Beber para lidar com emoções negativas não é a melhor alternativa para quem vive com o transtorno e pode ser muito perigoso
O Brasil é o país com a maior taxa de transtorno de
ansiedade no mundo, com 9,3% da população vivendo com esta condição, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso representaria cerca de 18,6 milhões de
brasileiros acometidos pela doença.
Importante: não se trata daquele tipo de ansiedade
que nos mantém alertas para possíveis situações perigosas e que, além de
saudável, é natural. Trata-se de um transtorno mental, no qual a ansiedade é
exacerbada e gera sintomas como preocupação excessiva, dificuldade de
concentração e problemas no sono. Em ambos os cenários, associar o uso de
álcool é muito preocupante.
Beber para lidar com as emoções ou com a expectativa
de aliviar ou reduzir a ansiedade é uma escolha perigosa. Já falamos por aqui
que bebida não é remédio e beber com essa motivação é um sinal de alerta.
Inclusive, pesquisas indicam que esse comportamento está associado a uma maior
possibilidade de problemas atuais e futuros com o álcool.
Além dos quadros de ansiedade serem agravados com o
uso abusivo de álcool, existe o risco de ocorrer uma mudança no padrão de
consumo: para ter os mesmos efeitos de relaxamento, a pessoa passa a beber cada
vez mais, aumentando as chances de desenvolver dependência. Outro aspecto a ser
considerado nesses casos é o adiamento da busca por um profissional da saúde e
de um tratamento, prolongando ou piorando o sofrimento.
Dependência de álcool e ansiedade
A ocorrência simultânea desses transtornos é mais
frequente do que se imagina. Estimativas indicam que ela varia de 20% a 40%
entre países. Isso quer dizer que, no mínimo, um em cada cinco pacientes com
transtorno de ansiedade faz consumo nocivo de álcool. E o contrário também
acontece.
Um número significativo de pessoas que têm problemas
com o álcool também apresenta fortes problemas de ansiedade e humor. Estudos
psiquiátricos e epidemiológicos mostram que ter um diagnóstico relacionado à
ansiedade ou ao álcool aumenta o risco potencial de desenvolver o outro
transtorno, ou seja, um pode levar à piora do outro.
Além disso, há também evidências de que a depressão
e a ansiedade combinadas com o uso de álcool podem criar um ciclo, contribuindo
para lapsos, recaídas e fissura, que é um desejo intenso pela substância.
Diagnóstico e sinais de alerta
A combinação do álcool com a ansiedade nunca é
benéfica. Portanto, a prevenção e a identificação precoce são fundamentais,
tanto para evitar os efeitos danosos para a saúde física e mental provocados
pela ansiedade, como para a prevenção de comorbidades.
Como não há exames que permitam o diagnóstico
conclusivo, a identificação do transtorno de ansiedade é feita a partir das
queixas e da gravidade dos sintomas relatados pelo paciente.
Ao perceber mudanças de humor, dificuldade de manter o foco ou de dormir, preocupação excessiva, presença de sintomas físicos, como tremores, boca seca, tontura ou coração acelerado, procure um profissional da saúde. É possível lançar mão de medidas mais saudáveis para enfrentar os momentos difíceis e lidar com as emoções negativas.
Fonte: https://www.minhavida.com.br/bem-estar/materias/37084-alcool-e-ansiedade-como-a-bebida-pode-agravar-o-disturbio?utm_source=news_mv&utm_medium=BE&utm_campaign=9099887
- Escrito por Arthur Guerra de Andrade
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