Conheça a lei que determina a obrigatoriedade do ensino de música em todas as escolas do país até agosto de 2011
Especialistas indicam que o ensino de música nas escolas deve trabalhar a coordenação motora, o senso rítmico e melódico
O ano de 2011 é data limite para que toda escola pública e privada do Brasil inclua o ensino de música em sua grade curricular. A exigência surgiu com a lei nº 11.769, sancionada em 18 de agosto de 2008, que determina que a música deve ser conteúdo obrigatório em toda a Educação Básica. "O objetivo não é formar músicos, mas desenvolver a criatividade, a sensibilidade e a integração dos alunos", diz a professora Clélia Craveiro, conselheira da Câmara de Educação Básica do CNE (Conselho Nacional de Educação).
Nas escolas, a música não deve ser necessariamente uma disciplina exclusiva. Ela pode integrar o ensino de arte, por exemplo, como explica Clélia Craveiro: "Antigamente, música era uma disciplina. Hoje não. Ela é apenas uma das linguagens da disciplina chamada artes, que pode englobar ainda artes plásticas e cênicas. A ideia é trabalhar com uma equipe multidisciplinar e, nela, ter entre os profissionais o professor de música. Cada escola tem autonomia para decidir como incluir esse conteúdo de acordo com seu projeto político-pedagógico". Apesar de ser uma boa iniciativa, o trabalho com equipes multidisciplinares para o ensino de música não tem acontecido de forma satisfatória nas instituições de ensino. "De qualquer maneira, trabalhar de forma interdisciplinar ou multidisciplinar em escolas de educação básica é uma tarefa complicada", afirma Clélia.
É necessário prestar atenção se o seu filho está tendo aulas de música com uma equipe adequada ou mesmo se esse tipo de aula está sendo oferecida na escola dele, como diz a lei. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases de 1996, só estão autorizados a lecionar na educação básica os professores com formação em nível superior, ou seja, profissionais que tenham cursado a licenciatura em Universidades e Institutos Superiores de Educação na área em que irão atuar. Portanto, os professores que devem ser responsáveis pelas aulas de música do seu filho são aqueles com formação superior em música. Fique atento.
Entenda mais detalhes dessa lei para que você possa compreender e exigir a aplicação dela na escola do seu filho.
Todas as séries da Educação Básica terão aulas de Música?
A lei nº 11.769 tornou o ensino de música obrigatório na Educação Básica (que engloba Educação Infantil e o Ensino Fundamental). Mas ela não especifica se todas as séries devem ter a música incluída em sua grade curricular. "Assim como a quantidade de aulas por semana, isso teria de ter sido definido até este ano, junto aos sistemas de ensino estaduais e municipais", diz Clélia Craveiro, conselheira da Câmara de Educação Básica do CNE (Conselho Nacional de Educação). Segundo a presidente nacional da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM), Magali Kleber, cada secretaria está preenchendo esta lacuna do seu jeito. "Isso revela uma riqueza de que como é possível ter vários projetos pedagógicos para o ensino de música. Já que está tudo parado em âmbito nacional, isso tinha que ser resolvido nos estados", afirma. A não especificação de alguns pontos da lei permite que em diferentes anos de estudos se tenha diferentes tipos de aula de artes. Tudo depende da proposta político-pedagógica de cada escola.
Quais os objetivos do ensino de música?
"A música contribui para a formação integral do indivíduo, reverencia os valores culturais, difunde o senso estético, promove a sociabilidade e a expressividade, introduz o sentido de parceria e cooperação, e auxilia o desenvolvimento motor, pois trabalha com a sincronia de movimentos", explica Sonia Regina Albano de Lima, diretora regional da Associação Brasileira de Ensino Musical, (ABEM) e diretora dos cursos de graduação e pós-graduação lato sensu em Música e Educação Musical da FMCG (Faculdade de Música Carlos Gomes). O trabalho com música desenvolve as habilidades físico-cinestésica, espacial, lógico-matemática, verbal e musical. "Ao entrar em contato com a música, zonas importantes do corpo físico e psíquico são acionadas - os sentidos, as emoções e a própria mente. Por meio da música, a criança expressa emoções que não consegue expressar com palavras", completa Sonia Regina. "A música fez bem para a autoestima do estudante, já que alimenta a criação".
O que deve ser ensinado às crianças?
O ensino de música não é como antigamente, quando se aprendia as notas musicais e canto orfeônico, mas o que as crianças devem aprender nas aulas? O MEC recomenda que, além das noções básicas de música, dos cantos cívicos nacionais e dos sons de instrumentos de orquestra, os alunos aprendam cantos, ritmos, danças e sons de instrumentos regionais e folclóricos para, assim, conhecer a diversidade cultural do Brasil.
A lei não especifica conteúdos, portanto as escolas terão autonomia para decidir o que será trabalhado. "É muito complicado impor um conteúdo programático obrigatório para as aulas de música, quando a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) nº 9294/96 privilegia a flexibilidade do ensino", diz Sonia Albano, diretora regional da Associação Brasileira de Ensino Musical (ABEM), para quem o mais importante seria trabalhar a coordenação motora, o senso rítmico e melódico, o pulso interno, a voz, o movimento corporal, a percepção, a notação musical sob bases sensibilizadoras, além de um repertório que atinja os universos erudito, folclórico e popular.
"Os professores estão privilegiando projetos simbólicos que já vem da realidade dos alunos, priorizando um capital social trazido pelos alunos para que seja ampliando. Assim, é possível chegar a ensinar músicas de todo mundo e de diferentes épocas", diz Magali Kleber, presidente nacional da ABEM (Associação Brasileira de Educação Musical). "O ensino de música deve envolver o capital simbólico e cultural da região da escola. Deve-se trabalhar com uma perspectiva antropológica, envolvendo os pais, os alunos e contexto sócio-cultural", completa.
Quem ministrará as aulas de música?
As aulas devem ser ministradas por professores especialistas em música, ou seja, que tenham licenciatura. "Se um professor de língua estrangeira não pode lecionar matemática, um ensino musical de qualidade não pode ser ministrado por um professor que não tenha conhecimento na área musical. Trabalhar com um profissional não habilitado propicia um ensino superficial e perigoso, pois o professor não terá condições de avaliar os prejuízos que poderá provocar ao indivíduo e nem terá capacidade para aplicar esse conhecimento de maneira eficaz", alerta Sonia Albano, diretora regional da Associação Brasileira de Ensino Musical (ABEM). Isso não quer dizer que a música não deva fazer parte do conteúdo transversal, aquele que atravessa as aulas. "O professor de sala pode e deve usar a música em suas aulas, mas não tem condição de dar aula de música", diz Lisiane Bassi, coordenadora do programa de Educação Musical de Franca, cidade do interior de São Paulo que é referência no Ensino Musical.
Como as escolas devem se prepara? Há tempo suficiente para isso?
As escolas terão até agosto de 2011 para se adaptar à nova lei, ou seja, para incluir o ensino de música em sua grade curricular, comprar materiais (instrumentos musicais, CDs etc) e verificar se possuem professores capazes de ministrar as aulas, pois nem todos possuem docentes de todas as áreas. Se não tiverem, deverão contratá-los. "As escolas não estarão adaptadas até agosto deste ano e, talvez por isso, teremos de solicitar uma extensão desse prazo", diz Magali Kleber presidente nacional da ABEM (Associação Brasileira de Educação Musical).
As instituições de ensino têm encontrado dificuldades para cumprir devidamente esse ponto da lei, porque o número de professores formados em música é pequeno no Brasil. Além disso, a contratação de professores específicos prevê gastos com os quais muitas escolas não têm condições de arcar. "E aí estoura o orçamento da escola pública, porque para ministrar o conteúdo de música terá de contratar o professor de música", diz Rosemara Stalbi, coordenadora da Pós Graduação da Sociedade e Cultura na Amazônia. O Conselho Nacional de Educação recomenda que as escolas pensem a música em meio a um projeto político-pedagógico que respeite a organização dos currículos escolares. O órgão ainda lembra que tais currículos podem estar organizados por áreas, temas, projetos relacionados à música.
Quanto aos materiais, a coordenadora musical Lisiane Bassi, coordenadora do programa de Educação Musical de Franca, cidade do interior de São Paulo que é referência no Ensino Musical, acredita ser possível realizar educação musical sem grandes investimentos. Ela conta seu próprio exemplo: "Hoje, felizmente, temos o apoio da prefeitura de Franca (SP) e dispomos de bons instrumentos musicais, mas começamos com instrumentos feitos pelos alunos com sucata. Podemos fazer música com um lápis e uma borracha e até com o corpo. A musicalidade está dentro da pessoa", ela diz.
Como estabelecer o tipo de formação musical que será oferecida aos alunos?
As instituições de ensino possuem autonomia para definir o tipo de Educação Musical que irão implantar. "Assim como seu conteúdo, de acordo com seu projeto político-pedagógico", diz Clélia Craveiro conselheira da Câmara de Educação Básica do CNE (Conselho Nacional de Educação). A modalidade de Ensino Musical a ser adotada é o grande desafio que as escolas enfrentam durante a implementação da lei. Deve ser realizado um ensino musical tecnicista ou sensibilizador? Deve-se priorizar a voz, a formação instrumental ou a formação estético-musical dos alunos? Estas são decisões fundamentais e que devem ser o ponto de partida para que a lei nº 11.769 seja cumprida. "Deve ser garantido que o ensino da música seja inserido nas escolas públicas, mas que a diversidade musical e cultural do Brasil sejam respeitadas. O conteúdo não pode ser igual para todas as escolas mesmo, isso fera a autonomia das escolas na construção de seus projetos pedagógicos", afirma a presidente nacional da ABEM (Associação Brasileira de Educação Musical), Magali Kleber.
Como a música pode ser introduzida no dia-a-dia escolar?
Há várias formas de se trabalhar a música na escola, por exemplo, de forma lúdica e coletiva, utilizando jogos, brincadeiras de roda e confecção de instrumentos, como sugere Sonia Albano, diretora regional da Associação Brasileira de Ensino Musical (ABEM). "Dessa forma, a música é capaz de combater a agressividade infantil e os problemas de rejeição". Nas escolas da rede municipal de Franca, onde o Projeto de Educação Musical já existe desde 1994 (ou seja, muito antes da lei nº 11.769 entrar em vigor), as crianças não só ouvem música, como a produzem, fazendo pequenos arranjos e tocando instrumentos como a flauta doce e alguns de percussão. Elas também vivenciam a música, por meio de trabalhos corporais que desenvolvem a atenção e a coordenação motora. "Não queremos formar músicos, mas desenvolver o espírito crítico, conhecer as raízes da música brasileira, despertar o gosto musical, preservar nosso patrimônio e aumentar o repertório musical nacional e internacional", diz Lisiane Bassi.
Para que o ensino proposto na Lei tenha bons resultados, o indicado é que as escolas intensifiquem trabalhos já produzidos em sala de aula e que levem em conta o contexto cultural dos alunos.
Fonte: www.educarparacrescer.com.br
quarta-feira, 16 de março de 2011
terça-feira, 15 de março de 2011
Saúde e os seus porquês
Por que algumas pessoas não engordam?
A regulação do peso corporal depende tanto da genética quanto de fatores ambientais. Existem vários genes que podem fazer que seja mais difícil engordar, como aqueles que regulam a absorção de nutrientes ou que modulam o apetite. Outros favorecem a preferência por doces e há genes que afetam até mesmo a vontade de praticar esportes. Tudo isso resulta em que algumas pessoas concentrem no seu DNA um número maior de genes que tornam o metabolismo acelerado, ou seja, mais propenso à queima de calorias.
Quem responde: Marcio Mancini, endocrinologista responsável pelo Grupo de Obesidade do Hospital das Clínicas da USP
Como saber se estou entrando na menopausa?
A desconfiança de quem está entrando neste período é chamada de pré-menopausa. Esta fase - que normalmente acontece entre os 44 e 48 anos - tem sintomas como a irregularidade menstrual (que pode ocorrer mês sim, mês não ou duas vezes em 30 dias) e o excesso de calor na cabeça, pescoço e tórax. Também ocorrem sinais como a vermelhidão na pele e o ressecamento vaginal. Juntamente , a mulher apresenta instabilidade emocional, insônia ou excesso de sono e a diminuição da libido. Como são sintomas subjetivos, podem ser confundidos com um quadro depressivo. Para classificarmos uma mulher como menopausada, ela deve estar há pelo menos um ano sem menstruar e apresentar os sinais descritos.
Quem responde: Antonio Julio Tales Barbosa, ginecologista e obstetra do Hospital Santa Catarina (SP)
Por que a pele descasca quando tomamos sol?
Quando nos expomos ao sol sem nenhuma proteção, estamos sujeitos a queimaduras na pele. Dependendo do tempo, da hora em que ocorreu e do tipo de epiderme, essa queimadura pode ser de primeiro grau, causando vermelhidão e inchaço, ou de segundo grau, ocasionando bolhas além dos primeiros sintomas. Quando há queimadura, as células afetadas morrem e, então, o organismo manda um sinal para que novas células sejam recrutadas para substituir as que não servem mais. No momento em que estão suficientemente amadurecidas, começa a renovação da pele danificada sobre a forma de descamação, e a nova epiderme assume as funções da anterior.
Quem responde: Sarita Martins, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia
Mulheres que procuram um banco de sêmen podem ter o mesmo doador?
Não existe essa possibilidade. Há um controle rígido do material doado. O banco de sêmen, criado para manter espermatozoides armazenados por tempo indefinido e posteriormente para utilização em inseminação artificial ou outras técnicas de fertilização assistida, é disponibilizado para as futuras mães em forma de fichas. Nestas, constam a descrição do rapaz, não identificado, como altura, peso, cor dos olhos, profissão e hobby. A amostra é selecionada, e, caso haja resultado positivo, a mãe entra em contato com o banco, e o material escolhido é retirado do banco para não haver casos de irmãos de mães diferentes.
Quem responde: Márcio Coslovsky, diretor do Huntington Centro de Medicina Reprodutiva
Fonte: Revista Viva Saúde
segunda-feira, 14 de março de 2011
Inteligência pode estar associada a tempo mais longo de vida
Experimento com abelhas demonstra que quem aprende rapidamente costuma resistir melhor a situações estressantes
Pessoas inteligentes vivem mais tempo. A correlação é tão forte quanto a existente entre fumo e morte prematura, embora não se saiba bem a razão disso. Um estudo recente sugere que, além de fazerem escolhas mais sábias no decorrer da vida, os longevos podem ter a biologia operando a seu favor. Intrigada com esse conceito, a bióloga Gro Amdam, da Universidade do Estado do Arizona e da Universidade de Ciências da Vida, na Noruega, realizou um experimento com abelhas europeias – animais usados com frequência como modelo neurobiológico para aprendizagem, com base em reforço positivo e negativo.
Na metodologia utilizada os insetos foram colocados individualmente em um tubo plástico e aprenderam a associar um odor a determinada recompensa alimentícia. Após uma ou duas tentativas, muitos já estendiam as probóscides (estruturas semelhantes a línguas), na certeza de que receberiam uma gotícula açucarada. Outros, no entanto, apresentaram aprendizado mais demorado. Para simular envelhecimento, os mesmos animais foram expostos a um ambiente com alta concentração de oxigênio. Dessa forma, as células liberam radicais livres nocivos que rompem as membranas e causam apoptose – processo de morte celular programada pelo próprio organismo. Como os pesquisadores já supunham, as abelhas que apresentaram maior facilidade em aprender sobreviveram por mais tempo: em média 58,8 horas. Os aprendizes considerados lentos suportaram, em média, 54,6 horas. Gro suspeita que a resiliência ao estresse geral talvez explique esse fato, já que os insetos mais resistentes foram os mesmos que rapidamente associaram odor à recompensa. A pesquisadora acredita que em humanos o processo pode ser semelhante. “Se forem desvendadas as diferenças biológicas subjacentes, será possível aliviar disparidades congênitas. Assim, existirá a possibilidade de ajudar todos a ter uma vida mais longa”.
Fonte: Revista Mente e Cérebro
domingo, 13 de março de 2011
Dicas para cultivar emoções positivas e manter a saúde
Se os sentimentos negativos podem deflagrar problemas de saúde, as pesquisas também mostram que emoções positivas, como felicidade e otimismo, além do desenvolvimento da espiritualidade, podem ser um antídoto contra doenças.
Um dos maiores pesquisadores desta área, Harold Koenig, da Duke University, Estados Unidos, cita evidências científicas em seu livro “Spirituality in patient care - Why, How, When, and What” ("Espiritualidade no cuidado com o paciente - por que, como, quando e o quê", em tradução livre) que relacionam os sentimentos e a saúde. Entre as descobertas está a de que as emoções positivas e o apoio social são associados a um melhor funcionamento do sistema imunológico e a uma saúde cardiovascular mais robusta.
Ainda segundo o livro, muitos estudos relatam que indivíduos religiosos têm propensão a pressão arterial e mortalidades mais baixas, possuem menor probabilidade em desenvolver depressão e se recuperam de doenças mais rapidamente.
O mesmo ocorre em relação à felicidade: “uma pesquisa americana envolvendo milhares de pessoas de diferentes países concluiu que as nações consideradas mais felizes relatam menos problemas de pressão arterial em suas estatísticas. O resultado sugere que leituras de pressão arterial façam parte de um índice nacional de bem-estar”, de acordo com o livro “Coração...É Emoção”.
Dicas
Adotar uma postura mais positiva em relação à vida, buscando qualidade de vida, bem-estar e espiritualidade, faz bem à saúde, segundo os médicos.
Veja algumas dicas para cultivar emoções saudáveis:
Pratique exercícios regularmente, o que vale principalmente para pessoas muito ansiosas, pois o exercício diminui a descarga de adrenalina e atua na liberação de endorfina (o hormônio do bem-estar).
Desenvolva a espiritualidade (aproxime-se da natureza e cultive uma crença). Segundo estudo do médico e pesquisador Barak Y., da Universidade de Tel-Aviv, em Israel, a espiritualidade leva a pessoa a um estado mental que induz ao equilíbrio neurofisiológico e dos hormônios, além de atuar favoravelmente na imunidade. A fé também é uma potente fonte contra adversidades.
Dedique-se a hobbies, passatempos, leve uma vida mais tranquila, com menos ambições. Incluir momentos agradáveis em um dia de trabalho comum, por exemplo, pode tornar os indicadores fisiológicos do estresse – como secreção do cortisol e a frequência cardíaca – iguais aos de um dia de lazer, segundo o livro “Coração...É Emoção”.
Fique atento ao seu ritmo de vida. Se for muito competitivo, viver brigando ou se frustrar muito na vida, saiba que essas emoções podem ser prejudiciais à saúde. A mesma coisa vale para a desmotivação, a desesperança.
Alimente-se melhor, durma mais e cuide da saúde de forma geral. A saúde física está ligada a emocional e vice-versa.
Caso não consiga superar e lidar com as adversidades da vida e a ansiedade, não hesite em procurar ajuda, como um grupo de apoio, técnicas de meditação, relaxamento, oração, psicoterapia. Falar abertamente sobre o sofrimento e ser compreendido permite que essa dor psíquica seja elaborada no nível simbólico (das palavras, ideias e emoções) e não tenha que se expressar pela via corporal.
Mantenha uma rede de apoio social. Segundo uma pesquisa americana, um amigo íntimo que more em um raio de 1,5 km aumenta a chance de que uma pessoa esteja feliz em 25%.
Ao identificar uma dor emocional, procure um médico. Da mesma forma que costumamos checar colesterol, triglicérides, pressão arterial é preciso dar atenção especial às emoções que causam sofrimento por tempo prolongado e de forma intensa. É sempre possível fazer modificações.
Fonte: UOL - Por Carla Prates
sábado, 12 de março de 2011
Mensagem dos professores aos pais na secretária eletrônica
Infelizmente, há pais que querem que seus filhos sejam aprovados, mesmo com muitas faltas sem motivos e sem fazer os trabalhos escolares. Insatisfeitos com a situação, os professores de uma escola na Califórnia-EUA, decidiram gravar na secretária eletrônica a seguinte mensagem:
– “Olá! Para que possamos ajudá-lo, por favor, ouça todas as opções:
– Para mentir sobre o motivo das faltas do seu filho – tecle 1.
– Para dar uma desculpa por seu filho não ter feito o trabalho de casa – tecle 2.
– Para se queixar sobre o que nós fazemos – tecle 3.
– Para insultar os professores – tecle 4.
– Para saber por que não foi informado sobre o que consta no boletim do seu filho ou em diversos documentos que lhe enviamos – tecle 5.
– Se quiser que criemos o seu filho – tecle 6.
– Se quiser agarrar, esbofetear ou agredir alguém – tecle 7.
– Para pedir um professor novo pela terceira vez este ano – tecle 8.
– Para se queixar do transporte escolar – tecle 9.
– Para se queixar da alimentação fornecida pela escola – tecle 0.
– Mas se você já compreendeu que este é um mundo real e que seu filho deve ser responsabilizado pelo próprio comportamento, pelo seu trabalho na aula, pelas tarefas de casa, e que a culpa da falta de esforço do seu filho não é culpa do professor, desligue e tenha um bom dia!”
– “Olá! Para que possamos ajudá-lo, por favor, ouça todas as opções:
– Para mentir sobre o motivo das faltas do seu filho – tecle 1.
– Para dar uma desculpa por seu filho não ter feito o trabalho de casa – tecle 2.
– Para se queixar sobre o que nós fazemos – tecle 3.
– Para insultar os professores – tecle 4.
– Para saber por que não foi informado sobre o que consta no boletim do seu filho ou em diversos documentos que lhe enviamos – tecle 5.
– Se quiser que criemos o seu filho – tecle 6.
– Se quiser agarrar, esbofetear ou agredir alguém – tecle 7.
– Para pedir um professor novo pela terceira vez este ano – tecle 8.
– Para se queixar do transporte escolar – tecle 9.
– Para se queixar da alimentação fornecida pela escola – tecle 0.
– Mas se você já compreendeu que este é um mundo real e que seu filho deve ser responsabilizado pelo próprio comportamento, pelo seu trabalho na aula, pelas tarefas de casa, e que a culpa da falta de esforço do seu filho não é culpa do professor, desligue e tenha um bom dia!”
sexta-feira, 11 de março de 2011
Quando a mentirinha do seu filho passa a ser preocupante?
A mentira faz parte da infância, mas é preciso observar atentamente o comportamento das crianças
“Mamãe, hoje eu não tenho aula”. A mentirinha, vinda de uma criança que não quer ir à escola, pode parecer inocente. Mas, quando os filhos descobrem essa artimanha, todo cuidado é pouco.“Todos nós mentimos, o tempo todo. As pequenas mentiras são necessárias para que possamos viver em um meio social”, reconhece Blenda Marcelletti, terapeuta especializada em família. “Você não fala a verdade sobre tudo e para todos, pois magoaria as pessoas".
A especialista explica que, aos quatro ou cinco anos, as crianças descobrem a mentira, que serve como exercício para a evolução cognitiva e intelectual delas. Na infância, é comum imaginar histórias que se misturam à realidade. “Fantasiar faz parte do universo infantil. Isso auxilia no desenvolvimento, na capacidade de comunicação e percepção do mundo”. Mas os pais devem estar alertas, avisa a Blenda, que aconselha a acompanhar de perto a rotina dos filhos e observar se há sinais de que a mentira está passando dos limites.
Para Maurício de Souza Lima, médico hebiatra (especialidade que trata de jovens) da unidade de adolescentes do Hospital das Clínicas da USP, existe uma fase em que as crianças percebem que podem tirar proveito da mentira, que é facilmente detectável. “Elas não sabem mentir, por isso, se entregam. São ingênuas e, geralmente, se contradizem. Mas, quando adolescentes, podem tirar mais vantagem e manipular os pais.”
A mentira pode ser uma maneira de esconder alguma fragilidade
Não existe uma fórmula que defina quando a mentira passa dos limites. Mas é fato que a influência dos pais é crucial. Maurício avisa que o hábito de mentir pode ter sido alimentado, sem intenção, em casa.
“O filho tem os pais como modelo. Se a referência é falha, não dá para cobrar um comportamento adequado”. Maurício usa como exemplo o comum hábito dos pais que pedem aos filhos que digam que eles não estão, quando não querem atender a um telefonema. “Isso é o suficiente para que a criança aprenda errado”, afirma Maurício.
Existem, ainda, os casos extremos: os das pessoas que mentem compulsivamente. Esse tipo de comportamento pode denunciar um transtorno psiquiátrico, a mitomania, que exige acompanhamento especializado -outra prova de que é importante observar as atitudes dos filhos.
Mauricio diz, também, que a mentira pode surgir como forma de autoafirmação: “Quando ela existe sem finalidade, sem um benefício, ela pode estar escondendo uma espécie de fragilidade, como se a criança quisesse mostrar o tempo todo aquilo que não é, como uma autodefesa inconsciente.”
Lá em casa...
Paulo Baptista, empresário, diz que sua tática para que o filho Marcelo não minta é simples: acompanhar a rotina dele de perto. “Para mim, ele não conta mentiras, porque a única vez que tentou [sobre ter terminado a lição de casa], tomou uma bronca tão grande, que aprendeu. Ele sabe que, quando eu pergunto, geralmente, já sei a resposta ou vou verificar depois”, conta.
A terapeuta Blenda não concorda com a estratégia. “Dar bronca pode ter o efeito contrário: alimentar a ideia errada de que é melhor mentir. O ideal é tentar conversar e, se o processo não for interrompido, é necessário procurar ajuda profissional”, encerra.
Fonte: UOL
“Mamãe, hoje eu não tenho aula”. A mentirinha, vinda de uma criança que não quer ir à escola, pode parecer inocente. Mas, quando os filhos descobrem essa artimanha, todo cuidado é pouco.“Todos nós mentimos, o tempo todo. As pequenas mentiras são necessárias para que possamos viver em um meio social”, reconhece Blenda Marcelletti, terapeuta especializada em família. “Você não fala a verdade sobre tudo e para todos, pois magoaria as pessoas".
A especialista explica que, aos quatro ou cinco anos, as crianças descobrem a mentira, que serve como exercício para a evolução cognitiva e intelectual delas. Na infância, é comum imaginar histórias que se misturam à realidade. “Fantasiar faz parte do universo infantil. Isso auxilia no desenvolvimento, na capacidade de comunicação e percepção do mundo”. Mas os pais devem estar alertas, avisa a Blenda, que aconselha a acompanhar de perto a rotina dos filhos e observar se há sinais de que a mentira está passando dos limites.
Para Maurício de Souza Lima, médico hebiatra (especialidade que trata de jovens) da unidade de adolescentes do Hospital das Clínicas da USP, existe uma fase em que as crianças percebem que podem tirar proveito da mentira, que é facilmente detectável. “Elas não sabem mentir, por isso, se entregam. São ingênuas e, geralmente, se contradizem. Mas, quando adolescentes, podem tirar mais vantagem e manipular os pais.”
A mentira pode ser uma maneira de esconder alguma fragilidade
Não existe uma fórmula que defina quando a mentira passa dos limites. Mas é fato que a influência dos pais é crucial. Maurício avisa que o hábito de mentir pode ter sido alimentado, sem intenção, em casa.
“O filho tem os pais como modelo. Se a referência é falha, não dá para cobrar um comportamento adequado”. Maurício usa como exemplo o comum hábito dos pais que pedem aos filhos que digam que eles não estão, quando não querem atender a um telefonema. “Isso é o suficiente para que a criança aprenda errado”, afirma Maurício.
Existem, ainda, os casos extremos: os das pessoas que mentem compulsivamente. Esse tipo de comportamento pode denunciar um transtorno psiquiátrico, a mitomania, que exige acompanhamento especializado -outra prova de que é importante observar as atitudes dos filhos.
Mauricio diz, também, que a mentira pode surgir como forma de autoafirmação: “Quando ela existe sem finalidade, sem um benefício, ela pode estar escondendo uma espécie de fragilidade, como se a criança quisesse mostrar o tempo todo aquilo que não é, como uma autodefesa inconsciente.”
Lá em casa...
Paulo Baptista, empresário, diz que sua tática para que o filho Marcelo não minta é simples: acompanhar a rotina dele de perto. “Para mim, ele não conta mentiras, porque a única vez que tentou [sobre ter terminado a lição de casa], tomou uma bronca tão grande, que aprendeu. Ele sabe que, quando eu pergunto, geralmente, já sei a resposta ou vou verificar depois”, conta.
A terapeuta Blenda não concorda com a estratégia. “Dar bronca pode ter o efeito contrário: alimentar a ideia errada de que é melhor mentir. O ideal é tentar conversar e, se o processo não for interrompido, é necessário procurar ajuda profissional”, encerra.
Fonte: UOL
quinta-feira, 10 de março de 2011
Calcule sua verdadeira idade
As células de alguns de nossos órgãos não param nunca de se renovar. Conheça alguns hábitos que podem acelerar ou retardar esse envelhecimento
Nascer, crescer, envelhecer e morrer. Este é o ciclo da vida, desde que o mundo é mundo. Mas, todos os dias, médicos e pesquisadores de vários países trabalham, incansavelmente, na esperança de prolongar a saúde e o bem-estar do ser humano. O anestesiologista norte-americano Michael Fredric Roizen é um desses médicos. Aos 64 anos de idade, ele jura que ainda tem "apenas" 42. A afirmação de Roizen pode ser explicada por um conceito que ele próprio formulou: o da "idade verdadeira".
Segundo Roizen, que já lançou alguns livros sobre o assunto no Brasil, como Idade verdadeira - como ficar emocional e fisicamente mais jovem (Campus/Elsevier), a "idade verdadeira" (ou biológica) de um indivíduo nem sempre é compatível com os anos vividos. Tudo depende dos bons (e maus!) hábitos que cada pessoa adota para si ao longo da vida.
"Existem maneiras muito simples e eficazes de manter os órgãos que compõem o nosso corpo jovem por muito mais tempo. Praticar atividade física, controlar o nível de estresse e fazer bons amigos são apenas alguns dos 141 fatores que afetam o ritmo do nosso envelhecimento. Quem começa a se cuidar muito cedo pode chegar a ter 20 anos a menos do que no calendário", afirma Roizen, que admite nem sempre seguir os próprios conselhos: "Às vezes, não durmo o suficiente, sofro um pouco com o estresse e saio da dieta", brinca o médico.
Renovação de cada célula
Por aqui, o tema já é estudado há muito tempo pelas pesquisadoras Eliana Guimarães Pyhn e Maria Lúcia dos Santos. Autoras do livro Idade biológica - comportamento humano e renovação celular (Senac), elas explicam que o corpo humano é formado por cerca de 100 trilhões de células, que se dividem continuamente, permitindo que células velhas sejam substituídas por outras, mais novas. E, graças a esse processo, é que órgãos como coração, fígado e pulmão podem desempenhar adequadamente as suas funções por muito mais tempo.
"A ciência mostrou que as células dividem-se por um determinado número de vezes. A partir de um dado momento, essas divisões vão se tornando mais lentas, até cessarem de vez. É aí que tem início o envelhecimento do órgão", afirma Eliana Pyhn, pesquisadora de Nutrição Funcional e Nanotecnologia. "Nossas pesquisas revelaram que, embora haja um limite para a divisão celular, isso não é absolutamente rígido. Pelo contrário. Esse processo pode ser antecipado ou retardado, e isso está diretamente ligado a atitudes individuais", completa Maria Lúcia, especialista em Oxidologia.
Por exemplo: há alimentos que desempenham papel rejuvenescedor, como vegetais, ricos em antioxidantes, e outros, função degenerativa, como os industrializados. "Os aditivos químicos deles encurtam o tempo de vida das células", alerta Eliana.
Ossos
Idade verdadeira: 10 anos Função: Material duro e resistente que contém cálcio e forma o esqueleto do corpo humano. Dão proteção aos frágeis órgãos internos do crânio e do tórax, e flexibilidade aos membros superiores e inferiores.
Curiosidades: O esqueleto de um adulto tem 206 ossos! O menor deles é o estribo, que mede entre 2,5 e 3,4 milímetros, e o maior, o fêmur, em torno de 50 centímetros.
Como mantê-los mais jovens: "É possível retardar o envelhecimento dos ossos com a ingestão de cálcio e vitamina D", recomenda Salo Buksman, do Instituto Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia. "A prática de atividades físicas, principalmente as que oferecem algum tipo de impacto no solo, também estimulam a formação óssea."
Coração
Idade verdadeira: 20 anos Função: garante a todas as células vivas do organismo a chegada de sangue rico em oxigênio e nutrientes.
Curiosidades: O coração de um adulto tem cerca de 12 cm de comprimento por 8 ou 9 cm de largura.
Como mantê-lo mais jovem: Pratique esportes, adote uma dieta saudável e não fume. "Quando a pessoa consegue parar de fumar, em um ano 50% dos malefícios causados pelo cigarro são interrompidos", avisa Marcelo Assad, do Instituto Nacional de Cardiologia.
Olhos
Idade verdadeira: Igual à cronológica Função: Transforma raios de luz em um padrão de impulsos nervosos que são transmitidos ao cérebro e interpretados.
Curiosidades: O músculo que mais trabalha no corpo é o ocular, responsável pelo movimento dos olhos. Eles se mexem mais de 100 mil vezes por dia!
Como mantê-los mais jovens: "Da mesma forma que você protege a pele com protetor solar, você precisa proteger os olhos com óculos escuros.", alerta Luiz Carlos Portes, da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. "O ressecamento favorece o envelhecimento das células dos olhos."
Cada órgão com sua idade
Coordenador do Serviço de Geriatria do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Bernardo Hermont Loures Valle ressalta que o processo de renovação celular varia de órgão para órgão. "Os tecidos do nosso corpo não são todos iguais. Portanto, não são todos que necessitam de renovação celular para terem êxito em suas metas", observa Valle, citando o exemplo do tecido muscular, responsável pela contração muscular, preservação da postura e produção de calor, entre outras. As células desse tecido não se renovam nunca.
"Já os tecidos da pele, da córnea e o de tantos outros que revestem a superfície de órgãos, como estômago, intestino e pulmão, por exemplo, necessitam de alta renovação celular para funcionarem", complementa. Segundo o médico, as células do intestino estão entre as que se renovam mais rapidamente. "Num prazo de 2 a 5 dias, são substituídas por células novas", afirma.
A idade verdadeira de um indivíduo depende da renovação celular de cada órgão
O que acelera esse processo
Por outro lado, ressalva Álvaro Piazzetta Pinto, diretor da Sociedade Brasileira de Citopatologia, algumas células se renovam com menos frequência, como é o caso das células dos rins, enquanto outras nunca se renovam, como acontece com os neurônios. "Todos os órgãos envelhecem gradativamente à medida que o nosso relógio biológico funciona. Eventualmente, alguns órgãos ou tecidos podem sofrer agressões e ter o seu processo de envelhecimento acelerado. O sol e o álcool são exemplos de agentes agressores, que podem acelerar o envelhecimento das células da pele e do fígado", salienta.
Mas por que as células do corpo humano envelhecem e morrem? Quem explica é Maria Lúcia dos Santos. "Do ponto de vista genômico, a ciência já demonstrou que os cromossomos têm uma porção terminal chamada telômero. A cada divisão celular, o telômero perde uma pequena porção de sua extremidade e vai encurtando. Quando ele atinge determinado tamanho, cessa a divisão da célula e o envelhecimento começa."
Programação genética
Permanecer jovem por mais ou menos tempo depende da fisiologia de cada órgão e do tempo de vida médio de suas células. "O bom funcionamento de todos os órgãos do corpo depende de sua programação genética, que é intrínseca a cada indivíduo. Apesar de alguns órgãos apresentarem altas taxas de renovação celular, é importante dizer que o processo vai diminuindo, e se tornando mais lento e difícil", pondera Luiz Eurico Nasciutti, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Entre tantos órgãos, Bernardo Valle afirma que, se fosse possível escolher de qual deles deveríamos cuidar melhor, certamente os premiados seriam o coração e os pulmões: "Não que os outros órgãos sejam menos importantes. Mas por um simples dado estatístico. As três principais causas de mortalidade no mundo atual e nos próximos 20 anos são decorrentes do comprometimento desses dois órgãos: as doenças cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio; as neoplasias (cânceres), o de pulmão é apontado como a primeira causa de mortalidade em homens e mulheres, e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)".
Cérebro
Idade verdadeira: Idêntica à cronológica Função: Recebe, seleciona, interpreta e armazena sensações dos nervos que se estendem a todo o corpo.
Curiosidades: O cérebro humano pesa em torno de 1,4 kg e contém cerca de 500 bilhões de neurônios.
Como mantê-lo mais jovem: "Evite fatores de risco que aceleram o envelhecimento dos neurônios, como colesterol, fumo, sedentarismo e álcool", enumera Ivan Okamoto, da Associação Brasileira de Neurologia.
Pulmão
Idade verdadeira: 2 a 3 semanas Função: Permite a entrada e a absorção de oxigênio e a eliminação de dióxido de carbono (CO2) pelo corpo.
Curiosidades: Os pulmões comportam cerca de 5 litros de ar, mas apenas meio litro é renovado a cada respiração.
Como mantê-lo mais jovem: "O pulmão tem um processo de envelhecimento que pode ser acelerado pela exposição prolongada a fatores de risco, como poluição, tabagismo e doenças crônicas", diz Roberto Stirbulov, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Fígado
Idade verdadeira: 5 meses Função: Produz proteínas para o plasma do sangue, armazena glicose e regula os níveis de aminoácidos. Em conjunto com os rins, limpa os resíduos metabólicos do sangue.
Curiosidades: "Depois da pele, o fígado é um dos órgãos com maior capacidade de renovação. Pode-se dividir o fígado de um doador e transplantá-lo em dois receptores", afirma Mário Guimarães Pessoa, da Sociedade Brasileira de Hepatologia.
Como mantê-lo mais jovem: Evitando o consumo de álcool.
Fonte: Revista Viva Saúde - Por André Bernardo
Nascer, crescer, envelhecer e morrer. Este é o ciclo da vida, desde que o mundo é mundo. Mas, todos os dias, médicos e pesquisadores de vários países trabalham, incansavelmente, na esperança de prolongar a saúde e o bem-estar do ser humano. O anestesiologista norte-americano Michael Fredric Roizen é um desses médicos. Aos 64 anos de idade, ele jura que ainda tem "apenas" 42. A afirmação de Roizen pode ser explicada por um conceito que ele próprio formulou: o da "idade verdadeira".
Segundo Roizen, que já lançou alguns livros sobre o assunto no Brasil, como Idade verdadeira - como ficar emocional e fisicamente mais jovem (Campus/Elsevier), a "idade verdadeira" (ou biológica) de um indivíduo nem sempre é compatível com os anos vividos. Tudo depende dos bons (e maus!) hábitos que cada pessoa adota para si ao longo da vida.
"Existem maneiras muito simples e eficazes de manter os órgãos que compõem o nosso corpo jovem por muito mais tempo. Praticar atividade física, controlar o nível de estresse e fazer bons amigos são apenas alguns dos 141 fatores que afetam o ritmo do nosso envelhecimento. Quem começa a se cuidar muito cedo pode chegar a ter 20 anos a menos do que no calendário", afirma Roizen, que admite nem sempre seguir os próprios conselhos: "Às vezes, não durmo o suficiente, sofro um pouco com o estresse e saio da dieta", brinca o médico.
Renovação de cada célula
Por aqui, o tema já é estudado há muito tempo pelas pesquisadoras Eliana Guimarães Pyhn e Maria Lúcia dos Santos. Autoras do livro Idade biológica - comportamento humano e renovação celular (Senac), elas explicam que o corpo humano é formado por cerca de 100 trilhões de células, que se dividem continuamente, permitindo que células velhas sejam substituídas por outras, mais novas. E, graças a esse processo, é que órgãos como coração, fígado e pulmão podem desempenhar adequadamente as suas funções por muito mais tempo.
"A ciência mostrou que as células dividem-se por um determinado número de vezes. A partir de um dado momento, essas divisões vão se tornando mais lentas, até cessarem de vez. É aí que tem início o envelhecimento do órgão", afirma Eliana Pyhn, pesquisadora de Nutrição Funcional e Nanotecnologia. "Nossas pesquisas revelaram que, embora haja um limite para a divisão celular, isso não é absolutamente rígido. Pelo contrário. Esse processo pode ser antecipado ou retardado, e isso está diretamente ligado a atitudes individuais", completa Maria Lúcia, especialista em Oxidologia.
Por exemplo: há alimentos que desempenham papel rejuvenescedor, como vegetais, ricos em antioxidantes, e outros, função degenerativa, como os industrializados. "Os aditivos químicos deles encurtam o tempo de vida das células", alerta Eliana.
Ossos
Idade verdadeira: 10 anos Função: Material duro e resistente que contém cálcio e forma o esqueleto do corpo humano. Dão proteção aos frágeis órgãos internos do crânio e do tórax, e flexibilidade aos membros superiores e inferiores.
Curiosidades: O esqueleto de um adulto tem 206 ossos! O menor deles é o estribo, que mede entre 2,5 e 3,4 milímetros, e o maior, o fêmur, em torno de 50 centímetros.
Como mantê-los mais jovens: "É possível retardar o envelhecimento dos ossos com a ingestão de cálcio e vitamina D", recomenda Salo Buksman, do Instituto Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia. "A prática de atividades físicas, principalmente as que oferecem algum tipo de impacto no solo, também estimulam a formação óssea."
Coração
Idade verdadeira: 20 anos Função: garante a todas as células vivas do organismo a chegada de sangue rico em oxigênio e nutrientes.
Curiosidades: O coração de um adulto tem cerca de 12 cm de comprimento por 8 ou 9 cm de largura.
Como mantê-lo mais jovem: Pratique esportes, adote uma dieta saudável e não fume. "Quando a pessoa consegue parar de fumar, em um ano 50% dos malefícios causados pelo cigarro são interrompidos", avisa Marcelo Assad, do Instituto Nacional de Cardiologia.
Olhos
Idade verdadeira: Igual à cronológica Função: Transforma raios de luz em um padrão de impulsos nervosos que são transmitidos ao cérebro e interpretados.
Curiosidades: O músculo que mais trabalha no corpo é o ocular, responsável pelo movimento dos olhos. Eles se mexem mais de 100 mil vezes por dia!
Como mantê-los mais jovens: "Da mesma forma que você protege a pele com protetor solar, você precisa proteger os olhos com óculos escuros.", alerta Luiz Carlos Portes, da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. "O ressecamento favorece o envelhecimento das células dos olhos."
Cada órgão com sua idade
Coordenador do Serviço de Geriatria do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Bernardo Hermont Loures Valle ressalta que o processo de renovação celular varia de órgão para órgão. "Os tecidos do nosso corpo não são todos iguais. Portanto, não são todos que necessitam de renovação celular para terem êxito em suas metas", observa Valle, citando o exemplo do tecido muscular, responsável pela contração muscular, preservação da postura e produção de calor, entre outras. As células desse tecido não se renovam nunca.
"Já os tecidos da pele, da córnea e o de tantos outros que revestem a superfície de órgãos, como estômago, intestino e pulmão, por exemplo, necessitam de alta renovação celular para funcionarem", complementa. Segundo o médico, as células do intestino estão entre as que se renovam mais rapidamente. "Num prazo de 2 a 5 dias, são substituídas por células novas", afirma.
A idade verdadeira de um indivíduo depende da renovação celular de cada órgão
O que acelera esse processo
Por outro lado, ressalva Álvaro Piazzetta Pinto, diretor da Sociedade Brasileira de Citopatologia, algumas células se renovam com menos frequência, como é o caso das células dos rins, enquanto outras nunca se renovam, como acontece com os neurônios. "Todos os órgãos envelhecem gradativamente à medida que o nosso relógio biológico funciona. Eventualmente, alguns órgãos ou tecidos podem sofrer agressões e ter o seu processo de envelhecimento acelerado. O sol e o álcool são exemplos de agentes agressores, que podem acelerar o envelhecimento das células da pele e do fígado", salienta.
Mas por que as células do corpo humano envelhecem e morrem? Quem explica é Maria Lúcia dos Santos. "Do ponto de vista genômico, a ciência já demonstrou que os cromossomos têm uma porção terminal chamada telômero. A cada divisão celular, o telômero perde uma pequena porção de sua extremidade e vai encurtando. Quando ele atinge determinado tamanho, cessa a divisão da célula e o envelhecimento começa."
Programação genética
Permanecer jovem por mais ou menos tempo depende da fisiologia de cada órgão e do tempo de vida médio de suas células. "O bom funcionamento de todos os órgãos do corpo depende de sua programação genética, que é intrínseca a cada indivíduo. Apesar de alguns órgãos apresentarem altas taxas de renovação celular, é importante dizer que o processo vai diminuindo, e se tornando mais lento e difícil", pondera Luiz Eurico Nasciutti, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Entre tantos órgãos, Bernardo Valle afirma que, se fosse possível escolher de qual deles deveríamos cuidar melhor, certamente os premiados seriam o coração e os pulmões: "Não que os outros órgãos sejam menos importantes. Mas por um simples dado estatístico. As três principais causas de mortalidade no mundo atual e nos próximos 20 anos são decorrentes do comprometimento desses dois órgãos: as doenças cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio; as neoplasias (cânceres), o de pulmão é apontado como a primeira causa de mortalidade em homens e mulheres, e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)".
Cérebro
Idade verdadeira: Idêntica à cronológica Função: Recebe, seleciona, interpreta e armazena sensações dos nervos que se estendem a todo o corpo.
Curiosidades: O cérebro humano pesa em torno de 1,4 kg e contém cerca de 500 bilhões de neurônios.
Como mantê-lo mais jovem: "Evite fatores de risco que aceleram o envelhecimento dos neurônios, como colesterol, fumo, sedentarismo e álcool", enumera Ivan Okamoto, da Associação Brasileira de Neurologia.
Pulmão
Idade verdadeira: 2 a 3 semanas Função: Permite a entrada e a absorção de oxigênio e a eliminação de dióxido de carbono (CO2) pelo corpo.
Curiosidades: Os pulmões comportam cerca de 5 litros de ar, mas apenas meio litro é renovado a cada respiração.
Como mantê-lo mais jovem: "O pulmão tem um processo de envelhecimento que pode ser acelerado pela exposição prolongada a fatores de risco, como poluição, tabagismo e doenças crônicas", diz Roberto Stirbulov, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Fígado
Idade verdadeira: 5 meses Função: Produz proteínas para o plasma do sangue, armazena glicose e regula os níveis de aminoácidos. Em conjunto com os rins, limpa os resíduos metabólicos do sangue.
Curiosidades: "Depois da pele, o fígado é um dos órgãos com maior capacidade de renovação. Pode-se dividir o fígado de um doador e transplantá-lo em dois receptores", afirma Mário Guimarães Pessoa, da Sociedade Brasileira de Hepatologia.
Como mantê-lo mais jovem: Evitando o consumo de álcool.
Fonte: Revista Viva Saúde - Por André Bernardo
quarta-feira, 9 de março de 2011
Conheça a diferença entre ser árabe, muçulmano e islâmico
Se você está atento às notícias na TV, nos jornais ou na internet, principalmente nos assuntos ligados aos conflitos Árabe-Israelenses ou à Guerra do Iraque, entre muitos outros, com certeza já se deparou com termos como árabe, muçulmano ou islâmico. No entanto, o que esses termos significam? Existem diferenças entre eles? Se sim, quais? É justamente essas questões que vamos tentar resolver aqui.
Vamos começar pelo termo islâmico. Esse termo se refere aos seguidores do Islamismo, que é uma religião monoteísta criada no século VII d.c. por Maomé e que hoje conta com seguidores no mundo todo. Portanto, islâmico é todo seguidor da religião Islâmica, assim como os seguidores do Cristianismo são chamados de cristãos e os adeptos do Judaísmo de judeus.
Muçulmano é apenas um sinônimo de islâmico, não havendo nenhuma diferença entre os termos. Portanto, se você ouvir alguém dizer que é muçulmano, isso significa que essa pessoa é islâmica, ou seja, seguidora do Islamismo.
O termo árabe se refere a uma etnia, ou seja, à etnia árabe, que é caracterizada pela língua árabe. Assim, todos os povos que têm a língua árabe como oficial podem ser chamados de árabes. Como exemplo, podemos citar os iraquianos, os egípcios, os marroquinos, os palestinos, os sauditas, entre muitos outros.
Nós devemos, portanto, ter em mente que islâmico e muçulmano são referentes a uma religião, enquanto árabe é referente a uma etnia. Essa confusão se dá porque a religião islâmica foi criada pelo povo árabe, e entre esse povo o islamismo ganhou muitos adeptos. No entanto, devemos lembrar que nem todo muçulmano (ou islâmico) é árabe. Os turcos, os iranianos e os afegãos são povos muçulmanos, mas não árabes. Isso porque não falam a língua árabe. O país que possui a maior população muçulmana do mundo é a Indonésia, que também não é árabe. Devemos ainda lembrar que na Europa, há diversos povos muçulmanos, como é o caso dos Albaneses, dos Bósnios, dos Chechenos. Além disso, há muitos imigrantes muçulmanos em países como França, Alemanha e Inglaterra.
Agora sabemos que nem todo muçulmano é árabe. No entanto, todo árabe é muçulmano? A resposta para essa pergunta é não. Apesar de a maioria dos povos árabes professarem o islamismo, há o caso do Líbano e da Síria, que apesar de serem países árabes – já que têm o árabe como língua oficial – e terem a maior parte de suas populações seguidoras do Islamismo, os dois países possuem uma expressiva parcela de sua população que é adepta do Cristianismo. Ou seja, nesses países existem muitos árabes que não são muçulmanos, já que não seguem o Islamismo.
Você já sabe, então, que islâmico e muçulmano são palavras sinônimas, mas que, apesar de estarem associadas ao termo árabe, não têm o mesmo significado. Caso você tenha alguma dúvida se determinado povo é ou não árabe, confira em um Atlas Geográfico a língua que eles falam e você terá a resposta.
Vale lembrar ainda que no Brasil, há o costume de referir-se aos imigrantes árabes em geral como turcos, no entanto, isso é um equívoco, uma vez que, como já dissemos, os turcos são muçulmanos mas não são árabes, uma vez que não falam a língua árabe. Esse equívoco se deu porque quando os primeiros imigrantes vindos da Síria e do Líbano, países árabes, chegaram ao Brasil, esses países estavam sob o domínio do Império Turco-Otomano e, portanto, esses imigrantes entravam no Brasil registrados como turcos, por isso então criou-se o costume de referir-se a todos esses imigrantes como turcos. No entanto, hoje esses países são independentes, e devemos desfazer esse equívoco, lembrando que um libanês não deve ser chamado de turco, por tratar-se de povos distintos.
Fonte: UOL
terça-feira, 8 de março de 2011
O Tempo da Quaresma
O que quer dizer Quaresma?
A palavra Quaresma vem do latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no famoso Domingo de Páscoa. Esta prática data desde o século IV.
Na quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quinta-feira (até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive - Diretório da Liturgia - CNBB) da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.
Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência.
Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.
Qual o significado destes 40 dias?
Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.
O que os cristãos devem fazer no tempo de Quaresma?
A Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma conseqüência da penitência.
Ainda é costume jejuar durante este tempo?
Sim, ainda é costume jejuar na Quaresma, ainda que ele seja válido em qualquer época do ano. A igreja propõe o jejum principalmente como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se, de ir percebendo que, o que o ser humano mais necessita é de Deus. Desta forma se justifica as demais abstinências, elas têm a mesma função.
Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos batizados, na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa. Pela lei da igreja, o jejum é obrigatório nesses dois dias para pessoas entre 18 e 60 anos. Porém, podem ser substituídos por outros dias na medida da necessidade individual de cada fiel, e também praticados por crianças e idosos de acordo com suas disponibilidades.
O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e reverte-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por exemplo: um jovem deixa de mascar chicletes por um mês, e o valor que gastaria nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.
O que é a Campanha da Fraternidade?
O percurso da Quaresma é acompanhado pela realização da Campanha da Fraternidade – a maior campanha da solidariedade do mundo cristão. Cada ano é contemplado um tema urgente e necessário.
A Campanha da Fraternidade é uma atividade ampla de evangelização que ajuda os cristãos e as pessoas de boa vontade a concretizarem, na prática, a transformação da sociedade a partir de um problema específico, que exige a participação de todos na sua solução. Ela tornou-se tão especial por provocar a renovação da vida da igreja e ao mesmo tempo resolver problemas reais.
Seus objetivos permanentes são: despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor: exigência central do Evangelho. Renovar a consciência da responsabilidade de todos na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária.
Os temas escolhidos são sempre aspectos da realidade sócio-econômico-política do país, marcada pela injustiça, pela exclusão, por índices sempre mais altos de miséria. Os problemas que a Campanha visa ajudar a resolver, se encontram com a fraternidade ferida, e a fé, tem o compromisso de restabelecê-la. A partir do início dos encontros nacionais sobre a CF, em 1971, a escolha de seus temas vem tendo sempre mais ampla participação dos 16 Regionais da CNBB que recolhem sugestões das Dioceses e estas das paróquias e comunidades.
Como começou a Campanha da Fraternidade?
Em 1961, três padres responsáveis pela Cáritas Brasileira idealizaram uma campanha para arrecadar fundos para as atividades assistenciais e promocionais da instituição e torná-la autônoma financeiramente. A atividade foi chamada Campanha da Fraternidade e realizada pela primeira vez na quaresma de 1962, em Natal-RN, com adesão de outras três Dioceses e apoio financeiro dos Bispos norte-americanos. No ano seguinte, 16 Dioceses do Nordeste realizaram a campanha. Não teve êxito financeiro, mas foi o embrião de um projeto anual dos Organismos Nacionais da CNBB e das Igrejas Particulares no Brasil, realizado à luz e na perspectiva das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral (Evangelizadora) da Igreja em nosso País.
Este projeto se tornou nacional no dia 26 de dezembro de 1963, com uma resolução do Concílio Vaticano II, a maior e mais importante reunião da igreja católica. O projeto realizou-se pela primeira vez na quaresma de 1964. Ao longo de quatro anos seguidos, por um período extenso em cada um, os Bispos ficaram hospedados na mesma casa, em Roma, participando das sessões do Concílio e de diversos momentos de reunião, estudo, troca de experiências. Nesse contexto, nasceu e cresceu a Campanha da Fraternidade.
Qual é a relação entre Campanha da Fraternidade e a Quaresma?
A Campanha da Fraternidade é um instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão e renovação interior a partir da realização da ação comunitária, que para os católicos, é a verdadeira penitência que Deus quer em preparação da Páscoa. Ela ajuda na tarefa de colocar em prática a caridade e ajuda ao próximo. É um modo criativo de concretizar o exercício pastoral de conjunto, visando a transformação das injustiças sociais.
Desta forma, a Campanha da Fraternidade é maneira que a Igreja no Brasil celebra a quaresma em preparação à Páscoa. Ela dá ao tempo quaresmal uma dimensão histórica, humana, encarnada e principalmente comprometida com as questões específicas de nosso povo, como atividade essencial ligada à Páscoa do Senhor.
Quais são os rituais e tradições associados com este tempo?
As celebrações têm início no Domingo de Ramos, ele significa a entrada triunfal de Jesus, o começo da Semana Santa. Os ramos simbolizam a vida do Senhor, ou seja, Domingo de Ramos é entrar na Semana Santa para relembrar aquele momento.
Depois, celebra-se a Ceia do Senhor, realizada na quinta-feira santa, conhecida também como o lava pés. Ela celebra Jesus criando a eucaristia, a entrega de Jesus e portanto, o resgate dos pecadores.
Depois, vem a celebração da Sexta-feira da Paixão, também conhecida como sexta-feira santa, que celebra a morte do Senhor, às 15 horas. Na sexta à noite geralmente é feita uma procissão ou ainda a Via Sacra, que seria a repetição das 14 passagens da vida de Jesus.
No sábado à noite, o Sábado de Aleluia, é celebrada a Vigília Pascal, também conhecida como a Missa do Fogo. Nela o Círio Pascal é acesso, resultando as cinzas. O significado das cinzas é que do pó viemos e para o pó voltaremos, sinal de conversão e de que nada somos sem Deus. Um símbolo da renovação de um ciclo. Os rituais se encerram no domingo, data da ressurreição de Cristo, com a Missa da Páscoa, que celebra o Cristo vivo.
Fonte: CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Campanha da Fraternidade 2011
Tema: “Fraternidade e a vida no planeta”
Lema: “A criação geme como em dores de parto”.
“A Campanha da Fraternidade de 2011, reflete a questão ecológica, com foco, sobretudo, no problema das mudanças climáticas. Ela se coloca em sintonia com uma cultura que está se expandindo cada vez mais, em todo o mundo, de respeito pelo meio ambiente e do lugar em que Deus nos coloca, não só para vivermos e convivermos, mas também para fazer deste o paraíso com o qual tanto sonhamos”, disse Dom Dimas.
A Campanha da Fraternidade terá início na Quarta-feira de Cinzas, 9 de março de 2011, e se estende por toda a Quaresma.
Questionado se a escolha do lema “A criação geme como em dores de parto” foi feita em virtude das discussões acerca do aborto que ocorre neste período eleitoral, o presidente da CNBB disse que não e explicou o processo de definição dos temas da Campanha da Fraternidade.
“Essa escolha (do tema da CF-2011) não se fez agora, no contexto das discussões do momento atual. A escolha do tema de 2012, inclusive, já foi definida. Esse processo acontece com dois anos de antecedência”, disse. “O tema Fraternidade e vida no planeta inclui a questão do aborto, mas não se esgota nisso”, acrescentou o arcebispo.
O secretário Executivo da Campanha da Fraternidade, padre Luiz Carlos Dias, presenteou os jornalistas com um texto-base da Campanha, documento que aprofundada o tema proposto. “O objetivo da campanha é de contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas, e motivá-las a participarem dos debates e ações que visam enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta”, declarou o padre.
Fonte: CNBB
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