A insônia pode ser definida como uma dificuldade persistente na iniciação e/ou na manutenção do sono, resultando em prejuízos em sua qualidade e duração; é um quadro complexo, com muitos malefícios à qualidade de vida.
A insônia pode ser definida como uma dificuldade
persistente na iniciação e/ou na manutenção do sono, resultando em prejuízos em
sua qualidade e duração; é um quadro complexo, com muitos malefícios à
qualidade de vida. Nesse sentido, a insônia é considerada um problema público
de saúde e estimativas apontam que até 30% da população mundial possa ser
afetada pela condição. Não obstante, muitas pessoas, infelizmente, ainda
enxergam a insônia como um mal “menor”, não dando a devida importância à falta
de sono e, dessa forma, não buscando ajuda profissional para tratar o problema.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a insônia afeta, em algum grau,
até 40% dos brasileiros, mas poucos procuram assistência profissional.
O sono é um processo fundamental para a vida humana
e, normalmente, costuma-se pensar, de maneira errônea, que dormir é um processo
passivo em que o cérebro entra em um estado de baixa atividade. No entanto, as
pesquisas científicas das últimas décadas revelam que o sono é um fenômeno
extremamente dinâmico; e que não só compensa o tempo que passamos
inconscientes, mas também melhora a eficiência de nossas ações acordados. O ato
de dormir se associa com a plasticidade neuronal; e com a forma como certas
regiões do nosso cérebro e mecanismos fisiológicos do nosso corpo se recuperam
e se adaptam diariamente. O sono influencia a memória, o aprendizado, o humor,
a imunidade, a temperatura corporal, entre outros processos.
Os males da insônia, por consequência, vinculam-se a
maiores riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como a
hipertensão arterial sistêmica (popularmente conhecida como “pressão alta”),
transtornos psiquiátricos, como depressão e ansiedade, irritabilidade
excessiva, falta de concentração, problemas de memória, diminuição da imunidade
e câncer. De forma geral, a maioria dos casos de insônia são causados por maus
hábitos relacionados ao sono e podem ser facilmente tratados; as sequelas da
insônia crônica, no entanto, são bem mais difíceis de serem remediadas.
O uso excessivo de bebidas estimulantes como café,
refrigerantes, energéticos, chimarrão e tereré atrapalha com que se inicie e se
mantenha o sono. A cafeína, uma substância encontrada em vários destes
produtos, é conhecida pelas suas propriedades estimulantes de diminuir o
cansaço e de aumentar o foco. No entanto, o tempo médio para que ela saia do
organismo é de, aproximadamente, 16 horas. Isso faz com que o seu consumo possa
ocasionar episódios de insônia e diminuir a qualidade geral do sono.
A realização de atividades na cama como ver
televisão e mexer no celular são práticas comuns, mas que podem dificultar com
que o indivíduo consiga relaxar e iniciar o sono. Os ruídos e a luminosidade da
televisão, bem como a distração que o celular fornece, atrapalham o
adormecimento e podem levar, em longo prazo, a quadros psicológicos em que o
indivíduo não relaciona mais a sua cama e o contexto noturno como um momento de
descanso. Nessa circunstância, é normal que apareçam casos de ansiedade
relacionada ao sono, em que o indivíduo se acha incapaz de dormir; ou tenta
excessivamente adormecer e não consegue iniciar o sono, devido ao nervosismo da
situação e à preocupação.
O tratamento da insônia pode ser não farmacológico,
baseado em hábitos relacionados à “Higiene do Sono” (evitar estimulantes,
evitar exercícios físicos perto da hora de dormir, criar uma rotina com
horários fixos para o sono, entre outros) e em terapias comportamentais, que
ajudam o indivíduo a lidar melhor com a situação por meio de técnicas
psicoterápicas. O tratamento farmacológico deve ser feito sempre por
profissionais especializados e em situações específicas que, realmente, exijam
intervenção medicamentosa. A automedicação para tratar a insônia é um problema
grave que pode gerar dependência pela substância, além de interações
medicamentosas com outros fármacos e sequelas. A insônia é tratável, mas por profissionais
especializados. Caso esteja passando por situações de dificuldade em manter ou
iniciar o sono, procure assistência profissional.
Fonte: https://revistanovafamilia.com.br/os-males-da-insonia-e-a-importancia-do-tratamento-adequado
- Eduardo de Sousa Martins e Silva - Redação - Foto : Reprodução