Algumas técnicas podem ajudar a reduzir as dores e melhorar a qualidade de vida do paciente
Com a recente sanção da Lei nº 15.176/2025, a
fibromialgia passou a ser reconhecida como deficiência física em todo o
território nacional. A medida representa um avanço no acolhimento de uma
condição invisível aos olhos, mas presente de forma intensa na vida de cerca de
3% de brasileiros, conforme dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia
(SBR).
Contudo, a nova legislação tem gerado impacto tanto na
área da saúde quanto em discussões sobre inclusão social. Isso porque ela
permite que pessoas com a condição sejam enquadradas legalmente como Pessoas
com Deficiência (PCD), garantindo acesso facilitado a políticas públicas, vagas
de trabalho, concursos e benefícios sociais.
Uma dor difícil de comprovar
Um dos pontos mais debatidos após a aprovação da lei é
o fato de que a fibromialgia não possui biomarcadores específicos. Ou seja, não
existe um exame laboratorial que comprove, de forma objetiva, a presença da
doença. O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas descritos pelo paciente,
como dor musculoesquelética difusa, cansaço extremo, distúrbios do sono,
alterações cognitivas e até depressão.
"A dor da fibromialgia não é uma dor comum, ela é
crônica, difusa e contínua, afetando o corpo de forma generalizada e impactando
funções básicas do dia a dia", explica o ortopedista e especialista
em dor Dr. Luiz Felipe Carvalho.
Esse cenário leva à desconfiança de muitos, inclusive
na comunidade médica, tornando a jornada do paciente ainda mais difícil.
"O paciente com fibromialgia muitas vezes ouve que está exagerando, que é
estresse ou frescura. Por isso, o reconhecimento legal é também um
reconhecimento simbólico dessa dor e da luta dessas pessoas", destaca
o médico.
Técnicas que ajudam a controlar os sintomas
Apesar de ainda não haver cura para a fibromialgia, o
controle dos sintomas é possível com um plano de cuidados
integrativos. Segundo o Dr. Luiz Felipe Carvalho, o mais importante é
individualizar o tratamento, respeitando os limites e necessidades de cada paciente.
"Tratar a fibromialgia não é simplesmente passar
um remédio. É preciso cuidar do corpo e da mente, com foco na qualidade de
vida. O paciente não deve ser tratado com descrença, mas com empatia e
ciência", afirma.
Alguns dos recursos mais eficazes para gestão da dor,
são:
Exercícios físicos de baixo impacto, como caminhadas
leves, alongamentos e hidroginástica;
Medicamentos específicos que modulam os
neurotransmissores associados à dor crônica e ao sono;
Psicoterapia e acompanhamento emocional, fundamentais
para lidar com o impacto psicológico da síndrome.
Yoga como aliado no alívio da dor
Entre as várias técnicas usadas no controle da
doença, o yoga ajuda a equilibrar a mente e as emoções, diminuindo o
estresse e a ansiedade, que podem piorar a percepção da
dor. "As técnicas de respiração consciente ajudam a ter mais
equilíbrio e amenizar esses sintomas, especialmente em condições em que há uma
forte ligação emocional, como a fibromialgia", explica o professor de
yoga Francisco Kaiut.
Conforme o professor de yoga Ravi Kaiut, o grande
diferencial está em como a prática atua no sistema nervoso, musculoesquelético
e no equilíbrio hormonal, ajudando o organismo a responder melhor aos
tratamentos médicos. "O yoga é um recurso que complementa
tratamentos, agindo no alívio de dores, melhora da mobilidade e qualidade de
vida de quem convive com diversas condições clínicas", conclui.
https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/veja-maneiras-eficazes-de-aliviar-os-sintomas-da-fibromialgia,2695e1ed92b65919adc06d5a0b830c2fcyvjgdqd.html?utm_source=clipboard
- Por Tayanne Silva - Foto: fica | Shutterstock / Portal EdiCase