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sábado, 12 de janeiro de 2019

Como prevenir o envelhecimento dentário


Reconheça sinais e descubra que cuidados mantêm a saúde bucal protegida

Com o passar dos anos, todo o organismo começa a funcionar de forma mais lenta, o que afeta a saúde corporal como um todo. Quando falamos de saúde bucal, porém, o que realmente importa são nossos hábitos cotidianos e cuidados de higiene, que podem ou não interferir na integridade dos dentes e gengiva.

Por isso, idade avançada nem sempre é sinônimo de envelhecimento dentário. Para prevenir os problemas e complicações decorrentes dele, o caminho é cuidar da saúde bucal atentamente, observando alterações e visitando regularmente o dentista. Dessa forma, podemos evitar lesões de cárie, doenças gengivais, desgaste, sensibilidade e periodontites.

De acordo com a dentista Maria Luiza Moreira Arantes Frigério, coordenadora do projeto "Envelhecer Sorrindo", da Faculdade de Odontologia da USP, a forma como cuidamos da nossa saúde bucal durante toda a vida é fundamental para que os dentes envelheçam de forma saudável. Ela lista alguns sinais do envelhecimento dentário que merecem atenção:

"Com o passar dos anos, o esmalte estará desgastado e a dentina estará pigmentada de acordo com seus hábitos, tais quais o consumo de café, chá, fumo e refrigerantes. Tratar o canal de um dente nessa etapa da vida também pode ser mais difícil devido a calcificação da polpa", explica ela.

Sinais de alerta
Alguns sinais, como a mudança na coloração dos dentes, desgaste, retração da gengiva e alterações na mucosa podem indicar o envelhecimento dentário, mesmo na juventude. Percebê-los o quanto antes evita o agravamento dos problemas e auxilia no tratamento, conforme explica a dentista Maria Luiza.

"O autoexame, hábito de observar semanalmente a boca, é muito saudável pois nesse momento você poderá detectar precocemente qualquer alteração. Essas alterações poderão estar relacionadas tanto com a mucosa, que pode ser tornar mais avermelhada ou apresentar lesões esbranquiçadas e úlceras, quanto com os dentes, que podem sofrer com desgastes, abrasão, erosão, fraturas e com o ranger de dentes".

Além disso, a especialista reforça a importância da visita periódica ao dentista. Segundo ela, o especialista deve procurar possíveis alterações no ambiente oral e examinar os dentes em busca de lesões de cárie, cuidados que estimulam a manutenção dos dentes.

A secura na boca, por sua vez, costuma atingir pessoas de idades mais avançadas e é uma consequência de tratamentos saúde específicos ou uso de medicamentos com efeitos colaterais.

"A saúde geral tem uma relação direta com a saúde oral. Presença de focos de infecção na boca podem inclusive provocar uma infecção à distância, ou seja, em órgãos mais nobres, conhecido como septicemia", alerta o cirurgião-dentista Mario Sérgio Giorgi, presidente da Câmara Técnica de Dentística do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

Higiene oral
A higiene oral é imprescindível para a manutenção da saúde bucal. Uma boa escovação e limpeza da língua, com o uso de cremes dentais com flúor, escovas interdentais e fio dental podem prevenir doenças gengivais, periodontais e o surgimento de lesões de cárie. Se tiver dúvidas em relação a estas etapas, peça ao seu dentista que lhe indique as melhores técnicas para escovar os dentes e passar o fio dental.

"A prevenção passa pelo treinamento de higiene oral individualizada, em que o profissional ensinará e supervisionará o paciente por meio de um conceito que valorize a técnica eficaz, não traumática e motivacional, utilizando instrumentos adequados para tal. As causas da retração gengival, por exemplo, podem ocorrer devido o paciente estar utilizando uma escova inadequada, com cerdas de nylon duras, e que vão provocar trauma", informa o cirurgião-dentista Mario Sérgio.

Hábitos alimentares
Além dos cuidados diários com a higiene bucal, alguns hábitos alimentares também podem prevenir o envelhecimento dentário e fortalecer a saúde dos dentes e gengiva, ao passo que outros devem ser evitados. De acordo com o cirurgião-dentista Mario Sérgio, o principal deles é o açúcar, encontrado em doces, refrigerantes, balas e chicletes. "Alimentos com alta concentração de açúcar podem favorecer o aparecimento de cáries e doenças periodontais", afirma.

O caminho, portanto, é adotar uma dieta equilibrada, capaz de oferecer benefícios à saúde do corpo como um todo. "Uma boa alimentação com verduras, frutas, proteína e ingestão de líquido com certeza ajudarão todo seu organismo a funcionar melhor. Evite a ingestão de açúcares, álcool, alimentos muito abrasivos e muito ácidos, que favorecem a alteração da microflora bucal, criando condições para a colonização bacteriana, assim como a manutenção da placa bacteriana", aconselha a dentista Maria Luiza.

Quando devemos começar a nos preocupar com o envelhecimento dentário?
Apesar de a idade avançada impactar o funcionamento do organismo e nos deixar mais vulneráveis a problemas bucais, nossos hábitos influenciam muito mais o envelhecimento dentário. Segundo o cirurgião-dentista Mario Sérgio, uma pessoa com mais idade, que sempre deu a devida atenção à saúde bucal, pode ter dentes e gengiva mais saudáveis do que uma pessoa mais jovem, que não se dedica da mesma forma.

"Quando o paciente se consulta regularmente com o cirurgião-dentista, pode prevenir alguns problemas que ocasionam o desgaste dentário, decorrentes das características particulares do envelhecimento e das condições orais de cada indivíduo. Dessa forma, não há uma idade específica para começar a se preocupar", explica ele.

Com que frequência devemos visitar o dentista?
Consultas regulares com o dentista são essenciais para a prevenção de problemas bucais e do envelhecimento dentário. Além de realizar procedimentos profissionais de limpeza, necessários para a remoção da placa bacteriana e o tártaro dos dentes, ele é o especialista que saberá avaliar como estão seus hábitos de higiene bucal.

"A recomendação é a de fazer visitas periódicas ao cirurgião-dentista. Elas deverão ser orientadas pelo profissional em função das condições gerais dos pacientes e devido a doenças preexistentes, como o diabetes, que requer um acompanhamento com mais frequência. O ideal é fazer uma visita em um período mínimo de 6 meses a no máximo 12 meses", recomenda o cirurgião-dentista Mario Sérgio.