A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que
vivemos uma pandemia do novo coronavírus, chamado de Sars-Cov-2. “Nas últimas
duas semanas, o número de casos de Covid-19 [doença provocada pelo vírus] fora
da China aumentou 13 vezes e a quantidade de países afetados triplicou. Temos
mais de 118 mil infecções em 114 nações, sendo que 4 291 pessoas morreram”,
justificou Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
A definição de pandemia não depende de um número
específico de casos. Considera-se que uma doença infecciosa atingiu esse
patamar quando afeta um grande número de pessoas espalhadas pelo mundo. A OMS
evita usar o termo com frequência para não causar pânico ou uma sensação de que
nada pode ser feito para controlar a enfermidade.
Mas como esse anúncio interfere no manejo do novo
coronavírus? Na verdade, ele serve apenas como um alerta para que todos os
países, sem exceção, adotem ações para conter a disseminação do problema e para
cuidar dos pacientes adequadamente. Não se trata, portanto, de um novo pacote
de diretrizes — as recomendações da entidade seguem as mesmas.
“Estamos chamando todos os países para ativar e
intensificar mecanismos emergenciais de resposta, buscar casos suspeitos,
isolar, testar e tratar todo episódio de Covid-19, além de traçar as pessoas
que tiveram contato com ele”, afirmou Ghebreyesus. “Preparem-se, detectem,
protejam, tratem, reduzam o ciclo de transmissão, inovem e aprendam”, resumiu.
Segundo a OMS, há uma preocupação com os níveis de
disseminação e com a inatividade de certos países. No Brasil, o Ministério da
Saúde vem anunciando diferentes medidas para intensificar a vigilância, o
diagnóstico e o tratamento do novo coronavírus. Postos de saúde poderão ficar
abertos por mais tempo, exames que detectam a presença do Sars-Cov-2 estão
sendo ampliados para mais indivíduos, a campanha de vacinação contra gripe foi
antecipada e por aí vai.
O fechamento de escolas, a suspensão de competições
esportivas profissionais e outras medidas mais radicais não foram descartadas
para o futuro, porém, não estão em vigência no momento. Até porque vivemos uma
situação muito diferente dos países mais afetados. No Brasil, foram confirmados
34 casos no dia 10 de março, sem mortes. Na Itália, eram 9 172, com 463 mortes.
Na China, tivemos 80 924 episódios, com 3 140 óbitos.
“Ainda podemos afetar o curso dessa pandemia. Se não
tentarmos controlá-lo, o coronavírus vai sobrecarregar os sistemas de saúde.
Mas adotando medidas de contenção, no mínimo daremos tempo para os sistemas
manterem o controle da situação”, concluiu Michael Ryan, diretor executivo do
Programa de Emergências da OMS.
Do ponto de vista de cada um de nós, o anúncio de
uma pandemia do novo coronavírus reforça a necessidade de adotarmos medidas
preventivas. Lave as mãos com frequência, evite contato com pessoas doentes e
fique em casa se tiver sintomas respiratórios leves. Caso você se enquadre como
um caso suspeito, informe seu médico e as autoridades. No mais, mantenha-se
informado, siga as recomendações das autoridades e não deixe o pânico tomar
conta. Nessas situações, somos mais propensos a tomar medidas erradas e
disseminar notícias falsas.
Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/oms-decreta-pandemia-do-novo-coronavirus-saiba-o-que-isso-significa/
- Foto: Suwit Nimjitt / EyeEm/Getty Images
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