É importante verificar a integridade do útero e das
mamas e o funcionamento do organismo como um todo – para isso, conte com a
ajuda de um/a ginecologista.
Por mais que você se sinta ótima e plena, sem
nenhuma dor ou incômodo físico (um corrimento, por exemplo), é preciso contar
com a confirmação médica periódica de que está tudo bem com sua saúde para
seguir tranquila.
Para nós, mulheres, o especialista mais importante é
o ginecologista: é ele que solicita os exames de rotina que checam o estado
geral do organismo e aspectos pontuais femininos – a integridade do útero e das
mamas, por exemplo – e analisa seus resultados.
“Como vários exames precisam ser repetidos
anualmente independentemente dos resultados anteriores, a recomendação é que as
consultas sejam uma vez por ano”, afirma a ginecologista e obstetra Ana Maria
Ribeiro. Ela também destaca a importância de fazermos a consulta de retorno com
os resultados em mãos – mesmo que já tenhamos espiado a papelada e visto que
está tudo aparentemente ok: “Muitas vezes, mesmo dentro dos parâmetros
esperados, há alguma alteração de um ano para o outro que chama a atenção do
médico, mas a paciente nem tem ideia.”
Com a ajuda de Ana Maria e dos também ginecologistas
e obstetras Alberto Guimarães e Vamberto Maia Filho, trazemos aqui a lista dos exames
que você deve fazer todos os anos.
Não importa se sua vida está corrida: reserve um
espaço em sua agenda, marque as consultas, faça os exames solicitados, realize
o retorno e siga todas as orientações de seus médicos. Encare tudo isso como
investimento, e não como “tempo desperdiçado”, pois sua saúde é importante!
Papanicolau
Também chamado de preventivo ginecológico ou
citologia oncótica do colo uterino. É o exame que verifica a saúde do colo do
útero (se tem infecções ou alterações na região) e também busca sinais de
infecções por fungos e vírus, herpes e verrugas na região genital feminina.
A coleta é realizada no consultório ginecológico com
o auxílio de um espéculo (o “bico de papagaio”), que deixa o colo do útero bem
exposto para o médico. É feita uma leve raspagem no colo do útero e em seu
entorno e esse material é colocado em uma lâmina que é encaminhada para um
laboratório para a análise. O resultado costuma ser enviado diretamente para o
consultório, ou seja, para este exame estar completo você terá que fazer a
consulta de retorno, sim. 😊
Embora a recomendação mais comum seja pela
realização anual do papanicolau após o início da vida sexual, alguns médicos
optam por realizá-lo a cada três anos depois de dois resultados negativos
seguidos. Não estranhe, portanto, se seu médico “pular” essa solicitação. E
claro: se ficar em dúvida quanto a isso, pergunte na consulta.
Colposcopia
É um exame complementar ao papanicolau para a
biópsia de lesões causadas por infecções sexualmente transmissíveis, como
verrugas. O material é retirado da mesma forma que para o papanicolau, mas
colocado em reagentes líquidos; em seguida, é enviado para um laboratório, que
retornará o resultado para o consultório médico (não para você).
Esta é uma das formas mais certeiras de diagnosticar
o HPV e seus subtipos – e, assim, determinar como deve ser o tratamento para
evitar o risco de surgimento de câncer de colo de útero.
Ultrassom transvaginal
Detecta miomas, pólipos no endométrio, endometriose,
nódulos na cavidade ou na parede uterina e analisa o ovário (volume, posição e
presença de cistos). É especialmente importante para as mulheres que usam DIU,
pois é este exame que verifica se ele está bem posicionado – se não estiver, a
eficácia do contraceptivo cai drasticamente.
O aparelho é colocado pelo canal vaginal ao lado do
útero, normalmente envolto em uma camisinha com gel lubrificante, para evitar
lesões na introdução. Ao longo do exame, são feitas capturas de tela para
demonstração e análise da saúde e dos sinais da região. Os resultados costumam
ser entregues para a própria paciente.
Ultrassom das mamas
Identifica possíveis cistos, nódulos e tumores na
região mamária de mulheres mais jovens (até os 40 anos) e/ou com mamas mais
densas (independentemente da idade).
Deitada e com os braços levantados, a paciente tem
as mamas e as axilas investigadas pelo ultrassom em movimentos circulares. Ao
longo do exame, são feitas capturas de tela para demonstração e análise das
características e dos sinais da região. Os resultados costumam ser entregues
para a própria paciente.
Mamografia
A partir dos 40 anos, é preciso fazer a mamografia
complementarmente ao ultrassom das mamas. Trata-se de uma avaliação das mamas
por meio de raio-X para detectar tumores cancerígenos ou sinais que possam
indicar algum risco e, assim, permitam um acompanhamento mais cuidadoso e um
diagnóstico super precoce da doença.
Se houver histórico de câncer de mama na família,
este exame pode ser pedido antes dos 40 anos de idade e com intervalos menores
que um ano.
O procedimento é feito com a paciente em pé, sem
blusa, sutiã ou qualquer interferência metálica (correntes, brincos e
piercings). A mama é colocada no aparelho mamógrafo e “comprimida” por suportes
inferior e superior para a captura de imagens. Os resultados costumam ser
entregues para a própria paciente.
Ultrassom de tireoide
Detecta anormalidades, como nódulos ou tumores, na
glândula tireoide. Também auxilia no diagnóstico de hipertireoidismo,
hipotireoidismo, nódulos e bócio benignos e câncer da tireoide. É importante
realizar este exame anualmente porque as alterações nesta região podem ocorrer
em mulheres de todas as idades. Quando mais cedo for feito o diagnóstico, mais
fácil será determinar o tratamento e maiores serão as chances de normalização e
cura.
Os hormônios produzidos pela tireoide são
responsáveis pelo metabolismo basal, o que significa que são eles que garantem
o funcionamento correto do organismo; se algo estiver errado ali, haverá
alteração significativa na vida da paciente, como ganho ou perda significativo
de peso, queda na disposição, alterações na pressão arterial, tremedeiras e
outros incômodos.
O exame é feito como qualquer outro ultrassom, na
região frontal do pescoço, onde fica a tireoide. Ao longo do exame, são feitas
capturas de tela para análise dos sinais da região. Os resultados costumam ser
entregues para a própria paciente.
Hemograma completo
Para verificar como está o funcionamento do
organismo como um todo. Costumam ser solicitadas as análises de hemácias
(glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas, além de outros
aspectos pontuais que o médico considerar pertinentes de acordo com a saúde da
paciente. É por meio dele que são detectadas, por exemplo, anemia e doenças
autoimunes.
É feita a coleta do sangue necessário em laboratório
e as análises são realizadas em um período de um a cinco dias úteis. Os
resultados costumam ser entregues para a própria paciente.
Fonte: https://mdemulher.abril.com.br/saude/saude-da-mulher-saiba-quais-exames-voce-precisa-fazer-todo-ano/
- Por Raquel Drehmer - Jose Luis Pelaez Inc/Getty Images