Quadrilhas têm conseguido acessar aplicativos de aparelhos desbloqueados para fazer transferências bancárias indevidas. Veja dicas de segurança para proteger senhas e dados pessoais e orientações sobre o que fazer se o smartphone for roubado ou furtado.
Criminosos têm roubado celulares e conseguido esvaziar
contas bancárias acessando os aplicativos de bancos instalados nos aparelhos.
Um caso recente que viralizou nas redes sociais foi o do agente de talentos
Bruno De Paula, de 36 anos. Ele teve o celular roubado em um semáforo da Zona
Norte de São Paulo em 29 de abril.
Com o aparelho destravado, os criminosos fizeram uma
devassa em todas as contas pessoais dele, realizando operações bancárias que
totalizaram mais de R$ 143 mil de prejuízo.
Em entrevista ao g1 SP, Bruno de Paula disse que, após
o caso viralizar, ele foi contatado pelos bancos, que deram um desfecho satisfatório
ao problema.
Diante dos relatos do novo golpe e de alertas feitos
por instituições como Procon-SP e pela própria Federação Brasileira de Bancos
(Febraban), o g1 reuniu dicas para manter os aplicativos e o smartphone
seguros, além de orientações sobre o que fazer em caso de furto ou roubo e de
transferências bancárias indevidas.
Após ter celular furtado, morador de SP acumula R$ 143
mil de prejuízo em operações bancárias feitas por criminosos
Como funciona o golpe?
Os roubos costumam ocorrer em vias públicas ou no
trânsito, durante o uso do celular pelas pessoas. Dessa forma, os criminosos
têm acesso ao aparelho já desbloqueado, o que permite buscar as senhas ou dados
pessoais armazenados pelos próprios usuários no smartphone, sites e e-mail para
tentar entrar nos aplicativos de bancos e limpar o dinheiro das contas das
vítimas ou fazer empréstimos.
No caso de Bruno de Paula, ele estava dentro de um
táxi, com a tela do celular desbloqueada quando foi furtado. O mesmo ocorreu
com o vereador de São Paulo Marlon Luz, no ano passado. Ao g1 SP, Marlon contou
que os criminosos desviaram R$ 67 mil de duas contas bancárias em menos de duas
horas. Leia aqui o relato.
Como se proteger?
Para se proteger desse tipo golpe, é fundamental
redobrar os cuidados com as configurações de segurança do celular e dos
aplicativos. Isso porque o aparelho guarda muitas informações que podem
permitir que os criminosos recuperem ou mudem as senhas usando, por exemplo,
dados armazenados em e-mails, redes sociais ou outras ferramentas disponíveis
no smartphone.
O presidente da Associação Brasileira de Proteção de
Dados (ABPDados), Renato Opice Blum, explica que, quando um aparelho é roubado
desbloqueado, fica mais fácil para os bandidos violarem certas medidas de
segurança ou redefinirem senhas de acesso.
"Em tese, se o celular tiver bloqueado, com uma
senha relativamente complexa e com a atualização do sistema operacional, isso
por si só já impediria ou deixaria muito difícil o acesso indevido. Mas se o
criminoso acessar o celular, ele vai ter também acesso ao SMS da pessoa, muitas
vezes ao email e pode conseguir alterar as senhas ou receber a dupla
autenticação para ingressar nos aplicativos", afirma.
Veja abaixo dicas de especialistas e recomendações da
própria Febraban:
Use sempre uma configuração de bloqueio da tela de
início do celular e opte pela opção de bloqueio automático mais rápida (30
segundos, por exemplo);
Mantenha o sistema operacional do celular atualizado e
verifique sempre se há atualizações de aplicativos pendentes;
Nunca utilize o recurso de “lembrar/salvar senha” em
navegadores e sites;
Jamais anote senhas em blocos de notas, e-mails,
mensagens de WhatsApp ou outros locais do celular;
Procure usar senhas fortes e não repetir o código de
acesso ao seu banco para uso em outros aplicativos, e-mail ou sites de compras;
Utilize ferramentas de segurança adicionais como
biometria, reconhecimento facial e dupla autenticação (a segunda senha) em apps
e também no e-mail;
Nas configurações do aparelho, desative as
notificações e funções que são exibidas independentemente do bloqueio de tela
inicial;
Coloque um PIN também no chip do celular. Dessa forma,
se o aparelho for reiniciado, será necessário inserir o código pessoal para uso
da linha e envio e recebimento de SMS.
O que fazer se o celular for roubado?
A primeira providência a ser tomada no caso de roubo
ou perda, estando o aparelho desbloqueado ou não, é apagar os dados
remotamente. Isso pode ser feito acessando as páginas que a Apple (no caso do
iPhone) e o Google (para celulares com o sistema Android) criaram para
localizar dispositivos perdidos.
Só depois de ter os dados apagados, comunique a
operadora de que o aparelho foi roubado, para que sua linha seja bloqueada. Se
você fizer isso antes de deletar os dados e a linha for cancelada e seu
smartphone ficar sem internet, o comando para limpar o dispositivo não vai
chegar.
As entidades de defesa do consumidor recomendam ainda
entrar em contato com o banco para o bloqueio do app e da conta, e que seja
registrado também um boletim de ocorrência.
Em resumo, a vítima deve:
acessar as páginas criadas pela Apple (no caso do
iPhone) e pelo Google (para celulares com o sistema Android) para limpar todo o
conteúdo do aparelho de maneira remota.
Notificar imediatamente o banco para que medidas de
segurança sejam adotadas, como bloqueio do app do banco, da senha de acesso e
da própria conta;
avisar à operadora de telefonia para o bloqueio
imediato do chip e do Imei (Identidade Internacional de Equipamento Móvel); a
partir do bloqueio, o aparelho ficará impedido de conectar a redes móveis;
trocar as senhas e as configurações de autenticação
das contas e dos aplicativos instalados no smartphone, incluindo redes sociais
e e-mail;
Acessar a ferramenta Registrato do Banco Central para
verificar se os seus dados não foram utilizados para abertura de contas ou
empréstimos.
Vítima pode pedir ressarcimento do banco, diz Idec
O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) afirma que
é responsabilidade dos bancos garantir a segurança dos aplicativos e das
operações financeiras e explica que as vítimas que tiverem suas contas limpas
por esse tipo de golpe têm direito a pedir ressarcimento de um eventual
prejuízo.
"O consumidor pode e deve entrar e contato com o
banco para ser ressarcido, inclusive porque o banco tem todo o aparato
tecnológico para identificar movimentações sucessivas ou em valor considerável
que fogem do padrão da pessoa, e tem condições de bloquear esse tipo de
transação", afirma o advogado do Idec Michel Roberto de Souza.
Segundo ele, cabe ao banco comprovar que não existiu
alguma falha de segurança e que a culpa teria sido exclusiva do consumidor.
Os consumidores que enfrentarem algum problema com o
banco neste tipo de situação podem fazer também uma reclamação contra a
instituição financeira no site do Banco Central e no Procon.
"Sempre há a possibilidade também de entrar com
uma ação no juizado especial de pequenas causas. No valor de até 20 salários
mínimos a pessoa não precisa ser acompanhada de um advogado, pode se dirigir
pessoalmente", lembra Souza.
Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/05/10/teve-o-celular-roubado-veja-como-proteger-acesso-a-apps-de-bancos.ghtml
- Por Darlan Alvarenga e Renata Baptista, g1
Portanto, vede prudentemente como andais, não como
néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus.
Efésios 5:15-16
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