quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Que tipo de lazer cultural oferecer aos filhos?


Para pais provedores, afetivos e educadores não há férias destas funções com os filhos presentes ou ausentes. Mesmo que se afastem fisicamente, psicologicamente continuam ligados aos filhos. Estas ligações vão desde saudades de quem ama, a preocupações presentes/futuras, reais/imaginadas e estados de alerta/prontidão para sair correndo a qualquer instante.

Todos os pais sabem que os filhos são bem diferentes entre si quanto às atitudes, comportamentos, temperamentos que os predispõem a maiores ou menores riscos de vida, se crianças, adolescentes ou adultos jovens, se único ou se tem irmãos, se masculinos ou femininos etc. Portanto merecem cuidados diferentes.

Uma das maiores responsabilidades dos pais é a educação dos filhos. Tanto pela educação escolar, pela construção de competências profissionais através do seu currículo psicopedagógico, quanto pelos valores que deverão estar presentes em todas as suas ações por toda a vida, tal qual o idioma materno.

Não há como os pais educarem seus filhos como foram educados soltos pelos seus pais, pois a educação deve ser a mais atualizada possível, e a infância está curta demais para se deixar as crianças fazerem apenas o que gostam. Se os filhos recebem uma educação já ultrapassada hoje, como poderão enfrentar um futuro que não sabemos como será? Este futuro já atinge as crianças que iniciam a escolaridade com dois anos de idade: quando nem bem tiveram sua socialização (educação) familiar, já entram na vida, com pares na comunidade. Será que receberão na escola o que nem receberam ainda dos pais? Este cenário se complica quando a mãe também trabalha fora, como acontece na maioria das famílias brasileiras e mundiais.

Os pais precisam hoje aproveitar toda e qualquer atividade dos filhos desde a mais tenra idade para passar valores, pois o que acontece hoje é o contrário: quando os pais ficam com os filhos os deixam fazer tudo o que querem desde que seja prazeroso, e param de educar.
A educação não é uma ação tirânica, desprovida de prazer que maltrata os filhos. Ela deve estar presente na vida do filho desde muito cedo, antes mesmo de ir à escola.

Deixar uma criança crescer fazendo somente o que tem vontade e lhe dê prazer é um crescimento silvestre, propiciando a falta de educação que custa caro pelo resto da vida. A ação educativa dá trabalho, mas é um fruto que dura por toda a vida. Com o tempo de infância muito encurtado, todas as atividades, jogos e brincadeiras têm de ser aproveitadas para a educação orquestrada na formação do futuro cidadão ético, competente e feliz.

Uma das grandes falhas na educação que se manifesta hoje desde a infância é o Bullying, que piora na juventude (ataques preconceituosos a minoritários como gays, negros, pobres e mulheres) e deixa ranços para o adulto (assédio moral, assédio sexual, alienação parental). Crianças que impunemente ofendem, agridem, violentam querendo levar vantagens sobre os outros, sem se preocupar com os sofrimentos dos pais em casa, costumam levar este comportamento para a escola, para o social e futuramente para o trabalho.

Orquestrar a educação significa escolher quais são as atividades prazerosas e construtivas próprias para a personalidade e adequadas à idade. Esta orquestração não tira férias. Em todas as atividades, como brincadeiras, leituras, passatempos e diversões, os filhos já têm que receber estes valores juntos aos ensinamentos, cobranças, e participações dos pais na vida dos filhos.

Muito bom é escolher programas próprios para a idade, prazerosos e educativos (cinema, teatro, leituras, jornaleiro, livrarias, museus, pontos históricos da cidade etc.) e chamar atenção ocasionalmente para detalhes interessantes e comentar depois, ressaltando os pontos positivos do mocinho, como ética, companheirismo, gratidão, bondade e ajuda ativa; e os negativos do bandido, como ruindade, egoísmo, prepotência, preconceito, traição, desonestidade, violência etc. Separar sempre ficção da realidade. Estas conversas gostosas ajudam a implantar e desenvolver princípios e valores que deverão estar presentes nas ações do dia-a-dia.

Por Içami Tiba

Fonte: UOL

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