Entenda quais cuidados são necessários ao dar carinho para seus animais de estimação
O mundo ao nosso redor (e dentro de nós) é povoado por
microrganismos. A maioria deles é benéfica, mas muitos representam um risco.
Para explicar como um microrganismo causa doenças e responder à pergunta do
título desse artigo, precisamos entender quatro conceitos:
Inóculo: para causar uma doença, o microrganismo
precisa entrar no corpo em uma quantidade grande o suficiente - isso é chamado
inóculo. É como se fosse um exército atacando um país. Dez soldados seriam
esmagados pela patrulha da fronteira, mas, se vierem em 100.000, é provável que
consigam invadir.
Virulência: se esse invasor for mais virulento, é pior
(esse termo pode até parecer com vírus, mas se refere a qualquer microrganismo).
É como se não fosse um simples soldado, mas um agente especializado, com
capacidade de causar um grande estrago no país invadido.
Imunidade: o país invadido tem suas defesas. São os
soldados, capitães e generais responsáveis pela vigilância e que se organizam
gerando diferentes respostas. Às vezes, conseguem eliminar o invasor e fazer
com que ele nunca mais consiga entrar. É a imunidade, nesse caso, permanente. É
o que vivemos em relação à catapora, caxumba, rubéola. É uma resposta muito
desejada nas vacinas.
Autoimunidade: às vezes, nosso próprio exército nos
ataca. Isso se chama autoimunidade e é o que causa uma doença autoimune.
Mas o que tudo isso tem a ver com beijar seu pet? Bem,
o risco de adquirir um microrganismo que cause doença está em todo lugar: no
ar, na água, na comida, nas relações sexuais, no contato com as pessoas e no
simples carinho no seu bichinho de estimação. Não é só beijar o animal que pode
trazer doenças; VIVER é um risco biológico constante!
Para se proteger de uma doença, é preciso
"diminuir" o inóculo, ou seja, lavar os alimentos, reduzir o número
de parceiros sexuais, tomar banho, escovar os dentes, lavar as mãos
frequentemente (ou utilizar álcool em gel) - inclusive depois de tocar seu
amigo peludo e mantê-lo limpo é fundamental. E se você resolver beijar seu pet,
não o beije na boca, pois o inóculo aí é enorme.
Além disso, precisamos nos preocupar com os
microrganismos mais virulentos. E a ciência faz isso: as vacinas foram
produzidas para gerar imunidade para as doenças mais graves. Então, esteja com
as vacinas em dia e vacine seu pet. Você reduzirá muito as chances de contrair
várias doenças. Além disso, vermifugue seu pet regularmente e outros tantos
problemas serão evitados.
Se você adquirir alguma verminose no contato com seus
animais, faça o tratamento e se livre dela. A verminose pode trazer problemas
graves, mas a sabedoria popular diz que tudo tem seu lado positivo e aqui temos
um muito interessante. Estudos mostram que populações que têm mais verminose
têm também uma prevalência menor de doenças autoimunes, provavelmente porque a
resposta imunológica induzida pelos vermes, de alguma forma, protege contra os
distúrbios autoimunes.
Por fim, existem estudos que mostram os benefícios
psicológicos e sociais da nossa relação com os pets. Beijá-los podem nos trazer
doenças? Sim. Mas os cuidados reduzem os riscos e os benefícios são superiores.
Nessa balança, o amor entre nós e os nossos pets vence!
Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/materias/38142-beijar-meus-bichinhos-de-estimacao-pode-me-trazer-doencas
- Escrito por Luciana Leite Pineli Simões
Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e o entendimento.
Provérbios 2:6