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quinta-feira, 12 de maio de 2022

Teve o celular roubado? Veja como proteger acesso a apps de bancos


Quadrilhas têm conseguido acessar aplicativos de aparelhos desbloqueados para fazer transferências bancárias indevidas. Veja dicas de segurança para proteger senhas e dados pessoais e orientações sobre o que fazer se o smartphone for roubado ou furtado.

 

Criminosos têm roubado celulares e conseguido esvaziar contas bancárias acessando os aplicativos de bancos instalados nos aparelhos. Um caso recente que viralizou nas redes sociais foi o do agente de talentos Bruno De Paula, de 36 anos. Ele teve o celular roubado em um semáforo da Zona Norte de São Paulo em 29 de abril.

 

Com o aparelho destravado, os criminosos fizeram uma devassa em todas as contas pessoais dele, realizando operações bancárias que totalizaram mais de R$ 143 mil de prejuízo.

 

Em entrevista ao g1 SP, Bruno de Paula disse que, após o caso viralizar, ele foi contatado pelos bancos, que deram um desfecho satisfatório ao problema.

 

Diante dos relatos do novo golpe e de alertas feitos por instituições como Procon-SP e pela própria Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o g1 reuniu dicas para manter os aplicativos e o smartphone seguros, além de orientações sobre o que fazer em caso de furto ou roubo e de transferências bancárias indevidas.

 

Após ter celular furtado, morador de SP acumula R$ 143 mil de prejuízo em operações bancárias feitas por criminosos

 

Como funciona o golpe?

Os roubos costumam ocorrer em vias públicas ou no trânsito, durante o uso do celular pelas pessoas. Dessa forma, os criminosos têm acesso ao aparelho já desbloqueado, o que permite buscar as senhas ou dados pessoais armazenados pelos próprios usuários no smartphone, sites e e-mail para tentar entrar nos aplicativos de bancos e limpar o dinheiro das contas das vítimas ou fazer empréstimos.

 

No caso de Bruno de Paula, ele estava dentro de um táxi, com a tela do celular desbloqueada quando foi furtado. O mesmo ocorreu com o vereador de São Paulo Marlon Luz, no ano passado. Ao g1 SP, Marlon contou que os criminosos desviaram R$ 67 mil de duas contas bancárias em menos de duas horas. Leia aqui o relato.

 

Como se proteger?

Para se proteger desse tipo golpe, é fundamental redobrar os cuidados com as configurações de segurança do celular e dos aplicativos. Isso porque o aparelho guarda muitas informações que podem permitir que os criminosos recuperem ou mudem as senhas usando, por exemplo, dados armazenados em e-mails, redes sociais ou outras ferramentas disponíveis no smartphone.

O presidente da Associação Brasileira de Proteção de Dados (ABPDados), Renato Opice Blum, explica que, quando um aparelho é roubado desbloqueado, fica mais fácil para os bandidos violarem certas medidas de segurança ou redefinirem senhas de acesso.

"Em tese, se o celular tiver bloqueado, com uma senha relativamente complexa e com a atualização do sistema operacional, isso por si só já impediria ou deixaria muito difícil o acesso indevido. Mas se o criminoso acessar o celular, ele vai ter também acesso ao SMS da pessoa, muitas vezes ao email e pode conseguir alterar as senhas ou receber a dupla autenticação para ingressar nos aplicativos", afirma.

 

Veja abaixo dicas de especialistas e recomendações da própria Febraban:

 

Use sempre uma configuração de bloqueio da tela de início do celular e opte pela opção de bloqueio automático mais rápida (30 segundos, por exemplo);

Mantenha o sistema operacional do celular atualizado e verifique sempre se há atualizações de aplicativos pendentes;

Nunca utilize o recurso de “lembrar/salvar senha” em navegadores e sites;

Jamais anote senhas em blocos de notas, e-mails, mensagens de WhatsApp ou outros locais do celular;

Procure usar senhas fortes e não repetir o código de acesso ao seu banco para uso em outros aplicativos, e-mail ou sites de compras;

Utilize ferramentas de segurança adicionais como biometria, reconhecimento facial e dupla autenticação (a segunda senha) em apps e também no e-mail;

Nas configurações do aparelho, desative as notificações e funções que são exibidas independentemente do bloqueio de tela inicial;

Coloque um PIN também no chip do celular. Dessa forma, se o aparelho for reiniciado, será necessário inserir o código pessoal para uso da linha e envio e recebimento de SMS.

O que fazer se o celular for roubado?

A primeira providência a ser tomada no caso de roubo ou perda, estando o aparelho desbloqueado ou não, é apagar os dados remotamente. Isso pode ser feito acessando as páginas que a Apple (no caso do iPhone) e o Google (para celulares com o sistema Android) criaram para localizar dispositivos perdidos.

 

Só depois de ter os dados apagados, comunique a operadora de que o aparelho foi roubado, para que sua linha seja bloqueada. Se você fizer isso antes de deletar os dados e a linha for cancelada e seu smartphone ficar sem internet, o comando para limpar o dispositivo não vai chegar.

 

As entidades de defesa do consumidor recomendam ainda entrar em contato com o banco para o bloqueio do app e da conta, e que seja registrado também um boletim de ocorrência.

 

Em resumo, a vítima deve:

 

acessar as páginas criadas pela Apple (no caso do iPhone) e pelo Google (para celulares com o sistema Android) para limpar todo o conteúdo do aparelho de maneira remota.

Notificar imediatamente o banco para que medidas de segurança sejam adotadas, como bloqueio do app do banco, da senha de acesso e da própria conta;

avisar à operadora de telefonia para o bloqueio imediato do chip e do Imei (Identidade Internacional de Equipamento Móvel); a partir do bloqueio, o aparelho ficará impedido de conectar a redes móveis;

trocar as senhas e as configurações de autenticação das contas e dos aplicativos instalados no smartphone, incluindo redes sociais e e-mail;

Acessar a ferramenta Registrato do Banco Central para verificar se os seus dados não foram utilizados para abertura de contas ou empréstimos.

 

Vítima pode pedir ressarcimento do banco, diz Idec

O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) afirma que é responsabilidade dos bancos garantir a segurança dos aplicativos e das operações financeiras e explica que as vítimas que tiverem suas contas limpas por esse tipo de golpe têm direito a pedir ressarcimento de um eventual prejuízo.

 

"O consumidor pode e deve entrar e contato com o banco para ser ressarcido, inclusive porque o banco tem todo o aparato tecnológico para identificar movimentações sucessivas ou em valor considerável que fogem do padrão da pessoa, e tem condições de bloquear esse tipo de transação", afirma o advogado do Idec Michel Roberto de Souza.

Segundo ele, cabe ao banco comprovar que não existiu alguma falha de segurança e que a culpa teria sido exclusiva do consumidor.

 

Os consumidores que enfrentarem algum problema com o banco neste tipo de situação podem fazer também uma reclamação contra a instituição financeira no site do Banco Central e no Procon.

 

"Sempre há a possibilidade também de entrar com uma ação no juizado especial de pequenas causas. No valor de até 20 salários mínimos a pessoa não precisa ser acompanhada de um advogado, pode se dirigir pessoalmente", lembra Souza.

 

Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/05/10/teve-o-celular-roubado-veja-como-proteger-acesso-a-apps-de-bancos.ghtml - Por Darlan Alvarenga e Renata Baptista, g1


Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus.

Efésios 5:15-16


sexta-feira, 11 de junho de 2021

Vermifugação é importante? Saiba como proteger o seu pet contra parasitas


Uso periódico de produtos é indispensável para manter cães e gatos protegidos contra a ação de vermes e parasitas

 

Diagnosticar os sintomas de verme no pet pode evitar complicações futuras

Os cuidados com a saúde dos animais de estimação envolvem uma série de medidas que visam proteger os pets contra muitas doenças, entre eles, os vermes. Para combater esses parasitas, a vermifugação é o procedimento responsável por inibir a ação deles.

 

Entre os mais comuns que afetam os pets estão os nematoides (vermes redondos) e cestoides (vermes chatos). As fontes de contaminação são as mais diversas, desde água ou alimentos contaminados, até o contato direto com outros animais infectados.

 

Os animais acometidos podem apresentar vômito, diarreia, inchaço abdominal, fraqueza, apatia, entre outros sintomas, porém, como agem de forma silenciosa, as verminoses podem acabar passando despercebidas pelo tutor.

 

A médica veterinária Fernanda Ambrosino explica que existem casos em que o animal apresenta sintomas apenas leves, que surgem e desaparecem de forma rápida, ou mesmo não apresentam nenhum sinal evidente de doença, por isso não despertam a atenção do tutor. “Qualquer verminose que acomete os animais causa danos, que variam de acordo com a espécie do parasita, quantidade presente no organismo e órgão afetado”, diz.

 

A prevenção é a melhor estratégia para manter os animais protegidos. Para isso, é preciso investir na vermifugação periódica. No caso dos cães filhotes, o procedimento deve ser realizado logo nas primeiras semanas de vida. Os jovens animais podem ser contaminados durante a gestação ou na fase de amamentação e, como tem o sistema imunológico pouco desenvolvido, ficam mais suscetíveis à ação dos parasitas, o que pode inclusive colocar em risco o desenvolvimento do pet.

 

A vermifugação é imprescindível para manutenção da saúde e bem-estar dos cães e também dos gatos

 “Se o pet tiver, por exemplo, uma verminose que atrapalha a absorção de nutrientes, ele poderá ter algumas dificuldades de desenvolvimento a longo prazo. Por isso, é indicado que os filhotes sejam vermifugados na terceira, sexta e nona semana de vida”, detalha Fernanda.

 

No caso dos animais adultos o protocolo vai depender do estilo de vida do animal e da avaliação do médico veterinário. O mais indicado é que o procedimento seja realizado a cada três ou seis meses.

 

As fêmeas prenhes também devem ser vermifugadas, a partir do 45º dia de gestação e, depois, junto aos filhotes, cerca de 20 dias após o parto.

 

 “A vermifugação é importantíssima e deve ser realizada durante toda a vida do animal e não somente quando ele é filhote. A medida é indispensável nos cuidados com a saúde dos pets”, afirma Fernanda.

 

Para os gatos


 Assim como os cães, os gatos também estão suscetíveis aos parasitas

Os gatos, assim como os cães, são suscetíveis à ação dos endoparasitas, aos quais estão expostos diariamente e a vermifugação tem como objetivo a proteção dos felinos contra as diversas doenças transmitidas pelos vermes e protozoários.

 

Os endoparasitas podem se alojar em diversos órgãos dos gatos, sendo encontrados no intestino, coração, esôfago, pulmão e rins. Entre os tipos que mais afetam os gatos estão os parasitas intestinais, como os nematoides e os ancilostomídeos, que causam parasitoses intestinais que acometem o sistema gastrointestinal. Os sintomas mais frequentes nos animais contaminados são a diarreia e o vômito.

 

Os filhotes felinos devem ser vermifugados em três fases, que serão divididas entre a terceira, sexta e nona semanas de vida. Já os animais adultos devem ser vermifugados a cada três ou seis meses, de acordo com a orientação do veterinário.

 

“É importante reforçar que as fêmeas prenhes e lactantes também devem ser vermifugadas antes de acasalarem, uma semana antes do parto e três semanas após a parição”, detalha a veterinária.

 

Fonte: https://canaldopet.ig.com.br/cuidados/saude/2021-06-11/vermifugacao-cachorro-gato-saude-pet.html - Por Canal do Pet - Shuttersock

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Como proteger seu animal das doenças causadas por parasitas


Nunca foi tão importante proteger os bichos de estimação de pulgas, ácaros, carrapatos, mosquitos e vermes — e das doenças que eles espalham

Apesar de todos os avanços nos cuidados com os pets e na medicina veterinária, uma corja de inimigos — nem sempre vistos a olho nu — continua azucrinando a saúde dos bichos e levando muitos deles aos consultórios Brasil afora. Falamos de uma quadrilha de parasitas que abrange de pulgas e carrapatos a vermes e outros seres microscópicos. Basta um passeio pelo parque para voltar com um desses ingratos hóspedes.

Pulgas por trás de coceiras e lesões na pele… Verminoses que comprometem o aproveitamento de nutrientes e a qualidade de vida. E, se não bastasse, tem até os vilões alados, os mosquitos, que, principalmente no verão, picam e espalham doenças. Uma das mais ameaçadoras é a leishmaniose, que, até pouco tempo atrás, diante da inexistência de um tratamento e da crença de que era transmitida dos cães para os humanos, fez com que milhares de cachorros fossem sacrificados.

Outros males disseminados por parasitas merecem vigilância. Caso da esporotricose, causada por um fungo que vive em cascas de madeira e epidêmica no Brasil, sobretudo no Rio de Janeiro e nas regiões Norte e Nordeste. As cidades litorâneas e úmidas concentram também mosquitos que, além da leishmaniose, podem transmitir a dirofilariose, outra moléstia de difícil controle.

O quadro geral é realmente sério, mas não há motivo para pânico. A boa notícia é que dá para prevenir e até tratar as encrencas alastradas pelos parasitas. E é isso que você vai aprender a seguir.

Esporotricose, a doença causada por um fungo da pesada
Atenção, donos de felinos que vivem em áreas tropicais, como o Rio de Janeiro: os gatos são as principais vítimas de um fungo fatal. O Sporothrix brasiliensis, principal causador da esporotricose no país e encontrado em abundância em troncos de árvores e no solo, costuma atacar especialmente os gatos que gostam de dar passeios ao ar livre. E, ao serem infectados durante escapadas de casa, eles mesmos se tornam vetores dessa zoonose para seus tutores.

O principal sintoma são feridas na pele do bicho, principalmente no focinho, que podem apresentar uma secreção purulenta, além de queda de pelos, falta de apetite e vômitos.

“É uma micose profunda, que atinge o tecido abaixo da pele e pode migrar para vasos linfáticos e outros órgãos”, detalha a veterinária Juliana Trigo, analista técnica da Ourofino, fabricante de medicamentos veterinários.

A proliferação da esporotricose por aqui tornou o Brasil líder em números de casos no mundo. A constatação é do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, ligado à Fiocruz, que diagnosticou cerca de 5 mil felinos com a doença nos últimos 20 anos.

“É o maior registro de casos clínicos em animais publicado em periódicos científicos até o momento”, conta o veterinário Sandro Pereira, chefe do laboratório de pesquisa clínica em dermatozoonoses em animais domésticos da instituição.

A enfermidade não possui notificação obrigatória em todos os estados do Brasil — por isso não se sabe a prevalência nacional. No Rio, porém, os estudos apontam que a micose se tornou um problema de saúde pública, devido ao aumento dos casos em humanos — de acordo com uma pesquisa recente, 95% dos episódios da zoonose ocorreram nos 11 municípios da região metropolitana do estado. “No Nordeste também tem crescido o número de diagnósticos”, alerta Pereira.

A esporotricose afeta diversos animais, incluindo cães, cavalos, porcos e até espécies silvestres. Não se sabe por que os gatos são os mais atingidos — estima-se uma proporção de um cão para 25 felinos. Provavelmente, explica Pereira, seu sistema imunológico seja ineficiente diante do comportamento virulento do fungo.

Para protegê-los, os veterinários recomendam a castração precoce, uma vez que a medida reduz o ímpeto do animal de sair dando voltas por aí.

O tratamento

A esporotricose tem cura quando diagnosticada precocemente. O tratamento com antifúngicos, como o itraconazol (acompanhado ou não por iodeto de potássio) é longo: pode se estender por quatro a seis meses. No período, o tutor deve tomar cuidado para não ser contaminado ao sofrer arranhões e realizar a higienização da cama e dos utensílios usados pelo pet.

Nos casos de evolução da moléstia em que não há mais chances de cura, recomenda-se a eutanásia e a cremação dos corpos.

Pulgas, ácaros e carrapatos, os arqui-inimigos da pele
Sua presença não costuma ser difícil de notar. Por se tratar de parasitas externos e visíveis, pulgas e carrapatos tendem a ser percebidos mais cedo pelos tutores. E mesmo os ácaros, embora microscópicos, produzem reações claras na pele. O fato de serem mais identificáveis, no entanto, não os torna menos problemáticos.

Além de causarem uma série de chateações por si mesmos, pulgas, ácaros e carrapatos também podem ser vetores de outros parasitas. As pulgas tomam conta do corpo do animal tanto a partir do ambiente quanto pelo contato com outros bichos infestados.

Praga comum no dia a dia e nas clínicas veterinárias, provocam coceira, irritação e manifestações alérgicas na pele. Em caso de infestações severas, chegam até a provocar anemia, pois o inseto se alimenta do sangue dos hospedeiros. A pulga ainda pode carregar um verme perigoso, o Dipylidium caninum, causador da dipilidiose, uma doença intestinal.

Os carrapatos também se esmeram em encontrar abrigo e comida na parte externa do organismo. Estão distribuídos em mais de 870 espécies e são temidos pelos prejuízos que causam à pecuária. O tipo mais comum em animais de companhia brasileiros é o carrapato marrom, o Rhipicephalus sanguineus. Embora seja mais frequente em cães, ele também persegue gatos.

A exemplo das pulgas, carrapatos podem levar à anemia, não só por se alimentar de sangue mas por transmitirem um protozoário que ataca glóbulos vermelhos e brancos, causando uma doença conhecida como babesiose.

“É importante lembrar que só 5% das larvas estão no corpo do hospedeiro. O restante está no ambiente ao redor”, observa o veterinário Gervásio Bechara, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. “Muita gente, ao tratar seu animal, acaba fazendo uma prevenção errada: esquece os 95% que estão na casinha, na grama, no cimentado”, alerta. Por isso, precisamos estar atentos aos ninhos do bichinho, que pode se abrigar nas paredes e em locais mais altos, próximos ao teto.

Ácaros, assim como os carrapatos, são aracnídeos, só que invisíveis a olho nu. Sua presença está relacionada aos diferentes tipos de sarna, como a demodécica, a otodécica e a sarcóptica, as mais comuns nos pets.

A principal vilã é a sarna sarcóptica, que, além de altamente contagiosa, pode ser transmitida ao tutor. Diante dela, a pele fica vermelha e com coceira intensa, levando à abertura de feridas e à queda de pelos.

A sarna demodécica não costuma causar coceira nem é transmissível a humanos. Já a otodécica causa forte coceira nas orelhas e vem acompanhada por uma secreção escura — uma forma de identificá-la em seu cão ou gato é se eles estão chacoalhando a cabeça com frequência, uma tentativa de aliviar o incômodo. A despeito do tipo, convém visitar o veterinário.

Proteção tripla

Os últimos produtos lançados pela indústria de saúde animal prometem proteção conjunta contra ácaros, carrapatos e pulgas. “São sprays e coleiras à base de acaricidas químicos”, explica o veterinário Gervásio Bechara.

Elas liberam as substâncias no pelo do animal conforme eles se movimentam. Mas, segundo o professor, mesmo esses métodos não são infalíveis. “Parasitas, especialmente os carrapatos, desenvolvem resistência aos produtos”, diz.

Assim, também vale a pena prezar a higiene nos locais onde o pet passa a maior parte do tempo, evitando a proliferação desses hóspedes indesejados.

Um verme para (não) chamar de seu
Geralmente, a cena é a mesma: o cão, ou o gato, sai para passear e, de repente, encontra fezes velhas alheias. Como quem não quer nada, se aproxima, cheira, sente o gosto e segue explorando o ambiente. Ou talvez nem chegue perto do cocô, mas a grama onde pisa já foi contaminada pelo excremento de outros animais. Nos dias seguintes, lá vêm diarreia, dores e outros sintomas digestivos. Assim funciona o modus operandi das verminoses, um grupo de doenças causadas por parasitas de diversas origens, tamanhos e formatos.

O principal meliante da lista é o Dipylidium, que começa a jornada parasitária usando a pulga como hospedeira intermediária. É por meio da ingestão acidental da pulga que cães e gatos liberam a entrada desse platelminto no seu trato gastrointestinal. Dentro do corpo, o verme achatado pode chegar a 50 cm de comprimento. Os sintomas são diarreia e coceira na região anal, que fazem o animal arrastar o ânus pelo chão.

Para o tratamento da parasitose, o indicado é administrar vermífugos e antipulgas em conjunto. “Dessa forma, evitamos que o ciclo do parasita se complete”, explica a veterinária Cristine Fischer, professora da Universidade Luterana do Brasil, em Canoas, no Rio Grande do Sul.

Os cuidadores também devem dedetizar os locais de descanso dos pets para eliminar as pulgas em estágios menos avançados. Para toda fase da vida dos bichos de estimação, parece que a natureza tem uma verminose feita sob medida.

Os nematódeos do gênero Toxocara, por exemplo, são frequentes em filhotes caninos e felinos de até 1 ano e encabeçam a segunda posição do ranking. Não raro, os bichos acabam infectados por meio da placenta e do leite materno. Cada verme cilíndrico desses pode chegar a 18 cm de comprimento e permanecer no intestino delgado por vários meses.

A toxocaríase provoca atrasos de crescimento, diarreia, barriga inchada e até morte por obstrução ou perfuração intestinal.

O Ancylostoma é outro nematódeo bem recorrente, mas em animais adultos. Esse verme se alimenta de sangue no intestino dos cães e, por isso, provoca diarreia e anemia. As fezes expostas de bichos acometidos podem desenvolver larvas em menos de 48 horas, se houver temperatura morna e alta umidade do ar.

A doença pode ser transmitida apenas pelo contato das patas do animal com o local contaminado. A ancilostomose — ou amarelão — também afeta os humanos.

O verme mais comum em bichos idosos é o Trichuris, que se instala no intestino grosso. Uma forma de identificar seu rastro característico são os pelos feios e quebradiços das vítimas. Os ovos desses nematódeos podem sobreviver em meio à sujeira externa por mais de quatro anos. Manter quintais limpos ajuda a evitar sua proliferação.

Como se defender?

A prevenção é simples, mas pede disciplina: recolha a sujeira deixada pelo seu bicho sempre. Seja no quintal de casa, seja na rua, o cocô exposto é a principal forma de espalhar vermes. Fazer sua parte evita, também, que outros animais sejam atacados.

Caso haja alguma suspeita, o veterinário deve fazer uma avaliação e pedir um exame de fezes.

Mosquitos e perigos no ar
É quando o tempo esquenta que esses insetos voadores fazem a festa. Assim como nos perturbam, trazem problemas para os animais. O mosquito Aedes aegypti, que espalha a dengue entre os humanos, transmite aos cães uma doença grave que afeta o coração, a dirofilariose.

“Se não for tratada, há risco de morte por insuficiência cardiorrespiratória”, alerta o veterinário Ricardo Cabral, da Virbac, farmacêutica especializada em saúde animal.

Os mosquitos anófele e cúlex também podem carregar as larvas da lombriga Dirofilaria immitis, conhecida como “verme do coração”.

Após a picada, as larvas se deslocam pelo sangue até o músculo cardíaco, e o cão começa a ficar ofegante — daí ele perde o pique e fica apático. À medida que a moléstia avança, despontam tosse, perda de peso e convulsões. Comum em regiões litorâneas e úmidas do país, a dirofilariose precisa ser tratada na fase inicial para evitar o colapso do coração.

Os animais que vivem em regiões mais próximas do mar e em algumas áreas rurais também estão mais suscetíveis a outro inimigo alado, o mosquito-palha. Esse inseto pequeno e amarelado — a bem da verdade, não é um mosquito, mas um flebotomíneo — é o vetor do protozoário causador da leishmaniose. De acordo com a Fiocruz, o Brasil é o país que mais concentra espécies de mosquitos-palha no mundo.

Endêmica no país, a doença vem migrando para as cidades com o avanço da urbanização e do desmatamento. “Após o animal ser picado, o protozoário se aloja no interior das células, especialmente nas responsáveis pelo sistema imunológico”, explica Cabral. Felizmente, há uma vacina, aplicada a cada ano e destinada apenas a animais não infectados: havendo contágio, ela impede que a doença se desenvolva.

Um dos grandes desafios hoje é detectar o problema cedo. Os primeiros sintomas são lesões na pele que se confundem com dermatites. Depois vêm vômitos, diarreias e sangramento nas fezes, também comuns a outras infecções. Na dúvida, é preciso procurar o veterinário e lançar mão de exames que flagram o dito-cujo. Quanto antes começar o tratamento, melhor.

Há apenas um remédio contra a doença disponível no Brasil. Além de controlar as manifestações do problema, a medicação evita a corrente de transmissão. A barreira, por ora, é o preço: o menor frasco, de 30 mililitros, custa em média 500 reais.

Até 2016, por causa da carência de um tratamento, os animais infectados eram todos sacrificados. O abate, alegava-se, era uma forma de reduzir a disseminação da leishmaniose nos seres humanos — os cães, porém, não passam a doença aos tutores, são apenas hospedeiros do protozoário.

Graças à ciência e à conscientização, as vítimas do mosquito-palha ganharam uma nova chance de viver — e ao lado da família.

A salvo dos mosquitos

Use repelentes em coleiras ou sprays vendidos em pet shops.
Telas nas janelas da casa evitam a entrada dos intrusos.
Fique alerta durante passeios em regiões úmidas e quentes.
Mantenha quintal, jardins e arredores limpos o ano todo.

Fonte: https://saude.abril.com.br/vida-animal/como-proteger-seu-bichinho-das-doencas-causadas-por-parasitas/ - Por Juan Ortiz, Maurício Brum, Sílvia Lisboa e Stéfani Fontanive - Ilustração: Ana Cossermelli/SAÚDE é Vital