sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Manual de defesa contra doenças
Seu manual de defesa contra doenças
Elencamos sete atitudes fáceis de adotar que aumentam a proteção contra doenças propagadas por micróbios e estimulam o sistema imune a agir com mais rapidez e sem errar os alvos
1. Lave bem as mãos
Eis uma verdade inconveniente: nossas mãos costumam ser um meio de transporte para vírus, fungos e bactérias embarcarem corpo adentro. Quando eles garantem seu espaço, nós, os hospedeiros, é que padecemos da turbulência — seja uma infecção respiratória, seja uma diarreia. Para barrar os penetras, não se contente com uma lavagem rápida, principalmente depois de mexer com dinheiro ou sair do banheiro. “É preciso esfregar as mãos, com água e sabão, por cerca de um minuto para remover os micro-organismos”, avisa o microbiologista João Tórtora, da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro. “Podemos completar a limpeza utilizando álcool a 70%.” Em um trabalho realizado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o aumento do uso de álcool gel pelos funcionários de UTIs reduziu as infecções hospitalares. “As taxas caíram pela metade”, conta o infectologista Alexandre Marra, um dos envolvidos no projeto.
Higienize as mãos depois de:
• Mexer em dinheiro: preze por uma boa lavagem após manusear as cédulas, sobretudo as de menor valor.
• Andar de trem, metrô e ônibus: o grau de contaminação de barras e assentos é enorme.
• Usar escadas rolantes: aquele corrimão é tão ou mais contaminado que a barra do trem público.
• Usar o teclado do computador: ele é um celeiro de micróbios por não ser limpo com frequência.
• Ficar na areia da praia: procure banhar bem as mãos — e o corpo inteiro — após um dia à beira-mar.
• Usar o orelhão: os telefones públicos estão entre os campeões de contaminação.
• Ir ao banheiro: nem é preciso entrar em detalhes.
2. Proteja sua comida
O que os olhos não veem o coração não sente. O ditado é consagrado, mas, quando falamos em micróbios ávidos pelo corpo humano, nem sempre tem validade. Frutas e hortaliças aparentemente frescas também abrigam bactérias capazes de sacudir o sistema gastrointestinal. Não se deixe enganar. “Elas devem ser colocadas na geladeira e permanecer ali por duas horas”, orienta o biomédico Roberto Figueiredo, especialista em segurança de alimentos, de São Paulo. “No caso de verduras ou frutas consumidas com casca, é preciso deixá-las de molho durante cinco minutos numa solução feita de 1 colher de sopa de água sanitária diluída em 1 litro de água”, ensina. Em seguida, lave-as bem na torneira. Fora de casa, evite pedir bebidas com uma rodela de laranja ou limão. Com casca e tudo, elas carregam uma bela pitada de micróbios. Quanto às carnes, nunca as deixe descongelando em temperatura ambiente. “A recomendação é fazer isso dentro da geladeira ou no micro-ondas”, diz Figueiredo. Aliás, na hora de cortá-las, opte por tábuas de plástico ou vidro — madeira jamais.
3. Zele pela água
Não basta se contentar com uma água potável de ótima fonte e bem envasada. Se o suporte, o filtro ou a moringa por onde ela passa antes de cair no copo não são higienizados no dia a dia, uma porção de germes passará a nadar em meio ao líquido. E quando você tomar uns goles... já sabe o resto da história. “Vale lavar os recipientes, por dentro e por fora, no mínimo uma vez por semana usando uma solução à base de água sanitária”, recomenda Figueiredo. “Além disso, a vela dos filtros precisa ser trocada de tempos em tempos.” Quando for a lanchonetes e restaurantes — principalmente os com pouca infraestrutura —, fuja dos sucos com pedrinhas de gelo. A origem delas nem sempre é confiável. “E muitos micróbios resistem a baixas temperaturas”, diz Figueiredo.
4. Cuide bem dele (ou dela)
A segurança dos órgãos genitais não depende de cuidados apenas na hora agá. A higiene diária é essencial para homens e mulheres afastarem visitas microscópicas ao seu aparelho reprodutor. “O pênis deve ser lavado com água corrente e sabão”, diz o urologista Sandro Faria, da Sociedade Brasileira de Urologia. “E é fundamental secá-lo com uma toalha depois, já que um ambiente úmido e quente é o paraíso para os fungos.” Com as mulheres não é diferente. “Elas devem fazer a higiene íntima com água e sabonete neutro, enxugando bem em seguida”, diz o ginecologista Rogério Ramires, do Femme Laboratório da Mulher, em São Paulo. “Não é recomendável lançar mão das duchas vaginais, capazes de desequilibrar a flora da vagina, que a protege contra micro-organismos nocivos.” No momento da transa, o preservativo é obrigatório, porque previne um rol de doenças (veja a lista abaixo). E nada de dormir depois do bem-bom — o pênis e a vagina merecem um banho.
Mantenha distância
Quem pratica o sexo seguro, com uso da camisinha , pode evitar uma lista de moléstias
1. Clamídia
2. Sífilis
3. Candidíase
4. Verrugas genitais e lesões por HPV
5. Gonorreia
6. Hepatite B
7. Herpes genital
8. Aids
9. Cancro mole
10. Infecção urinária
5. Esteja com a vacinação em dia
Muita gente associa as agulhas (ou as gotinhas) a uma obrigação típica da infância. “Mas quem se foca na vacinação dos filhos e se esquece de si próprio pode pagar um preço alto”, alerta o médico sanitarista Ricardo Cunha, da rede de laboratórios Diagnósticos da América, em São Paulo. “A vacina antitetânica, por exemplo, vale por dez anos e, assim, exige um reforço a cada década”, diz. A da gripe, por sua vez, requer aplicações anuais, devido à constante modificação do vírus influenza. Já idosos e pessoas com a imunidade comprometida merecem se vacinar também contra doenças pneumocócicas e meningocócicas. “E quem vai viajar deve se informar com antecedência a respeito dos imunizantes necessários para ficar seguro em seu local de destino”, lembra Cunha. Antes de desbravar o interior do Brasil, é prudente se proteger contra a febre amarela; quem parte para a Índia tem que se vacinar contra cólera...
6. Tenha um animal de estimação
Selar amizade com um cão ou um gato traz inúmeras vantagens à saúde dos donos. “Estudos indicam que as crianças que crescem junto a animais têm menor probabilidade de desenvolver alergia”, conta Carine Redígolo, doutoranda em psicologia experimental na Universidade de São Paulo. A hipótese é que o contato com micróbios do pet ajude a treinar o sistema imune do pequeno, que deixa de ficar sensível demais ao pó ou a algum alimento (veja abaixo). A companhia de um bicho presta outro serviço: minimizar o estresse do amigo humano. Isso faz muita diferença em matéria de imunidade porque a tensão diária deprime nossas tropas de defesa. “Um trabalho recente mostra que o mero fato de brincar com um cachorro já traz benefícios fisiológicos a uma pessoa”, diz Carine. Só não podemos nos esquecer de alguns cuidados básicos para quem quer conviver numa boa com um animal. Trate de levá-lo ao veterinário de vez em quando e recolha as fezes dele munido de luvas e uma pá.
Vitamina “S”
Um pouco de sujeira na infância — uma brincadeira no parquinho ou um jogo de futebol no gramado — faria bem ao organismo, ainda mais em um mundo rodeado de vacinas e antibióticos. É o que defende uma corrente de médicos ao propor que o contato precoce com micróbios e afins incitaria o sistema de defesa a amadurecer, deixando o indivíduo menos suscetível a descompassos como asma e alergia.
7. Coma direito e pratique exercícios
A dupla formada por alimentação balanceada e atividade física regular não fica de fora de nenhum manual que busque salvaguardar o corpo. Alguns nutrientes desempenham, de fato, papel de patrocinadores do sistema imune, como os minerais zinco e selênio, das castanhas e dos peixes, e as vitaminas C e E, fornecidas pelos vegetais. “As proteínas das carnes também são importantes porque favorecem as células de defesa e os anticorpos”, diz o infectologista Paulo Olzon, da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp. Ao nadar, correr ou pedalar, você também está erguendo uma muralha imunológica. “O exercício físico moderado estimula o sistema imune, reduzindo as chances de infecção e melhorando o controle das inflamações”, afirma o médico do esporte Mauro Vaisberg, também da Unifesp.
Academia contaminada
Milhões de germes se escondem em selins de bicicletas ergométricas, colchonetes e aparelhos de musculação, revela uma avaliação de nove academias cariocas conduzida pelo microbiologista João Tórtora e pela estudante de farmácia Adriana Pereira, da Universidade Gama Filho. “Encontramos grandes concentrações de bactérias e fungos que causam problemas na pele e infecções intestinais”, conta Tórtora. Para malhar os riscos, higienize os equipamentos com papel e álcool a 70% e, entre um exercício e outro, aplique álcool gel nas mãos.
Fonte: Revista Viva Saúde
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