Mesmo que você não seja um grande fã de ficção
científica ou mesmo de super-heróis, você já deve ter imaginado como seria ter
algumas daquelas tecnologias ou superpoderes à sua disposição. Uma máquina do
tempo ao estilo Delorean em De volta para o futuro, poder ficar invisível como
Sue Richards em O quarteto fantástico ou quem sabe ter um corpo praticamente
indestrutível como o Wolverine.
O que talvez você não saiba é que muitas dessas
coisas estão cada vez mais próximas da nossa realidade. Não é como se você já
pudesse ter uma governanta robô ou um carro que voa como os personagens dos
Jetsons, mas o site Listverse fez uma lista com 10 tecnologias do mundo da
ficção que já existem na vida real.
10. Adamantium (o esqueleto indestrutível do
Wolverine)
A empresa Modumetal em Seattle desenvolveu um
processo chamado nanolaminação, no qual o campo elétrico que move os íons
metálicos pode ser controlado para determinar seu posicionamento exato. Dessa
forma, o material compensa qualquer falha microscópica no metal, tornando-o
quase indestrutível à corrosão e rachaduras. Com essa técnica, a Modumetal
inventou uma nova classe de metal, de baixo custo e extraordinariamente forte.
A tecnologia permite que estruturas onde se
comumente usa o aço (plataformas de petróleo, pontes, armaduras, infraestrutura
de edifícios) possam se tornar até dez vezes mais resistentes. Devido a sua
resistência à corrosão, plataformas de petróleo expostas a diversos produtos
químicos se tornarão mais baratas e duradouras.
9. Tricorders (ou quase)
Um dispositivo portátil e sem fio para examinar a
saúde de um paciente medindo a pressão, temperatura e indicando doenças ou
lesões através do sangue e ondas radioativas. Isso lhe soa familiar? Trata-se
de um conceito eternizado na série Star Trek, criado pelo médico da Enterprise,
Leonard McCoy.
Em 2011 a X Prize, com um patrocínio da Qualcomm,
comunicou seu interesse em trazer o tricorder da ficção para a realidade, não
apenas para médicos como para qualquer consumidor interessado em uma manutenção
detalhada de sua saúde e garantir para si uma “vida longa e próspera”. A ideia é disponibilizar 7 milhões de dólares
para que a equipe desenvolva um tricorder na vida real. As exigências são que o
dispositivo pese menos de 2,3 quilos, registre os sinais vitais continuamente e
tenha capacidade de diagnosticar 12 doenças ou a ausência de problemas médicos.
A seleção já contou com a presença de 312 equipes,
de 38 países. Dessas, 29 foram selecionadas para disputar uma vaga final. Até o
momento nenhum tricorder desenvolvido preenchia todas as exigências,
entretanto, dois deles já chegaram bem perto. Mesmo que ninguém tenha recebido
o grande prêmio, eles já oferecem recursos portáteis antes vistos apenas em
hospitais ou ambulâncias, com o potencial de salvar milhares de vidas.
8. Exoesqueletos
Você já deve ter visto um exoesqueleto em
videogames, filmes ou seriados. São máquinas acopladas à pessoa para fornecer
força, velocidade e funcionalidades adicionais. Essa tecnologia progrediu muito
desde 1960, quando o primeiro exoesqueleto motorizado foi fabricado pela
General Electric. No entanto, esse primeiro modelo era excessivamente
desajeitado e pouco prático para fins militares.
Atualmente os exoesqueletos não são restritos ao
universo da ficção. Eles são usados no mundo todo por grandes depósitos e
empresas, especialmente em nações tecnologicamente avançadas como a Coréia do
Sul. A estimativa é que centenas dessas máquinas estão em operação em
diferentes funções em todo o mundo.
O uso de exoesqueletos vai também além da indústria.
Um estudo feito no Brasil e liderado por Miguel Nicolelis já conseguiu
recuperar oito indivíduos paraplégicos.
O exoesqueleto brasileiro foi mostrado ao mundo pela primeira vez em
2014, dando o chute de abertura na Copa do Mundo. A sua evolução desde então
tem sido impressionante e com uma perspectiva otimista no futuro próximo para
indivíduos com dificuldades motoras.
7. Invisibilidade
Constantemente presente na ficção e na fantasia, seja
pela magia em Harry Potter e Senhor do Anéis ou através de tecnologia militar
na ficção cientifica, o conceito de invisibilidade sempre causa um enorme
fascínio.
Um startup promete dar um significante passo em
levar essa possibilidade para a vida real. Usando tecnologia de ponta combinada
com moda, a Stealth Wear utiliza um tecido sintético capaz de refletir a
energia térmica e esconder a identidade de um indivíduo de câmeras térmicas.
Em testes usando câmeras FLIR (sensor de visão
frontal infravermelha), verificou-se que os indivíduos vestindo roupas emitiam
pouca ou nenhuma assinatura térmica e que seus rostos se tornaram totalmente
indiscerníveis.
6. Tradução em tempo real
Digamos que você quer viajar para um país
estrangeiro, mas não tem tempo para aprender um novo idioma. Ou que deseja se
comunicar com alguém de outro país, mas nenhum dos dois fala a língua do outro.
A proposta da Pilot Earbuds da Waverly Labs é derrubar a torre de babel de uma
vez por todas.
O dispositivo nada mais é que um par de fones de
ouvido com uma simples premissa: ouvir as palavras que chegam, detectar a
língua e transmitir uma tradução ao ouvido por meio de uma fala
computadorizada. Exatamente como os peixes-babel de O Guia do Mochileiro das
Galáxias, ele permite que você se comunique em tempo real com qualquer pessoa
no mundo. Os dispositivos estão disponíveis por US$ 249 e ainda contam com
concorrência dos Pixel Buds do Google, que custam US$ 149.
5. Criogenia
Para quem já assistiu filmes de ficção cientifica o
conceito não é nada novo. Seja em filmes como Alien: o oitavo passageiro,
Demolition man, ou até em lendas urbanas modernas que alegam que Walt Disney
foi congelado criogenicamente nos anos 60, a capacidade de manter vivo organismos
congelados exerce um fascínio aterrorizante.
A tecnologia por trás da criogenia é altamente
complexa, mas já foi realizada com sucesso. O processo de criopreservação, de
acordo com a NASDAQ News, envolve o transporte de um corpo, imediatamente depois
de declarado morto, para um local onde é drenado, preenchido com anticongelante
medicinal e colocado em um tanque de nitrogênio líquido.
O mais surpreendente é que muitas empresas de seguro
de vida oferecem este procedimento. A Alcor Life Extension Foundation oferece
esse serviço por US$ 200 mil. Se a grana estiver curta, por US$ 80 mil você
pode congelar apenas seu cérebro e preservá-lo. No entanto, embora a
conservação criogênica seja uma realidade, a tecnologia para descongelar o
corpo de volta a vida ainda é inexistente e sem a menor previsão de quando (ou
se) isso será possível. Isso sim é um investimento a longo prazo.
4. “Luz sólida” (sabres de luz)
Se você já assistiu Guerra nas Estrelas (ou se já
usou a internet uma vez na vida) você certamente conhece a arma mais famosa dos
Jedi – o sabre de luz. A arma é uma espécie de espada com um feixe sólido de
luz capaz de cortar qualquer objeto.
Embora uma versão controlada dessa tecnologia ainda
não seja uma realidade, um estudo publicado na revista científica Physical
Review X revelou que engenheiros elétricos da Universidade de Princeton
conseguiram juntar fótons para se comportarem como um sólido ao invés de luz. O
procedimento é complexo e basicamente faz com que os fótons se comportem como átomos.
Até o momento isso foi bem-sucedo apenas em escalas muito pequenas, mas a
tecnologia existe e poderia em breve ser usada em uma escala maior.
Além disso, os cientistas também esperam algum dia
conseguir modelar a luz para se comportar como materiais “inexistentes”. Devido
ao grande desconhecimento sobre o fóton sólido, há grande expectativa
científica sobre como o material irá reagir com diversas substâncias e
elementos.
3. Armas laser
Outra tecnologia sempre presente em filmes e jogos,
o armamento a laser já é uma realidade há muitas décadas. No entanto, ainda que
seu uso seja impraticável em produção em massa, ele já foi aplicado para
derrubar pequenos barcos, drones e mísseis.
Um dos principais benefícios da tecnologia laser em
relação ao armamento convencional é que os feixes viajam na velocidade da luz.
Um projétil de um rifle Barrett de calibre .50 atinge uma velocidade de
aproximadamente 853 metros por segundo, enquanto que a velocidade da luz é de
aproximadamente 300 mil quilômetros por segundo.
Outra vantagem significativa está na altíssima
precisão do laser. As armas de fogo tradicionais precisam levar em conta a
resistência do vento, o comprimento do cano e a falha humana. Um sistema de
armamento laser ignora quase todos esses fatores e elimina o erro humano pelo
uso de coordenadas computadorizadas.
O desenvolvimento de armamento a laser em grande
escala ainda não se tornou realidade, mas já dá sinais de ser um próximo passo
na corrida armamentista global.
2. Campos de força
A Boeing, uma das maiores empresas de aviação no
mundo, patenteou um conceito de tecnologia de campo de força. Se quiser um
paralelo no mundo da ficção, pense nos escudos das naves espaciais em Jornada
nas estrelas ou a barreira do reino de Wakanda.
O funcionamento dessa tecnologia é altamente
avançado e ainda experimental. Um sensor computadorizado detecta ondas de choque
nas proximidades e no mesmo instante comunica isso para um sistema de defesa.
Em uma fração de segundos, o dispositivo aquece o ar na direção da explosão,
criando um campo de plasma que funciona como uma barreira entre a explosão e o
veículo. Esse escudo temporário absorveria, refletiria ou desviaria a força da
explosão, protegendo o alvo de danos.
Apesar de teoricamente possível, a tecnologia nunca
foi aplicada diretamente. Além disso, sua funcionalidade é limitada – projéteis
diretos tais como balas e foguetes são impossíveis de serem detidos. No
entanto, a tecnologia poderia prevenir danos por explosões detonadas perto de
um alvo (um hospital, por exemplo).
1. Implantes cibernéticos
Qualquer histórica de ficção cyberpunk não pode
deixar de ter implantes cibernéticos. Eles podem variar em forma e tamanho, mas
o conceito é sempre o mesmo: um dispositivo eletrônico implantado dentro de um
organismo, permitindo funcionalidades adicionais.
Startups cibernéticas dispararam na última década
com essa tecnologia. As funcionalidades variam desde melhorias em audição,
visão e olfato até auxílio em doenças como Parkinson.
O primeiro tipo de implante cibernético no mundo foi
o marcapasso, destinado a regular os batimentos cardíacos. Desde a sua invenção
e primeira utilização décadas atrás, os aparelhos deixaram de ser desajeitados
e pouco confiáveis. Hoje são do tamanho de uma pílula e capazes de realizar
tarefas complexas.
Implantes cibernéticos de ponta são ainda mais
intrigantes. O dispositivo North Sense, criado por uma empresa chamada Cyborg
Nest, permite que o usuário sinta os polos magnéticos da Terra.
Outras funcionalidades parecem pura ficção. Neil
Harbisson, um artista e um dos co-fundadores do Cyborg Nest, tem uma antena
permanente implantada no seu crânio que lhe permite “ouvir” as cores. A antena
permite não apenas que Harbisson, que sofre de daltonismo total congênito desde
seu nascimento, consiga ouvir cores que nunca vai conseguir enxergar, como também
receber informações de ondas de radiação eletromagnética, telefonemas, música,
vídeos ou imagens que são traduzidas em vibrações audíveis.
Neil Harbisson já foi chamado de o primeiro ciborgue
humano e chegou a ser legalmente reconhecido como tal pelo governo britânico.
Além disso, em 2017, foi cofundador da Transpecies Society, uma associação que
almeja dar voz a pessoas com identidades não-humanas, conscientizar sobre os
desafios que as transpécies enfrentam, defender os direitos dos ciborgues, e
apoiar pessoas que querem se tornar ciborgues. [Listverse]