sábado, 14 de julho de 2018

Obesidade não causa risco maior de morte, diz estudo


Nós costumamos acreditar que a obesidade está ligada a problemas de saúde, mas parece que isso não é exatamente verdade. Segundo um novo estudo, ser obeso não significa necessariamente que você é doente. Pesquisadores da Faculdade de Saúde da Universidade de York, nos EUA, descobriram que pacientes obesos, mas sem nenhum outro fator de risco metabólico, como pressão alta ou altos níveis de colesterol, não têm um aumento na taxa de mortalidade.

O estudo, liderado por Jennifer Kuk, professora da Escola de Cinesiologia e Ciências da Saúde da Universidade de York, mostrou que, ao contrário de condições como hipertensão ou diabetes, que sozinhas estão relacionadas com um alto risco de mortalidade, esse não é o caso da obesidade, quando considerada isoladamente.

O estudo acompanhou mais de 54 mil homens e mulheres que participaram de outros cinco estudos. Eles foram colocados em três categorias: aqueles que tinham apenas obesidade, aqueles com algum fator metabólico isolado, seja glicose, pressão arterial ou lipídios elevados, e aqueles obesos e com outro fator metabólico agindo em conjunto. Os pesquisadores observaram quantas pessoas dentro de cada grupo morreram, em comparação com aqueles dentro da população de peso normal e sem fatores de risco metabólicos.

Os pesquisadores descobriram que 1 em cada 20 indivíduos obesos não apresentava outras anormalidades metabólicas.

“Estamos mostrando que os indivíduos com obesidade metabolicamente saudável não possuem uma taxa de mortalidade elevada. Descobrimos que uma pessoa com peso normal e sem outros fatores de risco metabólicos tem a mesma probabilidade de morrer do que a pessoa com obesidade e sem outros fatores de risco”, garante Kuk na matéria publicada no site da universidade. “Isso significa que centenas de milhares de pessoas apenas na América do Norte (em outros lugares do mundo não é diferente) com obesidade metabolicamente saudável estão sendo orientadas a perder peso quando é questionável quanto benefício elas realmente receberão (com isso)”, alerta.

Segundo Kuk, os resultados deste estudo podem afetar a forma como pensamos sobre a obesidade e a saúde. “Isso contrasta com a maior parte da literatura”, define Jennifer Kuk. Segundo ela, a maioria dos estudos definiu a obesidade “saudável” como tendo um fator de risco metabólico – o que é um problema, já que condições como açúcar elevado no sangue e colesterol ruim aumentam o risco de mortalidade de qualquer pessoa, magra ou gorda. “É provável que a maioria dos estudos tenha relatado que a obesidade “saudável” ainda está relacionada com maior risco de mortalidade”, diz ela. [Universidade de York, Science Daily, NY Post]


Nenhum comentário:

Postar um comentário