terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Os sete alimentos que turbinam o cérebro


Pesquisadora elenca alguns dos ingredientes mais estudados para reduzir o risco de Alzheimer, depressão e outros problemas nervosos

Felizmente, os cientistas têm obtido cada vez mais evidências de que o estilo de vida exerce um papel importantíssimo na melhora das funções cerebrais e na prevenção das doenças neurodegenerativas, caso do Alzheimer. A alimentação é um capítulo à parte nessa linha de defesa.

Uma dieta equilibrada é extremamente bem-vinda ao cérebro, mas, para facilitar nossa missão de fazer boas escolhas no mercado e à mesa, listamos aqui sete alimentos que, integrados a uma rotina saudável, nutrem os neurônios e ajudam a preservar a memória e outras capacidades cognitivas.

1) Frutas vermelhas
Esses frutinhos deliciosos são ricos em compostos de ação antioxidante e anti-inflamatória e, assim, protegem nosso cérebro contra danos do envelhecimento. Para tanto, devem ser consumidos regularmente. Fazem parte do time morango, amora, uva, framboesa, mirtilo…
As provas de seus benefícios foram esmiuçadas em uma revisão de estudos feita por pesquisadores americanos que engloba tanto experimentos em ratinhos como trabalhos com seres humanos.
Em roedores idosos, observou-se, por exemplo, que o consumo prolongado de frutas vermelhas reduz o estresse oxidativo e a inflamação no cérebro, o que defende os neurônios diante das placas beta-amiloide — que se acumulam no cérebro de quem tem Alzheimer, destruindo as conexões entre as células e elas próprias. Na experiência, as cobaias que ingeriram frutas vermelhas também se saíram melhor em testes de memória espacial e de reconhecimento de novos objetos.
Em dois estudos com gente como a gente, homens e mulheres mais velhos, que já apresentavam problemas iniciais de memória, receberam doses diárias de suco de uva tinto ou suco de mirtilo ao longo de 12 semanas. Resultado: ganhos nos testes de memória verbal e espacial, na comparação com quem ingeriu bebidas sem os frutos de verdade.
O ideal é fazer as frutas vermelhas marcarem ponto na alimentação toda semana. Se estiverem caras ou fora da estação, vale apostar nas versões congeladas, que também oferecem esses efeitos positivos.

2) Amendoim
Se você não for alérgico a esse alimento, dá para consumi-lo com frequência (só evitando, claro, porções exageradas). Ele é rico em gorduras boas, vitaminas e minerais caros ao cérebro. Além disso, sua casquinha contém resveratrol, a mesma substância protetora encontrada no vinho e no suco de uva. A vantagem do amendoim é que ele representa uma alternativa mais acessível.
Um trabalho de revisão recente aponta que o resveratrol é particularmente benquisto pelo cérebro. Ele está associado à proteção contra Alzheimer, Parkinson e até tumores cerebrais.
Lembre-se apenas de priorizar sempre a versão mais natural, sem sal e aditivos. É essa que traz o combo mais proveitoso à cabeça.

3) Folhas escuras
Couve e outras verduras de folhas escuras devem fazer parte da rotina alimentar. Isso porque nos ajudam a manter adequados os níveis de vitamina K. Pesquisas sugerem que essa vitamina também tem afinidade especial pela defesa do cérebro. Uma revisão de literatura científica publicada no periódico Frontiers in Neurology elenca pelo menos seis estudos diferentes que chegaram à mesma confusão: um elo entre a deficiência do nutriente e a redução da capacidade cognitiva em pessoas acima dos 65 anos.
Um trabalho conduzido no Canadá demonstrou que idosos com bons níveis de vitamina K no sangue apresentavam melhor performance em testes de memória verbal. Portanto, a memória agradece se você incluir no prato couve, espinafre, almeirão e companhia.
Mas é preciso conversar com o médico antes se você tiver algum problema de coagulação e tomar certos medicamentos que atuam nesse processo. Como a vitamina K afeta a coagulação sanguínea, alguns ajustes no consumo deverão ser feitos e orientados caso a caso.

4) Açafrão (ou cúrcuma)
Um dos componentes dessa especiaria é a curcumina, um polifenol com comprovados efeitos antioxidante e anti-inflamatório. Com menos radicais livres e inflamação na área, o cérebro fica menos sujeito a processos degenerativos mais comuns com a idade.
Um estudo divulgado na revista científica Nutritional Neuroscience indica que o consumo frequente de polifenóis pode inclusive induzir o desenvolvimento de novos neurônios, além de ajudar a combater a depressão. O efeito se estende até ao estresse crônico e suas repercussões cerebrais. Em experimento com ratos, o uso da curcumina reverteu problemas associados ao estresse nos neurônios.
Em humanos, também já foi demonstrado que o consumo regular de curry, tempero indiano que contém cúrcuma, está relacionado a uma melhor atividade cognitiva.
Nesse momento, novos estudos clínicos são realizados para nos dar um entendimento mais amplo da atuação dessa especiaria no cérebro e de como devemos utilizá-la para potencializar seus benefícios. Só cabe uma conversa com o médico antes de adotar a cúrcuma de vez na rotina. Isso porque ela pode interagir com alguns medicamentos.
Embora já existam suplementos à base desse ingrediente, o mais recomendado por ora é investir no tempero mesmo. Compre uma marca confiável e adicione a suas receitas.

5) Iogurte e kefir
Falamos agora dos alimentos fermentados, aqueles que ofertam bactérias bem-vindas ao nosso organismo. Crescem as evidências de que não só resguardam o intestino, mas também surtem resultados positivos no cérebro.
Pesquisadores europeus descobriram, por exemplo, que o consumo regular de bebidas fermentadas melhora a qualidade do sono e do humor em adultos saudáveis, o que, direta ou indiretamente, repercute na memória e em outras habilidades cognitivas.
Outro estudo, esse publicado no Journal of Functional Foods, constatou que a ingestão de uma bebida fermentada aperfeiçoou a performance cognitiva de idosos saudáveis, comparados com aqueles que não consumiram o produto.
Devido às cada vez mais exploradas conexões entre saúde intestinal e cerebral, podemos dizer que vale a pena incluir iogurte, kefir e/ou leites fermentados na rotina.

6) Nozes
Sabemos que o grupo das oleaginosas (ou nuts) zela pelo bem-estar do cérebro, mas, em meio a esse time, as nozes merecem destaque. São ricas em ômega-3, uma gordura especialmente proveitosa para os neurônios, e substâncias de ação antioxidante e anti-inflamatória.
Segundo uma revisão publicada no The Journal of Nutrition, o consumo de nozes favorece a formação de novos neurônios e ainda contribui para a comunicação entre os já existentes. Além disso, otimiza a eliminação de toxinas que podem perambular pelo cérebro. A ingestão diária de uma porção parece turbinar particularmente a memória verbal.
Além disso, a inclusão das nozes dentro de um cardápio de estilo mediterrâneo (isto é, com frutas, verduras, legumes, azeite, peixes, vinho etc) está associada a uma redução em 46% no risco de sofrer um AVC. Não é tarefa de outro mundo investir em um punhado no dia a dia, né?

7) Peixes
Não é de hoje que se reconhece que o consumo de pescados é uma maravilha para o cérebro. Além da proteção contra doenças neurodegenerativas, surgem cada vez mais provas de que peixes ricos em ômega-3 ajudam a prevenir e reduzir significativamente sintomas de depressão — de modo mais rápido do que se imaginava.
Um estudo divulgado no periódico Psychiatry Research demonstrou que a suplementação com ômega-3 por 21 dias já foi suficiente para abrandar ou reverter alguns casos de depressão. Surpreendentemente, 67% dos pacientes que tomaram ômega-3 na pesquisa não apresentavam mais sinais de depressão no final do experimento.
Vale ressaltar que não se propõe substituir remédios prescritos pelo ômega-3, ok? Existem situações que não podem ser controladas com suplementos ou mesmo alimentos. Assim, tudo deve ser conversado com o psiquiatra, que receitará as condutas de acordo com a situação.
O que nos interessa aqui é que nem sempre se precisa recorrer às cápsulas para ampliar a cota de ômega-3 no organismo e beneficiar o cérebro. O consumo de qualquer peixe pelo menos uma vez por semana é o suficiente para ampliar o volume de massa cinzenta, segundo estudiosos americanos e europeus. E, se o peixe for rico em ômega-3, seu consumo pode resultar em ganhos na memória que usamos para o trabalho, por exemplo.
Entre os peixes campeões em ômega-3, podemos citar o salmão, a sardinha, o atum…

Recado final
Os alimentos que elencamos ajudam a compor qualquer dieta saudável. Mas eles não funcionam como remédio. Por isso, e especialmente se você já tem algum problema neurológico ou psiquiátrico, sempre alinhe as recomendações com as orientações do seu médico. E nunca pare o tratamento prescrito.


segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

O Blog Professor José Costa alcança a marca de 6 milhões e quinhentos mil acessos


     Há 10 anos e 8 meses, o Blog Professor José Costa foi criado por sugestão do amigo e Professor Jackson Andrade Macêdo, presidente da Federação Sergipana de Tênis de Mesa, que me ajudou a construir a página na internet através do Blogger. Inicialmente, o objetivo era divulgar o meu trabalho nas 4 escolas que eu trabalhava na época, Colégio Estadual Murilo Braga, Colégio Graccho, Colégio O Salesiano e Colégio Dom Bosco. Aos poucos, fui introduzindo postagens de outros sites e o blog que começou com 3.000 visualizações mensais, atualmente tem este número em acessos diários. Entre os leitores do blog, o que predomina são os brasileiros com mais de 4 milhões, seguidos por americanos com quase meio milhão, portugueses, russos, alemães, espanhóis, franceses, indianos, japoneses. No Brasil, São Paulo lidera o número de acessos, em Sergipe, são os Aracajuanos seguidos pelos itabaianenses.

     Mais uma vez, o Blog Professor José Costa está comemorando uma marca histórica, a de 6 milhões e quinhentos mil acessos. Ao longo de 10 anos e 8 meses, o blog vem sendo feito com trabalho, responsabilidade e compromisso. Já são mais de 5 mil postagens publicadas, destas, mais de quinhentas foram escritas por mim, às demais foram extraídas de sites da internet e sempre com a citação da fonte. Com fé em Deus, um pouco de paciência e muita humildade, esperamos comemorar até o final do ano a marca de 7 milhões de acessos, que será alcançada graças ao seu acesso diário.

     Quero agradecer primeiramente a Deus, por me dar força, perseverança e determinação em construir um blog com qualidade de conteúdos para os leitores através de artigos sobre educação, esporte, saúde, cultura e cidadania. Sempre oferecendo o que há de melhor na internet sem apelar para postagens relacionadas a sexo, sensacionalismo, politicagem ou fofocas da vida alheia.

     Agradeço aos visitantes espalhados pelo Brasil e no exterior que passaram para ler um post através de pesquisa no google; aos amigos do facebook, whatsapp, instagram, twitter; aos leitores cativos; os que acessam de vez em quando e até aqueles que passaram por curiosidade e não mais voltaram; e aos que comentaram ou criticaram alguma postagem de maneira construtiva e contribuíram para o engrandecimento do blog.

     Um obrigado especial aos parceiros do blog por acreditar no meu trabalho: Auto Peças Andrade, Barbosa Man, Big Estampa, Bio Ervas, By Brasil Ótica, Casa Barbosa, Churrascaria Recanto da Serra, Colégio O Saber, Credimóveis, Drogaria Preferencial, Duguay Signs, Galeria Jandrade, Ilognet, Jamsoft Informática, Joalheria O Garimpo, Lok Car Sergipe, Modinha Calçados, Modinha Fitness, Mundo dos Lubrificantes, Mundo dos Tecidos, O Boticário Itabaiana, PASP, Serrana Tintas, Supermercado Nunes Peixoto, Tec Bordados e Totak Som. Todos vocês contribuem para a história e engrandecimento deste modesto blog. Nossa parceria é mesmo fundamental, sigamos adiante!

     Um agradecimento especial aos agregadores que permitem o aumento de acessos do blog através de nossas postagens em seus sites como: Agregalinks, Blogs Brasil, Fake, Fudas, Geralinks, Tedioso e Trends Tops.

     Muito obrigado a todos os leitores, parceiros e agregadores por fazerem parte desta história de sucesso do blog, sem os quais não chegaríamos a incrível marca de 6 milhões e quinhentos mil acessos, pois vocês acreditam e confiam no nosso trabalho.

     Continue nos visitando, salve em favoritos, compartilhe com os amigos nas redes sociais e recomende aos familiares, pois eles também merecem ler um blog de qualidade!

     Acesse: http://professorjosecosta.blogspot.com.br e volte sempre!

     Professor José Costa

Novo exame de sangue pode prever seu risco de morrer nos próximos 10 anos


Ninguém pode ver o futuro, mas o sangue que corre em suas veias pode conter alguns segredos importantes sobre sua saúde futura – ou a falta dela.

Um estudo recente sugeriu que um exame de sangue que rastreia catorze biomarcadores diferentes possibilita prever o risco de morte da pessoa na próxima década muito melhor do que qualquer outra técnica tradicional. Porém, existe um longo caminho até que essa pesquisa possa ser utilizada em ambientes clínicos.

O exame de sangue, como mencionado anteriormente, rastreia catorze biomarcadores que foram identificados como associados à mortalidade por todas as causas. Os biomarcadores identificados não estão relacionados a nenhum tipo específico de doença, mas representam saúde geral e incluem marcadores para inflamação, glicólise e metabolismo de ácidos graxos.

Os pesquisadores validaram o teste usando um conjunto de amostras de mais de 44.000 indivíduos que cobrem todas as faixas etárias. Segundo o estudo, o escore de mortalidade preditivo gerado pelo exame de sangue é preciso entre mulheres e homens de todas as idades.

Amanda Heslegrave, que é pesquisadora de demência e não fez parte do estudo, disse: ‘Os grandes números no estudo são bons e também o fato de terem um número grande para o resultado – neste caso, a mortalidade – torna os dados mais viáveis.

No entanto, é limitado pelo fato de que apenas dados europeus podem não se aplicar a outros grupos étnicos sem estudos adicionais ». Entre a lista de resultados desse exame de sangue específico, está o fato de que ele pode ser utilizado como desfecho substituto em estudos clínicos por representar a mortalidade geral.

Os pesquisadores escreveram em seu artigo publicado, ‘… pode ser usado como um desfecho substituto para ensaios clínicos em indivíduos mais velhos, pois mostra (uma redução) o desfecho total da mortalidade geralmente não é viável devido à duração e número limitados de casos em um ensaio clínico regular. Eline Slagboom, que está entre os pesquisadores que trabalharam no artigo da Universidade de Leiden, sugere que um resultado desse exame de sangue possa ser o de ajudar os médicos a determinar estratégias de tratamento mais eficazes para pacientes idosos.

Slagboom diz: ‘A era do calendário não diz muito sobre o estado geral de saúde das pessoas idosas: uma pessoa de 70 anos é saudável, enquanto outra já pode estar sofrendo de três doenças. Agora, temos um conjunto de biomarcadores que podem ajudar a identificar idosos vulneráveis, que podem ser tratados posteriormente.

A pesquisa foi publicada na revista Nature Communications.


domingo, 26 de janeiro de 2020

Alimentos fontes de melatonina podem favorecer o sono


Sim, o famoso hormônio do sono também é encontrado na comida. E um estudo sugere que esses ingredientes são aliados de quem tem insônia

Milhões de brasileiros não sabem o que é dormir com facilidade ou manter uma boa noite de sono. Eles convivem com a insônia, quadro capaz de trazer repercussões mais graves do que um baita cansaço no dia seguinte. Para ter ideia, não descansar adequadamente atrapalha o metabolismo e aumenta o risco de hipertensão e doenças cardiovasculares e neurocognitivas, entre outros problemas.

Na busca por soluções, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revisou vários estudos feitos até então sobre o efeito de alimentos ricos em melatonina na qualidade do sono. E o resultado foi animador.

Mas o que é a melatonina?
Chamada de hormônio do sono, essa substância é fabricada à noite pela glândula pineal, localizada no cérebro. “Durante o dia ela permanece inativa e, quando o sol se põe e escurece, a pineal é ativada e começa a produzir melatonina ativamente”, explica a nutricionista Maria Fernanda Naufel, pesquisadora da Unifesp e uma das autoras do estudo. Com a liberação do hormônio no sangue, o indivíduo começa a ficar menos alerta. “E o sono se torna convidativo”, completa a expert.

Ocorre que a melatonina também pode ser encontrada em muitos alimentos. Maria Fernanda cita ovos, peixes, carne e leite (incluindo o materno). E olha que curioso: de acordo com a nutricionista, estudos recentes apontam que há maiores concentrações no leite ordenhado durante o período noturno.

A substância ainda marca presença em alimentos de origem vegetal, a exemplo de frutas, sementes, cereais, óleo, vinho e cerveja. No reino das frutas, Maria Fernanda conta que uva, cereja, morango e kiwi são destaques. Itens como pimenta, tomate, cogumelos, trigo, aveia e cevada também merecem menção honrosa.

Por que leite e cereja destacaram no estudo
Embora a lista de alimentos ricos em melatonina seja extensa, a revisão conduzida por Maria Fernanda e seus colegas só considerou estudos que apresentavam uma metodologia mais elaborada — até para chegar ao resultado mais fidedigno possível. “Por esse motivo, de um total de 190 pesquisas encontradas sobre o assunto, somente oito estavam dentro dos critérios pré-estabelecidos”, esclarece.

Coincidentemente, dos oitos artigos, quatro abordavam a influência do leite (tradicional, ordenhado à noite ou fermentado) e da cereja (na forma de suco ou concentrada) na qualidade do sono. “Daí porque só esses dois são citados nos resultados e na discussão”, justifica.

Em resumo, ambos os alimentos foram considerados parceiros de uma noite revigoradora entre os lençóis. “Eles podem aumentar a concentração de melatonina no organismo, melhorando a qualidade do sono”, aponta Maria Fernanda. Só que ainda não foi possível estabelecer a dosagem nem a duração do tratamento.

E os outros alimentos?
Apesar de o trabalho focar no leite e na cereja, a pesquisadora da Unifesp acredita que o resultado seja válido para os demais ingredientes que concentram melatonina.

Segundo ela, se a intenção é consumi-los apenas uma vez ao dia, parece que o momento mais interessante é aquele perto do horário de dormir. “Contudo, mais estudos são necessários para chegar a um acordo sobre dose, duração da intervenção e horário apropriado para o consumo”, reforça.

Ainda assim, as conclusões empolgam. “Nos dias de hoje, a utilização de medicamentos para dormir é comum. Só que eles apresentam efeitos colaterais importantes”, relata Maria Fernanda. Se a dieta contribuísse para uma redução no uso desses fármacos, já valeria muito a pena.

Para além da melatonina
Não basta buscar ingredientes ricos na substância amiga do travesseiro. Para ter uma noite realmente reparadora, a dieta como um todo deve passar por uma revisão. “A alimentação saudável é um dos pilares para a melhora do sono”, crava Maria Fernanda. De olho nisso, é preciso abrir espaço, por exemplo, para mais frutas, verduras e legumes.

Por outro lado, abusar de produtos ultraprocessados — em geral abastecidos de açúcar, sal e gorduras saturada e trans — é um convite a noites em claro. Até porque eles elevam o risco de obesidade. “E inúmeros estudos associam esse quadro a um aumento expressivo na incidência de apneia obstrutiva do sono, por exemplo”, descreve a nutricionista.

Para ter ideia, em trabalho anterior, a pesquisadora e sua equipe descobriram que valores elevados de IMC (índice de massa corporal) e obesidade abdominal aumentavam o risco de apneia em 60%, além de reduzirem significativamente o sono profundo e a sua eficiência. Por isso, é crucial manter um cardápio equilibrado e evitar o ganho de peso excessivo.

Dentro desse menu, vale incluir alimentos ricos em lactucina, passiflora, triptofano e serotonina, outros elementos considerados relaxantes e indutores do sono. Maria Fernanda conta que vale apostar em banana, frutas vermelhas, kiwi, maracujá, alface, sementes (como a da abóbora), oleaginosas e por aí vai.

“O acompanhamento nutricional e a adequação e individualização da dieta são importantes para que o tratamento de distúrbios do sono seja mais efetivo e duradouro”, finaliza a especialista.

Fonte: https://saude.abril.com.br/alimentacao/alimentos-fontes-de-melatonina-podem-favorecer-o-sono/ - Por Thaís Manarini - Foto: Getty Images/SAÚDE é Vital

sábado, 25 de janeiro de 2020

Como realmente proteger os olhos do sol


Não é só a pele que pede cuidados com os raios solares. Os olhos também podem sofrer com essa exposição. Mas dá para se proteger

Todo verão aquele mantra se repete: use e abuse do protetor solar! E o conselho não é dado à toa. Afinal, os raios ultravioleta do sol agridem a pele e podem provocar de queimadura a câncer. Mas há outra redondeza do corpo que padece com essa radiação e costuma ser negligenciada. Abra bem os olhos… pois falamos deles. E não pense que basta colocar qualquer par de óculos escuros e sair por aí. Na verdade, tem acessório que, em vez de ajudar, até piora a situação.

A proteção ocular deveria preocupar mais os brasileiros. Nosso país está em uma posição privilegiada em matéria de incidência dos raios solares — são altos os índices de luminosidade de janeiro a janeiro.

“A irradiação solar é mais acentuada quanto mais próximo se está da linha do Equador”, explica o oftalmologista Miguel Padilha, do conselho consultivo da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. “Em lugares mais distantes, como na Escandinávia, o sol é menos intenso e alguns problemas de visão se manifestam com menor frequência ou mais tarde na vida”, completa.

É por essas e outras que brasileiros, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, correm maior risco de desenvolver pterígio, quando a membrana que cobre a parte branca do olho e o interior das pálpebras se torna mais espessa em reação à radiação ultravioleta. Em alguns casos, ela cresce tanto que cobre a pupila, estrutura que controla a entrada da luz no globo ocular e é peça-chave para enxergarmos direito.

Nem as cidades mais ao sul do Brasil ficam de fora da zona de risco. Inclusive porque a população ali tem algumas suscetibilidades genéticas, herdadas dos imigrantes europeus.

“Na Região Sul, são mais comuns os episódios de carcinoma no olho, um tipo de câncer que também se desenvolve em função da exposição solar”, aponta o oftalmologista Leon Grupenmacher, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).

Independentemente de onde você mora, é preciso saber que o contato exagerado com o sol pode provocar desde pequenas queimaduras na córnea (a camada transparente que fica na frente do olho) até danos no cristalino, a lente natural que nos ajuda a focalizar os objetos.

Com o tempo e a falta de cuidados, essa estrutura perde a flexibilidade, o que dificulta a visualização de elementos mais próximos dos olhos. E aí lá vem a tal da vista cansada, a presbiopia. Há indícios de que ela aparece mais cedo em quem vive em lugares ensolarados.

No longo prazo, outra encrenca é a catarata, situação em que o tal do cristalino se torna opaco e chega a turvar a visão. Ligada ao avanço dos anos, ela também se aproveita da exposição aos raios ultravioleta.

E é um problema de saúde pública: a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 48% dos casos de cegueira no mundo sejam causados pela catarata e, embora muitos possam ser revertidos com cirurgia, a falta de recursos e informação em alguns territórios limita o acesso ao tratamento.

Problemas que o excesso de sol pode causar ou agravar
Catarata: o cristalino, lente natural do olho, fica turvo com o tempo, a ponto de limitar ou bloquear a visão. Uma cirurgia corrige.

Pterígio: é o crescimento anormal da membrana que reveste a parte branca do olho. Se não tratar, compromete a vista.

Fotoceratite: é uma dolorosa queimadura solar na córnea. Pode levar à sensação de areia nos olhos e perda temporária da visão.

Hábitos para evitar problemas nos olhos
“Nossa recomendação é tomar o máximo de cuidado ou evitar o sol no período entre as 10 e as 16 horas”, receita Padilha. Além disso, é preciso estar atento ao fato de que os raios solares refletem em diferentes superfícies, especialmente as mais claras — como a areia da praia ou, em países frios, a neve.
“Não é por estar debaixo de um guarda-sol que a pessoa escapa da radiação. Por isso, devemos proteger os olhos a todo momento”, indica o médico.
O kit básico para resguardar a visão conta com bons óculos escuros dotados de lentes com filtro ultravioleta e um boné ou chapéu de qualidade — sim, até esse item merece ser escolhido com critério.
“O boné deve ter a pala de tecido, pois o plástico não protege os olhos da irradiação”, avisa Padilha. A depender da exposição, vale até investir em tecidos que contam com filtro UV.

Quais os melhores e os piores horários
9 horas da manhã: os médicos concordam que o início da manhã é o melhor momento para sair ao sol. É que nesse período os raios solares estão mais fracos e temos maior proteção da camada de ozônio.
Meio-dia: quando o sol está a pino, deve-se evitar ao máximo a exposição. Isso porque os raios vêm de todos os lados: não só de cima, mas também das superfícies onde se refletem, como asfalto e areia.
5 horas da tarde: a partir desse horário, a luminosidade começa a diminuir. Mas os olhos também podem sofrer devido à posição do sol. Quando ele se põe no horizonte, fica bem em nossa linha de visão.

Os equipamentos essenciais
Óculos: tanto os de sol como os de grau previnem a maioria dos problemas associados aos raios UV. Para isso, devem ter filtro certificado nas lentes. Os piratas só agravam os riscos.
Chapéu: costuma cobrir e proteger uma área maior que a do boné. Mas, assim como os outros acessórios do gênero, não deve ser usado sozinho em horas de sol intenso.
Lentes de contato: opção para quem não quer usar óculos, vai entrar na água ou praticar esportes, contam com proteção UV e são mais efetivas se combinadas com os outros acessórios.
Boné e viseira: barram parte dos raios solares, só que devem ser feitos de material adequado: prefira sempre o pano e evite as abas de plástico. Eles não dispensam os óculos escuros.
Guarda-sol: o utensílio é bacana para ajudar a bloquear a incidência direta sobre toda a família. Ainda assim, como o sol reflete na areia ou na piscina, óculos e chapéu continuam bem-vindos.

Como escolher os óculos de grau e de sol (e a lente de contato)
A escolha dos óculos, inclusive os de grau, merece um capítulo à parte nessa história de proteção aos olhos. O ponto crucial aqui é que as lentes precisam ter filtro ultravioleta. Em geral, as óticas oferecem certificado de garantia dos fabricantes e também possuem equipamentos capazes de confirmar a defesa prometida. Comprando com o camelô, o ambulante ou em uma loja não especializada, é alto o risco de levar um produto que não dispõe desse atributo.
“Usar óculos sem filtro é pior do que sair ao sol sem nada. Por causa da lente escura, a pupila fica mais dilatada e a radiação consegue penetrar ainda mais nos olhos”, alerta Grupenmacher.
Hoje, além de preservar os globos oculares dos raios UVA e UVB, algumas marcas já começam a oferecer lentes para nos blindar da luz azul, emitida pelo sol e por dispositivos eletrônicos como a tela do celular. Aliás, esse tipo de luminosidade se tornou uma preocupação dos oftalmos nos últimos tempos, porque há evidências de que consegue danificar a retina, tecido no fundo do olho essencial à captação das imagens.
Segundo Padilha, as grandes marcas costumam oferecer de série o filtro ultravioleta. Como a proteção contra luz azul é novidade, convém perguntar na ótica quais delas apresentam esse extra.
Para quem faz uso de óculos de grau e não curte tanto os modelos de lente que escurecem com a claridade, uma boa notícia é que dá para encomendar versões com diferentes filtros e sem alteração na tonalidade.
“A principal tarefa do vidro escuro é reduzir o desconforto à luminosidade, mas o fato de uma lente ser branca não significa que ela não vá proteger”, esclarece Padilha. O importante mesmo é garantir que os óculos tenham um filtro certificado.
No mercado das lentes de contato, opção cada vez mais procurada pelos brasileiros, acabam de chegar ao país as lentes Acuvue com tecnologia Transitions — aquela que deixa as lentes mais escuras de acordo com a luminosidade.
“Diferentemente do que acontece nos óculos, elas não ficam com uma coloração muito escurecida, já que a ativação é regulada também pela temperatura do corpo”, explica a oftalmologista Debora Sivuchin, da Johnson & Johnson Vision Care, companhia por trás do lançamento, que possui filtro contra raios UV e luz azul.
“As novas lentes são bem-vindas quando as pessoas não podem ou não querem utilizar óculos, mas são ainda mais eficientes em conjunto com os próprios óculos de sol, que também protegem estruturas que a lente não cobre, como as pálpebras”, completa.

Os efeitos do sol na visão a longo prazo
Os cuidados e os acessórios para poupar os globos oculares ganham ainda mais relevância se lembrarmos que os efeitos da radiação são cumulativos e indolores. Um verão em que se dispensa a proteção pode até aparentemente não causar problemas. Mas temporadas seguidas desse jeito vão semear danos.
“De fora para dentro do olho, podemos ter lesão na pálpebra, na córnea, no cristalino e na retina. Nas partes mais externas, as lesões são tratáveis e há cirurgias. Mas, quando chega às células da retina, pode não ter muito o que fazer”, diz Grupenmacher.
Por falar em retina, uma doença desafiadora relacionada ao avançar da idade e agravada com a exposição solar é a degeneração macular — a mácula é a porção central da retina. Alguns casos, infelizmente, até hoje não contam com um tratamento eficaz, o que faz desse mal uma causa de cegueira irreversível.
Tudo isso não deve ser interpretado como um convite para se esconder dentro de casa. Nosso corpo também precisa de sol — e não apenas em função da vitamina D. A radiação e a luz natural em dose adequada inclusive são aliadas da visão, especialmente na infância.
“Vários estudos mostram que crianças pouco expostas ao sol acabam desenvolvendo miopia com frequência muito maior”, relata Padilha.
Então você e a família podem e devem sair nesse e em outros verões. O melhor momento? No início da manhã ou no fim da tarde, quando o sol está mais brando. No fundo, se observar bem, vai ver que até os olhos se dão bem se houver moderação.

E a pele ao redor dos olhos?
O tecido que fica em volta do olho também requer atenção. “Ali está a pele mais fina do corpo inteiro”, nota o dermatologista André Braz, professor da Policlínica Geral do Rio de Janeiro. Por isso, os produtos aplicados na região devem ser diferentes: precisam ter concentrações menores de princípios ativos quando comparados àqueles voltados ao rosto em geral.
“O melhor é usar o protetor solar até a junção com a maçã do rosto e, na pele ao redor dos olhos, passar só um hidratante”, recomenda Braz. Também não se aconselha botar protetor nas pálpebras em si. Assim, óculos de sol e boné seguem parceiros aqui.

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/como-proteger-olhos-do-sol/ - Por Maurício Brum e Stéfani Fontanive - Ilustração: Helena Sbeghen/SAÚDE é Vital