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sábado, 22 de março de 2014

Comer menos leva a viver mais: mito ou realidade?

A resposta para uma vida cada vez mais longa é um dos grandes enigmas do nosso tempo. E se você é uma dessas pessoas que quer viver até os 100 anos ou mais, e com qualidade de vida, vai gostar de saber sobre essa nova teoria evolutiva publicada na BioEssays. De acordo com os novos estudos, o caminho para uma vida mais longa deve ser percorrido diariamente, e a chave para esse envelhecimento saudável pode ser uma dieta pobre em nutrientes.

“Pobre”? Sim, você leu certo

Os cientistas sabem já há muitas décadas que a restrição severa de alimentos reduz a incidência de doenças de idade (como câncer), prolongando a vida. Segundo a Dra. Margo Adler, bióloga evolucionista da UNSW (Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália), esse efeito foi demonstrado em laboratórios do mundo todo, em espécies de moscas e camundongos, e inclusive há evidências de que também acontece em primatas. E a teoria mais aceita é que “passar fome” ativa mecanismos de sobrevivência do corpo, o que nos levaria a uma vida mais longa.

A restrição alimentar também leva ao aumento das taxas de reciclagem celular e mecanismos de reparo do organismo.

A nova teoria dos pesquisadores da UNSW é, então, que esse efeito evoluiu para ajudar animais a continuarem se reproduzindo quando os alimentos estão escassos. Eles precisam de menos comida para sobreviver porque os nutrientes armazenados nas células podem ser reciclados e reutilizados.

Esse efeito poderia explicar o aumento do tempo de vida de animais de laboratório em dietas muito pobres em nutrientes, pois o aumento da reciclagem celular reduz a deterioração do organismo e o risco de câncer.
E este é o aspecto mais intrigante do ponto de vista da saúde humana.

 “Embora esse tempo a mais de vida possa ser um simples efeito colateral da restrição de nutrientes, uma melhor compreensão destes mecanismos de reciclagem podem ser uma promessa de vidas mais longas e mais saudáveis para os seres humanos”, esclarece Dra. Adler.

Quem sabe, em um futuro não tão distante, existam medicamentos que reproduzam esse efeito. Além de prolongar, isso iria facilitar muito a nossa vida. [MedicalXpress]

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Mito ou realidade: precisamos de 8 horas de sono por noite?

Quantas vezes você já ouviu que, para levar uma vida saudável, precisa de pelo menos oito horas de sono ininterrupto? A ideia parece sensata, mas carece de base científica. “A necessidade de sono varia conforme o indivíduo e pode estar entre 12 horas para algumas crianças e seis horas para adultos mais velhos”, aponta o professor de psicologia Leon Lack, da Universidade de Flinders (Austrália).

Em artigo recente publicado no site Medical Xpress, Lack destrinchou mitos envolvendo o sono (além daquele das 8 horas diárias “mínimas”). Para começar, diz, o sono normal não é um “longo e profundo vale de inconsciência”. “O período de sono é formado por ciclos de 90 minutos”, explica. “Acordar entre estes ciclos é normal e se torna mais comum conforme envelhecemos”.

A siesta

Se você sente sono no início da tarde, não pense que é porque comeu demais: faz parte do ritmo natural do nosso corpo. Por causa dos chamados ritmos circadianos, que controlam nosso relógio biológico, produção hormonal, temperatura corporal e funções digestivas ao longo do dia, é normal que nossa atenção diminua no período pós-almoço.

Antes da Primeira Revolução Industrial, quando o ritmo de trabalho passou a exigir que os operários passassem oito horas seguidas em atividade, a “siesta” (aquele cochilo no início da tarde) era um padrão de sono dominante, conta Lack. “Ainda é comum em comunidades rurais ao redor do mundo, não apenas em culturas do Mediterrâneo ou da América Latina”.

Sono bifásico

O sono bifásico, outra rotina, que pode soar meio estranha hoje em dia, também era comum antes da Primeira Revolução Industrial. “Esse padrão consiste em um sono inicial de aproximadamente 4h30 (três ciclos de sono de 90 minutos cada) seguido por duas horas acordado e um segundo período de sono de 3h (outros dois ciclos)”, explica.

Durante o inverno, habitantes da Europa Setentrional (ao norte do continente) passariam 9 ou 10 horas na cama, seguidas por 2 ou 3 horas de vigília, que poderiam ser contínuas ou divididas.

Sem medo de acordar

O mito do sono ininterrupto, tão forte nos dias de hoje, pode gerar preocupação entre pessoas que acordam no meio da noite e, assim, realmente causar insônia.

Na verdade, destaca Lack, “humanos podem dormir em diferentes horários e demonstrar pouca diferença em sua competência ao acordar”. Ele menciona pesquisas em que os participantes passaram por rotinas diversas: 20 minutos de sono a cada hora; 1 hora de sono a cada 3; ou 10 horas de sono a cada 28. Quando se acostumaram, os participantes não tiveram dificuldade em seguir essas estranhas rotinas.

“O sono de melhor qualidade é obtido na fase baixa de nosso ciclo circadiano – quando a temperatura do corpo e os índices metabólicos estão em seu nível mínimo”, aponta o autor. Para a maior parte das pessoas, isso ocorre tarde da noite – mas há casos e casos.

“Não há dúvida de que o mito das 8 horas de sono sólido é uma imposição cultural recente”. Portanto, se você acorda no meio da noite, nada de “perder o sono”. É normal![Medical Xpress]

Fonte: http://hypescience.com/mito-ou-realidade-precisamos-de-8-horas-de-sono-por-noite/ - Guilherme de Souza

domingo, 26 de agosto de 2012

“Depressão da segunda-feira”: mito ou realidade?

Cuidado, pessoal. Ela vem chegando aí: a indesejada e odiada segunda-feira. Principalmente aos domingos, é muito comum ouvir reclamações sobre o dia que está por vir, e não é por menos, afinal, ele assinala o começo da semana de trabalho.

Por semana de trabalho, nós queremos dizer segunda a sexta, que são os dias em que a maioria das pessoas tem que levantar cedo para estudar ou trabalhar.

Por consequência, a sexta-feira é o dia mais feliz da semana, porque assinala o começo do exato oposto: o senhor fim de semana, no qual a maioria de nós não estuda ou trabalha.

Pelo senso comum, portanto, é bem fácil entender qual é o dia mais chato e o mais legal da semana. Cientificamente, no entanto, há um erro nessa ideia: a segunda-feira, dizem os pesquisadores, não é pior do que qualquer outro dia da semana de trabalho, exceto a sexta.

Ou seja, a “alegria de sexta” é real: nós, de fato, relatamos mais prazer e felicidade e menos estresse ou preocupação às sextas-feiras, assim como aos sábados e domingos, em comparação com o resto da semana.

Já o conceito de “depressão da segunda” não é correto, segundo os cientistas.

A conclusão foi tirada a partir de entrevistas por telefone com mais de 340.000 americanos. Os pesquisadores averiguaram os efeitos positivos e negativos do humor nos dias da semana.

Os resultados mostraram que nós nos sentimos igualmente estressados na segunda, na terça, na quarta e na quinta. É o mesmo mau humor, não há nada de pior com a coitada da segunda. E, sim, nós nos sentimos mais bem humorados a partir da sexta, em antecipação ao fim de semana.

“Apesar de nossas crenças globais sobre segundas-feiras, podemos concluir que esta crença deve ser abandonada. Mitos culturais podem superenfatizar vastamente o padrão de humor em dias de semana”, explica o professor Arthur Stone, da University Stony Brook (Nova York, EUA).

Então, se amanhã você acordar se sentindo particularmente irritado ou estressado, lembre-se: o sentimento vai continuar até quinta-feira, melhor não descontar tudo na segunda. Se não isso der certo, confira nossas dicas para quem odeia segundas-feiras.[io9, BBC]

Fonte: http://hypescience.com/depressao-da-segunda-feira-mito-ou-realidade/ - por Natasha Romanzoti

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Nadar logo depois de comer faz mal: mito ou realidade?

Quem nunca ouviu dos pais frases como “não entre na piscina logo depois de comer, porque você vai ter cãibras”? Preocupados com o bem-estar de seus filhos, eles davam o alerta baseados em uma ideia verdadeira, mas exagerada.

Quando comemos, nosso corpo aumenta o fluxo de sangue nos músculos do sistema digestivo e, quanto maior a refeição, mais sangue (e oxigênio) é necessário para digeri-la. Assim, há menos sangue disponível para nossos braços e pernas. Dessa forma, imaginavam nossos pais, exercícios físicos (como nadar e correr) seriam uma prática arriscada durante a digestão.

Esse processo do fluxo sanguíneo é real, mas a preocupação é exagerada: o corpo tem mais sangue do que o necessário para dividir entre seu sistema digestivo e seus braços e pernas. Dessa forma, o risco de ter cãibras depois das refeições é muito baixo.

Porém, se você resolve fazer exercícios dignos de um triatlo logo depois de uma refeição pesada (como aquele churrasco de domingo), pode realmente ter cãibras e até mesmo passar mal – o que, convenhamos, não é algo que esperamos de uma criança.[Life's Little Mysteries]

Fonte: http://hypescience.com/nadar-logo-depois-de-comer-faz-mal-mito-ou-realidade/ - por Guilherme de Souza

domingo, 8 de julho de 2012

Mito ou realidade: Contar até 10 ajuda a conter sua raiva?

Um dos conselhos mais comuns dados para quem está furioso pode não ser tão bom assim. Ao menos é o que diz um grupo de pesquisadores da Universidade de Ohio (EUA).

“A pior coisa a se fazer em situações irritantes é focar nos sentimentos de raiva e dor para tentar entendê-los”, diz o professor de comunicação e psicologia Brad Bushman. “Isso mantém pensamentos e sentimentos agressivos ativos em sua mente, o que aumenta as chances de você reagir de forma agressiva”.

Distrações rápidas, como contar até 10, também não ajudam, porque a raiva volta assim que elas acabam, opina o psicólogo Dominik Mischkowski, líder da equipe de pesquisadores. “O segredo é não ficar imerso na própria raiva e, ao invés disso, ter uma visão distanciada.”

Uma questão de perspectiva

No artigo original, os pesquisadores sugerem que você tente observar a situação de fora, como se você fosse uma “mosca na parede” (“fly on the wall” – não, não é uma referência ao álbum do AC/DC). A ideia é analisar o problema a partir de uma perspectiva externa. Dessa forma, você não se torna refém da raiva e, ao mesmo tempo, consegue ter uma imagem mais completa da situação.

Para testar a ideia, os pesquisadores reuniram 94 universitários e disseram que se tratava de um estudo sobre “a relação da música com solução de problemas, criatividade e emoções”. Para um grupo, sugeriram a “perspectiva distanciada”. Para outro, coisas como “contar até 10″.

Enquanto ouviam música clássica, os estudantes deveriam resolver 14 anagramas complexos (reorganizar letras embaralhadas para formar uma palavra), cada um em menos de 7 segundos. Além disso, tinham de dizer o resultado para um avaliador usando um interfone.

Para deixá-los irritados, os pesquisadores os interrompiam várias vezes e pediam para que falassem mais alto (no melhor estilo “Tratamento de Choque”). Resultado: aqueles que usaram o método da “mosca na parede” ficaram menos irritados do que aqueles que permaneciam focados na própria raiva.

Pode não ser a solução mais óbvia, mas vale a tentativa – mesmo quando o que você realmente deseja é mandar alguém para “aquele lugar”.[Daily Mail UK]

Fonte: http://hypescience.com/mito-ou-realidade-contar-ate-10-ajuda-a-conter-sua-raiva/ - por Guilherme de Souza