Pesquisa comparou as porções e os nutrientes de
alimentos de restaurantes fast-food nos Estados Unidos entre 1986 e 2016. E o
resultado não foi bom
O fast-food é comumente associado a uma alimentação
desequilibrada. Mas será que, do ponto de vista da saúde, esses restaurantes
evoluíram ou regrediram? Segundo uma pesquisa da Universidade de Boston, nos
Estados Unidos, o cardápio atual das dez principais redes de fast-food daquele
país é menos balanceado do que 30 anos atrás.
A equipe selecionou o menu dos restaurantes Arby’s,
Burger King, Carl’s Jr, Dairy Queen, Hardee’s, Jack in the Box, KFC, Long John
Silver’s, McDonald’s e Wendy’s. Quatro deles também têm estabelecimentos no
Brasil.
Aí os cientistas verificaram as calorias, o tamanho
da porção, a densidade energética e os níveis de sódio, ferro e cálcio das
refeições (hambúrgueres, sanduíches, burritos, tacos, saladas), dos complementos
(batata frita, anéis de cebola, vegetais) e das sobremesas (sorvete, bolos,
biscoitos, milk-shake).
No total, os pesquisadores avaliaram cerca de 1 800
itens. Eles usaram como referência os menus de 1986, 1991 e 2016. Veja abaixo
os achados mais relevantes:
O número de opções se elevou em 226% (ou 22,9% ao
ano). Itens novos ou descontinuados tendiam a ser menos saudáveis do que os
disponíveis durante o período de estudo.
As calorias aumentaram significativamente em todos
os pratos. As maiores variações ocorreram nas sobremesas (62 calorias a mais
por década) e nas refeições principais (30 cal).
Esses números decorrem majoritariamente do aumento
das porções, que cresceram 13 gramas nas refeições e 24 gramas nas sobremesas
(por década).
A quantidade de sódio subiu em todas as categorias.
Esses dados se tornam mais preocupantes se você
considerar o tanto de pessoas que comem frequentemente nesse tipo de
estabelecimento. Nos Estados Unidos, entre 2013 e 2016, 36,6% dos adultos eram
consumidores de fast-food, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de
Doenças.
“Nosso estudo traz atenção para mudanças no ambiente
de alimentos, que é, provavelmente, parte do motivo do aumento de obesidade e
das doenças crônicas nas últimas décadas, hoje uma das principais causas de
morte nos Estados Unidos”, afirma, em comunicado à imprensa, a nutricionista
Megan McCrory, que liderou o levantamento.
E o Brasil?
Segundo dados enviados por Megan McCrory para a
SAÚDE, o Big Mac (principal lanche do McDonald’s) americano é mais calórico,
mas tem menos sódio que o brasileiro. O mesmo vale para todas as opções de
batata frita da rede.
Além disso, o tamanho das porções das marcas com
lojas tanto lá como aqui também varia entre as duas nações.
“Eu não estou habilitada para dizer se há uma
tendência similar no Brasil sem investigar. E não podemos generalizar todos os
restaurantes com as informações que tenho agora”, aponta a nutricionista.
No entanto, a popularidade dos restaurantes
fast-food é inegável por aqui. Segundo levantamento da EAE Business School, a
população brasileira gastou 53,7 bilhões de reais nesses locais em 2014.
Ficamos atrás apenas de Estados Unidos, Japão e China. Isso dá 265 reais por
habitante.
O recado: em qualquer parte do mundo, o excesso de
fast-food não é uma boa para a saúde.
Fonte: https://saude.abril.com.br/alimentacao/fast-food-hoje-e-menos-saudavel-que-30-anos-atras-diz-estudo/
- Por Maria Tereza Santos - Foto: iStock/SAÚDE é Vital
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