terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Qual o momento certo para terminar um relacionamento? A ciência dá a resposta


Se você está ou já esteve em um relacionamento sério, sabe que existem momentos em que é inevitável ter o pensamento de acabar com tudo. O que nos leva a pensar assim? E quando saber se devemos mesmo terminar tudo, ou se ainda vale a pena investir na relação?

Ciência desmente mitos sobre relacionamentos
Pesquisadores da Universidade de Utah (EUA) e da Universidade de Toronto (Canadá) decidiram analisar os motivos pelos quais as pessoas escolhem terminar um relacionamento. As conclusões podem te ajudar a resolver o seu próprio dilema.

Prós e contras
Segundo o novo estudo, pode até parecer bobo, mas fazer uma simples lista de prós e contras pode te ajudar a decidir.

Baseados em informações concedidas por 447 participantes, os pesquisadores descobriram 27 razões pelas quais as pessoas ficam em ou abandonam relacionamentos.

Os principais “prós” eram:

Satisfação da intimidade emocional e física;
Deveres familiares;
Benefícios financeiros de permanecer juntos.

Os principais “contras” eram:

Falta de confiança;
Vida sexual insatisfatória;
Muitas brigas;
Incompatibilidade;
Não gostar da personalidade do parceiro;
Encontrar alguém novo.

Mas o que decide a balança para um lado ou outro?

Lembrar desta atitude simples todos os dias pode salvar seu relacionamento

O modelo do investimento
Uma das teorias que os cientistas usaram para tentar entender o processo de decisão dos participantes se chama “modelo do investimento”. Nele, três fatores contribuem igualmente para a decisão de permanecer junto: satisfação no relacionamento, investimentos conjuntos e qualidade das alternativas.

A satisfação no relacionamento depende das experiências positivas (se são mais numerosas do que as negativas) que os parceiros têm juntos. Quando a satisfação é alta, as pessoas sentem que suas necessidades estão sendo atendidas.

Os investimentos conjuntos podem ser financeiros, como casa e conta bancária, ou emocionais, como filhos, amigos e parentes. Já a qualidade das alternativas inclui novos parceiros românticos, mas também amigos, família e até mesmo hobbies, ou seja, fontes de satisfação que provêm de fora do relacionamento.

Os dois primeiros fatores trabalham a favor do relacionamento, enquanto o terceiro trabalha contra. Em um cenário ideal, as pessoas estariam satisfeitas em seu relacionamento, teriam investido muito nele e acreditariam que as alternativas não são melhores do que ele.

Os problemas
Aqui entram os problemas: enquanto esse modelo é interessante para fazer um balanço do seu relacionamento, nossa vida pessoal não é nada como a matemática e as chances de errarmos nos cálculos são grandes.



Por exemplo, as pessoas podem pensar que terão muito tempo para se dedicar aos seus hobbies e que será fácil encontrar um novo parceiro romântico, mas depois se decepcionar com a realidade.

Outro grande problema é um dos principais motivos pelos quais os indivíduos permanecem em relacionamentos: medo de machucar ao outro ou a si mesmo. De fato, a ciência já mostrou que terminar uma relação de longo prazo vem acompanhado de certo estresse e até mesmo doenças, bem como uma sensação de perda de identidade.

15 perguntas que podem determinar se o seu relacionamento durará
E não podemos deixar de mencionar o estigma social de ser solteiro – mesmo que você goste de ficar sozinho, a sociedade pode te ver como solitário ou menos “adequado” do que as pessoas que estão em relacionamentos.

Por fim, há o medo do arrependimento, que cria nas pessoas um viés em direção ao status quo – isso significa que preferimos deixar as coisas como estão, mesmo que não estejamos felizes, do que descobrir como seria a alternativa.

Por que você não termina um relacionamento ruim? A resposta vai te surpreender
O que fazer, então?
Caso você esteja seriamente pensando em terminar um relacionamento, esforce-se para refletir objetivamente sobre o que é bom ou ruim nele, o que você tem investido nele e quais alternativas realistas você tem.

Também considere se o medo é um fator – não é justo permanecer em um relacionamento só por medo de magoar a outra pessoa ou de ficar sozinho.

Se sua decisão for de fato colocar um fim na relação, procure suporte e consolo junto à família e aos amigos. Também pense sobre tudo que você aprendeu enquanto esteve com a outra pessoa, porque esse tempo não foi perdido.

Finalmente, foque em você mesmo, sem a preocupação de começar um novo relacionamento. Como o próximo ano que está chegando, esse pode ser o momento de você se tornar uma pessoa nova.

Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica Social Psychological and Personality Science. [ScienceAlert]


Mensagem de Natal aos leitores do Blog Professor José Costa


Vocês foram importantes para o sucesso do Blog em 2019 e como agradecimento quero desejar um Feliz Natal e que 2020 seja o melhor ano de suas vidas e de seus familiares, realizando os seus projetos e sonhos, transformando-os em alicerce na busca do Supremo Criador. Que haja em suas vidas novas oportunidades, muitos recomeços e principalmente: crescimento, paz, sucesso e amor!

São os meus sinceros votos

Professor José Costa

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Nós comemos microplásticos o tempo todo. O que isso faz com nossa saúde?


Você provavelmente tem noção do enorme problema ambiental que é o lixo plástico. O plástico que produzimos é em sua maior parte não biodegradável, mas isso não significa necessariamente que não se quebra.

Na verdade, seus fragmentos são carregados pelo vento, água e luz solar e espalhados por aí em pedaços cada vez menores, que sequer podemos enxergar. Mas podemos engolir.

Que impacto isso tem na nossa saúde?

Microplásticos
Algumas estimativas sugerem que uma casa gera em média seis quilos de pó plástico por ano, ou cerca de 700 bilhões de fragmentos conhecidos como microplásticos (qualquer coisa menor do que cinco milímetros).

Mais e mais deles são criados todos os dias e ficarão com a gente por séculos.

“Eles não estão apenas dentro de casa. Estão por toda parte. Na água, na comida, no ar – você está cercado por uma nuvem deles. Tudo está contaminado”, explica Dick Vethaak, toxicologista ambiental do centro de pesquisa Deltares em Delft, na Holanda.

Tá, mas quanto desses fragmentos nós ingerimos?
Um estudo publicado na revista científica Environmental Science and Technology concluiu que seres humanos podem consumir entre 39.000 e 52.000 partículas microplásticas por ano.

Nós comemos 50 mil partículas de plástico por ano
Se levarmos em conta quantas dessas partículas também podem ser inaladas, esse número é superior a 74.000.

A pesquisa chegou a esses números revisando dados existentes sobre microplásticos encontrados em cerveja, sal, frutos do mar, açúcar, álcool e mel. Para calcular com que frequência uma pessoa pode comer cada um desses itens em um ano, os cientistas levaram em conta as recomendações feitas pelo Departamento de Agricultura dos EUA.

A equipe ainda revisou estudos sobre a quantidade de microplásticos na água potável e no ar. Quem bebe água da torneira ingere 4.000 partículas adicionais de plástico por ano, enquanto os que bebem água engarrafada ingerem 90.000 partículas a mais.

Estamos bebendo água contaminada com microplástico
“E nem chegamos às camadas e camadas de embalagens plásticas. Provavelmente, estamos falando de mais plástico adicional do que imaginamos”, disse o principal autor do estudo, Kieran Cox.

Isso faz mal, certo?
Microplásticos não são uma coisa só; eles podem vir na forma de fragmentos, fibras e filme, entre outras, além de serem compostos de diferentes materiais com aditivos químicos diversos. Alguns podem ser tóxicos, enquanto outros podem fornecer o ambiente propício para a propagação de bactérias e parasitas.

No geral, os pesquisadores ainda estão tentando entender como o microplástico pode afetar nossa saúde. Da mesma maneira que a poluição e outros fatores ambientais, pessoas com maior exposição ou condições pré-existentes podem tolerar menos fragmentos.

Em outras palavras, não sabemos ainda qual a quantidade de microplástico que o corpo humano é capaz de tolerar sem gerar danos, mas estamos começando a ter uma ideia.

Um estudo britânico de 2017 sugeriu que a ingestão acumulada de fragmentos plásticos pode ser tóxica para o ser humano, já que alguns são feitos de substâncias como cloro, enquanto outros coletam produtos químicos do ambiente, como chumbo.

Outra pesquisa da Universidade Johns Hopkins (EUA), que analisou a quantidade de microplástico nos frutos do mar, descobriu que um acúmulo dessas partículas poderia causar danos ao sistema imune e desiquilibrar o intestino.

Ocean Cleanup faz história ao coletar sua primeira leva de plástico da ilha gigante de lixo do Pacífico
Infelizmente, não há como evitar totalmente a ingestão de microplásticos no mundo de hoje. Mas todos podemos fazer nossa parte – evitando água engarrafa, diminuindo o lixo plástico e comprando menos têxteis feitos de nylon e poliéster, que geram muitos fragmentos. [NatGeo, NewScientist]


domingo, 22 de dezembro de 2019

9 crenças comuns sobre exercícios que não são verdadeiras, de acordo com um cientista


Quando se trata de exercícios físicos, existem muitas crenças falsas que as pessoas têm dificuldade em abandonar. A professora de fisioterapia Julie Broderick, do Trinity College Dublin (Irlanda), aponta nove delas:

Uma vez em forma, não preciso mais me exercitar
Quando se trata de exercício físico, consistência é a chave. Se você parar de se exercitar ou diminuir bastante o ritmo, vai certamente perder muitos dos benefícios conquistados, como aptidão cardiovascular e resistência. Sem contar a forma.

Ficar em pé o dia todo não é o mesmo que se exercitar
Ficar em pé e se movimentar o dia inteiro é uma coisa boa, é claro. De fato, melhora a saúde. No entanto, se você quiser otimizar os benefícios de saúde, é preciso se exercitar de verdade. Tente suar um pouco, pelo menos 150 minutos por semana.

É preciso se exercitar no mínimo dez minutos por vez
As novas diretrizes sobre exercícios físicos não indicam um mínimo de tempo necessário de exercícios físicos para ter benefícios de saúde. Você pode carregar sacolas pesadas e isso ser melhor do que não fazer nada, por exemplo. A intensidade conta, porém. Se quiser otimizar seu tempo, invista em curtos períodos de atividade (de meio minuto a dois minutos) espalhados ao longo do dia, como subir lances de escadas com uma intensidade suficientemente alta para ficar ofegante, por exemplo.

Quem tem alguma condição crônica não deve se exercitar
Algumas pessoas pensam que suas condições a impedem de se exercitar, mas esse não é o caso. Inclusive, ser ativo fisicamente pode ter benefícios de saúde a uma variedade de condições crônicas, como cânceres, doenças cardíacas e doenças pulmonares. É preciso consultar um médico ou um fisioterapeuta antes de decidir qual exercício fazer e com qual intensidade, contudo.

Estou velho para me exercitar
Não existe idade para não se exercitar. Não importa quantos anos você tenha, ainda pode adquirir força, potência e massa muscular. Você deve se exercitar sim, com o acompanhamento de um profissional.

Exercício físico emagrece
Não necessariamente. Estudos científicos, inclusive, têm apontado que a dieta é mais importante nesse aspecto, ainda que fazer atividade física certamente ajude a perder calorias. Se sua meta de perda de peso for substancial, pode ser necessário fazer mais de 300 minutos de exercícios de intensidade moderada por semana.

Correr apenas uma vez por semana é pouco
Não é. Qualquer quantidade de corrida pode levar a benefícios à saúde. Uma pesquisa descobriu que até 50 minutos de corrida uma vez por semana em um ritmo mais lento que 9,65 km/h resulta em uma diminuição no risco de morte prematura. Ao mesmo tempo, correr mais do que isso não aumenta a expectativa de vida, necessariamente.

Grávidas devem se exercitar pouco
Se você é saudável e sua gravidez não é de risco, fazer exercícios físicos de intensidade moderada é seguro. Além disso, pode ajudar a evitar diabetes gestacional e ganho excessivo de peso. Peça a ajuda de um profissional.

Se não estou me sentindo bem, não devo me exercitar
Se você estiver com febre, sentindo muita dor ou um mal-estar intenso, realmente não deve se exercitar. Na maioria dos casos, no entanto, fazer atividade física é seguro. Tente se guiar pelo seu corpo – escute-o, e se exercite até onde achar que é suficiente. [ScienceAlert]


sábado, 21 de dezembro de 2019

Sarcopenia seria uma das causas por trás da apneia do sono

Pesquisa brasileira revela que a perda progressiva dos músculos afeta a respiração na madrugada e propicia a apneia do sono

Já há uma abundância de provas demonstrando que o excesso de peso é um dos principais vilões por trás da apneia do sono, doença marcada por obstruções constantes na garganta ao longo da noite, o que leva a roncos e engasgos, além de prejudicar o fluxo de ar e a oxigenação do sangue. Agora, cientistas do Instituto do Sono, em São Paulo, adicionaram um novo ingrediente à lista dos fatores de risco: a sarcopenia. Trata-se do enfraquecimento dos músculos, fenômeno que se intensifica a partir da quinta e da sexta décadas de vida.

“De acordo com os resultados das análises de 350 pacientes, podemos especular que, juntas, a obesidade e a sarcopenia causam um colapso nas vias aéreas superiores, o que vai atrapalhar a respiração”, explica o geriatra Ronaldo Piovezan, autor da pesquisa.

Os achados indicam que aliar o emagrecimento ao fortalecimento muscular é um passo primordial para prevenir e controlar a apneia. “Podemos lançar mão também de terapias fonoaudiológicas, que vão reforçar as estruturas da região do pescoço”, acrescenta o especialista.


Fonte:  https://saude.abril.com.br/medicina/sarcopenia-seria-uma-das-causas-por-tras-da-apneia-do-sono/ - (Ilustração: Rodrigo Damati/SAÚDE é Vital)