Todo mundo já ouviu um milhão de conselhos na hora
de treinar. Veja quais não seguir
Ao menos uma dessas “verdades” universais de
academia você já deve ter escutado: os joelhos não podem ultrapassar as pontas
dos pés no agachamento, gravidez e atividade física não dão match, quanto mais
repetições, mais você seca… E por aí vai. O problema é que a prática da
musculação mudou com o passar do tempo e novos estudos foram surgindo, mas
muita gente ainda segue os antigos boatos sem nem questionar. Fomos conversar
com o personal trainer Philipp Ebert, da academia Les Cinq Gym, em São Paulo,
para tirar a prova sobre quais conselhos estão desatualizados:
1. Os joelhos têm que ficar na linha das pontas dos
pés durante o agachamento
Bumbum nas alturas até o carnaval? Corre para o
agachamento, coleguinha. Apesar de ser um exercício adorado pelas mulheres, ele
leva consigo muitos mitos. Um deles diz respeito à posição correta dos joelhos
ao descer. “Antigamente, achávamos que agachar com eles muito para frente,
ultrapassando a linha da ponta dos pés, sobrecarregava as articulações”,
explica Philipp.
No entanto, para muita gente, a posição de 90º das
pernas não é a que mais respeita a anatomia corpo e pode acabar lesionando
outro lugar: a lombar, parte inferior das costas. “Temos que analisar o que
fica mais confortável em cada situação. Se a pessoa não tem problemas nas articulações,
é até melhor que ela ultrapasse a linha dos pés. Assim, ela preserva a coluna”,
afirma o personal trainer.
Mais uma ideia que você precisa abandonar para ontem
é que o exercício é proibido para quem sente dores nos joelhos. “Nada a ver.
Aparelhos que trabalham os músculos isoladamente, como a cadeira extensora,
depositam muito mais carga na região. O agachamento dissipa essa carga para
outros lugares, como tornozelo e quadril”, revela.
2. Idosos, gestantes e crianças não podem treinar
Caiu por terra. Hoje em dia, a gente vê muito idoso
dando um show de força. “Com o passar do tempo, vamos perdendo massas óssea e
muscular. Realizar atividades que respeitam os limites do corpo, mas que ao
mesmo tempo trabalham o fortalecimento dos músculos, é imprescindível para
evitar que a perda ocorra nos mais velhos”, diz Philipp.
Observar as limitações do organismo também vale para
as gestantes, que, mesmo assim estão liberadas para a musculação. Contudo,
sempre com acompanhamento médico e visando mais a saúde da mãe e do bebê do que
a hipertrofia.
Já as crianças costumam ser banidas da prática
porque muita gente acredita que a musculação interrompe o crescimento. “Existe
uma cartilagem chamada placa epifisária, localizada na ponta dos ossos mais
longos, que é a responsável pelo crescimento. Quando há a realização de uma
atividade física com alto impacto, podem ocorrer lesões nela e o retardamento
do processo”, confirma o personal trainer. A musculação, no entanto, se pensada
para a faixa etária e bem tutorada, dificilmente causa os traumas — os riscos
são menores até do que em esportes iniciados na infância, como a ginástica
artística.
3. Quanto mais repetições, mais você seca
E o contrário serve para a hipertrofia: você ainda
acredita que um número mínimo de repetições por série (geralmente 8) vai fazer
o músculo ficar maior. Na verdade, o que define a perda de gordura ou o aumento
da massa magra tem muito mais a ver com o tipo de alimentação. Dietas muito
calóricas e ricas em proteínas, por exemplo, visam o crescimento muscular. Já
as com restrições de calorias garantem um corpo mais sequinho.
4. Não é preciso alongar
Mentira. Os músculos precisam relaxar depois do
estímulo. E o ideal é que você faça exercícios de alongamento mais leves, sem
trabalhar muito a flexibilidade. “Após o treino, o corpo estará mais tensionado
e os músculos mais inchados devido ao aumento da circulação sanguínea. Se a
pessoa pegar muito pesado no alongamento, pode lesioná-los”, adverte o
personal.
Porém, isso não quer dizer que você deve abandonar
as práticas como a yoga e o pilates. Apenas administrar a agenda para fazê-las
antes do treino.
5. A dor que aparece dois dias depois é acúmulo de
ácido lático
Quem nunca ficou sem ir para a academia por conta
das dores do dia anterior, que atire a primeira pedra. O desconforto é real,
mas as suas causas não passam de mito. “A dor tardia nada mais é do que uma
inflamação nas fibras musculares, muito relacionadas com o crescimento”,
explica Philipp.
Contudo, não precisa ficar dolorida todas as vezes
para garantir os resultados. “Geralmente, isso ocorre quando há trocas de
estímulos. Por exemplo, se a pessoa está sedentária e começa a musculação, se
ela aumenta a carga ou troca os exercícios”, diz.
Fonte: https://boaforma.abril.com.br/fitness/5-mentiras-sobre-musculacao/
- Por Amanda Panteri - DragonImages/Thinkstock/Getty Images
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