Nosso colunista explica até que ponto os bichos de
estimação correm risco e o que fazer caso o tutor ou alguém da família pegue a
Covid-19
A chegada do novo coronavírus ao Brasil despertou
muitas dúvidas e preocupações. Inclusive sobre a possibilidade de os animais de
estimação pegarem o agente infeccioso causador da Covid-19. Daí a importância
de fazer os esclarecimentos com base no que a ciência já descobriu até agora.
Cães e gatos podem contrair um coronavírus próprio
de suas espécies. Ele nada tem a ver com a Covid-19 e não é transmitido para o
ser humano. Por ora não há evidência de que pets estejam adoecendo pelo novo
coronavírus nem que sejam capazes de propagar a doença.
Embora possamos ficar mais tranquilos em relação a
isso, é preciso lembrar que, por se tratar de uma nova doença, devemos
acompanhar o que as pesquisas sérias estão desvendando. As informações oficiais
e atualizadas sobre esses estudos se encontram em boletins como o da World
Small Animal Veterinary Association (WSAVA) — entidade na qual os clínicos
veterinários de todo o mundo se baseiam hoje.
Agora, se o tutor pegar a doença, ele pode ficar na
companhia do seu bicho durante a quarentena? A orientação atual é clara:
pessoas infectadas pelo coronavírus devem ficar isoladas e adotar medidas para
não transmitir a doença a seus familiares e colegas.
Em tempos de redes sociais e pandemia, a informação
circula mais rápido do que nunca e algumas postagens começaram a despertar
dúvidas e apreensões. É o caso de celebridades que testaram positivo para a
Covid-19 e publicaram fotos suas em companhia dos seus pets.
A blogueira Gabriela Pugliese divulgou recentemente
em seu perfil no Instagram que contraiu a doença no casamento da irmã na Bahia
e que está se recuperando junto ao seu cão. Na imagem, ela encontra-se com o
pet no colo sem proteção.
Outra personalidade, o cantor Di Ferrero, afirmou
que contraiu o coronavírus e está seguindo as orientações de restrição e
proteção… ao lado de seus cachorros (que não pegariam a doença).
A informação de que os pets não contraem a Covid-19
é correta. Porém, por se tratar de algo novo, entidades como a WSAVA orientam a
utilização de luvas e máscaras e a higienização das mãos com água e sabão ou
álcool gel antes e depois de ter contato com os animais. Isso serve tanto para
a proteção do bicho como para resguardar outras pessoas que convivem com ele.
Na China, um cão de uma tutora com a doença foi
testado como fracamente positivo para a Covid-19, o que pode indicar
contaminação ambiental. O animal permanece em observação, não apresenta
sintomas e os órgãos internacionais de Medicina Veterinária estão acompanhando
o comportamento do vírus.
Diante disso tudo, vale repetir: tutores que pegaram
o Covid-19 devem evitar o contato direto com seus pets e, ao fazê-lo, é
prudente utilizar luvas e máscaras e lavar as mãos antes e depois para proteger
o bicho. Essa é uma orientação que vem sendo seguida por hospitais veterinários
mundo afora, incluindo instituições de referência — e temos reforçado isso no
atendimento do Hospital Veterinário Sena Madureira, em São Paulo.
Com o objetivo de monitorar o coronavírus, um
importante laboratório americano, a Idexx, acaba de publicar que desenvolveu um
teste de Covid-19 para pets, já realizado em milhares de animais. A boa notícia:
todos deram negativo! Isso reforça a ideia de que pets não contraem ou
transmitem o vírus.
Do nosso lado, o dos tutores, não custa aderir às
medidas de higiene e proteção pessoal e social. Afinal, nós, humanos, é que
estamos mais expostos nessa pandemia.
Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/pet-saudavel/pets-podem-contrair-transmitir-coronavirus/
- Por Dr. Mario Marcondes - Foto: Fongleon365/iStock
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