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domingo, 27 de outubro de 2019

Quais são os principais problemas oculares infantis e como detectá-los


Segundo a Organização Mundial da Saúde, dá para prevenir e tratar de 60% a 80% das doenças oculares.

Infelizmente, não dá para se proteger de todas as condições de saúde com vacinas. Mas uma iniciativa tomou emprestada a ideia da caderneta de vacinação para conscientizar a população sobre o diagnóstico precoce de problemas oftalmológicos em crianças. Esse é o projeto Caderneta de Visão: um movimento pela saúde ocular infantil.

Criada pela agência Artplan, a ação incluiu a impressão de várias cadernetas onde é possível anotar as idas ao médico para cuidar dos olhos. Esse material está sendo distribuído pela rede Óticas Carol (também dá para baixá-lo no site da campanha). Tendo um registro dos exames em mãos, fica mais fácil de fazer o controle das avaliações visuais.

O Conselho de Oftalmologia Brasileiro (COB) estima que mais de 250 mil jovens de 5 a 15 anos têm dificuldade para enxergar no nosso país. E, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 60% a 80% dos casos são evitáveis ou tratáveis.

Para a oftalmologista Claudia Faria, da clínica Belfort, em São Paulo, qualquer iniciativa que promova visitas de meninos e meninas ao consultório é válida. Normalmente, eles só buscam apoio quando reclamam de não conseguir ler na escola.

“No Brasil, falta orientação preventiva. Muitas doenças só são bem tratadas durante a infância”, pontua a especialista. De olho nisso, SAÚDE compilou informações importantes para você saber como cuidar direito da visão da criançada. Confira:

As principais doenças oculares em crianças
De acordo com Claudia, os erros refrativos são as condições que mais embaçam a vista na infância. Estamos falando dos famosos astigmatismo, miopia e hipermetropia.

Até certo ponto, é natural que o pequeno possua um grau baixo de hipermetropia (dificuldade para enxergar objetos de perto), porque o olho está se desenvolvendo. Com o tempo, ele cresce e a visão tende a ganhar nitidez.

No entanto, a oftalmologista conta que graus elevados de alguma dessas encrencas, quando não diagnosticados, podem levar à ambliopia. Estamos falando de uma dificuldade do próprio sistema nervoso de compreender o que é uma imagem nítida — se não corrigida, ela gera uma dependência de óculos para o resto da vida. “O tratamento só funciona até, mais ou menos, 8 ou 9 anos de idade. Muitas vezes, ele consiste apenas em usar óculos por um período”, complementa a profissional.

Além dos erros refrativos, a conjuntivite é bem comum na infância. “Existe a suspeita de que ela altere a córnea e leve ao astigmatismo. Mas não há evidências científicas suficientes para provar essa hipótese”, informa Claudia. De qualquer forma, o quadro precisa ser tratado por causa dos incômodos que provoca.

Vale mencionar também o estrabismo. É até normal que os bebês fiquem um pouco vesgos, porque seus olhos estão em pleno desenvolvimento. “Episódios de desvio do olhar para dentro ocorrem até os 4 meses e, para fora, até os 6. Agora, se o olho ficar torto o tempo inteiro, é estrabismo”, arremata a expert.

Outra complicação é a catarata congênita. “Após o diagnóstico, o bebê tem que ser operado nas primeiras semanas de vida. Se não, nunca vai conseguir enxergar”, alerta a oftalmologista.

Quais exames oftalmológicos toda criança deve fazer
“O mais importante é o teste do reflexo vermelho, feito assim que a pessoa nasce”, orienta a médica. Conhecido como teste do olhinho, ele sinaliza a presença de catarata e retinoblastoma (um tipo de câncer), entre outras coisas. Na rede pública, é obrigatório realizá-lo antes de sair da maternidade. Caso note algo suspeito, o doutor vai pedir exames complementares.

Quem nasce sem problemas oftalmológicos precisa ser avaliado de novo antes dos 3 anos. Dessa vez, o pequeno passa por um check-up completo, com exames de acuidade visual (aquele em que você tenta discernir as letras no quadro) e de fundo do olho.

Se tudo estiver certo, Claudia sugere repetir esses procedimentos a cada um ou dois anos. “Isso até a criança completar 9 anos de idade, quando o período de desenvolvimento dos olhos acaba”, afirma. Vale conversar com o pediatra sobre a eventual necessidade de marcar uma consulta com oftalmologistas.

E fique tranquilo: mesmo quando a molecada ainda não aprendeu a ler ou falar, dá para realizar todos os exames. O teste de acuidade visual, por exemplo, pode ser adaptado para as crianças não alfabetizadas. Aí, letras e números são trocados por figuras. “Mas é importante fazer o exame em locais com experiência nesse público”, recomenda Claudia.


segunda-feira, 22 de outubro de 2018

O que é o descolamento de retina e como tratar


Problema de visão frequente nos mais velhos, o descolamento de retina precisa ser tratado para não causar cegueira. Saiba mais sobre ele e seus sintomas

A terceira idade pede por mais atenção à saúde, especialmente a ocular. O descolamento da retina, por exemplo, é uma situação comum nessa fase da vida. É um problema grave que, se não for tratado, pode levar à cegueira total e irreversível. Mas o que ele é?

A maior parte do globo ocular é formada pelo humor vítreo, uma substância de consistência gelatinosa. Atrás dele – bem no fundo do olho –, fica a retina, uma fina camada responsável por captar as informações externas e transmiti-las para o nervo óptico. Dali, elas são levadas até o cérebro para que sejam decifradas e se transformem em imagens.

Pois bem: o humor vítreo e a retina ficam encostados. Porém, com o avanço da idade, a composição química dessa “gelatina” muda, tornando-se mais líquida por dentro. E isso pode fazê-la se despregar.

“Por ser muito frágil, o vítreo rasga e começa a vazar para o fundo do olho, causando o descolamento da própria retina”, explica o oftalmologista Rony Preti, fundador do Preti Eye Institute, em São Paulo. A movimentação do fluído pressiona a membrana, provocando seu rompimento e, como consequência, ela desgruda do fundo do olho.

Quando isso ocorre, a retina deixa de receber oxigênio adequadamente devido à falta de circulação. Isso que gera a perda progressiva da capacidade de enxergar.

Mas a velhice não é a única causa. Levar uma bolada no olho ou não protegê-los durante um salto de paraquedas são outros fatores de risco, por exemplo. Miopia e predisposição genética também aumentam a probabilidade de desenvolver essa encrenca.

“Além disso, a quimioterapia realizada por pacientes de qualquer tipo de câncer pode alterar a composição do humor vítreo e, com isso, acelerar o surgimento do problema”, complementa Preti, que também é professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com ele, quando a região central da retina é atingida, o paciente começa a ver “moscas volantes” no campo de visão. Oi? “É como se a pessoa enxergasse moscas pretas ou teias de aranha o tempo todo. Essas manchas também podem ter a aparência de uma marca d’água ou uma cortina preta”, aponta.

Por outro lado, se o dano acometer a periferia da retina, a doença se torna assintomática. Aí que mora o perigo: como a chateação não causa dor, essa estrutura vai ficando desnutrida. É o início um processo de degeneração celular, que leva a uma perda visual irreversível.

“Essa é a área onde há o maior risco de ocorrer o descolamento”, alerta o especialista. Por isso é tão importante consultar o oftalmologista, principalmente com o avançar dos anos.

Como é o diagnóstico e o tratamento
O exame principal para identificar a condição é o mapeamento da retina. “Pingamos uma gota de colírio para dilatar a pupila do paciente e, com uma luz e uma lente de aumento, avaliamos o fundo do olho”, informa Preti.

Enquanto a retina não tiver se desgrudado propriamente, dá para reverter a situação com tratamento à laser. Ao atingir a parte fragilizada, a mini-queimadura provocada pela técnica promove uma cicatrização que fecha o rasgo. “Dessa maneira, prevenimos que o descolamento ocorra”, afirma o médico.

Mas se já tiver acontecido, a única saída é a cirurgia, que tem como objetivo pregar a retina novamente no fundo do olho. “Uma vez colada, os receptores responsáveis pela visão voltam a receber nutrientes. Quanto mais rápido fizermos o procedimento, maiores serão as chances de restaurar a vista”, conclui o oftalmologista.

Lentes de contato causam descolamento de retina?
Essa é uma crença popular que não passa de coincidência. O que aumenta o risco não é a lente, mas o motivo pelo qual a utilizamos.

“A maioria das pessoas que põem lentes de contato são pacientes com miopia elevada. O olho deles é maior. Essa característica faz com que a retina fique esticada, o que a torna mais frágil e propensa a ter rasgaduras”, esclarece o professor.

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/o-que-e-o-descolamento-de-retina-e-como-tratar/ - Por Maria Tereza Santos -  Ilustração: Mariana Coan/Foto: Alex Silva/SAÚDE é Vital

domingo, 12 de março de 2017

Dicas para combater olheiras e inchaço dos olhos

Consultamos um especialista para falar sobre saúde ocular, esclarecer algumas dúvidas e dar dicas para combater olheiras e inchaço dos olhos. Confira!

Pepino, batata e leite para aliviar seus olhos

Rodelas de pepino ou batata, algodão embebido em leite, bem como saquinhos de chá de camomila gelados sobre os olhos são receitas populares para combater olheiras ou diminuir a vermelhidão dos olhos. Mas será que funcionam? Segundo o dermatologista Claudio Wulkan, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), a resposta é sim. “Tudo o que hidrata e está um pouco gelado ajuda a contrair os vasos sanguíneos, diminuindo o inchaço e melhorando um pouco o aspecto das olheiras”, comenta. O chá de camomila concentrado age como calmante da pele e anti-inflamatório natural, segundo o médico. A gordura do leite integral ajuda peles secas e irritadas. “E as rodelas de batata melhoram a hidratação da pálpebra”, fala Lisia Aoki, oftalmologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

Aliança contra terçol é mito

Esqueça a crença antiga de que passar aliança no terçol melhora a inflamação. “Não há evidências de que isso funcione nem faz sentido na medicina”, avisa a médica Lisia.


 Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/bem-estar/dicas-para-combater-olheiras-e-inchaco-dos-olhos/6745/ - Por Tataina Pronin | Foto Shutterstock | Adaptação Kelly Miyazzato.