Reconheça sinais e descubra que cuidados mantêm a
saúde bucal protegida
Com o passar dos anos, todo o organismo começa a
funcionar de forma mais lenta, o que afeta a saúde corporal como um todo.
Quando falamos de saúde bucal, porém, o que realmente importa são nossos
hábitos cotidianos e cuidados de higiene, que podem ou não interferir na
integridade dos dentes e gengiva.
Por isso, idade avançada nem sempre é sinônimo de
envelhecimento dentário. Para prevenir os problemas e complicações decorrentes
dele, o caminho é cuidar da saúde bucal atentamente, observando alterações e
visitando regularmente o dentista. Dessa forma, podemos evitar lesões de cárie,
doenças gengivais, desgaste, sensibilidade e periodontites.
De acordo com a dentista Maria Luiza Moreira Arantes
Frigério, coordenadora do projeto "Envelhecer Sorrindo", da Faculdade
de Odontologia da USP, a forma como cuidamos da nossa saúde bucal durante toda
a vida é fundamental para que os dentes envelheçam de forma saudável. Ela lista
alguns sinais do envelhecimento dentário que merecem atenção:
"Com o passar dos anos, o esmalte estará
desgastado e a dentina estará pigmentada de acordo com seus hábitos, tais quais
o consumo de café, chá, fumo e refrigerantes. Tratar o canal de um dente nessa
etapa da vida também pode ser mais difícil devido a calcificação da
polpa", explica ela.
Sinais de alerta
Alguns sinais, como a mudança na coloração dos
dentes, desgaste, retração da gengiva e alterações na mucosa podem indicar o
envelhecimento dentário, mesmo na juventude. Percebê-los o quanto antes evita o
agravamento dos problemas e auxilia no tratamento, conforme explica a dentista
Maria Luiza.
"O autoexame, hábito de observar semanalmente a
boca, é muito saudável pois nesse momento você poderá detectar precocemente
qualquer alteração. Essas alterações poderão estar relacionadas tanto com a
mucosa, que pode ser tornar mais avermelhada ou apresentar lesões
esbranquiçadas e úlceras, quanto com os dentes, que podem sofrer com desgastes,
abrasão, erosão, fraturas e com o ranger de dentes".
Além disso, a especialista reforça a importância da
visita periódica ao dentista. Segundo ela, o especialista deve procurar
possíveis alterações no ambiente oral e examinar os dentes em busca de lesões
de cárie, cuidados que estimulam a manutenção dos dentes.
A secura na boca, por sua vez, costuma atingir
pessoas de idades mais avançadas e é uma consequência de tratamentos saúde
específicos ou uso de medicamentos com efeitos colaterais.
"A saúde geral tem uma relação direta com a
saúde oral. Presença de focos de infecção na boca podem inclusive provocar uma
infecção à distância, ou seja, em órgãos mais nobres, conhecido como
septicemia", alerta o cirurgião-dentista Mario Sérgio Giorgi, presidente
da Câmara Técnica de Dentística do Conselho Regional de Odontologia de São
Paulo (CROSP).
Higiene oral
A higiene oral é imprescindível para a manutenção da
saúde bucal. Uma boa escovação e limpeza da língua, com o uso de cremes dentais
com flúor, escovas interdentais e fio dental podem prevenir doenças gengivais,
periodontais e o surgimento de lesões de cárie. Se tiver dúvidas em relação a
estas etapas, peça ao seu dentista que lhe indique as melhores técnicas para
escovar os dentes e passar o fio dental.
"A prevenção passa pelo treinamento de higiene
oral individualizada, em que o profissional ensinará e supervisionará o
paciente por meio de um conceito que valorize a técnica eficaz, não traumática
e motivacional, utilizando instrumentos adequados para tal. As causas da
retração gengival, por exemplo, podem ocorrer devido o paciente estar
utilizando uma escova inadequada, com cerdas de nylon duras, e que vão provocar
trauma", informa o cirurgião-dentista Mario Sérgio.
Hábitos alimentares
Além dos cuidados diários com a higiene bucal,
alguns hábitos alimentares também podem prevenir o envelhecimento dentário e
fortalecer a saúde dos dentes e gengiva, ao passo que outros devem ser
evitados. De acordo com o cirurgião-dentista Mario Sérgio, o principal deles é
o açúcar, encontrado em doces, refrigerantes, balas e chicletes.
"Alimentos com alta concentração de açúcar podem favorecer o aparecimento
de cáries e doenças periodontais", afirma.
O caminho, portanto, é adotar uma dieta equilibrada,
capaz de oferecer benefícios à saúde do corpo como um todo. "Uma boa
alimentação com verduras, frutas, proteína e ingestão de líquido com certeza
ajudarão todo seu organismo a funcionar melhor. Evite a ingestão de açúcares,
álcool, alimentos muito abrasivos e muito ácidos, que favorecem a alteração da
microflora bucal, criando condições para a colonização bacteriana, assim como a
manutenção da placa bacteriana", aconselha a dentista Maria Luiza.
Quando devemos começar a nos preocupar com o
envelhecimento dentário?
Apesar de a idade avançada impactar o funcionamento
do organismo e nos deixar mais vulneráveis a problemas bucais, nossos hábitos
influenciam muito mais o envelhecimento dentário. Segundo o cirurgião-dentista
Mario Sérgio, uma pessoa com mais idade, que sempre deu a devida atenção à
saúde bucal, pode ter dentes e gengiva mais saudáveis do que uma pessoa mais
jovem, que não se dedica da mesma forma.
"Quando o paciente se consulta regularmente com
o cirurgião-dentista, pode prevenir alguns problemas que ocasionam o desgaste
dentário, decorrentes das características particulares do envelhecimento e das
condições orais de cada indivíduo. Dessa forma, não há uma idade específica
para começar a se preocupar", explica ele.
Com que frequência devemos visitar o dentista?
Consultas regulares com o dentista são essenciais
para a prevenção de problemas bucais e do envelhecimento dentário. Além de
realizar procedimentos profissionais de limpeza, necessários para a remoção da
placa bacteriana e o tártaro dos dentes, ele é o especialista que saberá
avaliar como estão seus hábitos de higiene bucal.
"A recomendação é a de fazer visitas periódicas
ao cirurgião-dentista. Elas deverão ser orientadas pelo profissional em função
das condições gerais dos pacientes e devido a doenças preexistentes, como o
diabetes, que requer um acompanhamento com mais frequência. O ideal é fazer uma
visita em um período mínimo de 6 meses a no máximo 12 meses", recomenda o
cirurgião-dentista Mario Sérgio.
Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/materias/34108-como-prevenir-o-envelhecimento-dentario
- Escrito por Redação Minha Vida
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