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quarta-feira, 10 de março de 2021

Não é uma gripezinha: Covid-19 é 3,5 vezes pior que gripe comum grave


Insensatez

 

Já é um fato registrado para a história a infeliz afirmativa de que "a covid-19 é apenas uma gripezinha".

 

De fato, o risco de morte por covid-19 pode ser 3,5 vezes maior do que pela gripe sazonal que chega a um estágio grave.

 

"Agora podemos dizer definitivamente que a covid-19 é muito mais grave do que a gripe sazonal," disse o Dr. Amol Verma, da Universidade de Toronto (Canadá). "Pacientes internados em hospitais em Ontário com covid-19 tiveram um risco 3,5 vezes maior de morte, 1,5 vez maior de uso da UTI e permanência hospitalar 1,5 vez mais longa do que pacientes internados com influenza."

 

Estes resultados são semelhantes aos obtidos por estudos relatados recentemente na França e nos Estados Unidos.

 

O estudo comparou as hospitalizações por influenza entre 1º de novembro de 2019 e 30 de junho de 2020, em 7 grandes hospitais em Toronto e Mississauga - áreas com grandes populações e altos níveis de covid-19. Foram incluídos todos os pacientes internados em serviços médicos ou unidade de terapia intensiva (UTI) por influenza ou por covid-19.

 

Covid não ataca só idosos

 

A maioria dos pacientes hospitalizados com covid-19 tinha poucas outras doenças e 21% tinham menos de 50 anos de idade. Pessoas com menos de 50 anos também foram responsáveis por quase 1 em 4 (24%) admissões na UTI.

 

"Muitas pessoas acreditam que a covid-19 afeta principalmente pessoas mais velhas," diz o Dr. Verma. "É verdade que a covid-19 afeta os adultos mais velhos de forma mais grave. Descobrimos que, entre os adultos com mais de 75 anos que foram hospitalizados com covid-19, quase 40% morreram no hospital.

 

"Mas ela também pode causar doenças muito graves em adultos jovens. Adultos com menos de 50 anos foram responsáveis por 20% de todas as hospitalizações de covid-19 na primeira onda da pandemia. Quase 1 em cada 3 adultos com menos de 50 anos hospitalizados com covid-19 necessitaram de cuidados intensivos e quase 1 em cada 10 necessitaram de readmissão não planejada ao hospital após a alta," detalhou Verma.

 

Esperanças

 

No geral, as pessoas hospitalizadas por covid-19 tiveram maior uso da UTI, eram mais propensas a serem colocadas em um ventilador e tiveram maior tempo de internação do que pessoas com influenza.

 

"Essas diferenças podem ser amplificadas por baixos níveis de imunidade ao novo coronavírus em comparação com a influenza sazonal, que resulta de infecções anteriores e vacinação," ponderou o Dr. Verma. "Temos a esperança de que a gravidade da covid-19 diminuirá com o tempo, conforme as pessoas são vacinadas contra o vírus e tratamentos mais eficazes são identificados. Há, infelizmente, também a possibilidade de que as variantes do vírus possam ser ainda mais graves."

 

Checagem com artigo científico:

 

Artigo: Characteristics and outcomes of hospital admissions for covid-19 and influenza in the Toronto area

Autores: Amol A. Verma, Tejasvi Hora, Hae Young Jung, Michael Fralick, Sarah L. Malecki, Lauren Lapointe-Shaw, Adina Weinerman, Terence Tang, Janice L. Kwan, Jessica J. Liu, Shail Rawal, Timothy C.Y. Chan, Angela M. Cheung, Laura C. Rosella, Marzyeh Ghassemi, Margaret Herridge, Muhammad Mamdani, Fahad Razak

Publicação: Canadian Medical Association Journal

DOI: 10.1503/cmaj.202795

 

Fonte: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=nao-gripezinha-covid-pior-gripe-comum-grave&id=14587&nl=nlds - Redação do Diário da Saúde - Imagem: CMAJ

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Sofá da sala ou cadeira do trabalho: qual é pior?


Os experts sempre pedem para não permanecermos muito tempo sentados. Mas, na frente da TV, o hábito seria ainda mais nocivo

Um estudo com 3 592 adultos associou o costume de ficar mais de quatro horas diárias vendo televisão a um risco 50% maior de doenças cardíacas — isso em comparação com quem se limitava a um máximo de duas horas.

Mas é agora que a porca torce o rabo: o mesmo artigo, assinado por instituições americanas, não detectou uma taxa maior de males do coração entre os voluntários que passavam o horário de trabalho sentados. Por quê?

“No escritório, o empregado está sempre levantando para ir a uma reunião ou até a uma copiadora”, nota Jeanette Garcia, cinesiologista da Universidade da Flórida Central e autora da pesquisa. Essas pausas ativas amenizariam os danos do imobilismo. Já quando fazemos a maratona de uma série, nosso corpo gruda por horas na poltrona.

Olhos vidrados
Será que vemos muita TV? Pelo menos os participantes do estudo americano, sim

31% dos voluntários passam mais de quatro horas diante da televisão
33% deixam o aparelho ligado por menos de 120 minutos
36% assistem entre duas e quatro horas

O exercício contra-ataca
Uma boa notícia: segundo o mesmo levantamento, dedicar pelo menos 150 minutos por semana às atividades físicas de intensidade moderada ou vigorosa praticamente anula a ameaça ao músculo cardíaco decorrente de longos períodos em frente ao televisor.

Ainda assim, fazer intervalos entre os programas para mexer as pernas é bem-vindo, inclusive às juntas.


quarta-feira, 24 de julho de 2019

Ficar sentado vendo TV é pior do que fazer o mesmo trabalhando


Segundo uma pesquisa, o risco de problemas cardiovasculares e morte sobe quando ficamos no sofá em frente à televisão, mas não ao sentarmos no escritório

Ao que parece, passar horas sem se mexer em frente à TV faz mais mal ao corpo do que ficar sentado trabalhando. É o que indica uma investigação robusta, divulgada recentemente no Journal of the American Heart Association.

O trabalho analisou dados de 3 592 moradores do estado de Mississipi, envolvidas em um estudo maior sobre a saúde cardíaca dos negros norte-americanos. Eles passaram por entrevistas, exames clínicos e questionários sobre atividade física e o tempo sentado no trabalho e em casa. Todas essas avaliações eram repetidas periodicamente em um tempo médio de acompanhamento de oito anos.

Primeiro, os cientistas descobriram que o grupo que relatava assistir mais de quatro horas de televisão por dia tinha um risco 50% maior de desenvolver doenças cardiovasculares ou de morrer prematuramente, em comparação com quem gastava menos de duas horas ligado na tela.

A boa notícia: se eles suavam a camisa em intensidade moderada ou vigorosa por ao menos 150 minutos por semana, essa relação deixava de existir. Ou seja, a prática esportiva regular neutralizaria os efeitos deletérios do sofá, de acordo com o levantamento.

E o tempo sentado no trabalho?
Se ficar horas sentado em frente à TV é ruim, fazer o mesmo olhando para um computador no escritório não deveria ser diferente, certo? Parece que não é bem assim.

No estudo, mesmo quem declarou trabalhar a maior parte do dia sentado não apresentou um risco maior de sofrer piripaques. Os autores da investigação admitem que as razões para essa diferença não estão claras, mas provavelmente envolvem comportamentos que adotamos em casa ou no serviço.

“Geralmente assistimos mais TV no final do dia, quando tendemos a comer uma refeição mais pesada, e ficamos sedentários por horas ininterruptas até a hora de dormir”, explicou, em comunicado à imprensa, Jeanette Garcia, fisioterapeuta que liderou a investigação. Ou seja, a associação entre o tempo sentado e uma alimentação farta perto do momento de repousar seria um combo especialmente perigoso.

Outra hipótese é a de que os longos períodos diante da televisão dificilmente são quebrados por alguns minutos de movimentação. “Já no trabalho, as pessoas se levantam para conversar com algum colega, ir a uma reunião, tomar café”, completou Garcia. É um comportamento distinto daquele de encostar no sofá para maratonar uma série, por exemplo.

Apesar de não se saber ao certo as causas por trás dos resultados encontrados, essa pesquisa reforça outras evidências no mesmo sentido. Em outro trabalho, os longos períodos no sofá foram associados à aterosclerose – aquela formação de placas de gorduras nos vasos sanguíneos que leva a entupimentos. O mesmo não aconteceu com indivíduos que passavam o expediente na cadeira.

Fonte: https://saude.abril.com.br/fitness/ficar-sentado-vendo-tv-e-pior-do-que-fazer-o-mesmo-trabalhando/ - Por Chloé Pinheiro - Foto: divulgação/SAÚDE é Vital

sexta-feira, 29 de março de 2019

O fast-food de hoje é pior para a saúde do que 30 anos atrás, diz estudo


Pesquisa comparou as porções e os nutrientes de alimentos de restaurantes fast-food nos Estados Unidos entre 1986 e 2016. E o resultado não foi bom

O fast-food é comumente associado a uma alimentação desequilibrada. Mas será que, do ponto de vista da saúde, esses restaurantes evoluíram ou regrediram? Segundo uma pesquisa da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, o cardápio atual das dez principais redes de fast-food daquele país é menos balanceado do que 30 anos atrás.

A equipe selecionou o menu dos restaurantes Arby’s, Burger King, Carl’s Jr, Dairy Queen, Hardee’s, Jack in the Box, KFC, Long John Silver’s, McDonald’s e Wendy’s. Quatro deles também têm estabelecimentos no Brasil.

Aí os cientistas verificaram as calorias, o tamanho da porção, a densidade energética e os níveis de sódio, ferro e cálcio das refeições (hambúrgueres, sanduíches, burritos, tacos, saladas), dos complementos (batata frita, anéis de cebola, vegetais) e das sobremesas (sorvete, bolos, biscoitos, milk-shake).

No total, os pesquisadores avaliaram cerca de 1 800 itens. Eles usaram como referência os menus de 1986, 1991 e 2016. Veja abaixo os achados mais relevantes:

O número de opções se elevou em 226% (ou 22,9% ao ano). Itens novos ou descontinuados tendiam a ser menos saudáveis do que os disponíveis durante o período de estudo.

As calorias aumentaram significativamente em todos os pratos. As maiores variações ocorreram nas sobremesas (62 calorias a mais por década) e nas refeições principais (30 cal).
Esses números decorrem majoritariamente do aumento das porções, que cresceram 13 gramas nas refeições e 24 gramas nas sobremesas (por década).
A quantidade de sódio subiu em todas as categorias.
Esses dados se tornam mais preocupantes se você considerar o tanto de pessoas que comem frequentemente nesse tipo de estabelecimento. Nos Estados Unidos, entre 2013 e 2016, 36,6% dos adultos eram consumidores de fast-food, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças.

“Nosso estudo traz atenção para mudanças no ambiente de alimentos, que é, provavelmente, parte do motivo do aumento de obesidade e das doenças crônicas nas últimas décadas, hoje uma das principais causas de morte nos Estados Unidos”, afirma, em comunicado à imprensa, a nutricionista Megan McCrory, que liderou o levantamento.

E o Brasil?
Segundo dados enviados por Megan McCrory para a SAÚDE, o Big Mac (principal lanche do McDonald’s) americano é mais calórico, mas tem menos sódio que o brasileiro. O mesmo vale para todas as opções de batata frita da rede.

Além disso, o tamanho das porções das marcas com lojas tanto lá como aqui também varia entre as duas nações.

“Eu não estou habilitada para dizer se há uma tendência similar no Brasil sem investigar. E não podemos generalizar todos os restaurantes com as informações que tenho agora”, aponta a nutricionista.

No entanto, a popularidade dos restaurantes fast-food é inegável por aqui. Segundo levantamento da EAE Business School, a população brasileira gastou 53,7 bilhões de reais nesses locais em 2014. Ficamos atrás apenas de Estados Unidos, Japão e China. Isso dá 265 reais por habitante.

O recado: em qualquer parte do mundo, o excesso de fast-food não é uma boa para a saúde.