Mostrando postagens com marcador Pandemia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Pandemia. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 15 de abril de 2020

O que limpar quando chegar do mercado durante pandemia?


Especialistas tiram dúvidas sobre se é necessário higienizar alimentos, sacolas, embalagens e roupas depois que voltar do supermercado

Para evitar que aumente o número de casos de infecção pelo novo coronavírus, a recomendação é que as pessoas só saiam de casa para atividades essenciais, ou seja, para comprar alimentos e suplementos para a casa.

No entanto, muitas pessoas ainda têm dúvidas de como evitar o contágio quando tiverem que ir ao supermercado. Por isso, o médico infectologista do Hospital Dona Helena, Luiz Henrique Melo, e a enfermeira especialista em controle de infecção, Juliana Almeida Nunes, esclarecem algumas dúvidas de como se prevenir nesses casos.

1. É necessário higienizar alimentos quando voltar do supermercado?
Segundo Luiz Henrique, os alimentos que não são cozidos devem ser lavados como sempre foram, não havendo a necessidade de uma higienização diferente ou mais frequente.

2. É necessário higienizar as embalagens e sacolas?
"Não há evidências científicas de que lavar embalagem e sacolas evitará a transmissão de infecção pelo Covid-19", explica a enfermeira Juliana Almeida.


O infectologista explica que não é necessário e nem prático higienizar tudo que se toca. O mais efetivo é limpar as mãos antes de tocar o rosto ou a boca e manter a distância de 2 metros das outras pessoas que estiverem no mercado.

3. É necessário sempre lavar a roupa quando voltar do supermercado?
O mesmo se aplica para as vestimentas. Juliana diz que não há evidências de transmissão de coronavírus pelas roupas.

"É exagero. Se a pessoa sente que precisa, não é proibido, mas não é essencial e nem obrigatório. A falta dessa higienização das roupas não vai ser essencial nas transmissões", explica Luis Henrique.

4. É necessário sempre tomar banho depois que voltar do supermercado?
"Banho é necessário por uma questão de boa prática e higiene pessoal, não pelo coronavírus", explica a enfermeira Juliana.

Como se prevenir do novo coronavírus?
Confira abaixo as medidas que são realmente eficazes e necessárias para a prevenção da COVID-19:

Lavar as mãos com água e sabão frequentemente
Higienizar as mãos sempre que possível com álcool gel
Mesmo com as mãos limpas, evitar tocar olhos, nariz e boca
Utilizar lenço descartável para higiene nasal
Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
Higienizar as mãos após tossir ou espirrar
Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas
Manter os ambientes bem ventilados
Evitar contato físico com pessoas que tenham sintomas de gripe
Evitar aglomerações
Manter hábitos saudáveis, alimentar-se bem e beber muita água


sábado, 21 de março de 2020

Achatar a curva da covid-19: O que significa e como você pode ajudar?


Importância de achatar a curva em uma epidemia.

Paralisação pela pandemia

A pandemia do Sars-CoV-2, causador da gripe covid-19 está causando uma paralisação mundial sem precedentes.

Tudo isso é realmente necessário devido ao novo coronavírus? As autoridades de saúde pública não estariam exagerando na ameaça representada pelo vírus que causa a doença covid-19?

Não mesmo, e tudo isso é absolutamente necessário porque já demonstrou que funciona, lembra o historiador médico Howard Markel, da Universidade de Michigan (EUA) que estudou os efeitos de respostas semelhantes a epidemias passadas.

"Um surto em qualquer lugar pode ir a qualquer lugar. Todos nós precisamos nos empenhar para tentar evitar casos em nossas comunidades," disse ele.

É o chamado "achatar a curva", um termo que as autoridades de saúde pública usam o tempo todo, mas que muitas pessoas ouviram pela primeira vez nesta semana. Que curva? E por que esse é o melhor plano?

Achatar a curva da epidemia

Se você observar a imagem acima, poderá ver duas curvas - duas versões diferentes do que pode acontecer em uma região que detecta os primeiros casos, dependendo das providências adotadas.

A curva alta e fina é indesejável, significando que muitas pessoas ficam doentes de uma só vez, em um curto período de tempo, porque não tomamos medidas suficientes para impedir que o vírus se espalhe de pessoa para pessoa.

A maioria das pessoas não fica doente o suficiente para precisar de um hospital. Mas aqueles que precisam podem sobrecarregar o número de leitos e equipes de atendimento que hospitais de nenhum país do mundo têm disponível.

Afinal, muitos prontos-socorros e hospitais já operam perto da capacidade em dias comuns, sem epidemia. Adicionar um pico acentuado a esse tráfego com pacientes com covid-19 pode significar que algumas pessoas não vão receber os cuidados de que precisam, com ou sem coronavírus.

A curva mais plana e mais baixa é melhor e mais desejável, mas será necessário trabalhar em conjunto para que isso aconteça, diz Markel. É por isso que as medidas de isolamento e contenção são necessárias.

Achatamento da curva ajuda a todos

Se indivíduos e comunidades tomarem medidas para retardar a propagação do vírus, isso significa que o número de casos de covid-19 se estenderá por um longo período de tempo. Como mostra a curva, o número de casos em um determinado momento não ultrapassa a linha pontilhada da capacidade do sistema de saúde para ajudar todos os que estão muito doentes.

"Se você não tem tantos casos chegando aos hospitais e clínicas de uma só vez, pode realmente diminuir o número total de mortes pelo vírus e por outras causas," disse o Dr. Markel. "E, mais importante, ganha tempo para cientistas das universidades e do governo, e para a indústria, criar novas terapias, medicamentos e potencialmente uma vacina."

Outro fator importante a ser considerado: os médicos, enfermeiros, farmacêuticos, técnicos e muitos outros funcionários que realmente trabalham na área da saúde. Quanto mais casos de covid-19 houver em um determinado momento, maior a probabilidade de alguns deles serem contagiados, seja na comunidade ou no trabalho. Quando estão doentes, precisam ficar longe dos pacientes por semanas. O que significa menos pessoas para cuidar dos pacientes que precisam de cuidados.

Em resumo, cancelar, adiar ou mudar nosso trabalho, educação e lazer pode ser inconveniente, irritante e decepcionante. Mas pode salvar muitas vidas, inclusive as nossas e de nossos familiares.

"O coronavírus é uma doença transmitida socialmente e todos temos um contrato social para detê-la," disse Markel. "O que nos une é um micróbio - mas que também tem o poder de nos separar. Somos uma comunidade muito pequena, reconhecemos ou não, e [a pandemia] prova isso. A hora de agir como uma comunidade é agora."

Fonte: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=achatar-curva-covid-19&id=13991&nl=nlds - Com informações da Umich - Imagem: Adaptado da CDC

quinta-feira, 12 de março de 2020

OMS decreta pandemia do novo coronavírus. Saiba o que isso significa

O aumento no número de casos de coronavírus e a disseminação global resultaram na decisão da OMS. Como a definição de pandemia muda o controle da doença?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que vivemos uma pandemia do novo coronavírus, chamado de Sars-Cov-2. “Nas últimas duas semanas, o número de casos de Covid-19 [doença provocada pelo vírus] fora da China aumentou 13 vezes e a quantidade de países afetados triplicou. Temos mais de 118 mil infecções em 114 nações, sendo que 4 291 pessoas morreram”, justificou Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

A definição de pandemia não depende de um número específico de casos. Considera-se que uma doença infecciosa atingiu esse patamar quando afeta um grande número de pessoas espalhadas pelo mundo. A OMS evita usar o termo com frequência para não causar pânico ou uma sensação de que nada pode ser feito para controlar a enfermidade.

Mas como esse anúncio interfere no manejo do novo coronavírus? Na verdade, ele serve apenas como um alerta para que todos os países, sem exceção, adotem ações para conter a disseminação do problema e para cuidar dos pacientes adequadamente. Não se trata, portanto, de um novo pacote de diretrizes — as recomendações da entidade seguem as mesmas.

“Estamos chamando todos os países para ativar e intensificar mecanismos emergenciais de resposta, buscar casos suspeitos, isolar, testar e tratar todo episódio de Covid-19, além de traçar as pessoas que tiveram contato com ele”, afirmou Ghebreyesus. “Preparem-se, detectem, protejam, tratem, reduzam o ciclo de transmissão, inovem e aprendam”, resumiu.

Segundo a OMS, há uma preocupação com os níveis de disseminação e com a inatividade de certos países. No Brasil, o Ministério da Saúde vem anunciando diferentes medidas para intensificar a vigilância, o diagnóstico e o tratamento do novo coronavírus. Postos de saúde poderão ficar abertos por mais tempo, exames que detectam a presença do Sars-Cov-2 estão sendo ampliados para mais indivíduos, a campanha de vacinação contra gripe foi antecipada e por aí vai.

O fechamento de escolas, a suspensão de competições esportivas profissionais e outras medidas mais radicais não foram descartadas para o futuro, porém, não estão em vigência no momento. Até porque vivemos uma situação muito diferente dos países mais afetados. No Brasil, foram confirmados 34 casos no dia 10 de março, sem mortes. Na Itália, eram 9 172, com 463 mortes. Na China, tivemos 80 924 episódios, com 3 140 óbitos.

“Ainda podemos afetar o curso dessa pandemia. Se não tentarmos controlá-lo, o coronavírus vai sobrecarregar os sistemas de saúde. Mas adotando medidas de contenção, no mínimo daremos tempo para os sistemas manterem o controle da situação”, concluiu Michael Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências da OMS.

Do ponto de vista de cada um de nós, o anúncio de uma pandemia do novo coronavírus reforça a necessidade de adotarmos medidas preventivas. Lave as mãos com frequência, evite contato com pessoas doentes e fique em casa se tiver sintomas respiratórios leves. Caso você se enquadre como um caso suspeito, informe seu médico e as autoridades. No mais, mantenha-se informado, siga as recomendações das autoridades e não deixe o pânico tomar conta. Nessas situações, somos mais propensos a tomar medidas erradas e disseminar notícias falsas.