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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Como controlar os perigosos triglicérides



Essa gordura está por trás de infartos e outras ameaças. Embora menos conhecida que o colesterol, é mais controlável com ajustes no estilo de vida, como maneirar em pães e massas. Chegou a hora de mudar esse panorama

Os triglicérides estão e, ao mesmo tempo, não estão na boca do povo. Por um lado, abusamos de alimentos que, junto a outros hábitos pouco saudáveis, aumentam a concentração dessa gordura nos vasos. Tanto que um em cada quatro americanos apresenta um índice acima de 150 mg/dl, o limite ideal — no Brasil não há números confiáveis, mas se acredita que seguimos a mesma toada. Por outro lado, ainda perdura um desconhecimento da população sobre o tema.

O colesterol (que nem gordura é; quimicamente falamos de um álcool complexo) ganhou os holofotes por ser reconhecidamente um fator de risco direto para panes no sistema circulatório. Pesquisas comprovam que o uso de remédios para baixá-lo reduz em até 40% os desfechos cardiovasculares e também aplaca a mortalidade. Já os triglicérides entraram numa certa penumbra, porque alguns estudos insinuaram que as drogas voltadas ao seu controle não evitam óbitos, embora diminuam em 13% o risco de infarto, AVC e afins.

O fato é que, quando se encontra numa quantidade elevada, os triglicérides instigam o surgimento de radicais livres e processos inflamatórios, dois perigos aos vasos. Fora isso, estimulam a fabricação exagerada de VLDL no fígado e de quilomícrons no intestino. "Essas duas lipoproteínas são quebradas, então, nas chamadas partículas remanescentes, que contribuem diretamente para o entupimento das artérias", ensina Michael Miller, epidemiologista da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.

Miller atualizou um artigo de 2011 que avalia a influência dos hábitos no equilíbrio dos triglicérides. O novo texto diz: "Mudanças no estilo de vida podem reduzir as taxas em 50% ou mais". Fernando Flexa Ribeiro Filho, presidente do Departamento de Dislipidemia e Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, compara: "Quando se fala em colesterol, esse número não supera 30%". Uma das principais medidas para conter os triglicérides é moderar no pão branco, no macarrão, no açúcar...

Segundo a revisão de Michael Miller, se você trocar 10% das calorias provenientes do carboidrato – nutriente que sobra em macarrão e outras massas – pelas originárias de gorduras poli ou monoinsaturadas, diminui de 10 a 20% a quantidade de triglicérides. Vamos recorrer à matemática: um pão francês possui aproximadamente 112 calorias vindas de carboidratos, o que, em uma dieta tradicional de 2 mil calorias, representa 5,6% do total. Logo, ao riscar um pãozinho da conta diária, há uma potencial subtração de 11,2% na taxa que será exibida pelos exames. 

Entretanto, para fechar esse cálculo do bem, é importante adicionar gorduras insaturadas ao menu. Entre as opções, vale destacar o ômega-3, encontrado principalmente nos peixes marinhos. "Descobertas recentes apontam que ele inibe a síntese de triglicérides no fígado", conta Cintra. "Tanto que suplementos com essa substância já são prescritos para alguns pacientes com triglicérides descontrolados", arremata. Incrementar sua ingestão em 1 grama por dia acarreta uma queda de 5 a 10% na concentração do inimigo da vez.

Causas diversas

Veja o que financia a subida dos triglicérides – e pode passar batido

Remédios: diuréticos, corticoides, antipsicóticos, estrogênio oral... Todos podem conspirar a favor da síndrome metabólica, conjunto de disfunções marcado pelo ganho de barriga e o aumento dos triglicérides.
Hipotireoidismo: a tireoide é uma glândula responsável pelo ritmo de funcionamento do corpo inteiro. Logo, se a sua produção de hormônios é deficiente, há uma lentificação na atividade da enzima que quebra os triglicérides no fígado.
Insuficiência renal: quando os rins não funcionam corretamente, fica faltando uma proteína que também participa do processo de desintegração das moléculas gordurosas. A partir daí, elas passam a aparecer em larga escala nos vasos sanguíneos.
Diabete tipo 2: a doença está bastante ligada à obesidade. E a dupla, junta, intensifica a chamada resistência à ação da insulina. Essa condição, por sua vez, desregula as taxas de triglicérides e colesterol. Desarmonia nociva para o coração.

Consequências

Conheça males deflagrados pela alta dos triglicérides

Pancreatite aguda: é como se ocorresse uma obstrução na glândula que produz insulina. Explicamos: as partículas que carregam os triglicérides são grandes e, em excesso, podem bloquear dutos do pâncreas. A dor é intensa e o quadro inevitavelmente leva à hospitalização.
Esteatose hepática: a obesidade, e o consequente aumento dos triglicérides no organismo, desencadeia uma infiltração de gordura no fígado. A condição costuma ser silenciosa no início - entre os eventuais sintomas estão cansaço e perda de apetite.
Diabete tipo 2: além de causa, ele pode ser uma sequela do boom de triglicérides. É que os ácidos graxos, constituintes dessa gordura, prejudicam a ação da insulina, hormônio que libera o açúcar para as células. E isso, claro, faz a glicemia disparar.
Câncer: um estudo realizado na Universidade Duke, nos Estados Unidos, relacionou altos níveis de triglicéride e colesterol com um maior risco de tumores de próstata. Apesar de ser uma evidência inicial, vale a pena ficar atento para escapar de mais esse problemão.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Fuja de sete perigos que ameaçam seu verão

Entenda por que combinar álcool e frituras com o calor excessivo pode ser prejudicial

Para alguns, não pode faltar uma cerveja gelada. Para outros, o essencial mesmo é uma porção de fritas. E aí é que se encontra o perigo. Segundo o fisiologista do esporte e consultor científico Daniel Portella, da Secretaria de Esportes d de São Caetano do Sul, o consumo de bebidas alcoólicas e frituras oferece riscos extras no verão. "O álcool, por exemplo, acelera o processo de desidratação natural do corpo", explica o profissional. E os perigos não param aí: se você quer aproveitar os dias de calor sem passar por desconfortos, veja as dicas dos especialistas e evite as principais ameaças ao seu bem-estar nesta época.

Álcool
Segundo o fisiologista e pesquisador do Centro de Estudos da Medicina da Atividade Física e do Esporte (CEMAFE) Raul Santo de Oliveira, o problema não está no consumo das bebidas alcoólicas, mas nos exageros. "Álcool e bebidas à base de cafeína são altamente diuréticos e aceleram a desidratação natural do corpo, já mais intensa quando está calor". Ele recomenda, se você estiver bebendo, alternar as doses de álcool com um copo de água.

Frituras
"Com o aumento da perda de líquidos, causada pelo calor excessivo, as gorduras não são bem metabolizadas. Por isso, você pode sentir sensação de mal-estar e desconforto", explica Daniel. Além disso, o consumo de frituras acontece junto à ingestão de bebidas alcoólicas, o problema piora. "O álcool altera o controle de liberação da bile, fluido que auxilia na digestão de gorduras", explica o especialista do CEMAFE.

Sal
Uma porção de fritas e sal. Salada e mais sal para temperar - sem contar o sal que já vem embutido nos alimentos. Resultado: pernas e pés inchados. Segundo Raul Santo, isso acontece porque o sódio, presente no sal, favorece a retenção de líquidos no corpo. "Até certa quantidade ele é benéfico, mas grande parte das pessoas exagera e não se lembra que o sal consumido não é somente aquele visivelmente acrescentado aos alimentos", afirma. No calor, a situação complica ainda mais: os vasos ficam dilatados, dificultando o retorno do sangue principalmente dos membros inferiores.

Overtraining
"Overtraining é a prática excessiva de exercícios e pode prejudicar até quem está acostumado a treinar regularmente, afirma Raul. Segundo ele, quem se exercita demais pode apresentar problemas como dificuldade para dormir, falta de disposição e irritabilidade. No calor forte, típico do verão, há ainda o perigo de desmaio, devido à queda de pressão; risco de insolação, caso o treino seja feito sob o sol da tarde; desidratação e hipertermia, quando a temperatura corporal fica muito elevada.

Superexposição solar
A temperatura corporal interna de uma pessoa deve ser de 37º C, independente do horário do dia. Por isso, ficar exposto ao sol, principalmente entre 10h e 16h, pode causar hipertermia, quando o corpo não consegue mais estabilizar o calor interno. "Nesse estágio, o organismo direciona toda sua energia para tentar dissipar o calor e, assim, algumas células param de funcionar, podendo causar desmaios graves", diz Daniel Portella.

Baixa ingestão de líquido
Desidratação, a perda de líquidos pelo organismo, age de forma similar à insolação. "Ela atrapalha o funcionamento de algumas células essenciais para a manutenção da vida, podendo gerar desde um pequeno mal-estar até desmaios", esclarece Daniel. Por isso, ande sempre com uma garrafinha de água e crie o hábito de dar pequenos goles de tempos em tempos. Não espere sentir sede para se hidratar - nesse estágio, o corpo já está sofrendo com a falta de líquidos.

Alimentos mal conservados
Se existe algo que pode estragar de vez suas férias, a intoxicação alimentar está na lista. Isso porque o alimento contaminado ou mal conservado que você consumiu precisará ser eliminado por vômito ou diarreia. "Além disso, dependendo do estado do alimento, ele pode conter bactérias bastante perigosas à saúde e até causar a morte nos casos mais graves", afirma Raul. Se você desconfiar de intoxicação, não pense duas vezes: procure imediatamente um pronto-socorro e se hidrate intensivamente. Para prevenção, evite alimentos de origem duvidosa, prefira consumir frutas e sanduíches que você mesmo comprou ou preparou manteve em mochilas térmicas.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Conheça oito ameaças inusitadas à saúde do coração

Luto, enxaqueca e até pastilhas efervescentes aumentam o risco de doenças cardiovasculares

 As doenças cardiovasculares são líderes em morte no mundo, sendo responsáveis por quase 30% dos óbitos no Brasil. Dentre estas, o infarto agudo do miocárdio é a causa principal. Tabagismo, dieta rica em sódio, estresse e sedentarismo são apenas alguns dos vilões da saúde cardíaca. No entanto, existem outras ameaças que podem afetar principalmente aquelas pessoas que já possuem os fatores de risco conhecidos para doenças cardiovasculares, como pressão arterial e colesterol em níveis acima do normal. Conversamos com especialistas e listamos as armadilhas escondidas para a saúde do nosso coração. Confira: 

Pastilhas efervescentes
Pode parecer estranho, mas essas bolhas escondem mais riscos ao coração do que você imagina. Segundo um estudo publicado em janeiro no British Medical Journal, existe uma relação entre as pastilhas e infartos ou AVC. Os pesquisadores da Universidade Dundee analisaram exames médicos de 1,2 milhões de pacientes britânicos e descobriram que tomadores regulares de medicamentos efervescentes eram sete vezes mais propensos a desenvolver pressão alta ou hipertensão, além de correrem um risco 16% maior para eventos cardiovasculares, como infarto e AVC. O estudo analisou 24 diferentes remédios efervescentes, incluindo os principais analgésicos, como paracetamol e ácido acetilsalicílico, assim como suplementos.

Essa relação acontece porque esses medicamentos possuem grandes quantidades de sódio. Segundo o estudo, algumas pastilhas de 69 mg a 415 mg de sódio -  aproximadamente um quinto de uma colher de chá. O consumo diário recomendado para um adulto é de 2000 mg a 2400 mg, equivalente a 6 gramas de sal.

Olhando para esses números isoladamente, os medicamentos não parecem oferecer uma ameaça tão grande - afinal, seria necessário ingerir uma quantidade muito grande deles para chegar as recomendações diárias estipuladas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No entanto, devemos pensar que esses remédios só agregam à lista de alimentos ricos em sódio que são ingeridos ao longo do dia, como refrigerantes outros industrializados. "Quando em excesso no organismo, o sódio fica acumulado no sangue em vez de ser absorvido pelas células, ocorrendo o que chamamos de desequilíbrio osmótico, já há maior concentração do mineral fora das células do que dentro delas", explica o cardiologista Luiz Ferlante, do Hospital Samaritano de São Paulo. Para equilibrar esses níveis, o corpo precisa de mais água circulando pelo sangue, reduzindo assim as concentrações de sódio. "A retenção de água faz o volume de sangue nas artérias aumentar, e por isso o coração precisa bombear mais sangue do que o normal, aumentando a pressão sanguínea", diz Luiz. Quando esse problema se torna crônico, temos a hipertensão arterial, que por si só aumenta o risco de diversas doenças cardiovasculares.

Caso você use medicamentos efervescentes de forma contínua, converse com o médico e discuta seus riscos. Se não, o ideal é não usar com frequência e sempre ficar atento à alimentação de forma geral.

Doenças inflamatórias
Pesquisadores da Clínica Mayo descobriram que a artrite reumatoide pode ser considerada um fator de risco para doenças do coração. O levantamento sugere que as altas quantidades de moléculas inflamatórias no corpo dos pacientes com artrite reumatoide pode aumentar o risco de doença cardíaca. Esse estado inflamatório pode favorecer a oxidação do colesterol bom (HDL), que se transformará em colesterol ruim (LDL). Todo esse cenário favorece doenças como hipertensão, angina, insuficiência cardíaca, entre outros.

Entretanto, não é só a artrite reumatoide que pode elevar as inflamações no organismo. Outras doenças bem mais comuns, como obesidade e diabetes tipo 1, também são inflamatórias e aumentam o risco cardíaco quando descontroladas. "O tecido adiposo é um grande produtor de substâncias inflamatórias - e os adipócitos (células de estoque da gordura) aumentam em número e volume com a obesidade", afirma o endocrinologista Isaac Benchimol, do Conselho Empresarial de Medicina e Saúde da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Ele explica que o organismo se cansa de corrigir o erro alimentar e o sedentarismo, e vai progressivamente lançando de volta na circulação o colesterol e os triglicerídeos que não conseguiu armazenar no fígado e tecido adiposo. Essa gordura em excesso no sangue pode formar placas e entupir as artérias, causando um infarto ou AVC. Já no caso do diabetes tipo 1, o excesso de glicose no sangue pode lesionar a parede das artérias, causando inflamações que podem corroborar com um aumento do risco de eventos cardiovasculares.

Temperaturas baixas
Um grupo de pesquisadores da London School of Hygiene and Tropical Medicine encontrou uma relação entre a temperatura do ambiente e o risco de ataque do coração. Eles descobriram que uma queda brusca na temperatura aumenta as chances de uma pessoa ter um infarto. Segundo os autores, a relação é tão estreita que a cada grau a menos em um único dia, há um aumento de 200 casos de infarto.

Os pesquisadores analisaram dados de 84 mil casos de infarto em hospitais entre 2003 e 2006 no Reino Unido, fazendo um levantamento de 15 áreas geográficas com temperaturas diferentes e que sofreram alterações climáticas. Eles descobriram que os casos de infarto aumentaram em 2% duas semanas depois de uma forte frente fria que atingiu a maioria das 15 zonas pesquisadas. "Nos dias frios, o corpo humano reage naturalmente à mudança de temperatura gerando uma vasoconstrição das artérias - e isso resulta em um aumento da pressão arterial", explica a angiologista Aline Lamaita, da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

Dessa forma, pessoas que já possuem fatores de risco para doenças cardiovasculares, como obesidade, sedentarismo e hipertensão, podem ter esses efeitos potencializados quando o termômetro fica mais baixo. O ideal é cuidar da saúde como um todo e ter atenção redobrada nos dias mais frios.

Desastres naturais
Quem já passou por um desastre natural traumático, como uma enchente ou desabamento de terras, sabe que esses eventos geram traumas e podem mexer com o nosso coração. Segundo dados levantados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia esses eventos realmente tem um efeito sobre a saúde do nosso coração. Eles analisaram os moradores de Santa Catarina após os temporais que ocorreram em 2008 e deixaram 135 vítimas fatais. A organização descobriu que o sentimento de perda, a pressão psicológica, a ansiedade e o estresse a que é submetida uma população afetada ou mesmo aquela que assiste ao desastre atuam para elevar a pressão arterial e a frequência cardíaca, causando um aumento significativo do número de infartos.

Além disso, pesquisadores da Harvard Medical School descobriram que perder a pessoa amada aumenta em 21 vezes o risco de um infarto no dia seguinte à morte e em até seis vezes na semana que se segue. Para o estudo, eles revisaram o prontuário de atendimento e entrevistaram 1.985 pacientes de um hospital em Boston. Os pacientes responderam perguntas sobre as circunstâncias de seus ataques cardíacos, bem como se recentemente haviam perdido alguém importante em suas vidas no ano anterior, quando a morte havia ocorrido e qual a importância de seu relacionamento com a pessoa falecida.

O relatório, publicado no Journal of the American Heart Association afirma que o estresse causado por luto tem efeitos imediatos para a saúde, que somados a perda de apetite e sono recorrente nesses casos pode agravar ainda mais o risco. O sentimento de perda também pode fazer algumas pessoas demorarem para retornar às suas atividades ou mesmo adotarem hábitos nocivos à saúde, como se alimentar de forma errada ou iniciar vícios. 

Combinação de medicamentos
É muito importante saber se como um medicamento interage com outros antes de tomar - e essa recomendação vale principalmente para aquelas pessoas que já fazem tratamento para algum problema cardiovascular, como a hipertensão. As estatinas, por exemplo, que servem para reduzir o acúmulo de placas de gordura nas artérias nos pacientes com colesterol alto, podem interagir com outros medicamentos, como a varfarina, um anticoagulante que pode ser indicado para a insuficiência cardíaca ou trombose. Além disso, antifúngicos, antidepressivos e antibióticos são processados pela mesma via no organismo, o que interfere no efeito de vários medicamentos protetores do coração. "Por isso é fundamental dizer durante a consulta quais medicamentos você já toma antes que ele faça a receita - isso ajuda o médico ou médica a prescrever um fármaco que não sofra interações", alerta a farmacêutica Patrícia Moriel, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Vírus e bactérias
Os problemas de saúde bucal estão intimamente ligados com doenças cardiovasculares. A falta de higiene oral favorece o acúmulo de micro-organismos na região, levando ao aparecimento da cárie e outros problemas na gengiva (periodontite e gengivite), bochechas, língua, palato e toda mucosa oral. Esses organismos podem atingir áreas mais profundas da mucosa oral, chegando aos vasos sanguíneos e infectando os tecidos do coração. Dessa forma, é importante manter a escovação dos dentes e língua com fio dental após as refeições, além das visitas regulares ao dentista.

A vacinação contra o vírus da gripe e da pneumonia também é aliada da saúde cardíaca. As pneumonias podem comprometer as trocas de oxigênio feitas pelos pulmões, comprometendo o funcionamento do coração. "Além disso, os vírus e bactérias causadores de doenças infecciosas podem viajar pelo nosso coração e chegar ao coração", afirma o cardiologista Luiz. Dessa forma, pessoas que tem o sistema imune mais debilitado ou doenças infecciosas graves devem ficar atentos ao risco cardíaco.

Rotina da cidade grande
Um levantamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde aponta que, em média, 106 pessoas são internadas por dia em hospitais públicos no Estado de São Paulo com AVC. Um dos motivos apontados pela pesquisa é o estilo de vida urbano atual, que faz com que as pessoas sejam mais estressadas, sedentárias, consumam alimentos ricos em gorduras, fiquem acima do peso e desenvolvam pressão alta e diabetes antes do que acontecia antigamente.

A poluição sonora e visual das metrópoles, como anúncios luminosos, veículos e pessoas, podem levar a um quadro de estresse - a musculatura fica tensionada, o coração dispara, a pressão arterial sobe, o estômago fica cheio de suco gástrico e o intestino trabalha bem devagar, além da agitação que dificulta a concentração. De acordo com o clínico geral Dirceu Rodrigues Alves Junior, chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional na Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), os veículos geram calor e poluente atmosféricos, além de fuligem. "A variação de temperatura, a vibração do veículo por conta dos buracos ou o barulho produzido pela vibração das janelas de um ônibus, por exemplo, debilitam a saúde da pessoa e podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares e outros problemas."

Ter enxaquecas
Apesar de a dor de cabeça ser o principal sintoma da enxaqueca, outros sintomas são muito comuns e podem ser também importantes, como sensibilidade à luz e a cheiros e barulho, náuseas, vômitos e sensibilidade a movimentos. "Esses sintomas são todos gerados no cérebro, em áreas diferentes dele, que são mais sensíveis em quem tem enxaqueca", explica a neurologista Thaís Rodrigues Villa, pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Essa maior vulnerabilidade do cérebro, principalmente se exposto aos já conhecidos provocadores ou gatilhos da enxaqueca, ocorre devido a disfunções em vários neurotransmissores como a serotonina, dopamina, noradrenalina e glutamato. Essas substâncias tem um funcionamento diferente em quem tem enxaqueca.

Estudos recentes comprovaram que pessoas com enxaqueca tem um maior risco de AVC e doenças cardiovasculares, principalmente quem tem enxaqueca com aura, sendo esse risco aumentado se associado a tabagismo e uso de alguns anticoncepcionais hormonais em mulheres. "A enxaqueca aparece como fator de risco tão importante quanto à hipertensão arterial, diabetes e obesidade", lembra a neurologista. A especialista afirma que pacientes com enxaqueca apresentam maior frequência de lesões cerebrais, pequenos AVCs e atrofia em algumas áreas do cérebro, ou seja, perda de neurônios. "A enxaqueca não é uma simples dor de cabeça, tratá-la é cuidar do seu cérebro e consequentemente da sua saúde como um todo."

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Fuja de sete perigos que ameaçam seu verão


Entenda por que combinar álcool e frituras com o calor excessivo pode ser prejudicial

Para alguns, não pode faltar uma cerveja gelada. Para outros, o essencial mesmo é uma porção de fritas. E aí é que se encontra o perigo. Segundo o fisiologista do esporte e consultor científico Daniel Portella, da Secretaria de Esportes d de São Caetano do Sul, o consumo de bebidas alcoólicas e frituras oferece riscos extras no verão. "O álcool, por exemplo, acelera o processo de desidratação natural do corpo", explica o profissional. E os perigos não param aí: se você quer aproveitar os dias de calor sem passar por desconfortos, veja as dicas dos especialistas e evite as principais ameaças ao seu bem-estar nesta época.

Álcool
Segundo o fisiologista e pesquisador do Centro de Estudos da Medicina da Atividade Física e do Esporte (CEMAFE) Raul Santo de Oliveira, o problema não está no consumo das bebidas alcoólicas, mas nos exageros. "Álcool e bebidas à base de cafeína são altamente diuréticos e aceleram a desidratação natural do corpo, já mais intensa quando está calor". Ele recomenda, se você estiver bebendo, alternar as doses de álcool com um copo de água.

Frituras
"Com o aumento da perda de líquidos, causada pelo calor excessivo, as gorduras não são bem metabolizadas. Por isso, você pode sentir sensação de mal-estar e desconforto", explica Daniel. Além disso, o consumo de frituras acontece junto à ingestão de bebidas alcoólicas, o problema piora. "O álcool altera o controle de liberação da bile, fluido que auxilia na digestão de gorduras", explica o especialista do CEMAFE.

Sal
Uma porção de fritas e sal. Salada e mais sal para temperar - sem contar o sal que já vem embutido nos alimentos. Resultado: pernas e pés inchados. Segundo Raul Santo, isso acontece porque o sódio, presente no sal, favorece a retenção de líquidos no corpo. "Até certa quantidade ele é benéfico, mas grande parte das pessoas exagera e não se lembra que o sal consumido não é somente aquele visivelmente acrescentado aos alimentos", afirma. No calor, a situação complica ainda mais: os vasos ficam dilatados, dificultando o retorno do sangue principalmente dos membros inferiores.

Overtraining
"Overtraining é a prática excessiva de exercícios e pode prejudicar até quem está acostumado a treinar regularmente',afirma Raul. Segundo ele, quem se exercita demais pode apresentar problemas como dificuldade para dormir, falta de disposição e irritabilidade. No calor forte, típico do verão, há ainda o perigo de desmaio, devido à queda de pressão; risco de insolação, caso o treino seja feito sob o sol da tarde; desidratação e hipertermia, quando a temperatura corporal fica muito elevada.

Superexposição solar
A temperatura corporal interna de uma pessoa deve ser de 37º C, independente do horário do dia. Por isso, ficar exposto ao sol, principalmente entre 10h e 16h, pode causar hipertermia, quando o corpo não consegue mais estabilizar o calor interno. "Nesse estágio, o organismo direciona toda sua energia para tentar dissipar o calor e, assim, algumas células param de funcionar, podendo causar desmaios graves", diz Daniel Portella.

Baixa ingestão de líquido
Desidratação, a perda de líquidos pelo organismo, age de forma similar à insolação. "Ela atrapalha o funcionamento de algumas células essenciais para a manutenção da vida, podendo gerar desde um pequeno mal-estar até desmaios", esclarece Daniel. Por isso, ande sempre com uma garrafinha de água e crie o hábito de dar pequenos goles de tempos em tempos. Não espere sentir sede para se hidratar - nesse estágio, o corpo já está sofrendo com a falta de líquidos.

Alimentos mal conservados
Se existe algo que pode estragar de vez suas férias, a intoxicação alimentar está na lista. Isso porque o alimento contaminado ou mal conservado que você consumiu precisará ser eliminado por vômito ou diarreia. "Além disso, dependendo do estado do alimento, ele pode conter bactérias bastante perigosas à saúde e até causar a morte nos casos mais graves", afirma Raul. Se você desconfiar de intoxicação, não pense duas vezes: procure imediatamente um pronto-socorro e se hidrate intensivamente. Para prevenção, evite alimentos de origem duvidosa, prefira consumir frutas e sanduíches que você mesmo comprou ou preparou manteve em mochilas térmicas.

Fonte: http://minhavida.uol.com.br/conteudo/14575-fuja-de-sete-perigos-que-ameacam-seu-verao.htm?ordem=1#gal - POR LAURA TAVARES