Uma simples mulher existe que, pela imensidão se seu amor
tem um pouco de Deus;
Pela constância de sua dedicação, tem muito de anjo;
Que, sendo moça, pensa como anciã;
Sendo velha, age com todas as forças da juventude;
Quando ignorante melhor que qualquer sábio desvenda os
segredos da vida;
Quando sábia, assume a simplicidade das crianças;
Pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama;
Rica, empobrece-se para que seu coração não sangre ferido
pelos ingratos;
Forte, estremece ao choro de uma criancinha;
Fraca, entretanto, se alteia com a bravura dos leões;
Viva, não lhe sabemos dar valor, porque à sua sombra todas
as dores se apagam;
Morta, tudo o que somos e tudo o que temos daríamos para
vê-la de novo, e dela receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus
lábios.
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