção natural. Isso acontece porque a prática regular de
atividade física torna o nosso sistema imune mais eficaz contra patógenos,
inclusive o SARS-CoV-2”, informa.
Toda atividade física conta. Desde aquelas
planejadas até os esforços feitos ao longo do dia, como subir escadas, caminhar
pelo jardim ou faxinar a residência. Tudo isso acrescenta para o cumprimento
dos 150 minutos de exercício recomendados. Com a imposição de restrições às
academias e o alto risco de contaminação, principalmente quando não se seguem
protocolos, a atividade física feita em casa pode substituir igualmente.
Gualano informa que os músculos não distinguem o local em que o exercício é
feito, mas apenas a intensidade.
‘O músculo não distingue onde você está’
Em casa, pacotes de arroz e garrafas de água podem
funcionar tão bem quanto os halteres. “O kg do haltere da academia é o mesmo
peso de um saco de arroz ou uma garrafa pet com água. Um agachamento na
academia é o mesmo que se faz no seu lar. O músculo não distingue onde você
está. A atividade física traz importantes adaptações independentemente de onde
é feita”, aponta o professor.
Apesar da reabertura das academias atualmente, o
especialista alerta sobre os cuidados e os riscos de se exercitar em local
fechado. As imposições a esse tipo de estabelecimento são fruto de uma questão
de segurança. É importante usar máscaras e ter álcool em gel disponível, além
de levar ao máximo a circulação de ventilação natural no ambiente. Ainda assim,
o risco de infecção em academias é alto. Improvisar em casa ou se exercitar ao
ar livre podem ser soluções preventivas.
“Nós sabemos que as academias estão abertas hoje.
Mas, você que está em casa, não se coloque em perigo ao ir à academia para se
sentir ativo. Nós podemos nos manter ativos sem a academia de ginástica e quem
diz o contrário é negacionista e tem conflitos de interesse”, afirma.
Os riscos de contaminação são diminutos ao ar livre.
Contudo, há dicas relevantes para a prevenção também. É fundamental evitar
aglomerações a todo custo. Com a abertura dos parques, alguns podem ficar
lotados e uma solução é fazer atividade física no próprio bairro ou procurar um
local com menos fluxo de pessoas. Usar máscaras é basilar também,
independentemente de onde se esteja. “Nós sabemos que é desconfortável durante
o exercício, mas a proteção que a máscara traz compensa o desconforto que
alguns usuários sentem. Todos esses cuidados, ainda que gerem algum
desconforto, são absolutamente importantes para minimizar riscos de infecção”,
adverte Gualano.
Fonte: https://www.revistaplaneta.com.br/pratica-regular-de-atividade-fisica-torna-sistema-imune-mais-eficaz/
- Texto: Jornal da USP - Crédito:
Orlando Kissner/Fotos Públicas
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